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EXTREMAMENTE GRAVE
Se isto for verdadeiro tem de levar à imediata demissão das irresponsáveis que dirigem o Ministério da Saúde.
Será que se atreveram a mudar o critério usado para coligir o número de casos de Covid-19 ocorridos em cada dia, a meio de uma epidemia?
Segundo se apura, “Carla Nunes, directora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), lembra que a forma como os dados estão agora a ser contados pode estar a causar “uma oscilação não controlada”. No boletim diário da DGS passaram a partir de quarta-feira a ser considerados apenas os casos registados no Sinave (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica), que correspondem a 79% do total, quando antes eram contabilizados também os reportados pelas administrações regionais de saúde.”
Isto além de ser 1) um erro técnico clamoroso, pois se se quer monitorizar a evolução de um fenómeno epidemiológico dinâmico tudo o se não pode fazer é mudar o critério de definição de caso, o modo de diagnóstico, ou o de reporte de novos casos, e ainda é 2) uma iniciativa que objectivamente pode esconde casos, dando uma falsa ideia de evolução positiva maior do que a real, e 3) impede objectivamente que quaisquer especialistas independentes possam seguir o curso da epidemia com estudos e modelizações alternativas.
Se assim for, resta apelar para o Sr Presidente da República e lembrar o seu compromisso de se dizer e mostrar a verdade no decurso do difícil hora que atravessamos.
Ainda ontem aqui publiquei um gráfico que na minha opinião, mostra o único sinal verdadeiramente positivo de que se dispõe, a saber, a descida constante, mas mais intensa nos últimos dias da taxa de ocorrência de novos casos (reintroduzo nos comentários essa imagem). Ora, se os dados estão a ser artificialmente sub-reportados como se depreende deste artigo do Público, então bolas, andamos todos a brincar às escondidas.
Pior, é impossível. Fica contudo uma questão que cumpre responder… Se isto se confirmar estamos perante (mais um) caso de flagrante incompetência ou perante uma acção dolosa para escamotear a realidade?
