FÉLIX RODRIGUES OS MAUS NÚMEROS DOS AÇORES

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Os Açores tiveram um número muito elevado de casos positivos de Covid-19 de ontem para hoje (12 no total e todos na ilha de São Miguel). Há ainda a registar uma morte e a existência de 2889 pessoas em vigilância ativa. Tais valores não eram previsíveis e exige-se mais do que nunca contenção em todos os movimentos. Totalizam-se agora, num total acumulado, 84 casos detetados nos Açores. São mais 8 casos do que o máximo previsto e isso significa que as pessoas não estão a cumprir escrupulosamente as indicações das autoridades.
Portugal regista hoje mais 29 mortes por Covid-19, menos duas mortes do que o esperado. Registou ainda um acréscimo de 815 novos infetados, ou seja, menos 106 do que aqueles que eram esperados.
Assim o isolamento social conseguiu evitar duas mortes e 106 infeções. Isso também significa que ainda não atingimos o pico da epidemia, pois o crescimento de ontem para hoje foi de 6,2%.
Os totais acumulados hoje no país são 13 956 infetados e 409 mortes.
Relativamente à curva epidemiológica do SARS-CoV-2 em Portugal, há quem considere que se atinge “um equilíbrio” quando o número reprodutivo Rt se situa abaixo de 1. Isso representa o número médio de casos secundários por nova infeção. O Rt português estava ontem nos 0,95 e iniciou-se no início da epidemia portuguesas nos 5,1. Esse número esteve sempre a decrescer.
Se admitirmos que temos 13 956 pessoas infetadas e 104 886 pessoas suspeitas, percebe-se de imediato o efeito de bomba relógio num novo pico, que tais números representam, especialmente se os suspeitos não cumprirem quarentena.
Não podemos baixar as armas do distanciamento social e isolamento social num período tão crítico como este.
Não podemos nunca esquecer que as diferentes regiões e concelhos do país não se encontram todas no mesmo estado “epidemiológico”.
Há que ter muito cuidado com os gatos pois um estudo publicado muito recentemente (2 de abril) revela que os gatos apanham o vírus e o transmitem a outros gatos. Não abandone os seus animais e não os deixe sair de casa.
A OMS volta a alertar que o uso de máscaras isoladamente, como medida de contenção/prevenção de contágio é insuficiente para garantir um nível adequado de proteção e muitas outras medidas devem ser adotadas.
Se tem dificuldades em perceber como combater a solidão durante o isolamento social, pergunte aos adolescentes pois esses sabem muito bem como fazê-lo.
Fique em casa.
O gráfico é da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública.

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