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Crónica 396 ARMANDO CÔRTES-RODRIGUES OU VIOLANTE DE CYSNEIROS POR PEDRO PAULO CÂMARA, 21.5.2021
Crónica 396 ARMANDO CÔRTES-RODRIGUES OU VIOLANTE DE CYSNEIROS POR PEDRO PAULO CÂMARA, 21.5.2021
A 21 de maio foi, finalmente, lançada em papel a obra académica da tese de mestrado do autor em epígrafe que vem complementar e esclarecer anteriores e escassos estudos sobre o tema e os autores. Trata-se de uma edição da Câmara de Vila Franca do Campo que assim vai permitir aos estudiosos acompanhar a dissertação do jovem escritor açoriano e concluir, com ele que afinal VIOLANTE DE CYSNEIROS não se extingue no nº 2 de Orfeu, tendo surgido de uma sugestão de Fernando Pessoa, mas tem mais de 30 artigos escritos na imprensa local (regional, açoriana) onde ganha vida própria não como um heterónimo de Côrtes-Rodrigues mas como uma extensão deste autor.
Fernando Pessoa chamou a Violante “uma maravilha subtil de criação dramática” e surge pela primeira vez em junho 1915 em Lisboa nesse segundo número do Orfeu. A obra que merecera estudos de Anna Klobucka, Anabela Almeida e outros merece agora o mais extenso e documentado estudo por parte de Pedro Paulo Câmara que acaba por conseguir demonstrar a unidade da escrita com Armando Côrtes-Rodrigues, não sendo assim um heterónimo deste autor que usou uma série de pseudónimos nas suas publicações.
“Até há pouco” diz Manuela Parreira da Silva, no prefácio, “pensava-se que Côrtes-Rodrigues teria decidido em 1915, ao abandonar o continente…, eliminar Violante da sua vida”; Pedro Câmara vem provar o contrário com estudos comparativos entre a escrita de ambos e que Pedro alega não ter existência própria. Uma obra bem fundamentada que traz à ribalta não só um autor, infelizmente muito esquecido no seu arquipélago como revela ainda a vitalidade da escrita (1916, 1922 e 1923), como Klobucka diz “da mulher que nunca existiu”.
A presença neste lançamento de Eduíno de Jesus, decano dos escritores açorianos, foi devidamente destacada pela troca de correspondência entre Armando e Eduíno em 1956 e que esclarece alguns pontos da tese de Pedro Câmara, como aliás Urbano Bettencourt assinalou na sua magistral apresentação da obra.
Está de parabéns o autor e a edilidade que assim proporciona material de estudo necessário para o conhecimento deste escritor nas suas várias facetas e cria novas expetativas para futuras incursões nesta já longa análise literária de Armando e Violante, que Pedro Paulo antecipa e nós esperaremos e aguardaremos futuras incursões deste jovem autor que não tem medo de temas controversos, como se constata noutras obras dele, em ficção, conto e poesia.
Chrys Chrystello, Jornalista, Membro Honorário Vitalício nº 297713[Australian Journalists’ Association MEEA]Diário dos Açores (desde 2018)Diário de Trás-os-Montes (desde 2005)Tribuna das Ilhas (desde 2019)Jornal LusoPress Québec, Canadá (desde 2020) |
a sessão gravada em https://www.facebook.com/CamaraMunicipalDeVilaFrancaDoCampo/videos/375394617200330/?__cft__[0]=AZW10UIO5H9hmVsB0o8rB0cI-C57ZA2Izz99C9cnhKjpLy5gGZZQBNTPruJjNe2BVUdnUYY1uDymj7FnPJzUjBXfSAaWQGkbopOiHDA95ALw21BgKy0dWb7lL66zlYFrWqQ&__tn__=R]-R