Das Sete Cidades às belezas das Furnas, passando pela Ribeira Grande Mais um capítulo das deambulações de Edgar L. Wakeman pelos Açores,

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Das Sete Cidades às belezas das Furnas, passando pela Ribeira Grande
Mais um capítulo das deambulações de Edgar L. Wakeman pelos Açores, em 1889. Este relata uma excursão às Furnas, partindo do acampamento dos carvoeiros nos altos das Sete Cidades, e passando pela Ribeira Grande. A descrição é muito bonita e poética, e escrita com frases tão longas que ocasionalmente tive de as partir, de modo a facilitar a leitura. Espero que gostem.
Cá vai a tradução do capítulo, a que chamei «Excursão às Furnas»:
Capítulo 4
Excursão às Furnas
Furnas, São Miguel, Açores, 5 de Novembro de 1889. — Fomos recebidos com grandes manifestações de deleite pelos carvoeiros de cujos antepassados a hospitalidade se tinha revelado tão reconfortante para o Rip van Winkle açoriano, Dobrado Madraço, que ainda hoje ele não acordou do seu sono de dois séculos. Os nossos burros foram amarrados e tratados. Água para lavagens foi trazida, em enormes cântaros, de uma fresca represa [«represado», no original; presume-se que uma represa]. Vinho barato, aguardente e tabaco em extraordinárias quantidades foram fornecidos. Rapazes e meninas estranhos, de olhos grandes e seminus, para cujas consciências simples os estrangeiros eram como maravilha e sonho, reuniram-se à nossa volta, olharam, espantaram-se e, com explosões cristalinas de riso, fugiram em direcção às suas mães ou aos bosques para se recomporem. Um jantar de tais proporções, variedade e grotesco foi fornecido como nunca antes saudou olhos de homem civilizado. Despois, durante a longa noite, estes meio selvagens homens e mulheres queimadores de carvão das montanhas — as mulheres ágeis, formosas e musculosas desenterrando para a ocasião muitos enfeites e adornos de recantos inesperados de choupanas antigas e sombrias — dançaram connosco e para nós sobre um surrento chão, polido pelo uso, tão hilariantes sapateados, tão exóticos bailes e tão grotescos fandangos, que nenhuma pena fervorosa poderia descrever, nem nenhum indulgente moralista se disporia a aprovar. Era de facto uma cena cigana, faltando apenas as tendas de capuz e as carroças agrupadas em círculo. Aqui e ali as fogueiras de carvão ardiam como ardem as fogueiras dos ciganos, nós de criptoméria ardiam e tremeluziam no topo de enormes varas ou sobre candeias presas a árvores sobranceiras; vintenas de formas morenas giravam à meia luz e nas sombras; e as estrelas brilhantes, pulsando nos seus fogos semi-tropicais, tremeluziam acima através das estranhas plumas escuras da luxuriante verdura.
