FÉLIX RODRIGUES NÃO HÁ BOAS NOTÍCIAS HOJE

Views: 0

Hoje não há muito boas notícias.
De ontem para hoje aumentaram os números de doentes com Covid-19 em Portugal, de mais 1516 pessoas. Significa isso que quem andava a atirar foguetes afirmando que tínhamos chegado ao pico da epidemia, não sabe o que é um pico nem tão pouco o que isso significa. São agora 15 472 os infetados em Portugal, mais 9,7% do que ontem, ou ainda, mais 789 do que o máximo previsto para este dia. Se antes andámos a reduzir a infeção com o confinamento social, agora vê-se claramente que noutros dias alguém andou a fazer o contrário, talvez por excesso de confiança ou muita ignorância. Os comportamentos de um dia aparecem bastante mais adiante traduzidos em infecção.
Ainda ontem nos gabamos de sermos um modelo de controlo. Será que vamos continuar a sê-lo?
São mais 26 mortes por Covid-19 no país, tendo-se atingido o total de 431 mortos.
Na mortalidade os dados são mais animadores do que na infecção, pois tivemos menos 17 mortos do que o máximo previsto para este dia. Não nos devemos esquecer que um aumento de infeção se vai traduzir daqui a dias num aumento de mortalidade e não são só “velhinhos”. Há cerca de trinta crianças em Portugal em estado crítico.
Hoje há a lamentar mais uma morte nos Açores (já anunciada ontem à tarde) mas não existem novos casos de infecção.
Sendo assim, temos no Arquipélago açoriano um comportamento “quântico”, ou seja, um crescimento descontínuo no tempo, talvez resultado de se controlarem grupos ou cadeias de transmissão porque a circulação aparenta ainda não ser comunitária.
E nesta pandemia, os sinais que nos chegam dos Estados Unidos com valas comuns em Nova Iorque, pouco diferentes, tirando os plásticos que embrulham os corpos, daquelas atabalhoadas do Irão, são muito perturbadores, até porque, num país sem sistema universal de saúde, frequentemente “ficar doente” é sinónimo de “falência económica”. Aí, os efeitos da epidemia começam a ser devastadores.
As análises filogenéticas de SARS-CoV-2 sequenciadas em pacientes humanos por uma equipa internacional já encontrou até agora três variantes distintas: A, B e C. As variantes A e C são encontradas em proporções significativas fora do Leste Asiático, nomeadamente na Europa e América, enquanto a variante B é o tipo mais comum no Leste Asiático. A variante B parece ter encontrado maior resistência imunológica ou ambiental fora da Ásia.
A imagem está publicada em Peter Forster et al. Phylogenetic network analysis of SARS-CoV-2 genomes. PNAS, published online April 8, 2020; doi: 10.1073/pnas.200499911.

Image may contain: plant, food and outdoor
Comments
Write a comment…