Categoria: Tradições LENDAS folclore

  • DO HALLOWEEN A OUTRAS TRADIÇÕES

    Views: 1

    DO HALLOWEEN A OUTRAS TRADIÇÕES, 1-22 NOVEMBRO 2008 CRÓNICA 60
    12.8.1. DIA DE BOLINHOS OU DIA DE TI BOLINHOS

     

    É milenária a origem do dia 1 de novembro, “Dia de Todos os Santos”. Nalgumas aldeias, ainda se comemora de forma curiosa. Na tradição popular, é conhecido pelo “Dia do Bolinho” ou “Pão de Deus” conforme a região. As crianças em pequenos grupos com sacolas de pano, andam de porta em porta, desde manhã cedo, por ruas e vielas, repetindo o “Ó tia! dá bolinho?”. Em meios rurais, há ainda quem leve a rigor a tradição preparando bolinhos com massa, noz, passas e frutos secos.

    Para os católicos, 1 de novembro é dia de ida ao cemitério para depositarem flores nas campas dos que já abandonaram as lides terrenas. Dia 2 de novembro é Dia de Finados. Na Irlanda, Reino Unido e França, os celtas comemoravam o ano novo no dia 1 de novembro. Isto representava o fim do verão e o início do outono, a época das colheitas, antecedendo a escura e fria invernia, sinónimo de temporais e morte. Os Druidas consideravam o dia 31 de outubro como Samhain (Senhor da Morte e Príncipe das Trevas) ou Dia das Almas, celebrando a passagem entre a vida e a morte, onde reinava o espírito duma prática fantasmagórica. Com o advento cristão, no século VII, o Papa Bonifácio IV designou o dia 1 como “Dia de Todos os Santos” e a noite de 31 de outubro passou a ser “Noite de Todos os Santos” e assim se alterou uma celebração de cariz profano.

    12.8.2. PERÍODO PRÉ-CRISTÃO

    Acreditava-se que os espíritos dos mortos voltavam para visitar os familiares em busca de calor e mantimentos, pois o inverno aproximava-se com o reinado do Príncipe das Trevas. Os Druidas invocavam forças sobrenaturais para acalmar os espíritos, que raptavam crianças, destruíam colheitas e matavam os animais. Nessa noite, acendiam-se fogueiras nas colinas para guiar os espíritos ou para espantarem as bruxas. A inclusão de feiticeiras, fadas e duendes nos rituais, resulta da crença pagã de que, na véspera do Dia de Todos os Santos havia espíritos que se opunham aos ritos da igreja, e vinham ridicularizar a celebração de Todos os Santos. Supunha-se que os fantasmas pregavam partidas e causavam acontecimentos sobrenaturais.

    12.8.3. PERÍODO CRISTÃO

    Com os anos, o Halloween tornou-se alegre e divertido, sem os aspetos tenebrosos da tradição céltica, divulgada na América pelo influxo escocês após 1840. Alguns costumes foram mantidos e outros mudados. As Jack-O-Lanterns eram feitas com nabos e passaram a ser com abóboras, símbolo de origem irlandesa.

    12.8.4. JACK-O-LANTERN

    A lenda fala de Jack que não conseguiu entrar no céu por ser muito avarento, expulso do inferno por pregar partidas ao diabo. Foi condenado a vagar eternamente pela terra com uma lanterna para iluminar o caminho.

    Outra versão conta: um homem bêbedo e agressivo chamado Jack bebeu demais e o Diabo desceu à Terra para levar a alma. Jack, pediu para o deixar viver e beber mais um copo. O Diabo cede, mas Jack não tem dinheiro para pagar e o Diabo transforma-se em moeda na carteira. Só que o fecho tem o formato de uma cruz, fazendo com que o Diabo suplique para sair. Jack, então, propõe libertar o Diabo e ficar vivo por mais um ano. O Diabo concede o pedido, que muda os seus hábitos, passando a ser menos violento com a família.

    No ano seguinte, exatamente no dia 31 de outubro, o Diabo volta e reclama a sua alma. Jack convence-o a pegar uma maçã numa árvore próxima e sem que ele perceba, risca uma cruz no tronco com um canivete. O Diabo foge e promete retornar dez anos depois. Mas Jack não aceita e diz que só irá libertá-lo se ele nunca mais aparecer. O Diabo concorda. Mas passa-se um ano e Jack morre. É impedido de entrar no céu, e vai para o inferno, onde a entrada é recusada pelo Diabo, que fica com pena da alma de Jack e oferece-lhe um pedaço de carvão que usa para iluminar um nabo esculpido em forma de lanterna. Ela vai iluminar os caminhos do espírito de Jack. Daí o nome Jack O’Lantern, uma alma errante vagando pelo mundo dos vivos.

