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A DESOCIDENTALIZAÇÃO DO MUNDO

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CHINA E RÚSSIA PREPARAM A DESOCIDENTALIZAÇÃO DO MUNDO + INDICADORES DE SOFRIMENTO SOCIAL + CULTO DO OFENSIVO

CHINA E RÚSSIA PREPARAM A DESOCIDENTALIZAÇÃO DO MUNDO

Paradoxalmente a União Europeia implementa o Declínio económico-cultural da Europa

Aquando da visita de Xi Jinping a Vladimir Putin em Moscovo, Xi afirmou que estão previstas “mudanças nunca vistas nos últimos 100 anos”: “desta vez somos nós que as lideramos em conjunto” .

A guerra entre os EUA/OTAN e a Federação russa na Ucrânia apressou o desenvolvimento do agrupamento de países que em 2011 tinha adoptado a sigla BRICS.

BRICS é um poderoso agrupamento das principais economias de mercado emergentes do mundo, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. É a agremiação rival do grupo G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e o Canadá – a Rússia foi expulsa). Os países da BRICS visam promover a paz, a segurança, o desenvolvimento e a cooperação. Os seguintes 16 países pediram formalmente para ingressarem no BRICS: …

Como contrarreação à formação de uma nova ordem internacional, os políticos europeus (especialmente a Alemanha), desenvolvem, atualmente, grande atividade diplomática para criar laços económicos e políticos mais fortes na África, e na Ásia e os americanos estabelecem parcerias militares na Austrália e no Japão.

Trata-se de preparar a criação de uma nova ordem mundial bipolar: um polo em torno dos EUA e outro em torno da China (de um lado o núcleo capitalista e do outro o núcleo socialista).

O BRICS com 31,5% do PIB global já ultrapassou o G7 no PIB global com 30% (1). O BRICS pretende alcançar 50% do PIB global até 2030. Colaboram em questões de interesse mútuo, como, economia, segurança nacional e saúde pública. Os países do BRICS têm ainda reduzido volume a nível de tráficos económicos mútuos, sendo o seu comércio com os EUA e a UE 6,5 vezes maior. O comércio bilateral entre a China e a Coreia do Sul é quase tão grande quanto entre os países do BRICS…

Já têm o NBC (Novo Banco para o desenvolvimento) chefiado por Dilma Rousself. Numa estratégia de ‘não dependerem do dólar ou do euro’, estão a trabalhar na sua própria moeda…

O conflito entre os EUA/OTAN e a Federação Russa será inteligentemente aproveitado pela China para fortalecer o seu poderio à custa dos dois blocos em guerra…

É doloroso encontramo-nos numa época de luta de imperialismos mais ferozes que nunca!

António CD Justo

Texto completo e notas em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8522

INDICADORES DE SOFRIMENTO COMPARADO ENTRE AS GERAÇÕES

Os Valores revelados como mais importantes são Família-Saúde e Liberdade

O Estudo (1) tendências da “Juventude na Alemanha 2023” (janeiro e março) publicado (16.05.2023) revela que as crises atuais agravam mais as gerações mais jovens do que as mais velhas. Trata-se de um barómetro que mostra como a as faixas etárias / gerações (Grupo de 14 a 29 anos, Grupo de 30-49 anos e o Grupo de 50-69 anos) veem a Alemanha, suas vidas e o futuro…

Grupo de 14 a 29 anos: estresse 46%, exaustão 35%; Insegurança/Dúvida sobre si próprio 33%, apatia 31%, irritabilidade 24%

Grupo de 30-49 anos: estresse 42%, exaustão 37%; Insegurança/Dúvida sobre si próprio 19%, apatia 27%, irritabilidade 22%

Grupo de 50-69 anos: estresse 20%, exaustão 25%; Insegurança/Dúvida sobre si próprio 11%, apatia 25%, irritabilidade 14% …

Os valores mais importantes para os inquiridos são família, saúde e liberdade; o Estudo revela uma relação muito estreita entre os pais e seus filhos adolescentes…

O Estudo da Juventude na Alemanha em 2022 tinha revelado as seguintes sobrecargas: Estresse 41%, Apatia 31%, Exaustão 29%, Depressão 26%, Dúvida 26%, Desamparo 16%, Pensamentos suicidas 10%

António CD Justo

Texto completo e notas em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8529

CULTO DO OFENSIVO NO PARLAMENTO EUROPEU!

