DE… “BRADAR AOS CÉUS” J F VENTURA

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DE… “BRADAR AOS CÉUS”

Embora possa não parecer, o título, (que destacaremos no último parágrafo do presente) tem afinidade ao prometido no final do nosso último artigo sobre a entrevista do escritor João de Melo (…) “da subsistência política, económico-financeira de uns Açores Independentes, (…) viremos no próximo artigo, dizer o que pensamos do mesmo”.

Procuraremos fazê-lo: (…) do catedrático José Filipe Pinto dos ativos que Portugal ainda tem “A língua, o Mar e os Açores” e do Documento Preliminar de Costa e Silva, na sua afirmação de “os Açores são a oportunidade se ouro”

Refere o Dr. João de Melo na parte final da sua entrevista que como acima referimos, nos pronunciamos na semana passada, que os próprios independentistas ou separatistas como prefere apelidar os nacionalistas açorianos, não acreditavam na viabilidade dos Açores como país independente. Baseia-se no despovoamento das Ilhas através de uma maciça emigração, o abandono da agricultura e a conversão dos campos em pastagem, referindo inclusivamente em termo que pensamos depreciativo que hoje há nos Açores mais vacas do que pessoas e que, a nossa economia é meramente de subsistência e de importação. É este o quadro que o escritor apresenta na sua entrevista que, não sendo uma narração histórica, é uma “ficção” alternativa à “odisseia” de um Povo que o começou a sê-lo há quase 600 anos. Afirma à data de 1975 serem os políticos da FLA (tratando-os de fundamentalistas) se fiavam na situação geoestratégica dos Açores e na soberania do seu Mar (gosto de o escrever com maiúscula pois é tal a sua grandeza) para futuras negociações internacionais. Não é, o que Portugal tem feito em prol dos seus “cofres” teimosamente afirmando a “continuidade territorial” quando nos separa entre o Portugal dito de Continental e os Açores 1725 kms. (cujo tempo de viagem estimado em viagem auto levaria 1 dia, 1 hora e 45 min.)? Com o que recebe da FLAD? O que recebeu e, continua a receber dos EUA, pela utilização da base aérea das Lajes que, em conformidade com as declarações do Embaixador daquele País aquando do 225º aniversário do consulado americano nos Açores o mais antigo instalado no mundo, afirmava que nunca abandonarão este “território”?

Infelizmente “dói” ler ou ouvir que o sistema, ou o dito regime autonómico levou alguns dos então independentistas a desertar. Uns por que alcançaram o poder e outros porque aliados a estes atingiram objetivos pessoais por vezes inconfessáveis. Só têm um nome o de “traidores” são conhecidos e um dia a História também falará deles.

Para aqueles que pregam que os Açores nunca poderão ser independentes porque somos pobres e morreríamos à fome, só nos resta mencionar as afirmações de ontem e de hoje feitas por insignes professores catedráticos, doutores e economistas credenciados que falam do “Ativo” que Portugal ainda tem.

Em 2012 – A “Língua, o Mar e os Açores” são ainda o capital ativo de Portugal. Di-lo o professor José Filipe Pinto, em entrevista sobre o seu livro “Lisboa, os Açores e a América: Jogos de Poder ou Rapina de Soberania?’, Diz ainda na sua entrevista, o especialista em relações internacionais, referindo-se à situação atual da Base das Lages que Portugal não precisa de mendigar nada aos Estados Unidos, afirmando: “O valor da Base das Lajes é demasiado elevado para Portugal mendigar o que quer que seja junto dos Estados Unidos” continuando “Ou as contrapartidas são suficientes, ou Portugal deve explorar o interesse de outros países nos Açores

Mais recente e, na Visão estratégica para o plano de recuperação económica e social de Portugal 2020-2030 Documento Preliminar de António Costa e Silva, a sua afirmação de “os Açores são a oportunidade se ouro” diz tudo o que tememos. O saque que há muito vimos a denunciar do que mais “sagrado” como diz o povo, temos de nós do Povo açoriano o nosso MAR.

Leia-se (…) O país deve criar uma grande Universidade do Atlântico e um centro de previsão do clima, atraindo parceiros internacionais para os Açores, que é um dos melhores sítios do mundo para estudar a interação entre o oceano e a atmosfera, a terra e o ar, e esse conhecimento é valioso porque pode prevenir e mitigar a ocorrência de fenómenos climáticos extremos, quando as mudanças estruturais de combate às alterações climáticas e o avanço na descarbonização da economia ainda não estão a surtir efeito (…). (interessante o Embaixador dos EUA George E. Glass, na sua entrevista à (suposta) RTP-Açores, frisou precisamente o mesmo numa pergunta feita pela jornalista quanto ao interesse da América na economia açoriana e como podiam os Açores impulsionar ainda mais a sua economia. (Recomenda-se a visualização desta entrevista feita no dia 7 do corrente mês)

No Plano de Salvação “nacional” de Portugal, 2020/2030Para os Açores a toda a força… marchar… marchar”

E não fosse de bradar aos céus, eis que é votada na Assembleia da República a tão malfadada que não a (CEVERA) mas sim a Lei do MAR ( o processo de revisão da lei de bases do ordenamento e da gestão do espaço marítimo nacional partida de numa iniciativa da Assembleia Legislativa Regional dos Açores) e, que se encontrava em” banho maria”

Sem dúvida…. Só é cego quem não quer ver! Da votação da mesma muito se diz. Dos a “favor”, dos “abstencionistas” e, dos do “não”, só estes últimos temos a certeza do seu voto. Dos outros, dúvidas nos deixam “muita tinta” ainda há de correr. Muita dúvida existe acerca do “porquê” da sua atitude. Cedo houve que atirou foguetes… a procissão ainda vais no ar. Todos os que procuram saber do nosso Mar, sabem que o grande potencial do mesmo está para além das famigeradas 200 milhas.

O “Apelo” a modos de mão estendida de Vasco Cordeiro a Marcelo Rebelo de Sousa para que não “Vete” a dita cuja, não lhe fica nada bem. Até porque o Presidente da República Portuguesa também é dos que diz que a Constituição está bem de saúde e não é altura de ser alterada. Diz que o estado é unitário e também defende a continuidade territorial.

Se nos cansarmos… aprendamos a descansar e nunca a desistir… “Açores Sempre”

José Ventura

2020-08-01