    12.8.5. “TRICK OR TREAT” (TRAVESSURAS OU GOSTOSURAS)

    Tradição originária da Irlanda, as crianças iam de casa em casa pedindo provisões para as comemorações do Halloween, em nome da deusa Muck Olla. Esta tradição ganhou roupas extravagantes, máscaras e todos se vestem carnavalescamente como fantasmas, bruxas, duendes, gnomos, Dráculas, Frankenstein, ou doutras formas aterrorizadoras. Vão batendo de porta em porta, carregando abóboras iluminadas com velas, pedindo doces e dizendo: ” Trick or Treat”. Quem não lhes dá nada recebe uma pequena vingança. O nome de Halloween, adaptado de “All Hallows Eve”, significando véspera de Todos os Santos. As fogueiras eram acesas nas casas durante as comemorações. Os vivos que não queriam ser possuídos apagavam o fogo para que o local parecesse ser frio e indesejado, além de se vestirem com fantasias assustadoras e desfilarem na vizinhança para afugentar os espíritos que vagavam. Conta a lenda que na festa de Samhain, as fogueiras das casas eram acesas a partir das brasas de uma fogueira sagrada. Para levar a brasa, os moradores usavam um nabo como se fosse um lampião. Daí, os irlandeses, passarem a esculpir nabos e beterrabas e usá-los como lanternas quando emigraram para a América, não encontrando nabos e beterrabas, trocaram-nos por abóboras.

     

    DIA DE FINADOS. AINDA ESTOU VIVO. DE VOLTA À MINHA INFÂNCIA, CRÓNICA 31, 1 NOVº 2006

     

    O dia dos fiéis defuntos, dia dos mortos ou dia de finados é celebrado pela Igreja Católica a 2 de novembro, a seguir ao Dia de Todos-os-Santos. No séc. 1 os cristãos não rezavam pelos mortos, que nunca foi prática da “Igreja Primitiva”. Pelo contrário, líderes como o apóstolo São Paulo orientavam o povo cristão a não se preocupar com a situação dos mortos, como os pagãos faziam (1Ts 4.13).

    Os cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires. No séc. V, a igreja dedicava um dia para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade Cluny, santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o séc. XI os papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No séc. XIII passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1 de novembro é a Festa de Todos os Santos. Na cultura judaico-cristã que nos rodeia, a recordação dos que já morreram assume uma grande importância, quanto mais não seja para pensarmos que outra vida melhor nos espera.

    Quem não se deu conta que aspiramos à eternidade e sentimos que essa aspiração se concretiza na memória dos que conviveram com cada um de nós. Há um dia expressamente dedicado a tal, a essa saudade, razão que motiva muitos dos que vivem longe dos locais onde nasceram, a visitá-los uma vez ao ano, e isso é bem mais visível no interior do país, onde, cada vez vive menos gente. O dia de finados é uma evidente expressão da cultura lusófona a que pertencemos e manifesta-se em todos os povos que se exprimem culturalmente em português. Eu tenho para mim que não é preciso haver um dia no calendário, propositadamente colocado a seguir ao Dia de Todos os Santos.

    Ora esta data tem ainda algum relevo para uma minoria, e obviamente um dia de Finados em dia de laboração normal não deixa grande margem de manobra para as pessoas irem aos cemitérios, depois de se levantarem cedo, deixarem os filhos na escola, voltarem do trabalho, irem buscar os filhos ao ATL (tempos livres), prepararem o jantar, etc.

  • boi assustado fere 3 pessoas

    Views: 0

    Boi assustado fere três pessoas na Festa do Milho
    no Cortejo Etnográfico da Festa do Milho, na Ajuda da Bretanha, concelho de Ponta Delgada.
    Estes animais que antigamente eram de trabalho e eram utilizados diariamente, hoje, só são mantidos por quem gosta e não querem perder as tradições. Como não são utilizados com a frequência de outrora, têm pouco contacto com pessoas e todas as situações actuais: viaturas, ruídos ambiente, barulhos a que não estão habituados e facilmente podem assustar-se, como parece ser o caso, normalmente são animais mansos e pachorrentos (são animais machos, castrados, de grande porte e muita força) mas, como passam o ano todo isolados e em sossego e, só são usados em situações como estas, facilmente se podem assustar com o bulício actual, muito diferente do antigamente.
    Boi assustado fere três pessoas na Festa do Milho
    ACORIANOORIENTAL.PT
    Boi assustado fere três pessoas na Festa do Milho
    O Cortejo Etnográfico da Festa do Milho, na Ajuda da Bretanha, concelho de Ponta Delgada, terminou ontem de forma inesperada depois de um boi assustado ter ferido três pessoas e causado prejuízos num automóvel, noticiou a RTP-Açores.
    Like

    Comment
    Share
    0 comments
  • Animal provoca acidente na Ajuda da Bretanha (Vídeo)

    Views: 0

    https://www.rtp.pt/acores/local/animal-provoca-acidente-na-ajuda-da-bretanha-video_77726

  • caretos

    Views: 0

    A “ Eira do Careto “ em Podence, continua com uma grande atractividade cultural e turística para os milhares de visitantes que visitam o território.
    Visita obrigatória, para quem vem a Trás Os Montes.
    May be an image of 1 person and outdoors
    Caretos de Podence
    Charitable organisation
    WhatsApp
    António Pereira, RJ Produções and 166 others
    8
    Like

    Comment
    Share
  • Aldeia de Palácios volta a ceifar ao som da música tradicional em Bragança | Diário de Trás-os-Montes

    Views: 0

    As gentes da zona da Lombada, em Bragança, voltam no fim de semana a ceifar o pão à moda antiga num dos mais antigos festivais da região, que alia a tradição à música, divulgou hoje a organização.

