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“História do Chá em S. Miguel” : um trabalho de grande envergadura
“História do Chá em S. Miguel” é, como sabem, uma obra do doutor Mário Moura, que fez o favor, que muito agradeço, de me facultar uma cópia em PDF.
Ao longo de quase 600 páginas, é-nos apresentado um excelente e minucioso trabalho de investigação, compilação e escrita, do melhor que tenho visto e lido, sem qualquer dúvida.
Mário Moura, que frequentou o velho Liceu Nacional de Ponta Delgada ao mesmo tempo do que eu, embora não tenha sido colega de turma, tanto quanto me recordo, é um intelectual com créditos firmados e afirmados. Tem publicado, nas últimas quase três décadas, vários trabalhos no âmbito da História, da Antropologia e da Museologia.
Quem quiser conhecer precisamente a longa história do chá na ilha açoriana de São Miguel tem forçosamente de ler e consultar a obra de Mário Moura, editada em boa hora pela Câmara Municipal da Ribeira Grande, concelho onde a centenária cultura continua a ser praticada e onde existem duas fábricas que processam por método próprio e especializado as folhas de “camellia sinensis”, proporcionando-nos depois um chá com grande qualidade e não menor prestígio. Bem hajam, pois, Fábrica de Chá da Gorreana e Fábrica de Chá Porto Formoso!
“História do Chá em S. Miguel” resultou de uma ligeira adaptação da tese de Doutoramento de Mário Moura, que trabalha agora na elaboração do segundo volume, que, como é óbvio, será tão bom como o primeiro.
Mário Fernando Oliveira Moura, de seu nome completo, apresenta-se como um grande historiador, inquestionavelmente na linha e ao mesmo nível de outros historiadores micaelenses, como o dr. Luís Bernardo Leite de Athayde, o dr. João Bernardo de Oliveira Rodrigues, a doutora Fátima Sequeira Dias, o doutor Carlos Cordeiro, o professor Luciano de Resende Mota Vieira, o doutor Nestor de Sousa, o dr. Francisco Carreiro da Costa, o dr. Urbano de Mendonça Dias e o padre Ernesto Ferreira, entre outros.
Felicito Mário Moura e desejo que continue na sua vocação de investigador e de historiador da vida açoriana, nomeadamente do passado da ilha de São Miguel e das suas actividades, como é o caso, pois, da cultura do chá, que tanto valoriza a agricultura micaelense.