José Soares Prepotências e caciquismos

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Transparência José Soares

 

Prepotências e caciquismos

 

 

Há quem diga que as maiorias absolutas em governos, não deviam existir em Democracia, já que este facto despoleta sempre pretensões para tiques ditatoriais. É uma opinião com a qual não concordo, já que o povo é quem decide.

No meio século de vida politicamente livre em Portugal, na Madeira e nos Açores, poderemos afirmar sem receio, que o sistema democrático está seguro, embora longe de ser eterno.

Como em muitos outros países, a febre do poder tem tido temperaturas altas nas cabeças de alguns políticos menos democratas. Com a noção de que a maioria absoluta lhes serve de escudo defensivo contra tudo e todos, arrotam discursos evasivos, cheios de nada, para com isso ganharem alguns segundos de fama ou mostrarem “quem realmente manda” no desmando cada vez maior que varre o país.

O Partido Socialista português obteve uma maioria absoluta para governar estruturalmente Portugal. O Povo deu-lhe um cheque em branco para fazer mudanças de fundo há muito exigidas. Criaram-se as condições básicas para que Portugal fosse governado a sério, com a coragem, liderança e competência que o país merece.

A essa necessária maioria política, junta-se um caudal de milhões de euros num plano de ajuda europeu nunca até aqui alcançado. Chamam-lhe PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, um programa de aplicação nacional, com um período de execução até 2026, que visa implementar um conjunto de reformas e investimentos destinados a repor o crescimento económico sustentado, após a pandemia, reforçando o objetivo de convergência com a Europa, ao longo da próxima década. Este instrumento contém o Mecanismo de Recuperação e Resiliência onde se enquadra o PRR, um plano de investimentos para todos os portugueses (e não para os partidos políticos), assente em três dimensões estruturantes: Resiliência; Transição Climática; Transição Digital.

Com uma oportunidade única de retirar o país da retaguarda europeia, o governo maioritário do partido socialista português, limita-se a entrar por estranhos caminhos ideológicos e batalhas de retórica e flagrantes mentiras que nenhum cidadão compreende. O primeiro-ministro António Costa ganha todas as lotarias das inverdades perante as câmaras televisivas, já estafadas de tanta conversa vã.

Valendo-se dessa maioria absoluta, prefere entrar em perseguições e vinganças partidárias, abusos de poder por muitos dos seus membros. Um governo com cada vez mais arguidos no seu seio e uma completa insatisfação popular, bem como arrependimento pela maioria absoluta dada em vão a este PS. O primeiro-ministro António Costa vai até ao descaramento de dizer que os portugueses não estão interessados em saber quem rouba mais ou menos, mas sim sobre a inflação, como se qualquer partido estivesse, de facto, interessado nos portugueses…!

O Povo não vai esquecer nem tão cedo que o inquérito parlamentar à TAP pariu um rato. Mais um para o Largo do Rato.

Apesar de todos os abusos cometidos, não há demissões (ninguém desiste da teta) e as indecências podem continuar. A comissão parlamentar foi uma farsa presidida por um socialista de escolhida aparência honesta e o relatório foi escrito a mando do PS e por conseguinte, sabendo antecipadamente que teria a maioria para votar a favor dos mais ambíguos resultados que dele saíssem. Mais estes milhares de euros queimados durante semanas, para delírio partidário.

Foram mais umas toneladas de areia atiradas aos olhos do país.