Categoria: TIMOR história e memorias

  • a história de timor TRILOGIA por chrys chrystello

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    volume um em inglês

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  • a criação da ACAIT TIMOR LESTE

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    Património de influência portuguesa no mundo…
    Mil Movimento Internacional Lusófono 23 May 00:19
    Património de influência portuguesa no mundo
    Edifício da Associação Comercial Industrial e Agrícola de Timor (ACAIT)
    Díli, Díli, Timor

    A década de 1950 correspondeu ao início de um longo período de crescimento económico em toda a Europa, renascida das cinzas do pós‐Guerra, que teve reflexos em Portugal. A economia portuguesa internacionalizou-se, nos limites impostos pelo seu relativo atraso e pelas opções políticas condicionadoras da liberdade económica estabelecidas pelo regime, crescimento esse que se reflete, de forma mais ou menos sensível, nos territórios ultramarinos.
    Apesar da sua posição periférica e da pobreza da sua economia, baseada na exportação de produtos primários e caracterizada por baixos níveis de produtividade, Timor conheceu algum desenvolvimento neste período. Tal ficou também a dever‐se ao esforço de reconstrução levado a cabo pelo governo português, que empreendeu um plano de obras públicas de forma a dotar a província de infraestruturas básicas, destruídas na sequência da invasão japonesa.
    Entretanto, a política de desenvolvimento plas‐ mada nos Planos de Fomento, que definem as grandes linhas do investimento público e de facilitação do acesso ao crédito, foi propiciada pela instalação em Timor, já no início da década de 1960, de várias instituições financeiras, que criaram um ambiente propício à iniciativa empresarial.
    Foi, pois, neste contexto que foi criada a Associação Comercial, Agrícola e Industrial de Timor (ACAIT), cujos estatutos seriam aprovados pela portaria 1869, de 3 de janeiro de 1953. Era uma associação de classe que reunia sócios individuais e coletivos que exercessem funções nos setores agro‐pecuário, industrial, comercial e financeiro e cuja ampla gama de objetivos incluía o fomento económico de Timor, a defesa dos interessses dos associados junto das autoridades, assistência jurídica, formação profissional ou a concessão de bolsas de estudo para os filhos dos associados. Entre os objetivos definidos pela ACAIT nos seus estatutos figura a construção de uma sede cuja primeira fase seria inaugurada em abril de 1964, na presença do governador, o tenente‐coronel José Alberty Correia.
    Todavia, o projeto do edifício teve origem num órgão do poder central, mais precisamente no Ministério do Ultramar e na Direção‐Geral de Obras Públicas e Comunicações, tendo sido executado pela Direção de Serviços de Urbanismo e Habitação e subscrito em 1960 pelo arquiteto António Sousa Mendes.
    Tal como aconteceu com a sede do Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Díli, neste caso o Estado português assumiu a rutura com a estética que habitualmente seguia, adotando os preceitos arquitetónicos do modernismo – no fundo, ao modo do que acontecia com a encomenda dos organismos privados em Angola e em Moçambique, territórios com os melhores conjuntos de edifícios do modernismo. Com efeito, também assim davam curso a desígnios de protagonismo, ou seja, através da afirmação da diferença.
    Com o edifício da ACAIT e a sede do BNU em Díli o movimento moderno entra naquela antiga colónia portuguesa, introduzindo o tema da edificação total ou parcialmente solta do solo e assente sobre pilotis, da cobertura plana e das palas e grelhas de ensombramento que, abundantemente, caracterizam os planos das fachadas de maior incidência e exposição solar.
    Esta circunstância é tanto mais interessante, sob o ponto de vista da história da cidade de Díli e da própria situação colonial portuguesa, quanto o edifício está localizado à ilharga do Palácio das Repartições, que constitui, no plano simbólico, o facto arquitetónico e urbano mais representativo da presença e do poder da potência colonial. Aliás, o edifício dá continuidade ao plano da fachada do palácio numa extensão muito significativa, destacando‐se ainda por um ligeiro acréscimo de altura em relação à cércea do palácio e retirando todo o benefício da ocupação do gaveto para exprimir um valor arquitetónico mais volumétrico e espacial. Isso, enquanto o palácio se esgota na composição bidimensional de uma fachada clássica. Atualmente é ocupado pela Embaixada de Portugal.

    Edmundo Alves, Fernando Bagulho
    HPIP
    www.hpip.org

  • >A lenda e a história TIMOR LESTE

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    Timor-Leste
    Antes da história, a pré-história e, antes desta, a lenda. Do “avô lafaek” ao período colonial e à independência, numa presença humana com pelo menos 30 mil anos.
    Jun032011

    A lenda e a história

    Escrito por Manuel Rito
    Antes da história, a pré-história e, antes desta, a lenda.

