excertto do prefácio de Vamberto freitas aum próximo ChrónicAçores

A escrita de Chrys Chrystello, neste livro, é mais uma sequência de memórias do que “crónicas”. O segredo está nos detalhes que incluem História, acontecimentos, nomes, datas, tudo num tom de linguagem muito pessoal que nos agarra de página em página, que nos apresenta a mundos conhecidos e desconhecidos, que contextualiza uma vida singular no meio das mais diferentes – por vezes, divergentes – culturas, línguas e modo de estar e ser que nos parecem estranhos, quando depressa nos damos conta da tragicomédia que a vida em toda a parte. Este estilo literário não é nada comum entre nós, preferimos o mexerico e maldizer do café ou das tertúlias exclusivistas que sempre proliferaram entre nós. Direi do autor o que uma vez um grande amigo residente no Canadá me disse: és um crítico americano que escreve em língua portuguesa.

 

Com Chrys Chrystello tenha, esta afinidade, sem nunca ser declarada: um passado anglo-saxónico que nos transformou para sempre a nossa identidade e visão do mundo, e isto sem nunca abjurar as nossas origens multisseculares e que nada ficam a dever aos nossos outros mundos íntimos e significantes do nosso ser como cidadãos do mundo. Só os provincianos estranham estas experiência entre os mais diversos povos e presença, ora conhecida, ora desconhecida, no mundo.