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Esta semana começo esta conversa, partilhando com o leitor um artigo do Washington Post, da passada semana, que trago à reflexão colectiva.
Todos já sabemos, ao fim de 21 meses de pandemia, que a COVID19 resulta da transmissão do vírus de uma pessoa para outra. Mas, “a ponte” que permite esta transmissão é invisível, é o ar.
Assim, é á â í, çã , , çã í.
Quando a pandemia começou, muitos especialistas pensaram que as partículas virais se espalhavam por gotículas quando as pessoas expiravam, e que essas gotículas cairiam no solo após uma certa distância. Isto deu origem à regra do distanciamento social de 1,5m ou 1,8m. Ou uma Vaca de distância, como numa campanha na altura, nos Açores.
No entanto, alguns cientistas afirmaram desde cedo que as partículas do vírus poderiam permanecer no ar. Isto ficou evidente bem cedo, com alguns exemplos de surtos – em ensaios de coro com ventilação insuficiente e sem máscaras; em instalações de processamento de carne com muito ar não circulado; em aulas com circulação de ar inadequada; em restaurantes com pouca ventilação, e em que o ar condicionado recirculava o ar pela sala de jantar – ou seja, ç í í .
í é í, é . O SARS-CoV-2 também pode ficar suspenso no ar. Enquanto as gotículas maiores podem cair no chão, aerossóis menores, carregando altas concentrações do vírus, podem viajar facilmente ao longo de qualquer sala – como o fumo de um cigarro. Estes aerossóis podem permanecer no ar durante horas.
A regra do distanciamento de “uma vaca” não estava errada, apenas era muito simples. A distância é de facto importante, e perto da fonte, as concentrações virais são mais altas. Mas , çõ í , é ç .
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Temos de fazer muito mais para melhorar a qualidade do ar interior. O Professor Joseph G. Allen, professor associado e director do programa de Edifícios Saudáveis da Escola de Saúde Pública TH Chan da Universidade de Harvard, destaca que os padrões actuais de ventilação e filtragem para espaços interiores, excepto hospitais, são definidos para o mínimo, não são projectados para o controle de infecções.
O Prof. Allen sugere que ç , çõ :
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Isto pode ser feito usando uma qualquer combinação de ventilação de ar exterior, e filtragem de ar com filtros HEPA. As salas de aula das escolas geralmente são projetadas para terem três trocas de ar por hora; isto é muito baixo e muitas nem chegam a isso. Deveriam estar entre quatro e seis.
As variantes delta e omicron precisam da “ponte aérea” para saltarem de pessoa para pessoa. é çã â , é .
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Esta semana foram divulgados os últimos resultados do ISN. Os mesmos mostram-nos que a seroprevalência de anticorpos específicos contra a SARS-CoV-2 na população residente em Portugal, com idade superior a 1 ano, foi de 86,4 %, valores consistentes com a cobertura vacinal e com a situação epidemiológica nacional.
A seroprevalência foi mais elevada na população entre os 50 e os 59 anos (96,5 %), nos indivíduos com ensino superior (96,0 %) e naqueles com duas ou mais doenças crónicas (90,8 %).
A seroprevalência foi mais baixa na região do Algarve (80,2 %) e nos grupos etários abaixo dos 20 anos (17,9 % entre os 1-9 anos; 76,8 % entre os 10-19 anos).
A seroprevalência pós-infeção foi mais baixa comparativamente à segunda fase do ISN COVID-19 (7,5 % vs 13,5 %), o que provavelmente se encontra relacionado com o decaimento de anticorpos específicos para o SARS-CoV-2 ao longo do tempo pós-infeção.
Os títulos de IgG contra a proteína da espícula (anti-S) foram mais elevados nas pessoas com 3 doses de vacina (mediana: 12.601 UA/ml), naquelas que foram vacinadas e tiveram uma infeção anterior por SARSCoV-2 (mediana: 8.013UA/ml) e no grupo de pessoas vacinadas com as vacinas da Moderna (mediana: 6.392 UA/ml) e da Pfizer/BioNTech (mediana: 2.178 UA/ml).
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O título de IgG (anti-S) diminuiu com o tempo desde a toma da segunda dose da vacina e com a idade dos vacinados.
Existe uma correlação fortemente positiva (ρ =0,9) entre o título de IgG (anti-S) e o título de anticorpos neutralizantes.
Embora os testes serológicos não permitam inferir, a nível individual, o nível de proteção contra a infeção ou doença por SARS-CoV-2, os estudos sero-epidemiológicos continuam a ser uma importante ferramenta para:
i) monitorizar o nível de imunidade humoral a nível populacional;
ii) monitorizar a ocorrência de infeções recentes;
iii) identificar grupos populacionais mais suscetíveis, contribuindo assim para a melhor compreensão da situação epidemiológica e ajuste das medidas de saúde pública disponíveis.
Realço a ncidência acumulada de infeção por SARS-CoV-2 em Portugal até 19 de Novembro de 2021, por região, grupo etário e sexo. Note-se o valor para os Açores.
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Um clássico desta Pandemia é a malta que vem para as Redes Sociais refilar contra as medidas de contenção da Pandemia.
Os verdadeiros “marretas” desta Pandemia.
Não entendem que a vacinação, em regra, permite que a doença se manifeste de forma mais ligeira.
Não entendem que, ainda assim, mesmo casos ligeiros podem precisar de hospitalização.
Não entendem que não há recursos de saúde infinitos.
Não entendem que cada vez que “os serviços de saúde entopem”, com a COVID19, pomos em risco a saúde dos doentes não COVID19.
Não entendem que temos de ser todos menos egoístas, e pensar nos nossos mais frágeis.
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Um Santo e Feliz Natal para todos!
NB: Quem vai vivendo a sua vidinha não tem de saber estas coisas. Mas, deve confiar em quem tem obrigação de as saber. Uma boa ferramenta para perceber as tendências de mortalidade em cada país está disponível no site do EuroMomo. Deixo aqui a imagem do gráfico deste ano, chamando a atenção para a evolução nas últimas semanas, do excesso de mortalidade em Portugal.
Mario Freitas, é () ú ú ú
(Diário dos Açores de 24/12/2021)



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- Helena DuarteMuito esclarecedor!Obrigada por mais este ano de partilha util.Um Santo Natal para todos!…See more
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