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“Pico, Passado, Presente e Futuro dos valores que moldaram uma ilha

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“Pico, Passado, Presente e Futuro dos valores que moldaram uma ilha



A ilha do Pico foi, durante décadas, sinónimo de valores singulares e profundamente enraizados no carácter das suas gentes. A memória coletiva lembra um povo forjado pela dureza das lides do mar e da terra, resiliente perante as febres que marcaram a história da ilha e as adversidades que moldaram o destino dos Picarotos e Picarotas. Falava-se de honra, lealdade, entreajuda, humildade e dignidade. Estes princípios funcionavam como âncora moral e social, cimentando uma cultura de respeito, sobriedade e comunhão.

O presente evidencia um cenário mais turvo. A sociedade local, tal como tantas outras, sofre os efeitos de um mundo que acelera, que recompensa o oportunismo e onde a visibilidade frequentemente ultrapassa o mérito. Constata-se a erosão de valores outrora inabaláveis, traduzida em episódios que afrontam a memória dos que partiram e que atingem até os mais jovens. O fenómeno de instrumentalização da honra familiar e a disposição de alguns indivíduos para negociar a própria dignidade ilustram uma regressão ética corrosiva. Trata-se de um processo que mina a confiança comunitária e agrava tensões latentes.

A crise de confiança nas instituições representa um vetor central deste contexto. A percepção de politização, favorecimentos e círculos de influência informal contribui para um sentimento de injustiça estrutural. Quando as instituições perdem credibilidade, abre-se espaço à frustração e ao ressentimento, que podem degenerar em conflitos sociais e pessoais. A ausência de transparência, aliada à cultura dos pequenos favores, cria terreno fértil para um ciclo vicioso de descrédito e desagregação social.

Apesar deste quadro sombrio, subsiste uma responsabilidade coletiva e intergeracional, salvaguardar os valores que dignificaram o Pico e recuperá-los enquanto património cultural e moral. Resgatar a frontalidade, a humildade, o sentido de comunidade e a coragem no agir constitui uma urgência ética. Tal esforço implica educação, exemplo público, transparência institucional e, sobretudo, a valorização da verdade sobre a conveniência.

O futuro dos Picarotos e Picarotas dependerá da capacidade de reconstruir esta arquitetura moral. As regatas, símbolo vivo da identidade marítima, devem ser acompanhadas pela regata dos valores. Trata-se de restaurar a confiança e a coesão social, honrando a memória dos antepassados e garantindo que as novas gerações herdem não apenas tradições, mas também princípios, Valores e Dignidade.



A grande questão não reside no que mudou, mas sim naquilo que ainda pode ser preservado. O destino do Pico exige coragem civil, retidão coletiva e o compromisso de afirmar que a dignidade não é moeda de troca. O passado oferece a matriz, o presente convoca à reflexão e o futuro dependerá da escolha entre decadência e revitalização moral.”



Ricardo Branco Cepeda



#destacar #futuro #picoisland #azores #Todos

@destacar



Fotografia por IA

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a tradição da apanha do porco

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Tenho visto este comunicado a circular nas redes sociais e na minha opinião alguns dos comentários negativos e ofensivos não ajudam a mudar nada.
A vida é uma evolução e acho que todos devemos saber evoluir, a única frase que me chamou a atenção neste comunicado foi:
“É por estas e mais outras coisas, que as nossas festas vão morrendo”.
As festas, as tradições, os impérios entre muitas outras coisas não vão “morrendo” por causa destes pequenos detalhes mas sim por razões muito piores infelizmente…!
E na minha opinião para estes senhores mordomos no sentido de continuarem as suas festas e poderem preservar a tradição e o espírito festivo, podem o fazer mas sem causar sofrimento a animais, respeitando os avanços na consciência social e legal sobre o bem-estar animal.
Não esquecendo que hoje em dia existe proteção aos animais numa sociedade evoluída.
Muitos dos chamados “Jogos tradicionais com animais” como o do Porco a correr numa festa foram criados em épocas em que o entretenimento e a relação com os animais era muito diferente da que temos hoje.
Hoje temos meios de recriar o simbolismo e a diversão, sem causar sofrimento.
E na tentativa de ajudar a evoluir um pouco a mentalidade de quem escreveu este COMUNICADO e outros posso lhes ajudar e mostrar que podem continuar as tradições apenas alterando pequenos detalhes que certamente não vão “matar” as tradições isso posso lhes garantir.
O jogo da apanha do porco foi inventado e se não querem acabar uma tradição que a meu ver o mais importante é o império e a sua festa não é a “Apanha do Porco” por si só.
Não custa nada algumas cabecinhas pensadores se sentarem e pensarem que existem sim coisas que devem ser mudadas que devem evoluir com os tempos e neste sentido posso deixar-vos alguns exemplos para pensarem se vale apena mudar.
JOGO “APANHA DO PORCO” exemplo:
Podem substituir o porco real por um boneco de porco em borracha, revestido com algo escorregadio (ex: sabão). Pode ser “Libertado” num espaço delimitado e escorregadio, e os participantes devem conseguir o apanhar.
É muito engraçado e não provoca sofrimento a nenhum animal real e faz com que tenham mais participantes porque sabemos que alguns não jogam com os porcos verdadeiros por medo do animal.
“LANÇA AO PORCO” Exemplo:
Um jogo de pontaria com um alvo em forma de porco. Pode envolver bolas ou argolas para acertar, e quem ganhar leva um prémio simbólico.
Reflexão cultural: Uma tradição com evolução
Substituir o animal não apaga a tradição enriquece-a, mostrando que a comunidade é viva, consciente e criativa.
Viva ao Espirito Santo.
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Margarida Veiga and 25 others

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