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tragam de volta o bidé

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BIDÉ OU PAPEL HIGIÉNICO?
Especialistas de Harvard recomendam trocar o papel higiénico por esta alternativa mais sustentável
História de Vítor Paulo Carvalho.
Durante séculos, a humanidade inventou soluções engenhosas (e por vezes bizarras) para a higiene após a sanita: desde esponjas partilhadas entre legionários romanos até conchas nas Filipinas. No entanto, o papel higiénico tornou-se rei no Ocidente, símbolo de civilização e até objeto de pânico durante a pandemia, quem
não se lembra das prateleiras vazias nos supermercados?
Trisha Pasricha, médica de Harvard, aconselha… abandonar o papel higiénico. Espantoso, não? A base é um estudo de 2022 com estudantes de enfermagem no Japão: as luvas usadas por quem limpava com papel higiénico tinham quase 40 000 bactérias viáveis, enquanto quem usava bidé viu esse número cair quase dez vezes.
Mas agora, especialistas começam a levantar uma questão desconfortável: e se estivermos a insistir num método não só ultrapassado como prejudicial para a saúde?
O que os especialistas dizem sobre o papel higiénico?
Médicos recomendam o bidé, pois um bidé limpa mais eficazmente do que o papel higiénico. A água remove bactérias, resíduos fecais e irritantes que o papel… simplesmente não consegue. E ainda, um estudo de avaliação de ciclo de vida demonstra que substituir o papel higiénico pelo bidé reduz drasticamente o impacto ambiental em todas as categorias, exceto a água.
Para além da questão microbiológica, há também a pele. Pessoas com problemas como síndrome do intestino irritável, hemorroidas ou fissuras anais sofrem bastante com a fricção repetida do papel. E segundo Pasricha, até a recuperação pós-parto pode ser facilitada com um bidé. No fundo, limpar não tem de doer.
Porque o bidé devia ser mais usado?
1. Limpeza
A água é uma arma silenciosa, poderosa e eficaz. Em vez de esfregar com papel higiénico, o bidé alivia cargas incómodas e potenciais irritações, especialmente para quem sofre de hemorroidas ou fissuras anais, ou tem problemas de mobilidade. E convenhamos, uma limpeza suave, precisa e aquosa soa muito mais… elegante.
2. Sustentabilidade
Um único rolo de papel higiénico pode consumir do equivalente de mais de meio kilo de madeira e 22 litros de água, para uma utilização única. Em contraste, cada ato com o bidé utiliza apenas cerca de meio litro de água, com poupança maciça em recursos e resíduos. O LCA («life-cycle assessment») confirma: em praticamente todas as métricas ambientais, o bidé é mais amigo do planeta. Só a água é exceção, mas é um exagero percentual: o total de água é modesto.
3. Taboos culturais
Mesmo com os benefícios evidentes, há uma barreira social. Em muitos lugares, o bidé veio com uma aura de sofisticação, erotismo até, especialmente nos EUA, onde era associado a bordéis na II Guerra Mundial. Mesmo na europa, onde o bidé é comum em quase todas as casa, o papel higiénico continua a ser um velho companheiro, embora menos eficaz. A transição ainda é desconfortável para muitos, mas a ciência não mente.
4 – Vais mudar a tua rotina?
Durante séculos, acreditámos que o papel higiénico era suficientemente limpo. Mas agora sabemos a verdade, ele deixa-nos com milhares de bactérias nas mãos, 10 vezes mais do que o bidé. E não só, o papel tem um custo maior para o planeta, não só em madeira, mas em poluição e desperdício.
Assim, para a nossa pele, o nosso conforto e a nossa carteira, o bidé é superior, suave, eficaz e, a longo prazo, mais económico. Vais continuar a resistir ao charme do bidé ou vais dar-lhe uma oportunidade?

