CÉSAR E DINASTIA POLÍTICA NO PS AÇORES

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Vejo uma esquerda desunificada, desnutrida e enfraquecida.
Pensar que a coligação pudesse ficar sequer à frente da Sónia Nicolau foi apenas um sonho molhado do PS. Aliás, nem eles próprios acreditavam nisso.
Isabel Rodrigues não renunciou por gesto nobre.
Foi calculismo, mas lá conseguiu sair com alguma elegância. Ela bem sabia que não ia vencer e, mesmo que em sonhos vencesse, estaria sempre condicionada ao poder de César. No fim, cumpriu o seu papel, protegeu a sua imagem, evitou uma humilhação e saiu de fininho.
Enquanto o Cesarismo for o brasão da família socialista, a liderança centralizada continuará a controlar o fluxo de poder e de ideias dentro do partido. Que o digam a mulher, o irmão, o filho, a nora e o primo de Carlos César. E esse controlo absoluto impede renovação, inovação e a unificação dentro do PS.
E não é por acaso que, com tantos traidores e oportunistas dentro do partido, nenhum consiga ou queira derrubar os César. O Cesarismo está enraizado, tem poder, presença pública e é símbolo do próprio PS. E, convenhamos, dá jeito a muitos camaradas.
Soa até a filme de mafiosos, mas ao longo dos anos, Carlos César criou ligações, amizades e aliados poderosos, e colocou familiares em cargos estratégicos. Assim, mantém a lealdade dentro do partido, dificulta oposição interna e consolida a sua linhagem na política.
É o “padrinho” disto tudo e não é do interesse de muitos camaradas irem contra ele.
Vai ser difícil descontaminar o PS.
Só alguém com coragem, carisma e fiel aos valores e princípios socialistas conseguirá unir a esquerda, livrar o PS dos oportunistas e acabar com o Cesarismo no partido… de dentro para fora.

Sobre CHRYS CHRYSTELLO

Chrys Chrystello jornalista, tradutor e presidente da direção da AICL
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