Categoria: Tradições LENDAS folclore

  • Marcelo surpreende e visita Podence fora de horas

    Views: 0

    Marcelo Rebelo de Sousa visitou a aldeia de Podence e jantou na “taska dos Bombeiros Voluntários de Macedo de Cavaleiros apanhados completamente de surpresa, já que a visita oficial só esta prevista para sexta às 14 horas.

    Source: Marcelo surpreende e visita Podence fora de horas

  • Livro sobre tradições apresentado no Pico (Vídeo) O livro “etnografia, cultura e tradições” foi lançado no museu da indústria baleeira de São Roque do Pico.

    Views: 0

    O livro

    https://www.rtp.pt/acores/cultura/livro-sobre-tradicoes-apresentado-no-pico-video_79177

  • UM SAPATEIRO EM SANTA MARIA

    Views: 0

    Ateliê do Sapateiro em Santa Maria
    Jovem sapateiro mantem uma arte em vias de extinção na ilha de Santa Maria
    Quis a vida que Fábio Resendes, de 34 anos, natural de Vila do Porto, se dedicasse à profissão de sapateiro. Passados alguns meses após ter terminado a escola, surgiu a oportunidade de fazer uma formação para aprender a arte de sapateiro.
    “Não tinha nenhum gosto pela arte de sapateiro em especial. Decidi agarrar a oportunidade, porque estava desempregado. Fazia uns biscates, mas esta era uma forma de ficar com o dia todo ocupado e resolvi arriscar”, contou o aprendiz de sapateiro na altura, adiantando ainda que “inscreveram-se três ou quatro pessoas, mas, no fim das contas, no primeiro dia de formação, só compareci eu.”
    A formação era dada pelo Sr. José de Freitas Resendes, ou Mestre José Resendes como era vulgarmente conhecido, com quem Fábio aprendeu tudo sobre a arte de sapateiro. O facto de terem o mesmo apelido foi apenas uma mera coincidência, pois Fábio não conhecia o Mestre José Resendes até ao início da formação. “Como temos o mesmo sobrenome, o Sr. José começou a dizer que talvez ainda éramos família, mas eu nunca o tinha visto” recordou Fábio.
    Fábio Resendes aprendeu e trabalhou com o Sr. José de Freitas Resendes ao longo de quatro anos, altura em que a formação terminou e teve que abandonar o Ateliê de Sapateiro, pois a associação Salvaterra não tinha possibilidade de integrar mais ninguém. O mariense explicou que esteve nove anos fora da profissão, tempo em que fez outros trabalhos, nomeadamente na agricultura e nos trilhos pedestres que se foram abrindo e criando em Santa Maria.
    “Em 2016, com o falecimento do Sr. José de Freitas Resendes, a associação contactou-me e convidou-me a regressar a casa, e eu aceitei”, relatou Fábio.
    O sapateiro natural de Vila do Porto clarificou que o serviço mais comum são os sapatos, no entanto, conforme explicou Fábio, “também faço consertos de malas, cintos e até já arranjei bolas de futebol, é um pouco o que aparece.”
    Tendo em conta que vivemos numa época em que é fácil comprar sapatos novos, Fábio Resendes considera que as pessoas recorrem menos ao sapateiro, quando comparado a antigamente.
    “Há coisas que sempre compensa arranjar, pois com uns pequenos arranjos resolve-se o assunto e já não é preciso comprar sapatos novos. Agora, a juventude na sua maioria utiliza sapatilhas. Antigamente fazia-se sapatos novos, de raiz; nos dias de hoje, é só arranjos.”
    O sapateiro mariense referiu que o Inverno é a época em que o Ateliê de Sapateiro tem mais trabalho, na qual aparecem mais artigos para arranjar, tais como botas de senhora, sapatos finos e sapatos de homem. Já o Verão é mais fraco, pois as pessoas utilizam maioritariamente chinelos. “Por vezes, aparecem umas colagens e pouco mais. Apesar de termos assim muito mercado, aparece sempre alguma coisa. Há dias melhores que outros.” adiantou Fábio. Quando tem poucos afazeres no Ateliê de Sapateiro, Fábio Resendes dedica-se a outras tarefas na Associação Salvaterra.
    Quando questionado sobre qual o maior desafio com que se deparou, Fábio recorda que na altura em que era aprendiz, o que teve mais dificuldade em aprender foi fazer a linha.
    “Na altura de aprender, o que me custou mais a fazer foi a linha. Fazemos a linha para depois fazer as pontas, para poder coser os sapatos à mão. Com um fio do tipo do barbante, fazemos a linha conforme o que vamos fazer, com três ou quatro fios, depois nas pontas fazem-se umas tranças, pois aquilo tem que ficar muito bem enrolado, senão para coser é mais difícil.”
    Fábio Resendes trabalha sozinho e é o único a exercer a profissão de sapateiro na ilha. Relativamente ao futuro da profissão, em Santa Maria, Fábio mostra-se pessimista, tendo em conta que vê pouco interesse dos mais jovens por esta arte de sapateiro.
    “Isto é para acabar de certeza. Pelo que vejo nos jovens, eles não aderem muito a coisas antigas. Julgo que é mais uma profissão que se vai embora, à semelhança do que aconteceu com os moinhos e o barro também está um pouco fraco. Aliás, se eu não tivesse dado continuidade, já teria desaparecido.”
    O sapateiro perspectiva, para o seu futuro, continuar durante muitos anos a trabalhar no Ateliê de Sapateiro. “Gosto daquilo que faço e quem faz o que gosta, não se cansa. Apesar de ter sido algo que surgiu na minha vida sem estar à espera, espero continuar a fazer isso durante muitos anos.” concluiu.
    Carlota Pimentel
    May be an image of 1 person, indoor and text that says "MESTRE FABIO"
    Joaquim Ponte and 61 others
    2 comments
    8 shares
    Like

