Categoria: sociedade consumidor

  • morreu AP VASCONCELOS

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    MORREU O CINEASTA ANTÓNIO PEDRO VASCONCELOS
    Morreu, aos 84 anos, o cineasta António-Pedro Vasconcelos. Realizador premiado e apaixonado pelo Benfica, foi o responsável por alguns dos maiores êxitos de bilheteira do cinema português.
    DN
    António Pedro Vasconcelos, um dos maiores realizadores portugueses, morreu esta quarta-feira aos 84 anos.
    Foi um dos maiores realizadores do Cinema Novo Português. A sua primeira longa metragem foi Perdido por Cem (1973), e foi responsável por alguns dos maiores sucessos comerciais nas salas portuguesas, como O Lugar do Morto (1984) e Jaime (1999), tendo este último lhe valido os Globos de Ouro de melhor filme e melhor realizador.
    Também recebeu o prémio Sophia para melhor filme e melhor realizador por Os Gatos não têm Vertigens (2015), de melhor filme por Amor Impossível (2016) e de melhor realizador por Parque Mayer (2019).
    Antes, foi galardoado com o Globo de Ouro de melhor filme por Call Girl (2008).
    Paralelamente, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique na presidência de Mário Soares, a 10 de junho de 1992, e recebeu o prémio de Consagração de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.
    Foi ainda professor da Escola de Cinema do Conservatório Nacional, coordenador executivo da licenciatura em Cinema, Televisão e Cinema Publicitário da Universidade Moderna de Lisboa, comentador de desporto afetado ao Benfica na RTP, colunista da Visão, apresentador do programa Cineclube na RTP2, provedor do leitor no Record, presidente do Grupo de Trabalho do Livro Verde para a Política do Cinema e Audiovisual, da Associação Portuguesa de Realizadores, do Secretariado Nacional do Audiovisual e do Conselho de Opinião da RTP.
    Era um apaixonado pelo Benfica, um amor que começou ainda antes do cinema.
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    Fernando, Victor and 395 others

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    Carlos Peralta

    Cinema e SLB, duas das minhas paixões, estamos mais pobres
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  • a velha do restelo

