Views: 0
Shared with Public
memórias de um tradutor (in ChronicAçores) 83.3. AS TRADUÇÕES DO DANIEL DE SÁ
O Daniel de Sá escreveu o seguinte texto em abril 2010
… que alívio senti ao ler o que me dizes! Eu temia que os meus livros que o Chrys já traduziu, e muito bem, ficassem manchados com o nome de um Jesse James à nossa maneira modesta de ser. Afinal, o homem não é nada disso, graças a Deus. Bem bom. Ou “rebim bum”, como se diria no dialeto do micaelense que se falava na Maia. (Traduzo: “re+bem bom”, o que é muito mais que bom.). Pois se o homem até toma café, como poderia ser má criatura? Enredos de gente maldosa, isso é que é. É absolutamente inofensivo, garanto. Uma espécie de Indiana Jones em versão civilizada. Só que, em vez de crocodilos, caça línguas. Ah, e por ter refe-rido que é um excelente tradutor, chamo em meu auxílio uma opinião que vale sem dúvida muito mais que a minha. Uma senhora americana chamada Michele (que é que tem este nome de importante para ser referido? já digo) leu o livro e achou a tradução muito boa. Ela está, ou estava por Rabo de Peixe, e disse-o ao Michael Hudec, um pintor americano que ficou por cá há décadas. Foi ele que mo contou. A senhora falou-lhe de um li-vro que tinha lido e uma das coisas que referiu foi a boa tradução. Quando o Michael Hudec viu o livro (“O Pas-tor das Casas Mortas”) disse muito satisfeito:”Eu conheço-o! (Este “o” sou eu.) E essa tal Michele é a senhora que, quando era rapariga, inspirou aos Beatles a canção do mesmo nome.