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esta e anteriores em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html
Crónica 319 do vírus ao turismo 27.2.20
O COVID-19 (corona vírus que começa ser designado como SARS-CoV2) continua a sua marcha pelo mundo, acompanhado de uma dose maciça de intoxicação televisiva, raramente citando que só na Europa morrem todos os anos cerca de 60 mil pessoas com a gripe normal (500 mil pessoas por ano no mundo).
pânico e medo provocado pelas fake news faz com que o COVID-19 seja quase o fim do mundo (em Portugal andam todos desejosos de terem um infetado, acham que estão a perder …), mas visto bem, todos os dias morrem mais pessoas por outros vírus. Em média, há mais de 400 mortes por pneumonia em Portugal na população adulta, todos os meses (são 16 mortes por dia). E já matou 40 por dia… no ano passado. Se fosse assim tão simples e desprovido de pânico, não se justificaria a construção de hospitais em dias, com milhares de camas.
A memória das pessoas é curta … esqueceram as últimas pandemias, em que morreram cerca de 100 milhões (gripe espanhola H1N1 conhecida como a “pneumónica” em 1918 de 20 a 40 milhões de mortes; 1957 gripe asiática mais de um milhão de pessoas; 1968 a gripe de Hong Kong H3N2 cerca de um milhão; a gripe aviária apenas vitimou 387 pessoas em 1997 Hong Kong; a SIDA matou 25 milhões em 25 anos; a SARS-CoV em 2003 matou 774 pessoas, a doença das vacas loucas em 2007, e houve ainda outras como a gripe suína em 2009…e na gripe H1N1 entre 2009 e 2012 morreram 300 mil pessoas)
A ministra da saúde nacional e a sua congénere açoriana não se cansam de nos descansar a dizer que o país e a região estão prontos para lidar com a situação.
Acho sobranceiras estas declarações, no caso de a doença se tornar numa pandemia, como pode acontecer (se é que não aconteceu já, embora não oficialmente declarada pela OMS).
O vírus, nesta fase terminal da globalização chegará, mais cedo ou mais tarde, com mais ou menos vítimas. Nunca saberemos ao certo quanto morreram na China, os outros países, uns mais do que outros, poderão revelar os dados reais ou não, para evitar o alarme social que isso implica.
Tem sido propagada a ideia de uma baixa taxa de mortalidade para este surto desta variante 80 mil infetados e 3 mil mortos, mas se considerarmos como reais os números apresentados vemos que a percentagem de mortes em relação às curas quase atinge 10%.
Para além das vacinas que irão surgir a breve trecho criando uma corrida desenfreada e o enriquecimento das farmacêuticas (uma indústria de 35 biliões de dólares liderada por quatro firmas: a britânica GlaxoSmithKline, a francesa Sanofi, e as norte-americanas Merck e Pfizer) que as coloquem no mercado, há várias consequências da propagação da doença: um enorme abrandamento da atividade económica, a subida do custo de vida (pois cada vez menos se importará da China, que detém o monopólio de produtos baratos), o abrandamento dos movimentos estudantis em vários países (com enormes perdas para as universidades de acolhimento), um eventual cancelamento do Euro e Jogos Olímpicos entre outros intercâmbios desportivos mundiais, (em dois dias a bolsa de valores S&P perdeu 1,7 triliões de dólares), a redução drástica de viagens e consequentemente do turismo que alimenta as economias de Portugal e dos Açores.
Será neste contexto que o corona vírus causará mais danos, caso a sua mortalidade seja semelhante ao da vulgar gripe “influenza”, e aí senhora ministra e senhora secretária regional da saúde, nem o país nem os Açores estão preparados. É o mal das monoculturas ou neste caso a dependência extrema numa só componente de crescimento económico.
Não tenho soluções nem respostas, e muito menos preparação, para sugerir seja o que for e embora seja contra a teoria vigente de impor o medo às populações mundiais (populações amedrontadas são mais facilmente manipuladas) e de embarcar em alarmismos prematuros, creio que nos devemos preparar para mais uma enorme crise económica global e, quem sabe, se não implicará o fim desta fase da economia global que aumentou a interdependência de todos os países (ou quase), enquanto aumentava o fosso entre os que têm e os destituídos.
Daqui a semanas poderemos avaliar melhor o impacto desta crise