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    Rumo ao quinto centenário de Camões
    A Velha do Restelo
    O Velho do Restelo – lamento chocar-vos – talvez não seja um homem. Poderá ser uma mulher. Estaríamos a falar, no fundo, da Velha do Restelo.
    Por incrível que pareça, foi na jesuítica revista «Brotéria» que se deu o primeiro passo que levaria, ulteriormente, ao desvendamento da identidade escondida do Velho do Restelo, concretamente no número que saiu em Novembro de 1980.
    Nesse volume da revista, o Dr. Joaquim Carvalho publicava um artigo sobre Os Lusíadas em que argumentava o conhecimento, por parte de Camões, do poema «Argonáutica», escrito por Apolónio de Rodes no século III antes da era cristã.
    Segundo a análise feita pelo Dr. Carvalho a passos do poema «Argonáutica» (na tradução latina que Camões lera) e a passos d’ Os Lusíadas, haveria pormenores de riquíssimo significado que não eram compreensíveis, na epopeia camoniana, a não ser que aceitássemos que Camões estava a remeter para o antigo poema helenístico.
    Li o artigo do Dr. Carvalho há muitos anos e, de imediato, a pista de vasculhar em Apolónio de Rodes galvanizou a minha atenção. Seria possível….? Faria sentido….? Seria aqui que eu encontraria a base para justificar a minha intuição de que o Velho do Restelo era, na realidade, uma Velha….?
    Pensei logo na estância IV.90 d’ Os Lusíadas, em que uma mãe chorosa se despede do filho que vai embarcar para a Índia.
    Meu Deus…. parecia-me óbvio! Estes versos eram a recriação camoniana da despedida chorosa da mãe de Jasão, antes de o filho embarcar para a Cólquida («Argonáutica» I.261-291).
    Pus-me, na altura, a estudar debaixo do microscópio o Canto I da «Argonáutica», comparando-o com o canto IV d’ Os Lusíadas. Não me saía da cabeça a ideia obsessiva de que o Velho do Restelo era um disfarce da VelhA do Restelo.
    A resposta apareceu em dois versos misteriosos do poema de Apolónio de Rodes («Argonáutica» I.315-316). Esses versos fizeram-me perceber que o Velho agoirento de Camões é o desenvolvimento de algo que Apolónio elide.
    Ou seja: Camões faz-nos ouvir a voz à qual Apolónio tira a fala. As palavras que ficaram por dizer no poema do século III a.C. são ditas, pela pena de Camões, no século XVI português.
    Que palavras são essas? No poema de Apolónio, somos colocados perante este momento de mistério e de silêncio: no momento em que os Argonautas estão já a dirigir-se para a nau, avança ao seu encontro uma mulher idosa.
    Esta anciã é sacerdotisa de Ártemis e tem algo de urgente para dizer ao herói, Jasão. No entanto, a multidão arrasta o herói até à praia, antes que a anciã consiga verbalizar a sua profecia.
    Apolónio pinta em dois versos a imagem da Velha deixada para trás. Vêmo-la sozinha, silenciosa, na berma do caminho. As palavras que lhe ficaram atravessadas na garganta nunca mais serão proferidas – mas Apolónio consegue transmitir a sensação quase palpável de que a sua importância é (ou teria sido) premente.
    Nunca mais serão proferidas? Teriam ficado para sempre não ditas, se Camões não tivesse ressuscitado a velha sacerdotisa de Ártemis, colocando as palavras que ela nunca pôde dizer em voz alta na boca do Velho do Restelo:
    «Vã cobiça…. ó fraudulento gosto…. Que mortes, que perigos, que tormentas, que crueldades…. Dura inquitação d’alma…. mísera sorte, estranha condição!»
    Ora diz-se que os maiores intérpretes literários não são as pessoas das Letras, mas sim as pessoas dos sons, criadoras de música. Ninguém entendeu melhor Goethe do que o compositor Hugo Wolf; ninguém entendeu melhor a poesia de Michelangelo do que o mesmo Wolf ou Benjamin Britten; ninguém entendeu melhor a poesia de Rainer Maria Rilke do que Paul Hindemith.
    Em 1975, um jovem de 12 anos chamado Frederico assistiu, no Teatro Nacional de São Carlos, à récita da ópera «O Canto da Ocidental Praia», de António Vitorino d’Almeida. A ópera não foi especialmente bem recebida pelo público e a segunda coisa de que me lembro dessa ocasião foi de ouvir a minha mãe no intervalo, a conversar com o que se chamava na altura o grupo dos «habitués» de São Carlos, sobre a última récita em que a minha mãe lá tinha ouvido ópera. E todos diziam que, no «Così fan tutte» de Mozart, Teresa Stich-Randall tinha sido sublime. O que equivalia a dizer que a presente ópera portuguesa, com os seus cantores portugueses, não era grande coisa.
    Se a ópera era grande coisa ou não já não vos saberia dizer –
    nem eu confiaria hoje naquilo que teria sido meu gosto musical aos 12 anos. Mas há, de facto, uma coisa dessa récita que ficou na minha cabeça para sempre: a figura do Velho do Restelo, que entra em cena a cantar «Ó vã cobiça!». Não me esquecerei nunca do chapéu à infante D. Henrique na cabeça da cantora.
    Sim, da cantora. Porque o Velho do Restelo – pelo menos é essa a minha recordação – foi cantado por uma mulher, Dulce Cabrita.
    Em 1975, os jesuítas da «Brotéria» ainda não tinham publicado o artigo que levaria a que, graças ao Dr. Carvalho e (já agora) à minha modesta pessoa, todos percebêssemos o que poderia estar por trás desta intuição artística.
    Mesmo sem o Dr. Carvalho e sem estas especulações do futuro Frederico Lourenço (que, em 1975, como já referi, ainda só tinha 12 anos), mesmo assim, a abrir o Verão quente de 1975, o Velho do Restelo assumira-se no palco do Teatro Nacional como Velha do Restelo, saudosa de uma «Idade d’ouro» que, sem que ela o soubesse, estava lentamente a nascer: o Portugal do pós 25 de Abril, de que todas e todos nos podemos orgulhar.
    imagem: Giorgione, retrato de idosa
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  • A tecedeira da Lomba da Maia – Açoriano Oriental

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    O Açoriano Oriental, fundado a 18 de Abril de 1835, é um título de referência no panorama da imprensa regional portuguesa em geral e açoriana em particular. Pautando desde sempre pelo rigor da sua informação, o Açoriano Oriental é um jornal de qualidade que pratica um jornalismo de proximidade que coloca como protagonista o interesse dos leitores. É também um importante difusor de publicidade nos Açores, em particular na ilha de São Miguel, a maior e mais populosa ilha do arquipélagoO Açoriano Oriental integra a Global Media Group, um dos maiores grupos de media em Portugal, com presença nos sectores da imprensa, rádio e televisão, para além de gerir um diverso conjunto de participações em empresas com actividade na área da publicidade, comunicação multimédia, produção de conteúdos e design.

    Source: A tecedeira da Lomba da Maia – Açoriano Oriental