    Comment
    Share
    2 comments
    View 1 more comment
    All comments

  • David foi da Irlanda ao Corvo para levar ao mundo as típicas fechaduras da ilha – Açoriano Oriental

    Views: 0

    David T.P., 31 anos, trocou há 16 meses a Irlanda pelo Corvo, onde se dedica a preservar a tradição das fechaduras de madeira, levando a todo o mundo as peças típicas do artesanato da mais pequena ilha açoriana.

    Source: David foi da Irlanda ao Corvo para levar ao mundo as típicas fechaduras da ilha – Açoriano Oriental

  • PORTUGAL ERA MUITO ATRASADO , PIOR QUE O QATAR

    Views: 0

    May be a black-and-white image of 2 people

    Dec 30 Portalegre

    Traje de Côca

    Começou por ser traje de casamento, de viuvez e murtalha.
    No sec XX, apareceu com cores nos casamentos, mas manteve-se de cor preta a ser usado pelas viúvas para ir à missa ou algum encontro clandestino e de murtalha. Convem lembrar que as viuvas só podiam sair de casa na semana santa ou para ir à missa. Nem à janela de casa podiam ser vistas.

  • há 9 anos fechou, hoje espaço museológico

    Views: 0

    No photo description available.

  • texto de ruy vieira nery

    Views: 0

    Partilho um texto de Rui Vieira Nery, que nos faz viajar até um passado não muito distante, mas praticamente perdido. A sua mensagem acentua-se sobremaneira na cabeça e no palato daqueles que, como eu, há mais de 40 anos, tiveram a fortuna de nascer no seio de uma família nortenha, bem perto de uma avó com queda para o tacho e munida de um fogão de ferro, cujo combustível predileto era o serrim desperdiçado pelas fábricas de móveis, ensacado, a cada 3 meses, nas velhas sarapilheiras.
    Em nome da saudade, renasça e seja longa a vida do cabritinho assado, fumegante e acompanhado daquelas batatas redondinhas, estaladiças e caseiras, como se gosta; bradem-se valentes hurras ao regresso da honesta posta de bacalhau, regada com a dose certa de azeite, e que “aromatizava” toda a casa com o sabor e cheiro intensos a azeitona sã.
    Em nome da saudade, longa seja a vida de todas as avós, sejam elas boas cozinheiras (como o era a minha), ou nem tanto, que numa terra como a nossa, há de haver sempre o forno de um bom vizinho onde caiba mais uma travessa.
    A todos, bom apetite!
    “Antigamente as cozinheiras dos bons restaurantes portugueses eram umas Senhoras rechonchudas e coradas, em geral já de idade respeitável, com nomes bem portugueses ainda a cheirar a aldeia – a D. Adosinda, a D. Felismina, a D. Gertrudes – e por vezes com uma sombra de buço que parecia fazer parte dos atributos da senioridade na profissão.
    Tinham começado por baixo e aprendido o ofício lentamente, espreitando por cima do ombro dos mais velhos.
    E tinham apurado a mão ao longo dos anos, para saberem gerir cada vez com mais mestria a arte do tempero, a ciência dos tempos de cozedura, os mistérios da regulação do lume.
    A escolha dos ingredientes baseava-se numa sabedoria antiga, de experiência feita, que determinava o que “pertencia” a cada prato, o que “ia” com quê, os sabores que “ligavam” ou não entre si.
    Traziam para a mesa verdadeiras obras de arte de culinária portuguesa, com um brio que disfarçavam com a falsa modéstia dos diminutivos – “Ora aqui está o cabritinho”, “Vamos lá ver se gosta do bacalhauzinho”, “Olhe que o agriãozinho é do meu quintal”.
    Ficavam depois a olhar discretamente para nós, para nos verem na cara os sinais do prazer de cada petisco, mesmo quando à partida já tinham a certeza do triunfo, porque cada novo cliente satisfeito era como uma medalha de honra adicional.
    E a melhor recompensa das boas Senhoras era o apetite com que nos viam: “Mais um filetezinho?” “Mais uma batatinha assada?”.