Partimos do acampamento dos carvoeiros muito cedo na manhã seguinte. Ao descermos as montanhas em direção à costa, desviámo-nos durante algum tempo do nosso caminho, o que nos proporcionou uma agradável experiência de floresta profunda. De repente, encontrámo-nos numa densa floresta de criptomérias quebrada aqui e ali por saliências abruptas de rocha de lava ao longo de cujos lados e sobre cujas alturas uma riqueza indescritível de fetos corria em bancos de plumas ondulantes. Nas bases e dos lados de cada massa de rocha, inúmeras fontes naturais ondulavam e jorravam, e, destas, pequenos riachos saltavam e cantavam, com surpreendente melodia, em direcção aos vales abaixo. Até onde penetrámos, a cobertura da terra por baixo das criptomérias era como um tapete de púrpura aveludado. Os cascos dos nossos burros mal se ouviam. Para cima, para cima, para cima, 30, 50, às vezes 80 pés, rectos como flechas, disparavam os troncos castanho-avermelhados das criptomérias. Os arcos entrelaçavam-se e a verdura crescia tão densamente que o céu se ocultava. De vez em quando, naquela alta renda de ramos e sombras, pequenos salpicos de luz açafroada pareciam flutuar tremulamente. Nesta renda, para nosso deleite, que orquestras de pássaros davam as boas-vindas ao radiante dia! Inúmeros dos famosos canários verdes e dos quase tão maravilhosos melros açorianos, cantores, rivalizavam cantando os seus madrigais. E o mais notável de tudo isto era a aparente regularidade de alternância nas suas maravilhosas melodias. Durante algum tempo, os melros tudo possuiam. A seguir, apenas se ouviam as notas dos canários. Depois, como se para se tentarem superar entre si ou aos verdadeiramente orquestrais efeitos dos riachos abaixo, misturavam ambos os seus estridentes agudos e suaves contraltos num diapasão sustentado e arrebatador de canção em voz de pássaro. O velho Manuel, o guia, observou o meu encantamento durante algum tempo em digno silêncio e, finalmente, com um grave aceno da cabeça, observou:
— Ah, sim, tal como as mulheres, belas à vista ou ao ouvido, mas tristes pragas, às vezes. Quando cantam tão docemente, nós ilhéus sabemos que é porque as suas colheitas estão cheias e as nossas provisões nos campos foram devastadas. Nessas alturas, o nosso Governo dá 20 réis por cada dúzia de bicos de canário ou melro. Se o Mateito e eu pudéssemos levar a Ponta Delgada os bicos de todos os que agora cantam lá em cima, cada um de nós poderia tornar-se dono de uma quinta, tal como os ricos da cidade!
O Mateito ficou tão excitado com esta visão repentina de riqueza que começou a fustigar os nossos burros, fazendo-o de uma forma tão feroz que os animais, por iniciativa própria, regressaram ao caminho do qual nos tínhamos desviado. Durante toda a descida em direcção às povoações costeiras do norte manteve-se um ritmo tão rápido que, quando chegámos à bela vila da Ribeira Grande, demos por muito bem-vindo um breve descanso numa velha estalagem pitoresca. O proprietário era um conhecido do Manuel, o que levou a que nos fossem servidas tais provisões de comida e tais garrafões de vinho nativo, que nos criaram noções maravilhosas acerca dos recursos da natureza e dos cozinheiros açorianos. O gordo e velho estalajadeiro não permitia que nenhuma mão que não a sua preparasse a comida. Assim, sentámo-nos e conversámos, esperando esfomeados na cozinha fumarenta. Finalmente serviram- nos aves grelhadas, pão de milho, batatas-doces assadas, manteiga e leite dos mais doces, um queijo nativo picante, como o Brie dos franceses, tudo realmente delicioso, bem como o café mais preto e repugnante que alguma vez se provou fora da cabina suja de um veleiro americano. O proprietário ficou a nosso lado enquanto comíamos, ora servindo-nos, num ridículo alerta, os diferentes artigos de comida, ora limpando, com o seu grande avental de linho, o fumo e a transpiração do seu rosto afogueado, ora de novo bebendo à nossa saúde e a «uma viagem protegida pelos céus», numa exuberância de hospitalidade, servindo-se do vinho por nós próprios comprado. Depois, o personagem ponderoso e pançudo correu durante uma boa milha ao longo das ruas da Ribeira Grande, ao lado dos nossos burros, soprando orações e súplicas pela nossa segurança. Não desistiu sem que os subúrbios fossem alcançados e já não conseguisse chamar a atenção de mais nenhum dos seus bons conterrâneos para a importância dos hóspedes que havia recebido naquele dia. Quando nos voltámos e começámos a subir o caminho da montanha, o nosso último vislumbre do curioso Bonifácio deparou-se com ele sentado, a resfolegar, à beira de uma agradável fonte, presa das atenções dos muleteiros jocosos, enquanto abanava o seu rosto vermelho e rubicundo com o majestoso avental de linho com que nos havia servido.