Exposição no “Olimpo” Europeu com Jesus LGBT da autora sueca Elisabeth Olson patrocinada pelo parlamentar Malin Björk, do Partido de Esquerda da Suécia e que foi criticado por parlamentares.

A mesma exposição tinha sido recusada em 1999.

Resta uma pergunta: a “falta de respeito para com milhões de crentes em toda a Europa” seria possível se se tratasse de Maomé?

Certamente não; o que leva a uma conclusão triste: o medo é trunfo e só quem usa de maneira abusiva do poder consegue evitar os abusos concorrentes.

Numa altura em que o parlamento retira direitos aos cidadãos (lembre-se, a título de exemplo, a limitação de direitos de opinião nos media sociais e a exigência de exames para pessoas com carta a partir dos 70 e limitação de outros direitos a outros condutores) as instituições europeias tornam-se exímias em questões que poderiam ser qualificadas de libertinagem!

A liberdade de expressão parece ter os seus limites confinados aos simples cidadãos sem palco e sem patrocinadores. Enfim, roubam num lado para dar no outro!

Amostra de imagens em:

https://www.facebook.com/francisco.h.dasilva.3/posts/pfbid0285fte8phtT5rZgqeswSiXSPEyW2uEfZtAgbNT9BCiF9e1yvFdERRweykwi9imC3dl

António CD Justo Pegadas do Tempo

1° DE MAIO – DIA DA SOLIDARIEDADE

O 1° de maio não se reduz a dia das caminhadas, ele continua a ser o dia do trabalhador e empregados em geral (1) …

…. Questionar a necessidade dos sindicatos seria uma falácia dado o globalismo liberal ser de tal maneira centralizador, regulador e controlador que cada vez exigirá mais a organização das pessoas e regiões em grupos sociais e iniciativas de solidariedade, como reacção de autodefesa, dado o indivíduo passar a não ter qualquer relevância

A inteligência artificial está a revolucionar o mundo do trabalho de uma forma inimaginável; a mudança estrutural em via terá, certamente, como primeira consequência a introdução da semana de quatro dias.

Perante a inflação provocada, as reivindicações dos sindicatos terão de ser fortes e pragmáticas. Salário não é tudo, precisa-se de mais flexibilidade e de mais tempo para a família.

As populações não podem viver em crise permanente. Na Alemanha, é de notar a rapidez com que os políticos arrecadaram 100 bilhões de euros em benefício de armamentos e por outro lado a sua rigidez e sobriedade no tratamento do pessoal hospitalar e dos serviços de assistência…

Num momento em que as agendas globais nos orientam e determinam o nosso viver, é mais necessário do que nunca que as pessoas se unam em solidariedade e se organizem….

O emprego sustentável só será possível com investimentos. Os políticos, porém, não podem descansar limitando-se a garantir salários baixos como meio de atrair investidores.

António CD Justo

Texto completo e nota em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8504

O BURACO NO CÉU!

Consta que São Pedro andava um pouco atrapalhado por ver pessoas no Céu que ele não se lembrava de ter deixado entrar.

Depois de muito investigar, lá encontrou um buracão por onde entravam pessoas sem controlo.

Então dirigiu-se ao Senhor para que remediasse tal situação.

– Senhor, vem ver o buraco que descobri no Céu e por onde entram pessoas indevidamente.

O Senhor lá foi com Pedro e viu o buraco donde se dependurava um enorme Rosário que chegava até à terra e com pessoas agarradas a ele.

Pedro disse para o Senhor: – Temos que fechar esta entrada.

Jesus respondeu: – Deixa assim… Isso são coisas de minha mãe!

Maio é o mês de Maria.