    Hoje em dia, ao que parece, nestes tempos de terminologias filtradas, já não há cozinheiros, há “chefes”, e a respectiva média etária ronda a dos demais jovens empresários de sucesso com que os vemos cruzarem-se indistintamente nas páginas da “Caras” e da “Olá”.
    Os nomes próprios seguem um abecedário previsível – Afonso, Bernardo, Caetano, Diogo, Estêvao, Frederico, Gonçalo, … – e os apelidos parecem um anuário do Conselho de Nobreza, com uma profusão ostensiva de arcaísmos ortográficos que funcionam como outros tantos marcadores de distinção – Vasconcellos, Athaydes, Souzas, Telles, Athouguias, Sylvas…
    Quase nunca os vemos, claro, porque os deuses só raramente descem do Olimpo, mas somos recebidos por um exército de divindades menores cuja principal função é darem-nos a entender o enorme privilégio que é podermos aceder a semelhante espaço tão acima do nosso habitat social natural.
    A explicação da lista é, por isso, um longo recitativo barroco, debitado em registo enjoado, em que, mais do que dar-nos uma ideia aproximada das escolhas possíveis, se pretende esmagar-nos com a consciência da nossa pressuposta inadequação à cerimónia em curso.
    A regra de ouro é, claro, o inusitado das propostas culinárias em jogo e, preferivelmente, a sua absoluta ininteligibilidade para o cidadão comum.
    Mandam, pois, o bom senso e o próprio instinto de auto-defesa que se delegue na casa a escolha do menu, sabendo-se, no entanto, que não vale a pena sonhar com que pelo meio nos apareça um pobre cabrito assado no forno, um humilde sável com açorda, ou uma honesta posta de bacalhau preparada segundo qualquer das “Cem Maneiras” santificadas das nossas Avós.
    Seja o que Deus quiser!
    E começam então a chegar a “profiterolle de anchova em cama de gomos de tangerina caramelizados, com espuma de champagne”, o “ceviche de vieira com molho quente de chocolate branco e raspa de trufa”, a “ratatouille de pepino e framboesa polvilhada com canela e manjericão”, e por aí fora, em geral com largos minutos de intervalo entre cada prato e o seguinte, para nos dar tempo de meditar sobre a experiência numa espécie de retiro espiritual momentâneo…
    E é de experiência que se pode aqui falar no sentido mais fugaz do termo.
    Deliciosa ou intragável, a oferta tende a ser, por princípio, “one time only”, porque quando o empregado anuncia, na sua meia voz enfadada, o “camarão salteado em calda de frutos silvestres e açafrão”, o uso do singular não é metafórico – é mesmo um exemplar único da espécie que se nos apresenta em toda a sua glória, ainda que possa reinar isolado no meio de um prato em que, em tempos, caberia um costeletão de novilho com os respectivos acompanhamentos.
    Se se detestar, há pelo menos a consolação de que não haverá qualquer hipótese de reincidência do crime; se se adorar – o que há que reconhecer que muitas vezes acontece – ficará apenas a memória fugidia do prazer inesperado.
    A função do “chefe” é proporcionar-nos no palato esta sucessão de sensações momentâneas irrepetíveis, todas elas em doses cuidadosamente homeopáticas, um pouco como as configurações sempre novas de um caleidoscópio – ou, se se preferir uma imagem mais forte, como a versão gastronómica de uma poderosa substância alucinogénia, daquelas que faziam as delícias da geração hippie dos anos 60 quando lhe davam a ver, ora elefantes cor-de-rosa, ora hipopótamos azul-celeste.
    Wow!
    Que saudades das Donas Adozindas, das Donas Felisminas, das Donas Gertrudes, mais camponesas ainda do que citadinas, com a sua sabedoria, as suas receitas de família, a sua simplicidade, a sua fartura, o seu gosto de servir bem, o seu sentido de tradição e de comunidade!”
    Rui Vieira Nery
    📷 TripAdvisor-Tia Isabel, Braga
  • DO HALLOWEEN A OUTRAS TRADIÇÕES

