Bom dia, amigos.

Já por diversas vezes aqui me insurgi contra a existência de grupelhos mafiosos que pululam à sombra do futebol, designadamente no que se refere à principal claque do clube de que sou aficionado – o Futebol Clube do Porto. Já o disse várias vezes e repito: os Superdragões (SD) não são um grupo de arruaceiros. Não, são muito mais do que isso, como ficou por estes dias mais do que provado com uma morte brutal, resultante de um cobarde assassinato a sangue-frio.

Antes de mais, importa equacionar o que são realmente os SD. Pois bem, são uma das claques de futebol mais numerosas do mundo, englobando cerca de 12 mil elementos. A grande maioria destes não passam, efectivamente, de jovens mais ou menos arruaceiros. Até aqui tudo mais ou menos bem. O problema é que já há uns bons anos alguém espreitou o “furo” e decidiu criar uma guarda pretoriana no seio dos SD.

Se melhor pensaram, melhor o fizeram. Foi rapidamente recrutada uma guarda pretoriana de 400 elementos, gente especialmente escolhida, naturalmente saída da sarjeta e com predicados a condizer – cabedal qb e quanto mais maldade melhor. O Porto foi rapidamente dividido em várias zonas e esses “territórios” ficaram entregues a outros tantos grupos, sendo o mais notório o da Ribeira. E não, não é o Madureira, dito Macaco, quem manda. Quem manda, quem decide, está atrás das grades em Custóias, onde faz o que quer e sobra-lhe tempo.

Mas então o que faz o Macaco? Pois bem, “só” controla a bilhética, que só por si já um fruto apetecível. Tudo o resto – tráfico de droga, de armas, cobranças difíceis, controlo da prostituição e extorsão a comerciantes a troco de protecção (à boa maneira da Cosa Nostra) é comandado através da prisão de Custóias.

E que faz a PJ? Pouco, porque está de mãos atadas. Qualquer investigação dirigida contra esta verdadeira mafia é geralmente feita com inspectores de Lisboa (porque os do Porto ou estão comprados ou têm medo), mas estes têm de ser acompanhados por magistrados do Porto. O problema reside aqui. Nenhum magistrado do Ministério Público da Invicta está disposto a levantar um dedo contra os SD (medo? Suborno? Ou uma mistura das duas coisas?…). Isso mesmo foi repetido uma e outra vez sem qualquer despudor pelos magistrados a coordenadores e inspectores-chefes idos de Lisboa com as respectivas equipas para investigar.

Pergunto: até quando vão a cobardia e a corrupção triunfar? Quando é que a minha bela cidade se vai ver livre desta escumalha que a todos fez refém? Outra pergunta: por que é que o Ministério do Interior, devidamente mandatado para esse efeito pelo chefe do Governo, não envia Magina da Silva e os GOE para o Porto com carta branca e não manda esta gentalha para onde o único sítio onde merece estar?… Estão à espera de quê? De mais desgraças? Ficam as perguntas. Esperam-se respostas.

Uma boa terça-feira para todos.