A nossa sorte quanto a hospitalidades de estrada foi naquela noite menos untuosa. Não conseguindo atingir as Furnas e o seu encantador vale, a nossa ânsia por alojamento foi finalmente aliviada quando os nossos sábios burros subitamente aguçaram as orelhas e, sem consideração por nós, se lançaram a grande velocidade e não abrandaram senão quando chegámos ao lado de uma solitária estalagem de beira de estrada. Fomos alegremente recebidos por um sujeito corpulento, de aspecto rude, armado e equipado como que para a guerra. A estrutura era um edifício de pedra comprido, baixo e de um só piso, pintado de um amarelo curioso, com um alpendre de metade do seu tamanho sob o qual havia bebedouros e baias abertas para animais. O interior era simplesmente uma grande divisão, escurecida e encardida com a imundície de gerações. Meia dúzia de pesadas mesas de madeira espalhavam-se por aqui e por ali, ladeadas por bancos corridos, grandes como mamutes, e por algumas pedras talhadas na forma de assentos. Uma tábua robusta, atrás da qual havia garrafas com os licores açorianos mais vis, constituía o balcão, numa de cujas extremidades se encontrava uma pele completa de javali plena de vinho, a sua boca aberta sugerindo todos os tipos de ferozes possibilidades. Ao longo dos baixos caibros havia inúmeras cavilhas das quais pendiam entrançados de inomináveis e pungentes vegetais, réstias de cebolas, pedaços de presunto e tiras de tassalho [assim, no original; i.e., toucinho ou carne seca]. Após várias horas de espera, um jantar — preparado pela mulher do estalajadeiro sobre um fogareiro a carvão à volta do qual ela parecia estar em permanente e estridente confronto com uma colecção de cabras, cães, galos de combate e crianças seminuas — foi servido. Consistia num ensopado misto açoriano ou «composto de várias viandas» — carne, sêmola, vegetais e peixe — que nos alegrámos a comer com ajuda de garfos e colheres de chifre. Não nos deram nenhuma dica sobre onde iríamos dormir; por isso, perto da meia-noite, o Manuel e o Mateito procuraram e lutaram até conseguirem que uma porção de queiró fosse cedida e colocada sobre os bancos agrupados. Com isto, e as nossas selas, bornais, cangalhas e algumas esteiras de junco, desafiámos durante o resto da noite, em sono leve e pacífico, cabras, galinhas e pulgas.
Não havia razão para nos demorarmos na velha e solitária estalagem de montanha, por isso escapámos da sobrelotada cabana antes do amanhecer. Um passeio rápido por uma estrada agradável, com aglomerados de choupanas de camponeses a brilhar aqui e ali ao longo dos pequenos vales ou das bonitas encostas nas terras altas, com de vez em quando um momento de pausa em fontes à beira da estrada ou em pontes com arcos de pedra onde cascatas em espuma corriam através de encantadoras grotas até ao oceano invisível abaixo, levou-nos ao planalto superior de uma cordilheira circular com quase 3.000 pés de altura. O sol varria o limite oriental destas nobres elevações quando, de repente, ao darmos a volta ao pico agudo de uma colina rochosa que se debruçava sobre a estrada, o grande ciclorama circular do famoso Vale das Furnas se abriu por completo diante de nós.
