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DESCULPEM LÁ…
Vamos refletir um pouco. Anda por aí tanta gente a queixar-se disto e daquilo, das vacinas e dos “chips”, DAS MÁSCARAS (com que sempre se andou…) e de não sei quantas mais coisas, mas não vejo ninguém a questionar por que razão as redes sociais condicionam a vida de tanta gente, para não dizer que há pessoas que só (já) são virtuais…
Em abono da verdade, a postura de muitas pessoas, [da minha parte é Q.B. – Quanto Basta e sinceramente basta muito pouco] sobre as redes sociais e a forma como as devem utilizar como ferramentas de trabalho, de divulgação, de atividades e por aí adiante, é de uma tal mediocridade, que “bradar aos céus” não serve rigorosamente de nada. Depois há aqueles “entendidos” que dizem perceber de tudo. Sabem tudo, dizem eles, sobre os meios de comunicação social. Só não percebo de onde lhes veio essa formação, mas enfim… Alguns já devem ter percebido que as redes sociais podem servir para muitas coisas, mas não chegam para outras…
Na verdade, eu já venho do tempo do telefone fixo que utilizava nas viagens quando parava num restaurante ou tasca para dizer onde estava e quanto tempo demorava a chegar a casa e acreditem que às vezes era um risco, por não ser possível melhor, ou por interessar que assim fosse. Mas nesses tempos conheci pessoas presencialmente, e fiz muitas amizades reais.
O telemóvel e sucedâneos foram apenas o primeiro virar de folha. Agora o digital de última geração está na moda. Pergunto-me: as pessoas também deixaram de estar na moda? É que há por aí umas almas que vivem das pessoas mas não gostam delas…achando que são do piorio, salvo quando os metais entram no bolso, aí sim, as pessoas são úteis…
Enfim, “moda é moda”. Mas a que custo? Das tecnologias não me parece, porque as tecnologias são feitas por humanos, para servir humanos, digo eu, sabendo que nem sempre é assim!
Quando, por curiosidade, ou por interesse, nos transformamos em meros ouvintes e anónimos replicadores dos milhares de canais temáticos que existem (quase 100% no YouTube, que os restantes são ilegais e a maior parte dos que dizem ter acesso a eles ou são mentirosos, ou estão mesmo no limite da legalidade) o que a maior parte de nós, que somos meros “clientes” não reflete, para perceber a qualidade de informação sobre o conteúdo desses canais, é que eles só têm um objetivo: o lucro! E cada vez que ligamos, mesmo não clicando no standard “like”, estamos a contribuir financeiramente para alimentar a retórica. Ou seja, quem pensa que a simples ligação a um vídeo no YouTube não produz lucros financeiros para alguém, ou não percebe o funcionamento do sistema, ou faz de conta que tudo isto é gratuito. O YouTube transformou-se em algo mais pernicioso do que todas as plataformas sociais: até pode proibir alguns conteúdos socialmente recrimináveis (as outras plataformas também o vão fazendo, mas o que será “socialmente recriminável”?) mas por ali circulam canais sobre os temas mais incríveis que se possa imaginar e todos eles com aquela marca imprescindível de falarem a “verdade”. A “verdade” é tão verdadeira, que poucos são os que sobrevivem sem outras publicidades associadas. Mas todos têm o mesmo denominador comum: ganhar dinheiro! E para ganhar dinheiro em canais destes, só há uma maneira, que é garantir auditório! Para garantir auditório há várias formas, de que destaco duas: expor mentiras com capa de verdade, sem nunca disponibilizar as fontes de informação, ou falar verdade com provas à vista e possibilidade da sua verificação. Os canais do imaginário, da ficção e da teoria da conspiração, contam-se às centenas, umas vezes alinhados e citando-se uns aos outros, outras vezes desalinhados, como se fossem o contraditório uns dos outros. No entanto, todos estes canais mantêm o mesmo fim: ganhar dinheiro. Aliás, desafio-vos a darem-me um só exemplo que não se enquadre no que acabo de escrever. Ou seja, um canal do YouTube que exista com objetivos verdadeiramente filantrópicos…sem que alguém pague a presença na referida plataforma…. E não me venham com aquela história de publicar vídeos mais ou menos caseiros e gratuitos nessa plataforma. Em primeiro lugar, para os colocar lá tem de se pagar a Internet (e ao usá-la para este fim a plataforma está a ganhar dinheiro com isso) em segundo, essa prática não tem nada a ver com um canal digital. Experimente e vão ver a diferença…
Admito apenas que no conteúdo de muitos desses canais de “ganhar dinheiro” a linha que separa a mentira da verdade não seja tão simples como parece… Quem não perceber isto não sabe o que é o mundo humano.
A questão de fundo é saber se somos meros consumidores do que nos impingem como verdades, ou se queremos ser detentores da nossa liberdade para confirmar essas “verdades” antes de as replicar para os outros. E agora estareis a perguntar: qual é o meu lucro ao escrever nesta blogosfera de que faz parte o Facebook? A resposta é simples: eu pago para escrever e vós pagais para ler!
Faço-me entender, ou precisais que faça um desenho, mesmo sem jeito para tal? Aliás, a blogosfera não foi criada para “gerar” LIBERDADE, embora ande por aí muita gente a pensar que sim. Eu diria que é mais uma forma de “gerir” a LIBERDADE. Quereis que vos faça o segundo desenho?!
F. Lopes
2021-11-24
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