ELEIÇÕES HOJE

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Argumentos apresentados e escalpelizados, debates e entrevistas arrumadas, as cartas estão em cima da mesa e cabe agora a cada um de nós escolher quem queremos que nos represente no parlamento nacional e, em última análise, quem achamos melhor preparado ou preparada para liderar um novo governo da República.
As televisões e rádios já estão no terreno a acompanhar a votação dos principais protagonistas que dirão palavras de circunstância, os jornais têm as equipas prontas para contar tudo o que se passar ao longo do dia, primeiro através dos seus sites, amanhã nas suas edições em papel. O frenesim é grande, maior, aparentemente, do que em anteriores eleições. Empiricamente reina a ideia de que os portugueses se entusiasmaram mais com estas eleições do que em 2019, as audiências televisivas e a discussão pública da “coisa eleitoral” assim o parecem comprovar. Oxalá!
De um lado ao outro do espetro político os candidatos percebem que por um voto se ganha, por um voto se perde e os eleitores também deveriam ter essa perceção. O voto de cada um de nós pode ajudar a fazer a diferença. Optar por não votar, sem justificação plausível, é entregar nas mãos de terceiros decisões potencialmente impactantes na vida de todos, inclusive dos não-votantes.
Manda a lei que no dia anterior às eleições o país entre em regime de silêncio, de reflexão profunda, de introspeção sensorial, para que no dia de votar não tenhamos réstia de dúvida sobre quem votar. Curiosamente, há precisamente uma semana, teve lugar o chamado “voto antecipado”. Para esses portugueses não houve direito a reflexão, ao silêncio, à introspeção. Ou seja, dois pesos e duas medidas resultantes de uma imposição legal caduca. Num dia vota-se sem interrupção da campanha em curso, uma semana depois votamos precedido de um “sábado silencioso”. Alguém consegue explicar esta dualidade de critérios? Os votos do dia 23 valem menos do que os do dia 30?
Já é tempo de modernizarmos as regras eleitorais, a começar pela abolição do dia de reflexão e passando pela discussão de novas formas de votar. Aí sim, talvez a abstenção comece a perder força. Até lá, resta pedir aos portugueses que votem, que votem sempre e não deixem nas mãos dos outros a decisão de quem nos vai governar.
(Paulo Simões – Açoriano Oriental de 30/01/2022)
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