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Temos hoje (23/4/2020) mais 371 casos de infeção por SARS-CoV-2 em Portugal, totalizando desde o início do surto 22 353 pessoas infetadas. O número diário de infetados desceu muito de ontem para hoje (menos 38,5% dos casos). Isso corresponde a um crescimento do acumulado de cerca de 1,7%, o que é muito bom quando comparado com os crescimento da maioria dos países.
Relativamente ao esperado, temos hoje menos 7 casos relativamente ao esperado (modelo do Professor Joao Cabral) e menos 80 casos relativamente ao esperado tendo em conta a última tendência do meu modelo.
O modelo Gompertz do Professor João Cabral da Universidade dos Açores tem-se revelado uma excelente ferramenta de previsão do número de casos diários de infetados no país.Tal modelo também tem muita fiabilidade para a previsão noutros países da Europa. Parabéns colega.
No que se refere à mortalidade, são hoje mais 35 casos a adicionar aos de ontem, e que corresponde a uma subida relativamente aos valores diários dos últimos dias, mas mesmo assim, com menos 8 óbitos do que o esperado. A letalidade subiu para os 3,73%, mantendo-se muito abaixo dos valores de Itália, Espanha, Reino Unido, etc. São agora 820 os óbitos acumulados no país por Covid-19.
Ontem não houve casos nos Açores no entanto existem 1045 pessoas que aguardam resultados de análises. Sabe-se que algumas dessas análises realizadas a guardas prisionais e funcionários da “Cadeia” de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, já originaram resultados negativos.
Se analisarmos a variabilidade da mortalidade portuguesa nos últimos 10 anos, onde não houve evolução da população portuguesa (excepto o envelhecimento), verificamos que a partir de 18 de março deste ano até à atualidade, a curva da mortalidade (linha a azul) tem tido um comportamento numérico com um número de casos superior à média da última década.
Atingiu-se nesse período (a 4 de março de 2020) um novo máximo relativo de 421 mortes. O máximo de mortes diárias da última década no período em análise, foi de 389 pessoas, pelo que se tem a mais do que era esperado 32 óbitos. Desses 32 óbitos a mais, 29 são explicados por infeção por SARS-CoV-2, restando apenas 3 que não tem explicação nessa doença mas que podem ser muito bem explicados por mortes por Covid-19 que ocorreram em casa, sem diagnóstico.
À falta de melhor explicação, há que admitir que as oscilações da curva (azul) da mortalidade no período em apreço se devem a Covid-19 e como tal, não podemos dizer que esses dados são ruído estatístico como alguns defendem. Assumindo que essa proporção se mantém constante no período em análise, pode-se afirmar que o aumento da mortalidade em Portugal pela Covid-19 é de cerca de 6%.
É também evidente que a mortalidade está desfasada no tempo da infecção, e isso, é óbvio, pois dificilmente alguém morre no exato dia em que contrai a doença.
Tal como tinha referido anteriormente, a possibilidade de virmos a ser monitorizados via telemóveis, após a reabertura da economia, é cada vez mais real. O Primeiro Ministro português acaba de assumir publicamente essa hipótese prevendo conceder autorização à Direção Geral de Saúde para o fazer.