    Views: 1

    DO HALLOWEEN A OUTRAS TRADIÇÕES, 1-22 NOVEMBRO 2008 CRÓNICA 60
    12.8.1. DIA DE BOLINHOS OU DIA DE TI BOLINHOS

     

    É milenária a origem do dia 1 de novembro, “Dia de Todos os Santos”. Nalgumas aldeias, ainda se comemora de forma curiosa. Na tradição popular, é conhecido pelo “Dia do Bolinho” ou “Pão de Deus” conforme a região. As crianças em pequenos grupos com sacolas de pano, andam de porta em porta, desde manhã cedo, por ruas e vielas, repetindo o “Ó tia! dá bolinho?”. Em meios rurais, há ainda quem leve a rigor a tradição preparando bolinhos com massa, noz, passas e frutos secos.

    Para os católicos, 1 de novembro é dia de ida ao cemitério para depositarem flores nas campas dos que já abandonaram as lides terrenas. Dia 2 de novembro é Dia de Finados. Na Irlanda, Reino Unido e França, os celtas comemoravam o ano novo no dia 1 de novembro. Isto representava o fim do verão e o início do outono, a época das colheitas, antecedendo a escura e fria invernia, sinónimo de temporais e morte. Os Druidas consideravam o dia 31 de outubro como Samhain (Senhor da Morte e Príncipe das Trevas) ou Dia das Almas, celebrando a passagem entre a vida e a morte, onde reinava o espírito duma prática fantasmagórica. Com o advento cristão, no século VII, o Papa Bonifácio IV designou o dia 1 como “Dia de Todos os Santos” e a noite de 31 de outubro passou a ser “Noite de Todos os Santos” e assim se alterou uma celebração de cariz profano.

    12.8.2. PERÍODO PRÉ-CRISTÃO

    Acreditava-se que os espíritos dos mortos voltavam para visitar os familiares em busca de calor e mantimentos, pois o inverno aproximava-se com o reinado do Príncipe das Trevas. Os Druidas invocavam forças sobrenaturais para acalmar os espíritos, que raptavam crianças, destruíam colheitas e matavam os animais. Nessa noite, acendiam-se fogueiras nas colinas para guiar os espíritos ou para espantarem as bruxas. A inclusão de feiticeiras, fadas e duendes nos rituais, resulta da crença pagã de que, na véspera do Dia de Todos os Santos havia espíritos que se opunham aos ritos da igreja, e vinham ridicularizar a celebração de Todos os Santos. Supunha-se que os fantasmas pregavam partidas e causavam acontecimentos sobrenaturais.

    12.8.3. PERÍODO CRISTÃO

    Com os anos, o Halloween tornou-se alegre e divertido, sem os aspetos tenebrosos da tradição céltica, divulgada na América pelo influxo escocês após 1840. Alguns costumes foram mantidos e outros mudados. As Jack-O-Lanterns eram feitas com nabos e passaram a ser com abóboras, símbolo de origem irlandesa.

    12.8.4. JACK-O-LANTERN

    A lenda fala de Jack que não conseguiu entrar no céu por ser muito avarento, expulso do inferno por pregar partidas ao diabo. Foi condenado a vagar eternamente pela terra com uma lanterna para iluminar o caminho.

    Outra versão conta: um homem bêbedo e agressivo chamado Jack bebeu demais e o Diabo desceu à Terra para levar a alma. Jack, pediu para o deixar viver e beber mais um copo. O Diabo cede, mas Jack não tem dinheiro para pagar e o Diabo transforma-se em moeda na carteira. Só que o fecho tem o formato de uma cruz, fazendo com que o Diabo suplique para sair. Jack, então, propõe libertar o Diabo e ficar vivo por mais um ano. O Diabo concede o pedido, que muda os seus hábitos, passando a ser menos violento com a família.

