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Numa altura em que o mundo tem 1,3 milhões de infectados por SARS-CoV-2, 75 945 mortes por Covid-19 e 289 110 recuperados, interessa perceber como tem evoluído, ou evolui, a situação em Portugal.
De ontem para hoje temos mais 712 casos de infeção e mais 34 mortes.
São agora no total em Portugal 12 442 infectados e 345 mortos.
Com o isolamento social conseguimos evitar o aparecimento de apenas 73 casos relativamente ao esperado, ou seja, menos de ontem para hoje do que de anteontem para ontem, ou seja, evitámos um crescimento de apenas 9,3% dos casos. Significa isso que voltámos a crescer ligeiramente na infeção em vez de a diminuir, o que atrasa o processo do seu controlo. Esse pode ser um efeito de atualização de dados ou de quebra de isolamento e confinamento social. Seja qual for o sinal, não é bom.
No que se refere ao número de mortes, temos hoje mais 5 do que era expectável. Também aqui temos uma inversão da tendência relativamente aos últimos dias. Não evitámos nenhuma morte de ontem para hoje e até lhe acrescentamos cinco relativamente aquilo que era esperado.
O efeito conjunto dessas duas tendências indicia que há algo que não estamos a fazer bem, relativamente ao nosso comportamento coletivo dos dias anteriores. É possível que isso seja um efeito de fim de semana com saídas irresponsáveis. É importante que cada um pense bem em cada uma das suas ações.
Relativamente aos Açores e à Madeira, a esta hora ainda não existem dados disponíveis, que atualizarei logo que possível. Infelizmente, nos Açores, há uma exceção irresponsável, de um infectado originário do Porto, que deveria estar em quarentena na sua casa e que a decidiu quebrá-la (sabia que estava infectado), fugindo para os Açores, tendo desembarcado domingo passado no aeroporto João Paulo II em Ponta Delgada. Isso tem custos elevados na medida em que obrigará as autoridades regionais a controlar todos os passageiros desse voo, podendo por essa via desfocar-se das cadeias de transmissão locais que são já bem conhecidas.
Até ao final da semana passada a evolução da infeção nos Açores correlacionava-se muito bem com a evolução da infeção na Islândia, mas nos últimos tempos desviou-se muito, apresentando um afastamento dessa tendência, ou seja, a infeção nos Açores propaga-se a uma velocidade bastante inferior àquela que se verifica na Islândia (ver gráfico abaixo).
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