[Um ciclorama é uma «pintura de grandes dimensões feita em superfície côncava ou circular, de tal modo que, a uma distância calculada, cria no observador a ilusão ótica de perspetiva natural». – Infopédia, Porto Editora]
Do alto onde nos encontrávamos, o vale parecia ser oval, com seis a nove milhas de comprimento e duas a quatro de largura. As montanhas que o rodeiam elevam-se entre os 2 000 e os 8 000 pés acima do nível do mar. As suas bordas serrilhadas são interrompidas aqui e ali por vales menores de maravilhosa simetria, por cortes naturais na lava por onde serpenteiam estradas que rivalizam com as romanas de outrora, por gargantas e desfiladeiros precipitosos salpicados de cascatas veladas de névoa, e por depressões e cavidades onde, da nossa altitude, podíamos vislumbrar reflexos das superfícies reluzentes de lagos silenciosos e de lagoas sombrias. Inúmeras ribeiras, como linhas sinuosas de pérolas, misturam-se, cruzam-se, separam-se e serpenteiam caprichosamente ao longo dos níveis mais baixos. As alturas púrpuras de queiró fundem-se nas massas de verde onde criptomérias se erguem, densas, passando a um verde mais escuro sobre os aglomerados de loureiros, e desvanecendo-se em azul, dourado ou púrpura consoante a luz e a sombra brincam sobre os líquenes entretecidos das encostas mais selvagens e íngremes. De onde estávamos, contávamos meia centena de choupanas de camponeses e o seu dobro em caminhos de cabras, quais delicadas fitas cor-de-rosa. Canadas, entre velhos muros azuis ou cinzentos meio encobertos sob massas de videiras, entrelaçavam todo o vale e as encostas das montanhas, ou perdiam-se nos tons azuis dos vales altos, até toda a superfície da cena parecer traçada e entretecida como as linhas de um diminuto mapa de um qualquer populoso continente.
Lá em baixo, lá bem em baixo, estavam as paredes brancas, os telhados vermelhos, a singular cúpula de igreja e as longas e tortuosas ruas da mais pitoresca das antigas povoações dos Açores. Passando por nós na estrada onde estávamos, escorrendo das montanhas à nossa direita e à nossa esquerda, e pelos declives dos vales opostos, vinham pequenos rebanhos de cabras, brancas como leite. De cada uma delas pendia um pequeno chocalho com um diferente tom. As cabradas iam levadas para a ordenha diária na povoação. Cabreiros descalços, atrás, tocavam as suas agudas flautas. Dos arvoredos e dos bardos, os melros e os canários, como que inflamados por uma rivalidade exaltada, superavam-se lançando erupções de canto — centenas e centenas de cristalinos sinos, vintenas e vintenas de alegres flautas, milhares e milhares de vozes de pássaros, misturando-se, ressoando, crescendo na melodia mais estranha, mais doce e contudo mais tremulamente terna que ouvidos humanos jamais ouviram! E, no entanto, é assim que o amanhecer é anunciado todos os dias do ano neste prodigioso vale das Furnas.
Até agora, o vale silencioso dormia. Mas veja-se a resposta pitoresca a esta maravilhosa canção matinal. Emergindo das vielas sombrias do sereno aglomerado aos nossos pés, das quintas ou das vilas dos domínios opulentos das suaves encostas mais próximas, ou, perto e longe, de bonitas camarazinhas [assim, em português, no original] envoltas em arqueadas videiras ou árvores, surgem, quais vestais indo servir perante a sacerdotisa do dia, uma centena de donzelas das Furnas. Cada uma delas chilreia ou entoa a sua cantiga [em português no original] preferida e traz, sobre a cabeça formosa, um cântaro vermelho vivo. As suas saias são azuis, o seu corpete é branco, ou rosa, ou amarelo. Os seus pés, e os seus braços e a sua cabeça estão descobertos. A sua figura é helénica. Os seus olhos são profundos e lânguidos, mas líquidos de luz. O sol, acolá, passando acima do vetusto Pico da Vara, nunca pintou um vermelhão como o que tinge as suas faces, nem um carmesim como o que se abre entre os seus reluzentes dentes. Assim, cantando em resposta aos rebanhos, aos pássaros e à manhã, estas encantadoras aguadeiras calcorreiam os caminhos em direcção às fontes, entretecendo na cena idílica pedaços de som, cor e vida que nos conquistam por inteiro o coração.
Quanto tempo nos deleitámos com a cena eu não sei, mas ela tocou e emocionou até as veias túrgidas do meu velho e grisalho guia. Quebrou o silêncio com um suspiro. Depois, colocando as mãos enrugadas sobre o coração e revirando os olhos para o céu, elevou a sua voz quebrada e nasal numa canção tão melancólica que os burros, inquietos, zurraram em resposta um miserere empático:
«Este vale é minha terra,
É minha terra natal;
Mas em belezas que encerra,
No mundo não tem rival!