Bidet - Wikipedia

JOVENS E SUICÍDIO: Catarina Valadão Quando o coração apanha pouca rede

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Quando o coração apanha pouca rede
Vivemos na época mais conectada da história da humanidade. Podemos falar com alguém do outro lado do mundo em segundos, enviar fotografias, partilhar pensamentos, pedir conselhos, confessar saudades e, no entanto, nunca estivemos tão sós. É um paradoxo cruel: quanto mais nos ligamos, mais nos afastamos. O Wi-Fi é forte, mas o coração apanha pouca rede.
Os números não mentem, embora falem baixo. Em Portugal, em 2022, cinquenta e três jovens entre os 15 e os 24 anos tiraram a própria vida. Cinquenta e três rapazes e raparigas que, no papel, tinham tudo à frente – menos o apoio para de lá chegar. É o valor mais alto dos últimos vinte anos – 67% eram do sexo masculino. Mais assustador, 23% dos jovens já tiveram pensamentos ou atos suicidas. Estatísticas que parecem frias, até nos lembrarmos que cada número é um ser humano que deixou de viver.
A saúde mental tornou-se a epidemia discreta do século XXI. A ansiedade, a depressão, o medo do fracasso – tudo isso cresce em miúdos que ainda deviam estar a descobrir o mundo, não a sobreviver-lhe. É a adolescência mais cansada de sempre: dorme mal, pensa demais e sente tudo. Vive num mundo em que a felicidade é obrigatória e a comparação é permanente.
Mas há outra parte da história: os pais. Tão ocupados, tão exaustos, tão centrados em sobreviver, que se demitiram – devagarinho – de serem pais. Trabalham até tarde, correm atrás de contas, de metas, de reconhecimento, de qualquer coisa que os prove. Querem dar tudo aos filhos, mas esquecem-se de lhes dar o essencial: tempo, presença, limites, colo. A autoridade evapora-se com o medo de traumatizar; a ternura confunde-se com permissividade.
Entretanto, os filhos crescem sem resistência, sem frustração, sem “nãos” e quem nunca ouviu um “não” em casa, quando o mundo lho diz, desaba. Educar é também frustrar com amor: é ensinar a esperar, a perder, a aceitar. É provocar pequenas quedas para que saibam levantar-se sozinhos. O afeto verdadeiro não é dizer sempre “sim”, é explicar que a dor do “não” é humana.
Os miúdos precisam de adultos que aguentem o choro sem fugir, que saibam escutar sem julgar, que não tenham medo de serem impopulares. Precisam de pais que não estejam apenas presentes fisicamente, mas emocionalmente disponíveis. Porque se os pais não ensinam os filhos a lidar com as emoções, o mundo ensina – e o mundo, geralmente, ensina mal.
As redes sociais mostram-lhes vidas perfeitas, corpos filtrados, amores fáceis. Tudo parece acessível e instantâneo, mas ninguém ensina a lidar com o que é lento, imperfeito, frustrante – com o que é humano. É aí que nasce a solidão: nesse buraco entre o que se mostra e o que se sente. Os jovens não querem morrer; querem que a dor faça sentido. Só que ninguém lhes ensinou a lidar com ela e a esperar que ela passe.
A saúde mental não se cura com slogans nem campanhas coloridas. Cura-se com tempo. Com pais que voltam a ser pais. Com conversas à mesa, sem ecrãs. Com perguntas que esperam resposta. Com adultos que mostram que sentir é normal e que errar não é o fim. Com amor firme, não apenas amor doce.
Vivemos rodeados de notificações, mas quase sem toque humano. Falamos com máquinas que respondem melhor do que pessoas e depois perguntamo-nos porque é que ninguém aguenta. Talvez porque não basta estarmos ligados; é preciso estarmos juntos.
A verdadeira conexão demora, exige paciência, silêncio e ternura. É olhar nos olhos, é ouvir para compreender, é ficar mesmo quando o outro não sabe o que dizer. É educar: esse milagre simples que pode salvar vidas.
Catarina Valadão
Publicado no jornal Açoriano Oriental a 08.11.2025

Dick Cheney, influential Republican vice president to George W. Bush, dies | CNN Politics

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Dick Cheney, America’s most powerful modern vice president and chief architect of the “war on terror,” who helped lead the country into the ill-fated Iraq war on faulty assumptions, has died, according to a statement from his family. He was 84.

Source: Dick Cheney, influential Republican vice president to George W. Bush, dies | CNN Politics

“Pico, Passado, Presente e Futuro dos valores que moldaram uma ilha

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“Pico, Passado, Presente e Futuro dos valores que moldaram uma ilha



A ilha do Pico foi, durante décadas, sinónimo de valores singulares e profundamente enraizados no carácter das suas gentes. A memória coletiva lembra um povo forjado pela dureza das lides do mar e da terra, resiliente perante as febres que marcaram a história da ilha e as adversidades que moldaram o destino dos Picarotos e Picarotas. Falava-se de honra, lealdade, entreajuda, humildade e dignidade. Estes princípios funcionavam como âncora moral e social, cimentando uma cultura de respeito, sobriedade e comunhão.

O presente evidencia um cenário mais turvo. A sociedade local, tal como tantas outras, sofre os efeitos de um mundo que acelera, que recompensa o oportunismo e onde a visibilidade frequentemente ultrapassa o mérito. Constata-se a erosão de valores outrora inabaláveis, traduzida em episódios que afrontam a memória dos que partiram e que atingem até os mais jovens. O fenómeno de instrumentalização da honra familiar e a disposição de alguns indivíduos para negociar a própria dignidade ilustram uma regressão ética corrosiva. Trata-se de um processo que mina a confiança comunitária e agrava tensões latentes.

A crise de confiança nas instituições representa um vetor central deste contexto. A percepção de politização, favorecimentos e círculos de influência informal contribui para um sentimento de injustiça estrutural. Quando as instituições perdem credibilidade, abre-se espaço à frustração e ao ressentimento, que podem degenerar em conflitos sociais e pessoais. A ausência de transparência, aliada à cultura dos pequenos favores, cria terreno fértil para um ciclo vicioso de descrédito e desagregação social.

Apesar deste quadro sombrio, subsiste uma responsabilidade coletiva e intergeracional, salvaguardar os valores que dignificaram o Pico e recuperá-los enquanto património cultural e moral. Resgatar a frontalidade, a humildade, o sentido de comunidade e a coragem no agir constitui uma urgência ética. Tal esforço implica educação, exemplo público, transparência institucional e, sobretudo, a valorização da verdade sobre a conveniência.

O futuro dos Picarotos e Picarotas dependerá da capacidade de reconstruir esta arquitetura moral. As regatas, símbolo vivo da identidade marítima, devem ser acompanhadas pela regata dos valores. Trata-se de restaurar a confiança e a coesão social, honrando a memória dos antepassados e garantindo que as novas gerações herdem não apenas tradições, mas também princípios, Valores e Dignidade.



A grande questão não reside no que mudou, mas sim naquilo que ainda pode ser preservado. O destino do Pico exige coragem civil, retidão coletiva e o compromisso de afirmar que a dignidade não é moeda de troca. O passado oferece a matriz, o presente convoca à reflexão e o futuro dependerá da escolha entre decadência e revitalização moral.”



Ricardo Branco Cepeda



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@destacar



Fotografia por IA

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