    Source: Aldeia de Palácios volta a ceifar ao som da música tradicional em Bragança | Diário de Trás-os-Montes

  • ASSOBIAR NA APANHA DE MORANGOS

    Views: 0

    O que este povo penou!
    Há séculos foi assim…
    em alguns campos e quintas de poderosos.
    Em que na apanha de uvas e morangos mandavam assobiar em plena laboração para não comerem os ditos primores pois na época em que isto aconteceu a fome era muita. Ao contrario Manuel Dutra natural de Lomba da Maia nas suas terras lá para os lados de Achada das Furnas mandava fazer panelas de comida em sua casa para estarem na terra ao meio dia porque sabia que vinham trabalhar muitos com quase nada no estomago. Foi um proprietário muito querido por toda ilha de São Miguel Açores pois faziam fila para para trabalhar com este grande homem.Quando do seu falecimento foi coisa nunca vista veio gentes de toda a ilha ao seu enterro.
    Curiosidades: Dai no nosso folclore da ilha São Miguel Açores de se cantar a ” Marcha do Assobio “
    You, Artur Neto, José João P. Correia and 38 others
    Like

    Comment
    0 comments
  • BURCAS PORTUGUESAS, COCAS

    Views: 1

    Pode ser uma imagem a preto e branco de uma ou mais pessoas e pessoas em pé
    Já tinha ouvido falar de côcas? Afinal tão perto das burkas…
    “Actualmente o negro das Côcas já não contrasta com as velhas casas caiadas de branco, mas não há muito tempo era usado pela maioria das damas abastadas do Alentejo. Tais vestes foram, até há bem pouco tempo, memoráveis guardiãs da longa permanência e forte ligação cultural entre o aquém e o além mar em África.
    Avistada no início do século XIX em localidades tão distintas quanto distantes como Évora e São Paulo, a côca foi utilizada como indumentária de casamento na segunda metade do século XIX, caindo rapidamente em desuso enquanto tal, para passar a ser uma moda entre as mulheres aristocratas ou da alta burguesia quando estas saíam à rua para assistir a actos religiosos ou nas visitas, tão habituais nestas classes sociais, até princípios do XX.
    Fixados com alfinetes a uma espécie de capa curta, estes mantos eram cobertos por um longo véu de renda que caía do alto da cabeça sobre as costas ou sobre a cara. O traje era completado por uma saia lisa de Merino.
    José Leite de Vasconcellos observa que este seria o «trajo clássico de se ir à festa do Sacramento, que durava de quinta-feira do Corpo de Deus até à segunda-feira seguinte». O célebre investigador apresenta uma testemunha ocular que, entre os anos de 1862 e 1866, terá visto as mulheres assim “emcôcadas”, e explica que este processo só era possível mediante a utilização de «um papelão curvo que encobria a cabeça, como as mantilhas de Mondim, coberto de preto e com pano nas costas».”
    Cortesia de Eduardo Alves Marques)
    1 comment
    Like

    Comment
    Share
    1 comment
    • Dario Gaiola

      Ora bem, no meu tempo dos Salesianos a bancada VIP da capela, era frequentada pela high society do Estoril em que as senhoras eram em maior número, não usavam côcas, mas tapavam a cara e a cabeça com véus enormes.
      • Like

      • Reply
      • 1 m
      • Edited
  • Comboio Histórico regressa a 04 de junho à Linha do Douro | Diário de Trás-os-Montes

    Views: 0

    O Comboio Histórico regressa à Linha do Douro a 04 de junho, estando programadas 37 viagens até 29 de outubro entre as estações do Peso da Régua e do Tua, anunciou hoje a CP.

    Source: Comboio Histórico regressa a 04 de junho à Linha do Douro | Diário de Trás-os-Montes

  • Conheça a lenda do temível Pirata Bei de Santa Maria – I Love Azores

    Views: 0

    Página dedicada aos que gostam dos Açores, e queiram partilhar o que temos de melhor.

    Source: Conheça a lenda do temível Pirata Bei de Santa Maria – I Love Azores

  • Origens: Tradição do bacalhau na consoada desde 1780

    Views: 0

    Source: Origens: Tradição do bacalhau na consoada desde 1780