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EX-COMBATENTES ESQUECIDOS REIVINDICAM

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REPORTAGEM: Ex-combatentes do Ultramar sentem-se esquecidos e querem direitos para quem “serviu a pátria”
*** Ana Raquel Lopes (texto), da agência Lusa ***
Lisboa, 28 out 2021 (Lusa) – Cerca de meia centena de ex-combatentes da guerra colonial manifestaram-se hoje em frente à Assembleia da República, afirmando-se esquecidos pelo país e apelando a um conjunto de direitos para quem “serviu a pátria”.
A manifestação estava prevista para as 14:00 e perto dessa hora já alguns dos manifestantes se juntavam em frente ao parlamento, com camisolas onde se lia “ex-combatente” ou “somos combatentes de Portugal”, ao mesmo tempo que uma outra manifestação de enfermeiros começava também a organizar-se.
Cerca de uma hora depois, um dos responsáveis pelo protesto, Germano Miranda, 70 anos, chegou de megafone em punho e bandeira de Portugal no braço, pedindo desculpa aos “camaradas” pelo atraso e deixando algumas palavras a quem o ouvia.
“O nosso objetivo principal é aquilo que nós sabemos: o desprezo que os políticos têm por nós e a falta de nos ouvir, não nos ouvem”, clamou, sendo apoiado por quem o rodeava.
Dizendo-se muito honrado “por ter servido a pátria”, o ex-combatente que foi sargento durante 19 meses no Ultramar lamentou que se ensine, considerou, às novas gerações que estes ex-combatentes “foram uns traidores”: “sofremos o que sofremos em terras que não eram nossas, temos consciência disso. Nós não estávamos errados, o regime é que estava errado. (…) Fomos fieis à pátria”, vincou.
Os organizadores do protesto disseram ter intenção de entregar esta tarde, na Assembleia da República, um “dossier dos combatentes do Ultramar (1961/1975)” onde constam 14 pontos que definiu como “um caderno de direitos”.
Entre estes pontos está a “recolha imediata de todos os combatentes sem-abrigo e colocação em locais com dignidade, conforto e carinho, com toda a assistência de saúde geral”, o “internamento imediato para todos os que necessitarem, em hospitais, lares públicos ou privados e militares, para todos os combatentes, suas viúvas e suas esposas” ou o direito à gratuitidade de todos os medicamentos ou tratamentos e exames que necessitem, extensivos também a viúvas e esposas.
Uma “pensão mensal de guerra para todos os combatentes do Serviço Militar Obrigatório e para os voluntários que não seguiram a carreira militar após o 25 de abril de 1974, no mínimo 200 euros, tendo por base o ordenado mínimo nacional que todos os combatentes devem ter direito, livres de impostos” é outro dos apelos, tal como os transportes públicos gratuitos em todo o território nacional.
Os manifestantes mostraram-se desagradados com a versão atual do Estatuto do Antigo combatente, aprovado no parlamento em agosto de 2020 e que prevê o direito de preferência na habitação social, isenção de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde, passe intermodal e entrada para museus e monumentos grátis e honras fúnebres especiais a ex-combatentes, entre outras medidas.
Apelando à sua melhoria, os ex-combatentes disseram não aceitar o cartão de antigo combatente, associado ao estatuto, uma vez que não se sentem “iguais ou comparáveis” aos combatentes pós-25 de abril.
“O cartãozinho é uma fraude, uma fraude completa”, disse Germano.
Entre os manifestantes presentes começaram a erguer-se alguns cartazes e viam-se camisolas com referências a organizações como a ‘Combatentes do Ultramar em Luta’ (CUL), a ‘Unir Combatentes do Ultramar’ (UCU) ou até mesmo do Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP) – cujo presidente, Fernando Loureiro, esteve presente e se associou às reivindicações.
Junto a um muro, com a mulher Arminda Carvalho ao lado, o ex-combatente José Figueiredo, de 74 anos, natural de Viseu, disse à Lusa que o Estatuto do Antigo Combatente “é só para tapar o sol com a peneira” que “não tem resultado material nenhum”.
“As leis que estão a sair relativamente às benesses que estão a dar passam pela Assembleia da República, e eu nos debates que tenho acompanhado onde se discute isso não há ninguém que diga assim: opa, isso não é bem assim, isso devia-se acrescentar qualquer coisa, porque aquilo que deram não é nada”, considerou.
José lembrou o tempo em que embarcou para Angola, onde esteve 19 meses, sem saber se iria voltar, com a mulher ao lado a acrescentar que por cá ficou “à espera das cartitas”, sem ir “a uma festa, nem um baile”.
“Nas escolas nós somos fascistas, nas escolas nós somos assassinos (…). Não pegaram na juventude e não lhes explicaram como é que isto aconteceu, quem é que nos empurrou para uma guerra destas. E ainda para cúmulo tenho uma neta que me vem dizer indiretamente que eu fui assassino?”, relatou um dos manifestantes, visivelmente emocionado.
João Magalhães, 70 anos, que esteve dois anos na guerra colonial, e veio do Porto por ser um dos organizadores do protesto, deixou ainda um apelo final: “Neste momento o Governo foi-se embora ou vai-se embora mas ainda tem poderes, nomeadamente o Presidente da República, acho que poderia fazer alguma coisa por nós. E apelo a ele que olhe para nós, acho que merecemos que nos veja com olhos de ver”.
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Talibãs destruíram sede do Estado Islâmico após ataque a uma mesquita