VASCO CORDEIRO NA UCRÂNIA

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Na visita que fiz à Ucrânia, impressionou-me bastante o grau de destruição em casas e outras infra-estruturas não militares. A par disso, ouvir testemunhos de massacres como o de Bucha, é uma demonstração muito crua daquilo que a Ucrânia já teve de sofrer.
Mas, acima de tudo isso, o que mais impressiona é a determinação e confiança do Povo Ucraniano, liderados também aqui pelo Presidente Zelensky, que a vitória chegará. Por muito tempo que leve e por muito que custe, a Ucrânia reerguer-se-á!

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vasco cordeiro na ucrânia

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Ucrânia: Vasco Cordeiro transmitiu a Zelensky em Kiev apoio do poder local europeu
Redação, 20 abr 2023 (Lusa) – O presidente do Comité das Regiões, Vasco Cordeiro, encontrou-se hoje em Kiev com o Presidente da Ucrânia e transmitiu-lhe que, mais do que “razões geopolíticas ou estratégicas”, o país está lutar pelos valores da União Europeia (UE).
“Já várias vezes foi dito que a Ucrânia está a lutar pela Europa. Eu acho que não se tratam apenas de razões geopolíticas ou estratégicas. É, acima de tudo, sobre valores, sobre princípios”, sustentou Vasco Cordeiro, depois de um encontro com Volodymyr Zelensky, na capital ucraniana, numa intervenção enviada à Lusa.
A deslocação a Kiev do presidente do Comité das Regiões ocorreu no âmbito da apresentação de uma aliança europeia de municípios e regiões para a reconstrução do país.
De acordo com uma nota enviada à Lusa, a delegação do Comité das Regiões foi convidada à viajar até Kiev pelas autoridades ucranianas, na sequência da Cimeira Internacional dos Municípios e Regiões.
O presidente do Comité das Regiões acrescentou que as cidades e regiões de toda a UE “e de todo o mundo podem não ter o poder de trazer armas e munições” – aquilo que a Ucrânia tem incessantemente pedido a todos os países que estão desde 24 de fevereiro de 2022 a apoiá-la contra a invasão da Federação Russa.
Contudo, sustentou Vasco Cordeiro, há um “papel que as comunidades locais e regionais estão a desempenhar, e podem desempenhar, não só acolhendo as pessoas que tiverem de abandonar” o país na sequência da invasão russa, “mas também reforçando as parcerias que são necessárias para enfrentar esta difícil situação e resolver os problemas que persistem”.
Por isso, prometeu a disponibilidade do Comité da Regiões para ajudar a consolidar “a existência de um governo local e regional democrático, devidamente financiado e respeitado”.
“A Ucrânia será, tal como outros países candidatos, um membro de pleno direito da União Europeia. Nesse contexto, muitas áreas podem ser usadas para expressar esta parceria, mas uma delas é exatamente o aspeto do desenvolvimento de capacidades. A oportunidade de fortalecer o governo local na Ucrânia”, completou.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.534 civis mortos e 14.370 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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Eduardo Moniz

Queres se mostrar antes preocupasse com as misérias que está nos Açores com esta inflação gananciosa
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lula e rússia

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Para quem não percebeu Lula da Silva está do lado da Rússia
“Os países precisam parar de armar a Ucrânia” – O novo “plano de paz” de Lula
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“Os países precisam parar de armar a Ucrânia” – O novo “plano de paz” de Lula
O site Hoje no Mundo Militar é a sua dose diária de informação militar e geopolítica. Siga-nos pelo link: https://hojenomundomilitar.com.br/VISITE A NOSSA LO…
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TPI emite mandado de captura a Vladimir Putin por crimes de guerra. “É apenas o início”, reage Kiev – Atualidade – SAPO 24

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Source: TPI emite mandado de captura a Vladimir Putin por crimes de guerra. “É apenas o início”, reage Kiev – Atualidade – SAPO 24

