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Transparência José Soares
Votar? Em quem?
Será que valerá a pena ir mesmo votar no presente contexto desta democracia que nos impõem os partidos?
Dar ouvidos a quem “está-se nas tintas” para os Açores?
E o que será preciso fazer mais para ouvirem quem os elege e paga?
E que legitimidades democráticas podem ter os políticos autarcas, quando são eleitos por muito menos de 50% dos eleitores?
Que caminho estão os políticos deste país a dar a esta Democracia que tanto custou a conquistar?
E se a abstenção continuar a ser tão alta como tem sido, não será tempo de a Assembleia da República pensar seriamente num renovado, atualizado e modernizado sistema eleitoral, mais representativo e transparente para o país?
Os perigos e ameaças contra a fraca democracia que ainda sustentamos, aumentam a cada dia com a aparição de extremismos cada vez mais galopantes. As razões são evidentes: O cansaço popular já ultrapassou os limites e as pessoas perderam a confiança em quem os devia, de facto, representar.
Só os políticos acomodados confortavelmente nas regalias mensais que usufruem, só esses, continuam a afirmar que tudo está bem como está. Não é esta, de todo, a perceção da maioria.
No caso dos Açores, as promessas para nunca cumprir, abundam e a memória dos insulares é cada vez mais fresca. “… os políticos vivem e actuam à margem do que interessa ao povo.” (Diário dos Açores, 22 agosto, Nuno Ferreira Domingues).
Abundam as promessas falhadas do governo da República no que concerne aos Açores.
O novo edifício presidiário para São Miguel, há muitos anos que não sai do papel. A falta de humanismo por parte dos responsáveis do governo central, faz com que a vida dentro das atuais instalações da cadeia de São Miguel, seja um autêntico degredo do século 18. Infringe todas as leis de Direitos Humanos.
As participações financeiras para a Universidade dos Açores, cada vez mais prenhes de promessas e tuberculosas na prática. A Universidade continua a viver com enormes dificuldades, só porque o governo central não cumpre a sua parte, conforme a Lei.
A solidariedade prometida por António Costa, na sua visita à Ilha das Flores aquando dos estragos causados pelo furacão Lorenzo, esfumou-se no tempo. O primeiro-ministro socialista voltou com a palavra atrás e agora teremos de ser nós, açorianos, a pagar o rescaldo.
De que nos serve, afinal, esta “soberania portuguesa” que só vê os benefícios que recebe por ser dona dos Açores, mas que assobia para o lado quando se trata de ajudar solidariamente o “seu ultramar insular”?
O presidente do governo regional, José Manuel Bolieiro que se cuide. O partido socialista do Largo do Rato lisboeta, tudo fará para destruir a atual geringonça açoriana. Seja pelo boicote financeiro, ou outro qualquer.
O interesse de Portugal pelos Açores será o que sempre foi ao longo dos séculos: Desdém colonialista e interesseiro.