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Regulus regulus sanctae-mariae Vaurie, 1954 é uma subespécie de estrelinha, conhecida pelo nome comum de estrelinha-de-santa-maria, endémica na ilha de Santa Maria, nos Açores.2 3 A ave é a mais pequena do género Regulus, sendo residente não-migratória na zona do Pico Alto na região central da ilha.4 A subespécie aparente ser radiação evolutiva recente da população do oeste da Europa.5
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Descrição e habitat [editar]
É uma espécie discreta, que se movimenta na copa das árvores, o que torna a sua observação bastante difícil. Com um comprimento de apenas 8 a 9 cm e uma envergadura de 13 a 15 cm, é tão leve que pesa menos de 5 gramas (quatro ou cinco vezes menos que um vulgar pardal), sendo considerada a ave mais pequena da Europa. Alimenta-se de insectos, vermes e aranhas.
A plumagem é castanha-esverdeada, as asas pretas com margens esbranquiçadas na parte superior. Apresenta coloração esbranquiçada na garganta, com o peito e o abdómen acastanhado a creme. As patas são cinza-escuro a pretas. O bico é curto, preto e fino. Os olhos são comparativamente grandes, com cor preta brilhante, contrastando fortemente com a a cor das penas circundantes. No topo da cabeça apresenta uma lista característica, de cor amarela brilhante nas fêmeas e alaranjada nos machos.6 É esta mancha amarelada no topo da cabeça que mereceu o nome de estrelinha. A subespécie mariense é a menor da espécie, de cores menos vivas e com o ventre esbranquiçado.
Os ninhos são esféricos, muito compactos, externamente de musgos, o interior com gramíneas e penas. O período de reprodução é entre Abril e Julho, com uma postura 9 a 11 ovos, brancos, sem manchas o pontos, com 12,5 mm por 10,5 mm. O período de incubação é de 15 a 17 dias, com os primeiros voos a partir dos 17 a 22 dias.
Apesar de não existir informação pormenorizada sobre a distribuição e abundância da subespécie R. r. sanctae-mariae, a nidificação ocorre preferencialmente sobre Erica azorica e ocupa preferencialmente zonas de mato misto onde esteja presente a E. azorica e o Viburnum tinus,3 pois o cedro-do-mato (Juniperus brevifolia) já quase não existe na ilha de Santa Maria.
Apesar de um recente estudo sobre as subespécies insulares de Regulus regulus,4 o estatuto taxonómico das subespécies açorianas carece de maior clarificação, já que a semelhança com o bis-bis madeirense e o longo isolamento genético que parece ter existido pode indicar especiação das populações açorianas.
Estado de conservação [editar]
Estando a população confinada à região montanhosa central da ilha de Santa Maria (ilha que na totalidade tem 97,4 km² de área), a subespécie encontra-se criticamente em perigo, satisfazendo os critérios B1ab(iii) das normas da IUCN para avaliação do estado de conservação das populações de vertebrados.7 O habitat da subespécie está limitado às encostas do Pico Alto e às zona florestadas da costa norte em torno do Barreiro da Faneca, tendo ocorrido nas últimas décadas um acentuado declínio da extensão e qualidade das áreas disponíveis para a espécie. Neste contexto, os principais factores de ameaça são a substituição da floresta nativa por mata de criptoméria, a implantação de pastagens e a rápida expansão de algumas espécies de plantas invasoras.
As outras duas subespécies de Regulus regulus que ocorrem nos Açores (R. r. inermis e R. r. azoricus) apresentam um estado de conservação que permite considerar comopouco preocupante a sobrevivência das suas populações.
Referências [editar]
- Gerald Le Grand, Preliminary Ornithological Bibliography of the Azores. Instituto Universitário dos Açores, Ponta Delgada, 1980
- Knecht, S. & Scheer, U., “Die Vogel der Azoren”. Zool. Beitr.. 22: 275-296. Bonn, 1971
- Vaurie, Charles. (1954). “Systematic notes on Palearctic birds. No. 8, Sylviinae, the genus Regulus“. American Museum Novitates, 1684.
Notas
- ↑ Vaurie, Charles. (1954). “Systematic notes on Palearctic birds. No. 8, Sylviinae, the genus Regulus“. American Museum Novitates, 1684.
- ↑ Estrelinha de Santa Maria.
- ↑ a b Bannerman, D.A. & Bannerman, W.M. (1966) Birds of the Atlantic Islands. Vol. 3 – A History of the Birds of the Azores. Oliver & Boyd. Edimburgo e Londres.
- ↑ a b Päckert, Martin; & Martens, Jochen. (2004). Song dialects on the Atlantic islands: goldcrests of the Azores (Regulus regulus azoricus, R. r. sanctae-mariae, R. r. inermis). Journal of Ornithology 145(1): 23-30.[1]
- ↑ Knecht, S. & Scheer, U., “Die Vogel der Azoren”. Zool. Beitr.. 22: 275-296. Bonn, 1971.
- ↑ Carlos Pereira, Aves dos Açores. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, 2010.
- ↑ R. r. sanctae-mariae no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.
Ligações externas [editar]
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