análise à rússia e a putin

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«Grigory Yudin é um cientista político russo, um crítico da guerra, um dos poucos que se mantêm no país e em liberdade. O professor da Escola de Ciências Sociais e Económicas de Moscovo acredita que o presidente russo não tem linhas vermelhas.
(…)
Há anos que a liderança russa dizia que uma guerra com o ocidente era inevitável e estava a preparar-se para isso. Em 2020, a constituição foi alterada e transformaram a Rússia numa monarquia onde o imperador tem poder absoluto. Para que é que foi isso? Que ameaça havia para justificar a concentração de tanto poder?
Penso que a partir desse ano ficou claro que a guerra iria acontecer. Provavelmente, não era claro onde é que ela seria, mas em 2021 Putin disse que a Ucrânia só tinha duas hipóteses, ou se transformava num protectorado russo, de forma pacífica, ou seria conquistada militarmente. A partir daí, honestamente, não sei porque é que as pessoas ainda duvidavam que ia haver guerra.
Entrámos no segundo ano de conflito e a Rússia ainda não conseguiu uma vitória significativa. O tempo corre contra Putin? Pode ele perder o apoio do povo?
Penso que, no geral, o tempo está a favor de Putin porque o que ele prevê é que a aliança que está a enfrentar irá eventualmente desfazer-se. O apoio a Kiev vai diminuir e com isso ele consegue controlar, pelo menos, parte do território da Ucrânia. Esse será mais um passo na estratégia que está a ser seguida. Inicialmente, ele ocupou a Crimeia e não foi punido, depois iniciou a guerra no Donbass e nada aconteceu. Agora vamos assumir que os países ocidentais, principalmente na Europa, estão cansados e deixam-no anexar as 4 regiões ucranianas, isso vai permitir que rearme o país e possa lançar uma nova ofensiva no futuro, mas também lhe vai dar mais força política porque as conquistas serão legitimadas.
Ele vai continuar, é óbvio que a Moldova já faz parte deste plano militar e depois ele vai avançar para outros países da Europa de Leste, começando talvez com os estados bálticos porque no final de 2021 ele fez um ultimato à NATO e aos Estados Unidos em que disse, muito claramente, que deviam sair da Europa de Leste porque esse é um território que pertence à Rússia. Acho que essa é a ideia dele, gradualmente ir atingindo os objectivos se não houver determinação em pará-lo.
O que está a dizer é que Putin não tem qualquer linha vermelha, nem o facto de um país pertencer à NATO?
Não. Ele pensa, e isso já foi dito muitas vezes pelos estrategas do Kremlin, que a Aliança Atlântica foi longe demais. Ele acredita num mundo em que há poucas potências soberanas, e essas serão os Estados Unidos, a Rússia, provavelmente a China e talvez mais um país, mas isso não é certo. Todos os outros estados não são soberanos, são apenas territórios controladas por essas potências.
(…) Putin acredita que o artigo cinco não vai funcionar e a NATO vai acabar se ele for inteligente a planear os ataques. Todos os países que fizeram parte do Pacto de Varsóvia e da União Soviética pertencem legitimamente à Rússia e ninguém os vai defender. Os Estados Unidos podem ser um problema, mas ele acredita, ou espera, que nessa altura já haja um outro presidente que não se vai envolver nesta luta. Assim, ele reconquistará esses países, não digo que de forma pacifica, mas com poucos custos.
(…) estou convencido de que Putin vai falhar. Isso vai acontecer por várias razões: ele não tem nada a oferecer aos países que quer conquistar e não tem uma estratégia clara para estas guerras aventureiras, é apenas expansão por expansão. É óbvio, também, que o exército de Putin é corrupto e os soldados estão desmoralizados e desmotivados. Eu digo apenas que há cenário claro em que ele consegue o que quer. Mesmo que falhe, ele vai tentar porque a Rússia é um império moribundo e, normalmente, quando os impérios estão a morrer, têm um último momento de crescimento e isso pode causar muitas mortes. Potencialmente esta é uma guerra com milhões de vítimas.
Acredita que ele pode recorrer às armas nucleares?
Absolutamente, por que não?
Porque nesse caso também perde, perdemos todos, perde o mundo.
