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de diálogos lusófonos se transcreve
O académico e reputado lingüista luso non ten problemas en afirmar que a historia da súa lingua está connecta históricamente con Galicia e que até o século XV Portugal falou galego. Di que os “radicais galegos têm um complexo de inferioridade tremendo” cando falan sobre a súa lingua.
O escritor, intelectual, crítico literario, lingüista e académico portugués Fernando Venâncio acaba de revolucionar o mundo da lingüística en Portugal con Assim Nasceu Uma Língua, unha extensa obra na que cruza unha fronteira difícil de tocar no país veciño: que a orixe do portugués está en Galicia.
Venâncio, que mantén desde hai moito tempo unha estreita relación co Portal Galego da Lingua rompe mitos lingüísticos e reflexiona sen vendas nos ollos sobre a orixe da actual lingua portuguesa, unida, durante moitos anos e ata o século XIV co galego. “A história do português é em larga medida, a história das suas tentativas de afastamento do galego”, destaca.
E non ten problema en dicir claramente o que outros lingüístas lusos son moi remisos a dicir: “denominar português qualquer variedade linguística anterior a 1400 é resvalar num anacronismo, e pelo menos numa sofrível incongruência. Até essa data, Portugal utilizou a língua que herdara ao fazer-se independente: o galego”.
Venâncio non estudou a súa lingua desde só unha perspectiva. De feito, para facer a súa obra pasou longas tempadas en Galicia e en contacto con xente do Portal Galego da Lingua e da Agal. “Nenhum português ficou lá mais do que uns meses –na Galiza–. Eu mantive debates contínuos e muito sérios e o que aprendi é que o que pensamos ser óbvio não é óbvio. Sobretudo para interlocutores sem vontade de mudar”.
O “COMPLEXO” DOS GALEGOS
E destes debates recoñece, nunha longa entrevista no xornal Público, que os “radicais galegos” están acomplexados e na enterna comparanza cos vascos e catalán. “Têm um complexo de inferioridade tremendo. Durante séculos, mas sobretudo durante o franquismo, eles tiveram uma doutrinação (tão convincente, para eles) de que aquilo que falavam não valia nada, que acreditaram. É uma situação completamente diferente da dos bascos e da dos catalães.”
Pero Venâncio non ten ningún problema en recoñecer que a orixe do portugués está na antiga Galaecia ou Galécia e que os grandes trobadores medievais que usaban a lingua común galego-portuguesa eran galegos. “A Galécia chegou a Coimbra, mas a língua não; a língua formou-se até ao Douro com umas surtidas só até à Ria de Aveiro. Praticamente todos os autores das cantigas de amigo eram galegos. E os portugueses escreviam-nas como os galegos, ao estilo deles.”
DEIXAR O GALEGO PARA APROXIMARSE AO CASTELÁN
E amosase moi crítico co destino e a evolución político-lingüística do seu pobo, que quixo desvestirse de todo o galego para aproximarse ao castelán. “A batalha de Aljubarrota [1385] deu-nos uma abertura cultural, e depois também linguística, para nos irmos ‘vestir’ a Toledo. Lisboa ganha autoconfiança em relação ao Norte, há uma língua que se elabora e tudo o que cheirasse a erva, a antigo, era para abater. Há uma desruralização, como lhe chama o autor e também linguista galego-brasileiro Xoán Lagares. Quando se chega a 1700 já há outra norma, já se fala em Lisboa outra língua.”
Foi cando comezou o afastamento “político” do portugués que se quería desvincular de todo o que fora “galego”. “Portugal vai muito mais longe e mais depressa na absorção do espanhol do que o galego. Porque a Galiza tem um povo aldeão que conserva até 1850 um galego muito puro, face a uma classe superior de advogados, padres e escrivães de língua espanhola. Duas camadas praticamente incomunicáveis. Por volta de 1850 começa o ensino escolar e esse é espanhol. Então, dá-se uma imensa aceleração da absorção do espanhol. E quem é que agora escreve o galego puro? É uma elite”, suliña.
Neste sentido, destaca que a é a partir do século XVI cando comeza unha fixación nas xerarquías portuguesas de utilizar a palabra “lusitano” ou “luso” para diferenciarse do norte galego. “Quando a Galiza deixou de ser referência, Portugal procurou uma referência mais a sul, no povo lusitano.. E Camões consagrou isso”, di en alusión a obra Os Lusíados.
[Imaxe: ANT – fonte: www.galiciaconfidencial.com]
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Ludwig Wittgenstein (1889-1951)
Enviado por: Isac Nunes <puigllum@gmail.com>
Eu não espero pela disposição. Você não realiza nada se fizer isso. Pearl S. Buck
PRATIQUE A RECIPROCIDADE NA TROCA DE MENSAGENS.
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compartilhado por Zé Carlos Bramim
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