JOACINE E O RACISMO

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A ATENÇÃO DA PAPISA DO “ANTIRACISMO” JOACINE
E DO PAPA MAMADOU BA
(sobre a escravatura):
• José Ferreira Diniz deixou este estudo: “Populações Indígenas de Angola” (1918), onde faz uma análise profunda e exaustiva de cada um dos povos que constituem o território angolano. No estudo descreve os fenómenos sociais e políticos que definem cada um dos povos, as suas especificidades e idiossincrasias.
• Independentemente do que se julga, estas tribos assemelhavam-se a estados: são monarquias absolutas, muitas vezes electivas, sem leis escritas, mas definidas por um conjunto de tradições, costumes, acordos e alianças, onde governa a lei da força e a autoridade suprema (de origem divina). Como característica transversal a cada uma delas, está a prática da escravatura. Para alguém ser reduzido a esta condição pouco bastava, fosse em tempo de paz ou de guerra. Ainda que a prática fosse combatida pela administração portuguesa desde o século XIX, no século XX continuava, fugindo ao seu controlo particularmente no interior angolano.
• É uma análise que falta aos nossos activistas de serviço e restantes revisionistas que tudo reduzem ao crime do “homem branco” e às “teorias críticas da raça”. O estudo sério e profundo mostra que a realidade não é tão dicotómica, mas muito mais difusa e até mais complicada do que pretendem os ideólogos.
Algumas citações do livro a respeito da escravatura praticada entre as tribos de Angola:
Dos Dembos:
“Os dembos e sobas praticam desenfreadamente a escravatura, vendendo ou trocando, sob o mais fútil pretexto, indivíduos do seu dembado para outro. Mesmo em Santo António de Caculo Cahenda, junto ao forte, se faz comércio de escravos, mas muito clandestinamente, porque sabem ser isso proibido pelas leis portuguesas.” (p.67)
“A mulher pode ser vendida com os filhos e estes podem ser, por sua vez, vendidos separadamente.” (p.67)
Lundas:
“Há diversos tipos de escravos: o escravo de guerra, constituídos pelos prisioneiros feitos ao inimigo, e que em geral são vendidos aos povos vizinhos; o escravo de dívida que trabalha por conta da pessoa que o tem como penhor, e que pode ser resgatado pela família; o escravo de compra que fica em casa do dono nas condições do escravo de dívida e que é vendido só em caso de necessidade; e finalmente o escravo que se oferece, um fugido que por dívidas ou por crimes deixa a sua terra e entrega-se.” (.p.117)
Maungos:
“No que respeita a escravatura existem escravos de guerra, escravos de dívida, de crime de homicídio ou outro de igual gravidade escravos por compra. Não há escravos voluntários. Os escravos são tratados como filhos e obedecem aos seus amos como se o fossem.” (p.183)
Os Mussucos:
“A moralidade desta tribo proíbe as relações sexuais antes e fora do casamento (…). É frequente a masturbação (maseka) e ainda que raramente, dão-se casos de sodomia (kindumbu) que são severamente punidos, passando à condição de escravos ou a novo senhor, aqueles que a pratiquem.” (.p.200)
“Passam à condição de escravos os filhos e os parentes daqueles que, para pagamento de alguma dívida ou reparação por crimes praticados, são obrigados a indemnizar o credor, a vítima ou os seus parentes, com um certo número de muleques. (…) Há alguns que voluntariamente se sujeitam a esta condição por melhor conveniência em se sustentarem(…)” (p. 200)
Diniz, José de Oliveira Ferreira, “Populações indígenas de Angola”, Coimbra: Impr.Universidade, 1918.
(Texto retirado do fb, de Daniel Sousa; imagem: A well-to-do person of Angola is carried in a four-man litter. 1836.)
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Carlos Fino, Nuno Henrique Luz and 18 others
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