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Testemunhas ouviram explosões e tiros na capital no momento da operação e imagens publicadas nas redes sociais mostraram uma grande explosão e um incêndio no local.

Source: Talibãs destruíram sede do Estado Islâmico após ataque a uma mesquita

Os homens em queda

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Chamava-se Zaki. Zaki Anwari. Havia nascido em 2002, sem ter vivido sequer o dia, do outro lado do mundo, que tudo despontou. Era um jovem atleta nacional, futebolista afegão. Pereceu no passado dia 16, caído de um avião da Força Aérea americana que descolou com dezenas de vidas agarradas ao seu exterior. Tinha 17 anos. Usava a camisola 10. Nasceu, cresceu e viveu num país em guerra, mas com esperança de este ser diferente do que fora. Não houve um dia da sua existência que não houvesse sido moldado por terrores, invasões e políticas das quais não poderia ser mais alheado. Era um miúdo que jogava à bola. Usava a camisola 10. Era um miúdo que queria, pelo menos, que o futuro continuasse sem um regresso ao negrume que ouvira dos seus pais, mas que ele, com os seus olhos e direitos, não havia presenciado. Quando caiu, crente de que a aeronave dos Estados Unidos não levantaria voo com gente colada às suas rodas, era desse negrume que ansiava escapar. Quando caiu, no momento em que caiu, o negrume havia triunfado. Usava a camisola 10.

Source: Os homens em queda

ANTÓNIO JUSTO, BALANÇO DA INTERVENÇÃO NO AFEGANISTÃO

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BALANÇO DA INTERVENÇÃO NO AFEGANISTÃO

 

Há aspectos positivos e negativos a registar, dos 20 anos de presença estrangeira no Afeganistão:

 

Os escolares (apenas meninos) passaram de 900.000 para 9,5 milhões (quase 40% deles meninas), segundo imprensa alemã.

 

A esperança de vida dos afegãos aumentou de 56 anos em 2001 para recentemente 63 anos.

 

O abastecimento de água foi instalado em aldeias remotas de montanha.

 

As redes de telemóveis e smartphones estão agora amplamente difundidas.

 

O radicalismo foi controlado.

 

E certamente a melodia cativante da liberdade ficou no consciente de muitos!

 

 

O Ocidente falhou e os Talibã esfregam as mãos de contentamento!

