félix rodrigues analisa mapas de dia 10abr

Views: 0

A velocidade de infeção por SARS-CoV-2 diminuiu de ontem para hoje, apesar do número de infetados ter aumentado para um total acumulado de 15987 pessoas. Tivemos de ontem para hoje apenas mais 515 casos de novas infeções, um grande decrescimento relativamente a ontem (1516 novos infectados).
Essas variações abruptas estão claramente associadas a infecções que ocorrem em “ambientes com maior concentração de pessoas”, como lares da terceira idade ou hospitais e não resultam propriamente de infecção comunitária nas ruas. Por outro lado há aqui um efeito de “acumulação de dados” com a aproximação de feriados e fins de semana, pelo que os dados da DGS têm claros desfasamentos diários que enviesam as tendências.
Ontem parecia que estavamos a caminhar para uma nova tendência (linha a preto) que se afastava da melhor tendência que até agora tínhamos tido (linha a amarelo). Quanto mais à direita da linha amarela ficarmos mais facilmente chegaremos à pior situação epidémica, para que a partir daí, possamos fazer o caminho inverso, ou seja, descer lentamente essa curva sem que se originem novas vagas de infeção.
Descemos o número de casos esperados de ontem para hoje em 33,9%, o que significa que estamos a voltar à tendência antiga, ou seja, perdemos com esse revés, cerca de quatro dias de batalha. Isso não é o pico, nem tão pouco tem a ver com maior ou menor intensidade de análises.
De ontem para hoje morreram mais 35 pessoas por Covid-19 em Portugal, pelo que se conseguiu evitar, pelo confinamento social a morte de apenas 4 pessoas. Isso é claramente um handicap da nossa batalha conjunta, pois não estamos a proteger devidamente os nossos mais vulneráveis.
Nos Açores registaram-se ontem ao fim da tarde mais duas mortes e uma infeção, mas hoje, não existem nem novas mortes nem novos infectados. Também aqui, a subida abrupta de casos que se verificou no arquipélago de 8/4 para 10/4, resultou da entrada do vírus num lar de idosos no Nordeste, ilha de São Miguel.
Os problemas de saúde provocados pela doença não são apenas problemas pulmonares. O vírus também ataca o coração e provoca ataque cardíaco. Assim justifica-se a razão pela qual as pessoas com problemas cardiovasculares fazem parte do grupo de risco (Resultados apresentados na Scientific American de ontem). Isso obriga-nos a repensar decisões sobre as causas de morte, se se regista ou não uma morte por Covid-19 como sendo provocada por essa doença ou se provocada por paragem cardio-respiratória. Esses pequenos pormenores são fundamentais para percebermos os efeitos da doença mas também para se procurar o correto tratamento.

No photo description available.
Comments
Write a comment…