Categoria: sociedade consumidor

  • Eulogia ao Mestre Malaca

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    Eulogia ao Mestre Malaca

    Dia 7 de fevereiro 2020 é um dia muito triste, vinte e oito anos e um dia depois da morte do meu pai morreu um dos meus mentores, uma pessoa que muito estimava e que me honrava com a sua amizade. Escrevo estas linhas, a quente, pouco depois de ter sabido da notícia e enho pena de não ter acedido aos pedidos do Luciano Pereira e do Rolf Kemmler em 2018 quando eles propuseram fazer uma homenagem aos nossos dois patronos, quando decidimos que eles fossem na nossa assembleia-geral de 2019 nomeados nossos Presidentes Honorários. Esperava eu que a sua longevidade nos permitisse fazer essa homenagem num colóquio inteiramente dedicado a ambos.

    Claro que os homenageamos a ambos durante os anos em que com eles aprendemos tanto quando connosco, humildemente partilhavam o seu saber. O Professor João Malaca Casteleiro surgiu no nosso seio em outubro 2007 com Evanildo Bechara quando ambos aceitaram o meu ousado convite a estarem presentes, e lembro-me, como se fosse hoje, que depois de um dos jantares no Poças em Bragança, quando regressávamos a pé, à velhinha Residencial Classis onde estávamos todos alojados, eles me perguntarem já perto da meia-noite se eu os queria aceitar como nossos patronos, dado que o primeiro patrono JOSÉ AUGUSTO SEABRA falecera em 2004. Nem queria acreditar que a sorte nos bafejara naquela conversa informal, quando eu me queixava da falta de visibilidade do 8º colóquio em 2007.

    Logo a seguir, fruto desse mesmo colóquio em Bragança, a comunicação social daria tanto relevo ao acordo ortográfico de 1990 que ali se debatera que prontamente o estado português o ratificou e começou a implementar. A partir desse momento, durante anos a fio, em escolas, universidades, colóquios, Malaca Casteleiro e Evanildo Bechara eram as faces mais visíveis dos colóquios e do AO 1990 da Galiza a Portugal, Brasil, Macau, catapultando estes colóquios para a ribalta.

    Durante os primeiros anos estabelecemos as metas necessárias para que a novel Academia Galega da Linga Portuguesa se pusesse de pé e frutificasse e a sua palavra e as suas estratégias ajudaram a conseguir o que poucos acreditavam ser possível numa Galiza espanholizada e castelhanizada linguisticamente.

    Quando em outubro de 2010 fomos vítimas de uma ameaça da Câmara Municipal de Bragança de tomar conta dos nossos colóquios encontrei em ambos, o apoio necessário para avançar a todo o gás para a nossa associação, a AICL, garantindo os direitos de autor do nosso logótipo, do nossos nome e do nome dos colóquios.

    Depois, foi Malaca Casteleiro quem coordenou as diligências para irmos a Macau, no ano a seguir à nossa bem-sucedida ida ao Brasil, onde marcamos presença na conferencia de Brasília da CPLP (março 2010), no Meu da Língua em São Paulo e no 13º colóquio em Florianópolis. Assim, acabaríamos por levar uma extensa comitiva de 43 participantes, dos quais 19 totalmente apoiados pelo Instituto Politécnico de Macau.

    Recordo as passadas rápidas e vigorosas de Malaca Casteleiro na nossa ida ao Canadá em setembro 2012 pela Yonge St abaixo rumo à Universidade de Toronto onde a Manuela Marujo nos esperava para celebrar os 65 anos de estudos portugueses. Antes disso, em abril de 2009 na Lagoa, o nosso patrono recusara a carrinha de 9 lugares que andava numa lufa, para a frente e para trás, e decidira meter pés ao caminho que separava o teatro da Lagoa da residencial Arcanjo na vizinha Atalhada, onde estava hospedado, e quase conseguia chegar ao mesmo tempo que a viatura.