 

Os radicais islâmicos são encorajados em todo o mundo (Ai de Nigéria, Mali…!)!

 

A confiança ficou abalada.

 

A China e a Rússia ficam reforçadas.

 

3.500 soldados estrangeiros perderam ali a sua vida e muitíssimos mais sofrem hoje danos psicológicos.

 

Estima-se que 45.000 membros das forças de segurança afegãs teriam sido mortos.

 

Depois de 2009 foram registados 40.000 civis mortos.

 

Dezenas de milhares de combatentes talibã perderam as suas vidas.

 

Com a retirada dos USA ficaram tantas armas no Afeganistão que, certamente, tornarão a próxima guerra civil muito mais dura.

 

No que toca à Alemanha, 400 cidadãos alemães continuam a ser mantidos reféns pelos Talibãs no Afeganistão.

 

Muitos milhares de afegãos que trabalharam para instituições alemãs não puderam ser evacuados. Assim os Talibã passam, necessariamente, de adversários a parceiros de negociação.

 

No dizer de Jim Banks, membro da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, “os USA deixaram 85 biliões de dólares de equipamentos americanos nas mãos dos Talibã, 75 mil veículos, mais de 200 aviões e helicópteros, mais de 600 mil armas. Os Talibã têm agora mais helicópteros Blackhawk do que 85% dos países do mundo. Eles têm visão nocturna, equipamentos de protecção corporal e, incrivelmente, dispositivos biométricos que têm impressões digitais, scaners de retina e informações biográficas de todos os afegãos que estiveram ao nosso lado ao longo dos últimos 20 anos. Não há nenhum plano desta administração para recuperar essas armas”.

 

Na consequência, a guerrilha tornar-se-á mais feroz na África e obrigará a novas estratégias geopolíticas! Aí passarão Os estados europeus passarão a envolver-se mais em África e os USA intensificarão a sua presença e os seus interesses na região asiática!

 

As guerras nunca levam à paz!

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6747

 

A POLÍTICA MULTICULTURAL BENEFICIA O GUETO ISLÂMICO

Imigração continua a ser um assunto tabu no discurso público

 

Não é justo generalizar os perigos trazidos à sociedade e à cultura de um país por imigrantes!

 

Estou farto de ser tratado como “pessoa de contexto migratório” e deste modo ser envolvido na generalidade dos muitos crimes praticados na sociedade alemã e que são comprovados e excessivamente realizados por imigrantes de cultura árabe!

 

Não mereço ser discriminado pela negativa ao ser metido no mesmo saco! Como referência chegaria a minha pessoa e o ser português!

 

Para se ser justo com imigrantes, a imprensa e os multiplicadores sociais poderiam diferenciar entre imigrantes e imigrantes: é um facto que certos problemas sociais e culturais vêm mais da migração muçulmana e de imigrantes traumatizados pela guerra; de facto, a cultura e a sociedade islâmica afirmam-se, em regra, através do Gueto e da contraposição da sua cultura em relação à cultura onde se introduz! A excepção de alguns só confirma a regra!

 

Por que será que para se encobrir e desobrigar parte do grupo maioritário, que é o muçulmano, se recorre, na opinião pública, a uma generalização dos problemas deste grupo utilizando, para isso, a designação “pessoas de contexto migratório” como qualificação abstrata para englobar todos os imigrantes e seus descendentes e assim não se poder saber a origem específica de quem é quem.

 

Porque esconder o erro em vez de valorizar a virtude? Porque não dar preferência a uma política intercultural que seria inclusiva e, em vez disso, se persiste em continuar a manter na ordem do dia a política multicultural que é exclusiva, sendo esta mais propícia a introduzir cavalos troianos?

 

A política multicultural, na prática, só beneficia a cultura árabe e isto sob o pretexto de se querer fomentar a multicultura. A quem serve esta política? Aos imigrantes não!

