Fios de seda que impedem gaivotas de poisar na zona balnear do Ilhéu de Vila Franca é “um sucesso”

Views: 0

Pelas 10 horas da manhã – altura da primeira viagem até ao Ilhéu de Vila Franca do Campo – já os vigilantes da natureza Hildeberto Ferreira e Guilherme Pacheco se posicionam no Cruzeiro do Ilhéu para começar o dia de trabalho.
O Cruzeiro é uma espécie de táxi para chegarem ao local de trabalho e durante a viagem de 10 minutos faz-se conversa com o Mestre Moisés enquanto os navegantes, na maioria turistas, fazem a viagem de telemóvel na mão para registar a aproximação ao “anel da princesa”.
À chegada, após o desembarque, o primeiro impacto dos turistas é de espanto. Não só pela beleza natural do local mas também pelo facto de logo ali serem visíveis pelas pedras, caranguejos fidalgos vermelhos. “Quando a maré está mais cheia aparece outro, que é o coroa de rei”, explica Hildeberto Ferreira a uma visitante.
Mais à frente, a partir da pequena construção que serve de abrigo da chuva e das horas de maior calor, já são visíveis os fios de seda reluzentes ao sol mas que passam despercebidos à maioria dos visitantes. “O objectivo era mesmo esse”, dá conta a Directora do Parque Natural de Ilha de São Miguel, Hélia Palha, que também seguiu nesta viagem.
A quem incomodam, e muito, é às gaivotas que se deliciaram em fazer daquele pequeno paraíso, local de repouso no Verão do ano passado e nos primeiro meses deste ano. Aliás, no Verão passado o acesso à reserva natural do Ilhéu de Vila Franca do Campo esteve durante vários dias condicionado devido à qualidade da água, tendo sido detectada numa das análises dejectos de gaivota. O aumento da população destas aves no Ilhéu é justificado por Hélia Palha – tal como já tinha sido avançado por várias entidades já no Verão passado – com a pandemia. É que além da redução dos turistas que deixaram de visitar e permanecer no Ilhéu, também os vigilantes da natureza deixaram de fazer o controlo populacional de gaivotas que tem vindo a acontecer desde 2012 na reserva natural.
E como é feito
esse controlo populacional?
“Chocalhamos os ovos e deixamos no ninho. Antes tirávamos os ovos e elas acabavam por fazer nova postura”, explica Hélia Palha que afirma que com esta técnica, quando as gaivotas percebem, que o ovo não é viável já não vão a tempo de uma nova postura. “Temos verificado dois a três ovos por ninho”, acrescenta Guilherme Pacheco.
Durante o confinamento, no ano passado, esse controlo populacional não foi feito e “com a ausência de banhistas e visitantes, e sem controlo dos ovos, em vez das gaivotas estarem apenas na zona da falésia, vieram para a zona balnear”, explica a Directora do Parque Natural de Ilha de São Miguel.
Foi então criado um grupo de trabalho – que ainda se mantém – para melhorar a qualidade da água do Ilhéu de Vila Franca do Campo e do qual fazem parte da Delegação de Saúde de Vila Franca do Campo, Clube Naval de Vila Franca do Campo, a Direcção Regional das Pescas, o Parque Natural de Ilha, a Direcção Regional do Ambiente, a Capitania do Porto de Ponta Delgada, e a Câmara Municipal de Vila Franca do Campo. Cada uma das entidades “que poderia contribuir para a má qualidade da água foi responsável, na sua área, por tentar minimizar possíveis impactos”, declara Hélia Palha.
Aos vigilantes da natureza coube a tarefa de tentar encontrar uma solução para o Ilhéu. Após se inspirarem em vária literatura e investigarem exemplos de outros locais do mundo, como por exemplo nas Berlengas, instalaram barreiras físicas com fios de seda para impedir que as aves poisassem na zona balnear. “Procuramos várias técnicas que tinham de ser inofensivas, que não causassem stress aos animais” e que não as exterminasse, refere Hélia Palha.http://www.correiodosacores.pt/…/Fios-de-seda-que…
Fios de seda que impedem gaivotas de poisar na zona balnear do Ilhéu de Vila Franca é “um sucesso”
CORREIODOSACORES.PT
Fios de seda que impedem gaivotas de poisar na zona balnear do Ilhéu de Vila Franca é “um sucesso”
Pelas 10 horas da manhã – altura da primeira viagem até ao Ilhéu de Vila Franca do Campo – já os vigilantes da natureza Hildeberto Ferreira e Guilherme Pacheco se posicionam no Cruzeiro do Ilhéu para começar o dia de trabalho. O Cruzeiro é uma espécie de táxi para chegarem ao local de tra…
Like

Comment
Share

Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
Esta entrada foi publicada em AICL Lusofonia Chrys Nini diversos. ligação permanente.