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PODEMOS DEVOLVER 2020? VEIO COM DEFEITO, CRÓNICA 348, 23.7.2020
Se este ano malfadado de 2020 tivesse sido fabricado pela Microsoft ainda o poderíamos devolver dizendo que veio com vírus, e pode ser que nos dessem um reembolso ou nos mandassem um novo em folha, a funcionar bem. Infelizmente não foi fabricado pela Microsoft e desconhecemos o fabricante, pelo que teremos de suportar este assassino invisível que nos tolhe a saúde e a vida e mudou para sempre o quotidiano e a economia global. Para quem trabalha neste ciclo vicioso da escravatura em que a economia se tornou, ter férias representa o ópio das massas que tentam carregar baterias e recuperar forças, mas mesmo isso, este ano, está reduzido a uma ínfima proporção, pois a grande maioria das pessoas, com saúde, não terá fundos para veranear.
E um vírus que não respeita calor, frio, verão ou inverno, seja ou não manufaturado, estará connosco por mais tempo do que queremos admitir, levando milhares de pessoas, deixando sequelas em tantas outras, retirando liberdades fundamentais que os governos aproveitam para implementarem agendas de controlo de massas, como já é visível na maior parte dos países. O mundo nunca mais será o mesmo, e que conhecíamos desde que nascemos, há uma nova realidade, uma nova ordem mundial, cheia de incógnitas e maus augúrios. Aqui nos Açores, onde tudo demora mais tempo a chegar ainda não nos apercebemos do que aí vem, muito menos da enorme fatura a pagar enquanto desviamos recursos para o Covid e sacrificamos doentes de outras patologias, como foi bem visível nestes meses, com clínicas fechadas, médicos a abandonarem os doentes, hospitais sem resposta que não fosse a de controlar a pandemia.
Resta-me esperar ter saúde para não engrossar o número dos danos colaterais do COVID-19 e tentar ajustar-me a uma nova realidade que abomino Não há almoços grátis e os milhões com que hoje nos acenam, terão de ser pagos, à custa de salários, desemprego, cortes e mais cortes num mundo que, carneirentamente, aceitará esta pandemia de medo que se instalou, por entre revoluções de politicamente correto que vão da linguagem ao abate de estátuas, à consternação por animais mortos em incêndios e impassibilidade pelos velhos que morrem em asilos ou deixados a morrer em nome desta e doutras pandemias. Com as vacinas, virão apps para os telemóveis nos controlarem (como acontece na RP da China, entre outros), virá o fim do dinheiro vivo e proliferarão moedas virtuais (bitcoins e outros) e os maiores pesadelos de “O triunfo dos porcos” e de “1984” serão uma brincadeira comparada com o que nos espera.