Francisco Madruga · Do popular ao erudito.

Do popular ao erudito.
Um quadro do mestre Anibal de 1978 e uma cascata popular em exposição desde o Santo António até ao São Pedro na típica rua da África em Coimbrões.
A pandemia condiciona os festejos da noite mais longa do ano no reino de Portucale.
Mas festa é festa e o povo gosta.
As ilhas desta mítica rua albergam ainda descendentes de gentes mais antigas e que aculturaram as suas tradições. As ilhas continuam a ser decoradas com enfeites coloridos e na falta da Cascata coletiva constroem-se várias em ponto pequeno. Claro o que também não vai haver são as marchas e o bailarico em frente ao tasco do “Caramila”.
Já não sei o nome, nem a alcunha das pessoas que lá habitam e que vão recuperando os espaços. Alguns ainda se tiram pela pinta.
Muitos serão seguramente descendentes do “Caramila”, do “Sameirinha”, do “Tapum”, do “Quim mata ratos”, do “Toninho piça negra” e de outras distintas figuras desta rua. Eram as festas populares organizadas pelo povo e para o povo.
Os locais foram sendo afastados para bairros camarários, mas muitos ficaram. Os campos e pinhais foram sendo ocupados por centros comerciais, prédios novos e novas avenidas.
Desapareceram sítios míticos, o
Rio da Fonte foi soterrado, a Escola do Araújo transformada em restaurante, o Palacete da Família de D. Duarte em ruínas, o café Ai-Ai, o café Peninha e o café Nunes encerrados.
Coimbrões mantém-se no centro da vida e lá do alto, junto à Igreja, pode-se contemplar à sombra do velho sobreiro, meio Porto e meia Gaia.
Este ano não venham ao S. João. Fiquem em casa, pela vossa saúde e pela nossa. Para o ano, vamos comemorar o S.João com o pessoal da rua da África.
Viva o S. João! Viva “quimbrões”!
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