Bem, há duas hipóteses aqui. A primeira é que o Putin acredita genuinamente que está apenas a levar o que é dele, estes são países dele. Não está a tentar conquistar nada que não lhe pertença. A Ucrânia é dele e Putin está convencido de que toda a gente percebe isso. Assim sendo, ninguém vai arriscar uma guerra nuclear por um país que lhe pertence. Quando ele faz chantagem com um ataque nuclear, acredita que o ocidente vai recuar porque esta não é uma ameaça existencial para os países ocidentais, mas para ele já é. Putin está disposto a pagar o preço por mais elevado que seja. Esta é a hipótese número um, mas se isso não acontecer, se ele se aperceber que vai perder esta guerra, nesse caso, como disse, o mundo perde, mas para que é que o mundo existe se Putin não estiver no poder? Há alguma razão para o mundo existir? Diga-me qual é o objectivo?
Esse é um pensamento assustador.
Ele já o disse, de forma totalmente clara, muitas vezes. Disse exactamente estas palavras: “o mundo não merece existir sem a Rússia” e, por Rússia, Putin quer dizer ele próprio, porque, na cabeça dele, os dois são a mesma coisa.
Se ele perder, torna-se numa ameaça existencial e a doutrina nuclear russa diz isso, se essa ameaça existir, Moscovo pode usar armas nucleares. Aos olhos de Putin, uma ameaça existencial para o país também o é para ele e se houver uma ameaça existencial para o presidente, o mundo não merece existir. Qual é a razão para o mundo continuar?
(…) os russos que se opõem a esta guerra têm pela frente as mesmas pessoas que estão a bombardear a Ucrânia, a matar e a violar ucranianos, só que há uma diferença significativa, os ucranianos têm armas e os russos não. Há uma ideia estranha de que os russos estão a lidar com um governo diferente, provavelmente com pessoas simpáticas e gentis que vão retirar-se da Ucrânia mal a população comece a sair à rua. Não. São as mesmas pessoas, o mesmo presidente e o mesmo conselho de segurança e estão dispostos a matar tantas pessoas quantas forem necessárias para atingirem os objetivos. Não querem saber se são ucranianos ou russos, vejam, eles estão a destruir a zona da Ucrânia onde se fala russo. Honestamente, não entendo quais são as expectativas.
(…)
Quanto à questão da censura, a Rússia tem uma sociedade totalmente despolitizada. As pessoas não querem ter nada a ver com a política. Não confiam nos políticos e acreditam que a política só serve para bandidos e idiotas. O mesmo se aplica a esta guerra, a grande maioria das pessoas está a tentar negar e esquecer e isso acaba por ser um apoio passivo. Pensam que se o presidente diz que quer desnazificar a Ucrânia, então deve ter razão, porque se não tiver o problema é bastante maior. Há uma apatia dominante na sociedade russa que muitas vezes se confunde com apoio passivo. Também há um fatalismo porque os russos sabem que o que Putin quer, Putin tem. Ele está no poder há duas décadas e sempre foi assim. A ocupação da Crimeia, a guerra no Donbass, o assassinato de opositores políticos nada teve consequências para ele, pelo contrário, ficou mais rico e recebeu apoios do ocidente. Isto é algo que os russos sabem e por isso existe este fatalismo. Esta é a atitude predominante, a apatia, a ignorância e a negação. Depois temos uma minoria, talvez 20% a 25% da população, dependendo de quantos russos fugiram do país, que se opõe à guerra, mas está totalmente silenciada. Do outro lado temos, talvez 15% da população, que acredita totalmente na versão de Vladimir Putin, é uma minoria agressiva que quer mais sangue e que é muita ruidosa porque tem todos os meios do estado à disposição.»
Uma entrevista de um académico russo que merece ser lida na íntegra.
Cientista político russo diz que Putin pensa que sem ele o mundo não deve existir
TSF.PT | BY TSF – RÁDIO NOTÍCIAS
Cientista político russo diz que Putin pensa que sem ele o mundo não deve existir
Grigory Yudin é um cientista político russo, um crítico da guerra, um dos poucos que se mantém no país e em liberdade. O professor da Escola de Ciências Sociais e Económicas de Moscovo acredita que o presidente russo não tem linhas vermelhas.
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Vítor Oliveira Martins

Tanto se diz que a NATO foi para leste e tão pouco se aborda a questão pelo lado da soberana vontade desses povos…
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AO MINUTO: Lukashenko já está na China; Rússia abandona acordo nuclear

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Acompanhe aqui AO MINUTO os mais recentes desenvolvimentos sobre a guerra na Ucrânia.

Source: AO MINUTO: Lukashenko já está na China; Rússia abandona acordo nuclear