 

Porque não sermos mais justos também para com os migrantes/exilados se, o que está na base da sua boa ou má recepção, são interesses não declarados, isto é, a falta de mão de obra para a economia europeia e compensar a falta de população jovem de Estados com fraca quota de fertilidade, etc (Deste modo, através de uma política de informação confusa, fomentam-se agressões contra estrangeiros quando o que está em jogo são interesses de grupos da sociedade acolhedora, interessados em ter clientes ou em ter os estrangeiros como massa de manobra barata a poder ser usada como arma na concorrência.

 

Que os grupos muçulmanos se fechem em Guetos não é de criticar porque desse modo defendem os seus interesses culturais para a posteridade. A chamar à responsabilidade seria a classe política europeia, a economia e ideologias a ela atreladas. Mal dos imigrantes e do povo quando são instrumentalizados para encobrir a exploração em jogo, que não é, na sua essência diferente da de séculos passados!

 

Já chega da cega política multicultural! Esta só interessará à cultura árabe e a uma ideologia internacionalista com a finalidade de desestabilizar a cultura ocidental! É dever das elites de cada país – legitimadas pelo povo para defenderem o bem-comum – assumirem responsabilidade e, para tal, criarem regras e condições que levem a evitar que se instalem cavalos troianos nele; para isso seria necessário questionar o nosso sistema económico e o agir da classe política (Que mudou? Antes os senhorios viviam das terras arrendadas e dos servos da gleba, e hoje os Estados ricos vivem da exploração dos habitantes de outros países!)! Facto é que os coitados serão sempre as pessoas da gleba, o povo seja ele nacional ou imigrante.

 

O Zeitgeist do pensar politicamente correcto europeu, para defender a classe dominante, tem criado tabus na comunicação social (e até dentro do pensamento!) tornando perigoso falar-se em público de temas como este e assim serve um poder e um senhor não declarado à custa da pessoa humana e da própria tradição. Entretanto incorre na contradição de, para aceitar outras culturas, se ver obrigado a negar a própria (negação da cultura que deu origem aos valores de humanidade e democracia, que pretende impor lá fora)!

 

Chega de discursos de embalar! O discurso sociopolítico tem que começar a tomar a sério o islão e a própria cultura! Chega de criar ilusões e enganos! Ilude-se o povo com esperanças balofas que a situação das mulheres muçulmanas melhorará e que a cultura muçulmana evoluirá! Facto é que através dela e das medidas de combate ao terrorismo a liberdade do cidadão é cada vez é mais coartada. A cultura muçulmana, enquanto não se abrir ao outro, será muito boa para ficar em casa.

 

O socialismo islâmico aliado ao princípio base da evolução, que é a afirmação e confirmação do mais forte, tem em si a coerência necessária para um futuro sustentável! Erra quem pensa que, em geral, as mulheres islâmicas pretendam a emancipação (há, de facto, algumas excepções devido a “contaminações”)! O espírito do islão implica a sujeição e esta está antropológica e sociologicamente internalizada tanto em homens como em mulheres (daí não se poder esperar grande contributo das mulheres muçulmanas para a igualdade de Homem e de mulher, à maneira da mundivisão ocidental)!

 

Esta é a tragédia que confirma o futuro e justifica a posição dos Talibã, EI e outros movimentos extremistas islâmicos. E nós vamos falando destas coisas enquanto outros usam e abusam delas!

 

Não falo do que ouvi dizer, falo do que experimentei e sei, também na minha qualidade de ex-porta-voz do Conselho de Estrangeiros de Kassel.

 

A imigração pode, porém, tornar-se num grande enriquecimento social e cultural de cada país.

António CD Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6756

 

 

 

Pousa o primeiro avião no aeroporto de Cabul já controlado pelo Talibã

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Uma equipe do Catar chegou ao Afeganistão nesta quarta-feira (1) para ajudar a companhia aérea de bandeira nacional do país

Source: Pousa o primeiro avião no aeroporto de Cabul já controlado pelo Talibã