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O Códice 503 da Biblioteca Nacional
” Existe um documento na Biblioteca Nacional que fala sobre a Ilha Encoberta:- trata-se do Codice 503.
Assinado pelo frei Francisco de Jesus, superior do Convento dos Capuchos de Lisboa, a 4 de Fevereiro de 1640. Portanto mais de 200 anos apos a descoberta dos Acores.
Trata-se do depoimento de 2 religiosos, frei Jose de Jesus e Francisco dos Martires, os quais fazem uma narrativa muito estranha e intrigante.
Relatam os frades terem partidos do Maranhao Brasil, com destino a Lisboa, a bordo do navio Nsa Sra da Penha de Franca. Sob a responsabilidade do mestre Antonio de Sousa, natural de Viana do Castelo.
Ao quarto dia de viagem no Atlantico Norte, armou-se uma tremenda tempestade que se prolongou por 16 penosos e pavorosos dias. Com o navio a navegar desnorteado ate que o mar e o ceu amainaram a 3 Julho de 1639.
Quando a visibilidade ficou boa e calmo o oceano, avistaram uma terra para a parte sul, que o piloto julgou tratar-se da ilha da Madeira. Mas, ao aproximarem-se, notaram estar enganados na previsao sem dar conta de que ilha se tratava, desconhecimento que nao impediu todos os que desejavam saltar em terra firme. Sendo apenas contidos por um certo sentimento estranho de proibicao e sem o saberem explicar convenientemente.
Os 2 frades menos temerosos, pediram licenca ao mestre do navio para desembarcarem, o que lhes foi concedido por 3 dias. E entao na manha seguinte, numa segunda-feira, lancaram uma lancha ao mar e seguiram de imediato para a estranha ilha encoberta.
Apos saltarem em terra, atravessaram denso arvoredo e apos meia hora de caminho, viram um palacio antigo, saindo dele 7 homens com rostos a que os frades classificaram como macilentos, de pele avermelhada e falando uma lingua muito parecida ao portugues antigo. Estes homens fizeram imensas perguntas aos frades e levaram os depois para uma cidade com grandes edificios, mas habitada por pouca e estranha gente, semelhantes a ” pessoas do outro mundo”. Sendo depois encaminhados para outro palacio que parecia encantado e no qual entraram com grande temor.
Passaram por varios guardas ate chegaram a sala onde se encontrava um homem de idade muito avancada e a quem consideravam o rei daquela gente. Tendo o anciao perguntado se eles eram portugueses, antes de os levar para outra sala para lhes mostrar um quadro muito estranho com figuras e sombras que se mexiam sozinhas.
Entao viram, nesse quadro 2 exercitos combatendo, estando 1 deles quase derrotado e o outro vitorioso. Depois o velho de barbas, levou-os a outra sala onde lhes mostrou varias vitorias dos nossos reis, dando-lhes a oportunidade de observarem, pintada ao natural no tecto, aquilo que chamavam de ” a cidade de Portugal”.
Jantaram os frades no palacio e seguidamente foram a pe para a praia, acompanhados pelo magestoso rei, 30 cavaleiros e mais 30 guerreiros. Chegados ao cais, pelas 4 horas da tarde, ja se preparavam para regressar, quando o rei lhes mostrou 2 quadros em que eles estavam retratados. Sera que seriam fotografias? Tendo o rei pedido que os autografassem para la ficarem na ilha, em sua memoria. Mal chegaram ao navio, contaram tudo o que tinham visto, e o mestre com grande espanto e temor, nem quiz navegar naquela noite e so partindo ao nascer do Sol, chegando a ilha da Madeira alguns dias depois.”
In, Mendanha, Victor; História Misteriosa de Portugal, 1995 Pergaminho.
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