    Durante os primeiros anos estabelecemos as metas necessárias para que novel Academia Galega da Linga portuguesa se pusesse de pé e frutificasse.

    Já em 2016 em Montalegre, em amena cavaqueira, com ele e a sua inseparável Conceição perdemo-nos do nosso guia, o célebre Padre Fontes e fomos a pé cavalgando as ruas e caminhos de Vilar das Perdizes, enquanto os restantes faziam a rota cultural estabelecida.

    Mais tarde quando o meu filho João foi convidado pelo Ministro da Ciência e Tecnologia a ir falar a Picoas, ao atual edifício Altice, em maio 2017 nos 30 anos do programa Ciência Viva, o Malaca e a Conceição lá estavam, a partilhar o meu orgulho imenso, jantando connosco e ficando em amena cavaqueira até altas horas quando fecharam o bar do Hotel.

    E sempre estiveram connosco desde 2007, menos no ano de 2018 quando a saúde do nosso mestre e patrono o traiu e ele não pode estar presente no 29º Belmonte 2018, 30º Madalena do Pico 2018 e 32º na Graciosa 2019 (por temer a falta de condições hospitalares em caso de necessidade urgente nas ilhas). Ainda em novembro último confirmara a sua presença em Belmonte este ano…

    Não vou falar da sua notável carreira, nem da sacanice da perseguição que a Academia lhe moveu nos últimos anos que nos levou em 2009 a propor uma ACADEMIA DE LETRAS DE PORTUGAL mas que infelizmente, não lograria apoios suficientes para arrancar e deixar de ser uma subserviente Secção de Letras da Academia de Ciências de Lisboa, mas recordarei sempre a sua confissão de que tinha vindo de uma família humilde e, como quase todos os desta geração, subira a pulso, fruto de muito trabalho e estudo, coisas que, indubitavelmente fazem falta hoje em dia. Muitas vezes falamos disto, da ética de trabalho, da necessidade de sermos exigentes e perseverantes.

    Guardarei comigo tudo o que partilhamos nestes 13 anos de convívio são e fico eternamente grato pelo muito que com ele aprendi. Continuará sempre como nosso patrono e Presidente Honorário, ele que presidiu à Mesa da Assembleia-Geral da AICL desde a sua fundação em 2010 até à Assembleia-Geral de abril 2019 .

    Chrys Chrystello, 9.2.2020

    Presidente da Direção da AICL, Colóquios da Lusofonia

  • «INICIATIVA POPULAR DE REFERENDO sobre a (des)Penalização da morte a pedido

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    Caros Amigos,

    Acabei de ler e assinar a petição: «INICIATIVA POPULAR DE REFERENDO sobre a (des)Penalização da morte a pedido» no endereço https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=referendosimavida

    Pessoalmente concordo com esta petição e cumpro com o dever de a fazer chegar ao maior número de pessoas, que certamente saberão avaliar da sua pertinência e atualidade.

    Agradeço que subscrevam a petição e que ajudem na sua divulgação através de um email para os vossos contactos.

    Obrigado.
    José Ribeiro e Castro

    Esta mensagem foi-lhe enviada por José Ribeiro e Castro (Jose.ribeiroecastro@gmail.com), através do serviço http://peticaopublica.com em relação à Petição https://peticaopublica.com/?pi=referendosimavida

  • baixa o QI e empobrece-se a linguagem…

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    A tese ainda está em debate há quase quarenta anos, ainda sem consenso na comuinidade científica: o nível de inteligência medido pelos testes de QI está em queda nos países mais desenvolvidos, para o que contibui uma infinidade de fatores.

    Concomitantemente à diminuição da inteligência, assiste-se ao empobrecimento da linguagem das pessoas… a que não é alheio, obviamente, o uso das redes sociais e da escrita desmazelada do SMS.

