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Crónica 334, o uso comunitário do PC do professor, abril 29, 2020
(esta e anteriores em https://www.lusofonias.net/mais/as-ana-chronicas-acorianas.html)
Agora ouvem-se os clamores de reabertura da sociedade e compreende-se, depois de tanto tempo sem faturar e com os novos desempregados que por aí andam, as empresas não terão dificuldade em substituir os que tenham medo de voltar a trabalhar.
Houve países onde o fator R ao chegar a 0,7 permitiu a abertura, em Portugal a vida vai retornar à normalidade com mais de 1,1%, porque a vida nunca pode parar e quem move a vida é a economia.
A indústria hoteleira quer que seja o Estado a pagar as proteções e as novas medidas necessárias para a reabertura (fatos, máscaras, limpezas extra, etc.), as outras indústrias pedem mais apoios pela falta de vendas derivadas do fecho sanitário
E como diz o bom velho ditado entre feridos e mortos alguém há de escapar, agora que a TAP pensa trazer turistas todos os dias para os Açores.
Era noticiado hoje que um estudo da Universidade de Singapura prevê que a pandemia de COVID-19 termine a 17 de julho em Portugal. Baseando-se na curva epidemiológica de cada país afetado pelo novo CORONAVÍRUS, o estudo sugere ainda que a crise seja dada como terminada em todo o mundo a 1 de dezembro deste ano. Assim, já muita gente que se queixava pode ir a banhos em agosto e deve poder voltar à aldeia no natal, que isto de estar confinado dentro de quatro paredes não é para humanos.
No ensino, o secretário regional da educação conta que tudo é um mar de rosas, os sindicatos e alguns professores contestam. Li, algures, que um aluno a quem foi emprestado um PC demorou mais de meia hora a entender como abrir o e-mail, não sei quanto tempo demorou a responder ou como o vai utilizar. Mas, no ensino o que me choca mais é a tutela exigir dos professores computadores com câmara de vídeo, acesso internet e tudo o mais a custo zero, ora vejamos o estado nada paga, nem vai pagar pela aquisição do equipamento pessoal e de uso doméstico do material informático dos professores e nada consta que esteja disposto a assegurar o pagamento do seu acesso por banda larga ou por lenta internet…ora bem isto faz lembrar os novos carteiros contrastados pelos CTT que disponibilizam a sua viatura própria para distribuírem as cartas, mas estes recebem uma compensação miserável, enquanto os professores nada recebem… e nesta classe onde os seus dirigentes sindicais sempre se insurgem contra tudo e todos não se ouviram ainda vozes discordantes contra este uso abusivo não-remunerado de material informático e acesso à rede. Pena que todos, como bons carneiros que sempre foram tenham aceite esta diretiva sem a questionarem e sem exigirem retribuição. E este terceiro período de faz de conta, com tele-escola, trabalhos por e-mail e telefone ou Skype ou zoom ou qualquer das plataformas existentes, tudo vai bem a acreditar no douto secretário da educação e vai ser um sucesso maior que o Pró-Sucesso..
Chrys Chrystello, Jornalista, Membro Honorário Vitalício 297713 [Australian Journalists’ Association MEAA]- Diário dos Açores (desde 2018) Diário de Trás-os-Montes (desde 2005) e Tribuna das Ilhas (desde 2019)