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É
O Poder Local é a forma mais democrática de governação que vamos tendo em Portugal.
É a única em que os cidadãos têm acesso directo aos seus eleitos, podendo falar-lhes directamente, olhos nos olhos, sobre os seus problemas e os da sua comunidade.
Só isso é um imperativo para que ninguém deixe de votar.
Então porque razão a abstenção sobe nos Açores de eleição em eleição autárquica?
Uma das explicações poderá estar no absurdo dos cadernos eleitorais desactualizados, mas há mais motivos.
De quatro em quatro anos falamos neles, alertamos os políticos e as instituições, mas tudo se mantém na mesma.
Há quatro anos escrevemos aqui: “Nunca é demais apelar ao voto, porque é através dele que afirmamos a nossa cidadania e consolidamos a nossa participação cívica. Só mais logo, depois do fecho das urnas, é que ficaremos a saber os resultados destas eleições, mas há um resultado que já sabemos que vai estar desvirtuado: o valor da abstenção.
Mais uma vez realiza-se um acto eleitoral sem que se tenha procedido à limpeza dos cadernos, cujos inscritos não condizem com os habitantes de cada localidade.
(…) É um absurdo que as instituições políticas deste país, desde governos, assembleias, Comissão Nacional de Eleições e até a Presidência da República não se tenham preocupado nestes últimos anos em corrigir esta distorção.
Há que arranjar mecanismos que resolvam esta história dos “eleitores fantasmas” nos cadernos eleitorais, que provocam níveis de abstenção que a todos nos envergonham, como vai acontecer novamente hoje.
A não ser, como se diz por aí, que seja do interesse dos partidos manter esta situação, “porque expurgar os eleitores fantasmas poderá representar a redução de uma dezena de deputados”…
Mas as causas da abstenção não se ficam por aqui.
Há desafios nesta legislatura, de ordem política, que têm a ver com a reorganização do nosso sistema eleitoral.
A possibilidade de passarmos a ter listas abertas, em que cada eleitor ordena os deputados, e listas de cidadãos independentes, é essencial para trazer mais gente à actividade política e mobilizar os cidadãos.
É preciso que estes desafios não fiquem no esquecimento, como ficaram na anterior legislatura, em que se reflectiu muito, mas faltou a acção necessária para proceder às alterações que se impõem.
É desta reforma que dependerá uma visão mais moderna, mais mobilizadora e mais cívica da representação açoriana, criando um sistema que permita responsabilizar mais os deputados, abrir a representação parlamentar a candidaturas de cidadãos independente e aperfeiçoar os próprios órgãos de governo”.
Quatro anos depois a história repete-se.
Apesar de tudo, é importante votar, até porque é com o voto de cada um que se consegue alterar estes absurdos.
(Osvaldo Cabral – Diário dos Açores de 26/09/2021)
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- Joe Luisa LimaO Sr. OC tem razão mas já k o trabalho não foi feito podem juntar mais uns votos a coligação