    L’effet de Flynn du nom de son concepteur, a prévalu jusque dans les année 1960. Son principe est que le Quotient Intellectuel (QI) moyen ne cesse d’augmenter dans la population. Or depuis les années 1980, les chercheurs en sciences cognitives semblent partager le constat d’une inversion de…

  • 1969 woostock: 43 photos rares qui montrent à quel point Woodstock était dément – Happy-Landing.net

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    Ce qui devait être trois jours de musique, de paix et d’amour célébrés sur les terres d’un fermier de la ville de Bethel, dans l’état de New York, à l’été 69, s’est avéré être l’événement musical le plus iconique de tous les temps. Oui, il s’agit de Woodstock, le moment charnière de l’histoire de la […]

    Source: 43 photos rares qui montrent à quel point Woodstock était dément – Happy-Landing.net

  • morreu a escritora Maria de Fátima Borges

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    Drª Maria de Fátima Borges deixa-nos com um exemplo de açoriana e de intelectual

    Há poucos dias enviei-lhe pelo Facebook uma mensagem a desejar-lhe um feliz ano de 2020. Na simpática resposta, a agradecer e a retribuir, a minha antiga professora universitária e amiga de há muitos anos informou-me, surpreendentemente, que estava “hospitalizada depois de uma operação” e que esperava ter “alta na próxima semana”.
    Quando eu pensava que ela estava em franca recuperação, para regressar à sua “casa-museu” na cidade da Ribeira Grande, para junto dos seus muitos livros, do seu bem cuidado jardim e do seu adorado gato persa “Filipe”, sou agora confrontado com a triste notícia do seu falecimento.
    Ainda recentemente publicou a obra “Vai Chover Amanhã”, que poderá sugerir ou indiciar a quem não a leu uma ideia – digamos assim – de alguma tristeza ou de um certo desencanto. Depois de ler – com o maior gosto e não menor prazer! – esta obra literária, composta de crónicas e contos, digo que o optimismo, o humor e a vivacidade de espírito acompanham todas as prosas, também marcadas, pelo menos algumas, por um notório sentimento de saudade, principalmente de familiares já desaparecidos.
    Além disso, a natureza e o mar acompanham essa obra, como elementos estruturantes e marcantes da personalidade da autora, que nasceu na freguesia de Nossa Senhora da Conceição, no concelho de Ribeira Grande. Completou os seus estudos secundários em Ponta Delgada. Em 1961 ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que depois deixou por contingências da vida, para em 1976 ingressar na Universidade dos Açores, onde obteve a licenciatura em Estudos Portugueses e Ingleses. Durante vários anos, foi Assistente Convidada da Universidade dos Açores, onde lecionou a cadeira de Cultura Portuguesa, no âmbito do Departamento de Línguas e Literaturas. Também foi funcionária no sector bancário.
    Além da obra “Vai Chover Amanhã”, foi e é autora do livro de contos “A Cor Ciclame e os Desertos”, editado em 1989. Produziu, igualmente, poesia. Esta autora está incluída, referenciada e estudada em várias antologias.
    Estava e continuo a estar ligado à drª Maria de Fátima Borges por uma amizade muito antiga: primeiramente, através das nossas famílias, que se relacionam há longas décadas; depois, porque fui seu aluno – e com muito gosto e maior proveito académico! – na Universidade dos Açores; finalmente, mantivemos contacto através do Facebook, encontrando-me eu no Continente e ela na ilha de São Miguel, na sua “casa-museu”, na Ribeira Grande, cheia de móveis antigos e outras relíquias de família, sendo que o próprio edifício é também muito antigo, guarda recordações de várias gerações e certamente foi uma fonte de inspiração e um local apropriado para a criação literária.
    A drª Maria de Fátima Borges, um exemplo de açoriana e de intelectual, sempre recatada mas sempre brilhante, deu um inestimável contributo para a literatura açoriana, literatura de significação açoriana ou literatura portuguesa produzida nos Açores, conforme a perspectiva de cada um. Vai fazer muita falta!

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    nota do editor deste blogue.

    HÁ ANOS AQUANDO DA PUBLICAÇÃO DAS ANTOLOGIAS DA AICL ela foi escolhida para figurar (a única mulher nessa antologia de autores açorianos contemporâneos).Pessoa de trato afável, de uma humildade extrema, evitava os holofotes e recusou sempre ser homenageada nos nossos colóquios da lusofonia.

