Daniel Pavão,Prémio Nobel da Economia

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Cenouras eleitorais
A política socialista, por cá e em todo o lado, baseia-se na premissa de tirar a todos via impostos diretos, indiretos e contribuições (aos quais se somam as transferências da República e da União Europeia nos Açores) de modo a que possam ser distribuídos por aqueles que poderão garantir uma maioria eleitoral. Com o dinheiro no bolso, o PS só tem de se basear no princípio de que a abstenção será elevada, em 1996 elegeu 24 deputados com 51 880 votos (45,8%) e em 2016 elegeu 30 com 43 266 (46,4%). Se a percentagem de votos é similar, o número de votantes e deputados eleitos é significativamente diferente. Tem sido mais do que suficiente deixar a maioria dos que votam, felizes e contentes com a redistribuição, com os recursos retirados a todos, principalmente aos que trabalham e se esforçam diariamente, e simplesmente ignorar a larga maioria dos que não votam. Por mais teorias que os abstencionistas possam ter sobre cadeiras vazias no parlamento ou “sinais que devam ser lidos”, a realidade mostra-nos que simplesmente não são tidos nem achados nas lógicas eleitorais.
A máquina que se elogia
A sociedade açoriana prefere acreditar no mito da máquina do partido socialista. Eu prefiro acreditar que a sociedade açoriana está errada. A matemática não engana e, pelo que se vê, nem é preciso convencer todos os abstencionistas para mudar o rumo da Região. A larga maioria dos Açorianos, cerca de 134 971 simplesmente não quiseram saber das eleições regionais de 2016. O Partido Socialista (mais uma vez) está a apostar fortemente nos números da abstenção. Se a estratégia falhar avança-se para uma geringonça à regional. Os pretendentes são muitos. Provavelmente (!?) apenas o PSD e o PPM não cortejarão a mão madrasta que lhes poderá dar acesso ao poder. E os restantes? Irão deixar-se arrastar para o abismo da bancarrota açoriana?
Que PS e que Socialistas?
Metade não tem uma profissão de registo e a outra metade nem sabe o que é uma profissão. Há quem comece a fazer as contas e conclua que não compensa ir trabalhar todos os dias e descontar para quem não o faz ou, simplesmente, vive na sombra de uns direitos e serviços que deveriam estar acessíveis a todos. Afinal, é nisso que se tem votado nos últimos ciclos eleitorais e é o que se propõem nos próximos. Numa Região pequena, pobre e desinformada como a nossa, a mão governativa tem demasiado alcance e poder, o que dificulta em demasia a alternância política. A somar a isso temos a incapacidade de pensar que é sempre possível algo maior do que a simples esmola. Levamos 24 anos de governação socialista e continuamos na cauda do desenvolvimento social e económico. A lógica de que poderíamos estar pior sobrepõe-se à logica de que poderíamos estar muito melhor. A pobreza e abandono secular nunca deram asas à ambição de querer chegar mais longe. O lema açoriano, “antes morrer livres do que em paz sujeitos”, há muito que deixou de ecoar na Região.
Nota Final
O Prémio Nobel da Economia já foi atribuído este ano e, por incrível que pareça, não premiou Sérgio Ávila. De modo a que o possam premiar no próximo ano sugiro que comecem a traduzir para sueco, e com retroativos, as crónicas diárias do GACS.
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