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SALTOS ALTOS
Saltos altos, pernas longuíssimas, vestido justo. Michelle dava nas vistas.
Georges contava com ela .
A parceria já tinha mais de quinze anos.
Procuravam homens mais velhos com fortuna pessoal.
Os esquemas, de tão básicos, eram de uma simplicidade arrepiante.
Antes de se aliar a Georges, fora proprietária de várias casas de alterne .
Mas nem sempre as coisas corriam de feição , com a COVID.
Ambos eram ousados e amorais.
Uma vez, tentaram seduzir um homem dos seus cinquentas e que morava com a mulher e descendência numa moradia na Linha.
Empresário ,era conhecido por não poder ver um rabo de saias.
Georges vasculhava ao pormenor tudo sobre hábitos, rotinas, evidências.
Michelle entrou num ápice na vida de Joaquim.
Com faustosa barriga , meio careca, baixote julgava-se superior ao volante dos descapotáveis e dos múltiplos cartões gold executive que exibia.
Michelle chegara distraidamente enquanto empresária suíça que quereria investir em imobiliário de luxo, aproveitando a crise.
Joaquim quando a vislumbrou pela primeira vez não escondeu a testosterona
Ela ganhou confiança com ares tímidos e femininos.
Passados poucos dias ele já estava a convidá-la para almoços, chás ou jantares nos hotéis x ou y.
Ela começou por partir pedra.
Para adquirir quatro apartamentos de luxo e outros dois a precisar de restauro teria de avançar com 4 milhões .
O pior era que, com a COVID ,não poderia transferir uma tão grande quantia assim do pé para a mão.
Joaquim ,completamente endoidecido, dizia que para ele nada era impossível.
E pressionava-a mais uma vez para uma tarde no Hotel de 6 estrelas na Penha Longa.
Ela , fazendo-se de ingénua, ia cantando que por norma nunca ia para um hotel com um homem casado.
Joaquim, nos limites, desferiu a cantiga do bandido,
-Que o casamento dele nunca fora nada. Pura conveniência-.
Ela ,sem se descair, referencia a urgência dessa verba vultuosa.
Ele disse que sim , mas em contrapartida exigia uma tarde nessa unidade hoteleira.
Aquiesceu.
Georges foi investigando pormenores de Joaquim. Era tão louco por mulheres que se abandonava a mini escândalos por todo o lado. Até com menores de idade.
Sabia de uma célebre suite nesse hotel. Conhecia a gerência. A título de uma qualquer desculpa, previamente iria colocar câmaras de vídeo ocultas. Se o empresário viesse com muitas exigências, haveria sempre vídeos comprometedores.
Chegou o tão almejado dia.
Joaquim tinha-se amplamente perfumado. Até vestira uma Lacoste. Os sapos de vela especiais.
Como planeado aguardava na receção às 15 horas em ponto.
Michelle surgiu. Um pouco atrasada.
Subiram para a suite. Ele suava em bica.
Mal entraram , Joaquim quis logo abraçá-la. Ela com um gesto afastou-o sorridente.
E disse,
– Tem de ser à minha maneira
Obedeceu.
– Despe-te devagar. Fica apenas em cuecas e peúgas.
Joaquim ia-se despindo e com a volumosa barriga e um corpo rugoso e flácido , mostrava umas meias acinzentadas .
Ela confortavelmente sentada num sofá.
Ele insistia .
Ela dizia que tinham tempo.
-Mas o dinheiro já está na conta-, perorava Joaquim.
-Sim, mas tudo ao meu ritmo. Põe-te de gatas no chão e começa a ladrar.
Joaquim olha para ela incrédulo.
Mas obedece.
De gatas imita uns sons caninos.
Após, ouve-se um leve toque na porta da suite.
Michelle ,
– Que era uma boa surpresa-
Uma adolescente pintada e de saltos altos, entra com champagne e um saco de plástico.
Joaquim atónito perguntava quem era, enquanto procurava esconder a barriga e as cuecas.
-Não te preocupes-.
A adolescente retira umas algemas.
-Agora tira as cuecas, acrescenta Michelle.
Joaquim , trémulo e inseguro, tira-as, mas protege-se com as mãos.
A adolescente colocou estrategicamente as algemas nos pulsos do já desesperado homem.
-Mas o que queres?
-Tudo a seu tempo, ordenava Michelle.
Despe-se lentamente . Fica de soutien e cuecas fio dental. Aproxima-se do leito. Abraça-o com frieza. A adolescente com o telemóvel tira dezenas de fotos com posições várias. Por sua vez, Michelle fotografa a miúda na Queen Size com o atordoado empresário.
– Tens cinco dias para colocares 5 milhões na minha conta da Suíça. Se não o fizeres, vão correr pelas redes sociais ,e não só , imagens tuas que vão chocar meio mundo.
Joaquim não queria crer: era uma emboscada.
Ainda diz,
– Pensava que gostavas de mim.
– E gosto. Se acederes a tudo, ter-me-ás para sempre.
A adolescente agora estava imersa na net do Android.
– Mas é isso que queres , dinheiro?
-Não. Muito mais que isso.
– Mas eu conheço vários inspetores na Judiciária. Não brinques comigo.
– Farias isso?
– Faço, faço. Não se vais safar.
– Está bem.
E ordena. -Fica aí na cama-
Calça novamente os longos sapatos.
De dentro do finíssimo tacão de um deles, exibe um estilete pistola.
– Queres uma morte lenta ou rápida?
Não queria acreditar. Aquilo era uma arma?
Joaquim lívido implora-lhe que não o mate.
Com um sorriso Michelle ordena-lhe que se vista e desapareça. Retira, malandra, as algemas e marca-o com um beijo de serpente no pescoço.
Joaquim ,meio atrapalhado e receoso ,veste-se mal e porcamente. Sai , coxeando.
.
Michelle, já no principado do Mónaco, jantava num restaurante de luxo. A filha e Georges acompanhavam-na.
Gargalhavam quando mencionavam o papalvo Joaquim.
Agora o alvo era um outro empresário.
– Porque é que os homens são tão evidentemente estúpidos?
Galgadas as emoções e as fragilidades , uma anterioridade fúlgida se soltava.
Os limões não são ácidos. As cerejas não são doces.
O agridoce era uma condição.
Vestida para matar, Michelle vivia em relâmpago.
Para ela não havia norte. Não havia sul.
O mundo era uma imensa roda da fortuna.
ceciliabarreira
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