José Gabriel Ávila memórias

Era uma senhora muito culta para o seu tempo. No intervalo das lições de piano, a D Margarida Xavier ocupava o seu tempo a ler romances que lhe ofereciam ou emprestavam. Solteira, mas viúva por um namorado precocemente falecido, nunca abandonou o peso do negro. Era a sua marca dolorosa que contrariava com Shuman e Chopin que tão bem executava. O que hoje sei de piano a ela o devo e à persistência da minha mãe que me impunha o estudo diário do durante uma hora. Foram estas mulheres, muito além do seu tempo e da sociedade em que viviam, que mobilizaram rapazes e raparigas para um futuro e vidas diferentes. Ainda está por fazer uma seria investigação sobre os valores que D MARGARIDA Xavier imprimiu na mente de dezenas de alunos de piano, espalhados por toda a ilha do Pico.