Esta é a canção que sai de todos os corações dos camponeses das Furnas perante o seu encantador e amado vale. Mas a fama das Furnas provém de mais do que as suas belezas. O hoje nobre vale foi outrora a cratera de um vasto vulcão. Forças ocultas revelam a sua proximidade por meio de jorros incessantes de águas termais. Em dezenas de cavidades mais baixas, em fissuras nas encostas das montanhas, em fontes e lagoas, em charcos e ao longo de riachos, há gorgolejos, fervuras, sibilos e pulsações contínuos vindos de reservatórios subterrâneos carregados de fogo. Em muitos lugares, o calor da terra impede que se caminhe sobre ela. Em alguns, os camponeses cozinham a sua comida nos caldeiros da natureza. Por toda a parte há tremores e murmúrios violentos, enquanto no interior de muitos dos géiseres os batimentos e as pancadas, como se fossem golpes de pistões de enormes motores, transmitem ao forasteiro uma sensação incontrolável do terrível.
Há centenas de anos, eremitas do continente descobriram este lugar e, através das águas medicinais, aqui realizaram milagres. Depois vieram os jesuítas. Tomaram posse de todo o vale e plantaram pomares de laranjas e campos de inhame. Quando esta ordem foi expulsa, há pouco mais de 100 anos [1759], os camponeses açorianos sucederam-lhe. Quase todos possuem as suas pequenas herdades [em português, no original]; mas há uma sonolência no lugar que reprime a energia. Vivem vidas idílicas enquanto camponeses. As suas necessidades são poucas. A terra é generosa. Todos são simples, honestos, satisfeitos. Mal conhecem a velhice. Algumas das condições que tornam isto possível — o clima, as águas termais, a beleza langorosa das imediações e a paz do local — fazem dele um lugar maravilhoso para os enfermos. Primeiro vieram alguns de Lisboa. Depois, começou a chegar a aristocracia da ilha. Finalmente, um inglês ou um americano aventureiro penetrou nas montanhas de São Miguel. E assim o mundo começou a conhecer o Vale das Furnas, e deu-lhe fama. Quando os nossos compatriotas puderem aqui chegar tão facilmente quanto chegam a Londres, muita da sua beleza tranquila desaparecerá, mas nascerá então aqui uma nova e maior Baden Baden. O clima assim o determinará. Varia entre 75° (24° C) no verão e 52° (11 C) no inverno.
Uns magníficos banhos, para onde as várias águas termais e minerais são conduzidas, foram construídos; e aqui podemos banhar-nos para sempre e de graça! Isto é a coisa mais notável dos Açores. O custo de vida é tão baixo que envergonha procurar um equivalente; tem-se verão no inverno; primavera no verão, e as delícias da vida tropical nas verduras e nas frutas do ano inteiro; enquanto aquilo que em toda a Europa do Sul tanto encanta o viajante pelo pitoresco da vida e dos costumes camponeses, não consegue superar o que a qualquer momento se pode ver e sentir a partir da nossa antiga varanda pitoresca das Furnas; pois
* «em belezas que encerra,
No mundo não tem rival!»
Publicado pelo menos em:
– 1889-12-07 – The Daily Inter Ocean, p. 11
– 1889-12-07 – The Daily New Era, p. 6
– 1889-12-07 – The Pittsburg Dispatch (2nd part), p. 9
– 1889-12-08 – The Daily Picayune, p. 18
– 1889-12-08 – The Evansville Courier, p. 1
– 1889-12-08 – The Knoxville Journal, p. 1
– 1889-12-08 – The Meriden Sunday Journal, p. 5
– 1889-12-11 – The Scranton Republican, p. 6
– 1889-12-18 – The Scranton Weekly Republican, p. 2
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