Díli, 22 jun 2023 (Lusa) – A liderança da Fretilin, partido
derrotado nas eleições timorenses de 21 de maio, ainda está a avaliar o resultado eleitoral, mas continua forte e empenhada em acabar o mandato à frente da força política, disseram hoje dois responsáveis.
“A Fretilin já está, através dos seus órgãos centrais uma avaliação desta eleição parlamentar”, disse à Lusa Francisco Guterres Lú-Olo, presidente da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin).
“A liderança foi renovada através do 5.º Congresso da Fretilin e portanto não há nova liderança. Esta liderança constituía por mim e pelo doutor Alkatiri, vamos continuar a liderar o partido até ao fim do nosso mandato”, afirmou.
Opinião ecoada por Lere Anan Timur, elemento da troica de liderança, que disse à Lusa que qualquer mudança tem que ser feita de forma “suave”.
“Na Fretilin temos sempre o princípio de que a derrota é a mãe da vitória, é da derrota, dos erros, que a gente aprende e nas próximas eleições a Fretilin vai ganhar. Ainda não fizemos um balanço profundo, mas em breve faremos um balanço, um retiro para saber as causas. Sem dúvida que as derrotas sempre são oriundas de erros, e nós vamos ver isto”, considerou.
“A liderança está sempre sólida. E na questão de mudança deve ser uma mudança suave e tranquila, não pode ser com brutalidade”, considerou.
Os dois dirigentes falavam à Lusa no parlamento, à margem da sessão que marcou o arranque da 6.ª legislatura e em que ambos vão prestar juramento como dois dos 19 deputados da Fretilin.
Ambos confirmaram à Lusa que vão ser substituídos no cargo, processo que só pode ocorrer depois de prestarem juramento.
Questionados sobre que tipo de ação política é que a Fretilin vai fazer no parlamento, Lú-Olo disse que o “povo elegeu a Fretilin para fazer oposição” no Parlamento Nacional, vincando que só “o tempo dirá” se isso será feito “de forma construtiva ou de outra forma”.
Lere Anan Timur disse que os dois maiores partidos têm “liderança da primeira geração e líderes históricos”, pelo que “quem está no Governo e na oposição deve ter sentido de Estado para liderar a nação e o povo”.