    Lamenta-se que tenha sido injustamente esquecida pelos seus pares e que a sua obra não seja mais divulgada pela sua excecional qualidade, como se pode comprovar neste pequeno extrato dessa antologia

    …” Vai chover amanhã

    Se não tudo, pelo menos grande parte do que nos foi acontecendo se desvirtua de cada vez que a lembrança desta ou daquela situação nos entretém. Por muito fidedignas que, num primeiro momento, julguemos ser as versões de acontecimentos antigos que a nós próprios contamos, depressa começamos a desconfiar de que os diluímos, efabulando pormenores e intenções por desforra ou desfrute, embora a maior parte das vezes sem darmos conta de qualquer razão, se é que tem que haver alguma. Não sendo fiáveis, as

    evocações expandem ou cerceiam aquilo de que se alimentam, ignorando escrúpulos de rigor e tomando o alvedrio por justeza.

    Por isso não vou jurar que a rua fosse tão estreita como agora me parece e que as casas apresentassem a circunspecção decadente que me leva a julgar mais mofinos os seus habitantes. Poucos, de resto, porque boa parte dessa rua, de ambos os lados, era constituída por muros de pedra solta, uns mais altos do que outros, que delimitavam quintais onde tudo se cultivava, desde a melancia ao tremoço. No nosso, não. O espaço mal chegava para os araçazeiros que não davam trabalho, as obrigatórias hidrângeas e aquela árvore de altos ramos orvalhados de flores vermelhas que, em caindo, incendiavam o chão.

    -Não as pises – repetia, como se fosse necessário.

    Ao domingo, com a mãe ao piano, a vizinha aprendiz de canto entoava trechos conhecidos, esforçando-se por iludir, com notável persistência e escasso proveito, a incompatibilidade da sua voz com os sons mais graves. Do seu não muito vasto repertório, ainda penso que ouço o insistente queixume de um dos Scarlatti:

    “O cessate di piagar mi

    O lasciate mi morir”

    que, naquela altura, me incomodava como uma espécie de premonição cuja eficácia me recusava admitir tanto quanto me permitia supor que resultasse, considerando o que fui sendo e continuaria a ser até ao momento final, àquele sem retorno que, no fundo, desde o princípio, se suspeita que irá chegar. Nunca se soube ao certo de onde tinham vindo aquelas duas criaturas. A maledicência local insinuou razões duvidosas sobre a ausência de um marido que se supôs militar, chegando mais tarde a suspeitar-se de que não tivesse existido como tal. Saíam de casa sempre juntas. A sua maneira de vestir, demasiado festiva em cores e modelos e o modo como a todos dirigiam dissimulados sorrisos e saudações dengosas foram interpretados como sinais de comportamentos anteriores mais soltos do que os que se tinham em boa conta numa terra de licenças secretas e arremedos precavidos. Ao princípio, mais na mãe do que na filha, fora este descomedimento, chamemos-lhe assim, tomado por donas de casa como assédio e por maridos e filhos mais velhos como novidade suscitadora de curiosidades e complacências. O tempo encarregar-se-ia de demonstrar as para alguns temidas e para outros ansiadas conclusões.

    Passados tantos anos aqui estamos, por acaso sentados ao lado um do outro nesta sala de espera, condenados (ou não) a permanecer numa proximidade até há pouco tempo improvável, posto que imaginadamente possível, porque, na verdade, em tudo se tem que acreditar, por muito estranho que, de repente, se considere. …”

  • insólito Argelino resgatado quando tentava nadar de Timor-Leste para a Austrália

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    “Um cidadão argelino foi resgatado por pescadores indonésios no passado fim de semana quando tentava nadar de Timor-Leste para a Austrália, segundo noticiou a imprensa indonésia.”

    O homem foi resgatado por pescadores no Mar de Timor no sábado.