    No ano seguinte, exatamente no dia 31 de outubro, o Diabo volta e reclama a sua alma. Jack convence-o a pegar uma maçã numa árvore próxima e sem que ele perceba, risca uma cruz no tronco com um canivete. O Diabo foge e promete retornar dez anos depois. Mas Jack não aceita e diz que só irá libertá-lo se ele nunca mais aparecer. O Diabo concorda. Mas passa-se um ano e Jack morre. É impedido de entrar no céu, e vai para o inferno, onde a entrada é recusada pelo Diabo, que fica com pena da alma de Jack e oferece-lhe um pedaço de carvão que usa para iluminar um nabo esculpido em forma de lanterna. Ela vai iluminar os caminhos do espírito de Jack. Daí o nome Jack O’Lantern, uma alma errante vagando pelo mundo dos vivos.

    12.8.5. “TRICK OR TREAT” (TRAVESSURAS OU GOSTOSURAS)

    Tradição originária da Irlanda, as crianças iam de casa em casa pedindo provisões para as comemorações do Halloween, em nome da deusa Muck Olla. Esta tradição ganhou roupas extravagantes, máscaras e todos se vestem carnavalescamente como fantasmas, bruxas, duendes, gnomos, Dráculas, Frankenstein, ou doutras formas aterrorizadoras. Vão batendo de porta em porta, carregando abóboras iluminadas com velas, pedindo doces e dizendo: ” Trick or Treat”. Quem não lhes dá nada recebe uma pequena vingança. O nome de Halloween, adaptado de “All Hallows Eve”, significando véspera de Todos os Santos. As fogueiras eram acesas nas casas durante as comemorações. Os vivos que não queriam ser possuídos apagavam o fogo para que o local parecesse ser frio e indesejado, além de se vestirem com fantasias assustadoras e desfilarem na vizinhança para afugentar os espíritos que vagavam. Conta a lenda que na festa de Samhain, as fogueiras das casas eram acesas a partir das brasas de uma fogueira sagrada. Para levar a brasa, os moradores usavam um nabo como se fosse um lampião. Daí, os irlandeses, passarem a esculpir nabos e beterrabas e usá-los como lanternas quando emigraram para a América, não encontrando nabos e beterrabas, trocaram-nos por abóboras.

     

    DIA DE FINADOS. AINDA ESTOU VIVO. DE VOLTA À MINHA INFÂNCIA, CRÓNICA 31, 1 NOVº 2006

     

    O dia dos fiéis defuntos, dia dos mortos ou dia de finados é celebrado pela Igreja Católica a 2 de novembro, a seguir ao Dia de Todos-os-Santos. No séc. 1 os cristãos não rezavam pelos mortos, que nunca foi prática da “Igreja Primitiva”. Pelo contrário, líderes como o apóstolo São Paulo orientavam o povo cristão a não se preocupar com a situação dos mortos, como os pagãos faziam (1Ts 4.13).

    Os cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires. No séc. V, a igreja dedicava um dia para rezar por todos os mortos, pelos quais ninguém rezava e dos quais ninguém lembrava. Também o abade Cluny, santo Odilon, em 998 pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o séc. XI os papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No séc. XIII passa a ser comemorado em 2 de novembro, porque 1 de novembro é a Festa de Todos os Santos. Na cultura judaico-cristã que nos rodeia, a recordação dos que já morreram assume uma grande importância, quanto mais não seja para pensarmos que outra vida melhor nos espera.

    Quem não se deu conta que aspiramos à eternidade e sentimos que essa aspiração se concretiza na memória dos que conviveram com cada um de nós. Há um dia expressamente dedicado a tal, a essa saudade, razão que motiva muitos dos que vivem longe dos locais onde nasceram, a visitá-los uma vez ao ano, e isso é bem mais visível no interior do país, onde, cada vez vive menos gente. O dia de finados é uma evidente expressão da cultura lusófona a que pertencemos e manifesta-se em todos os povos que se exprimem culturalmente em português. Eu tenho para mim que não é preciso haver um dia no calendário, propositadamente colocado a seguir ao Dia de Todos os Santos.

    Ora esta data tem ainda algum relevo para uma minoria, e obviamente um dia de Finados em dia de laboração normal não deixa grande margem de manobra para as pessoas irem aos cemitérios, depois de se levantarem cedo, deixarem os filhos na escola, voltarem do trabalho, irem buscar os filhos ao ATL (tempos livres), prepararem o jantar, etc.