    Lenda

    Em vez de lenda, podemos dizer que é um totemismo que circula nas tradições timorenses sobre as origens de Timor-leste.
    O “totemismo” é uma etiqueta colectiva tribal, que tem um carácter religioso. Um totem é um objecto, animal ou planta a que se presta culto por uma sociedade organizada em torno de um símbolo. Em relação a ele, as coisas são classificadas em sagradas ou profanas.
    É neste sentido que se pode orientar a lenda do “avô lafaek” que circula, entre as populações timorenses. Esta ilha, que tem o formato físico de um crocodilo, terá tido origem num antepassado crocodilo que, de terras distantes, aqui chegou. Transportava em seu dorso um menino que o tinha ajudado em momentos difíceis. Chegado a estas paragens, cansado e com fome, o crocodilo tentou devorar a criança que o tinha ajudado, mas aconselhado pelos outros animais, desistiu e por ali ficou. Quando pensava regressar às origens, sentiu que o corpo se ia imobilizando e se transformava em pedra e terra, crescendo, crescendo cada vez mais, mantendo a mesma forma, até ao tamanho actual.
    Quando foi isto?
    Ninguém pergunta pelo tempo. As pessoas apenas acreditam na mensagem que recebem de seus pais e a vão transmitindo aos descendentes.
    – Toda a gente acredita na mensagem e na veracidade desta lenda.
    a
    Pré-história
    As cavernas de Tutuala, na zona de Lospalos, atestam a existência de timorenses há cerca de 30.000 anos. Alguns vestígios arqueológicos ali encontrados dizem que a primitiva população era composta sobretudo por caçadores e agricultores.
    Está comprovada a existência de um comércio esporádico entre o Timor e a China a partir do século VII, na venda de escravos, cera de abelha e sândalo, que cobria praticamente toda a ilha. Por volta do século XIV, os habitantes de Timor pagavam um imposto ao reino de Java.
    a

    História

    A história de Timor-Leste nasce com a chegada dos portugueses, que levaram, nos mesmos barcos, a Bíblia e os canhões, a fé e o império, a cruz e a espada. Terão chegado entre os anos 1512 e 1515. Solor, Flores e Timor foram provavelmente as primeiras ilhas a ser visitadas pelos portugueses, ao princípio à procura de cera e madeiras de sândalo.
    Trata-se de uma ilha dispersa no oceano de milhares de ilhas da insulíndia e do imenso império português de então.
    Camões fala de Timor: “Ali também Timor, que o lenho manda / Sândalo, salutífero e cheiroso” (X-134-1).
    Em 1595 aparecem na região os holandeses. Os portugueses refugiam-se em Cupão – hoje Kupang – ocidente da ilha, e depois em Lifau (Oe-kusi).
    Em 1651 os holandeses instalam-se definitivamente em Timor Ocidental em troca da soberania de Portugal sobre Solor e flores.
    Na prática, eram os dominicanos que governavam a ilha. Só em 1701 é formalmente criado o cargo de governador de Timor. As autoridades tradicionais são integradas na hierarquia militar portuguesa, atribuindo aos liurais a patente de coronel, aos chefes de suco a de major e aos chefes de aldeia a de capitão.
    No decorrer do século XVIII os holandeses vão empurrando os portugueses para a zona oriental e são obrigados a deslocar a capital de Lifau para Dili, zona da família dos Belos. Em 1702 chegou de Portugal o primeiro governador, e deu-se início à organização colonial do território. No século XIX Timor fica em estado de total abandonado, por falta de missionários e por constante acossamento da Holanda. Em 1859 Portugal entrega Solor e Flores e marcam-se os limites de Timor entre os dois países.
    Em 1912 acontece a mais célebre rebelião no interior da Ilha contra Portugal através do liurai Boaventura Munafahi.
    Só em 1914, a Sentença Arbitral assinada entre Portugal e os Países Baixos terminou com os conflitos entre os dois países, fixando as fronteiras que hoje dividem a ilha, tendo como base as duas grandes famílias, Bakenos (a oeste) e Belos (a leste).
    Em 1930 Salazar transforma Timor num local de degredo destinado os opositores do regime.
    Entretanto as forças japonesas entraram em Timor-Leste em Fevereiro de 1942 para expulsar as forças australianas que tinham ocupado o território em Dezembro de 1941. Os Aliados (australianos e holandeses) enfrentaram as forças japonesas, a fim de evitar que, a partir de Timor, pudessem passar à Austrália. Muitos timorenses deram a vida lutando ao lado dos Aliados, entre os quais se destacou um célebre régulo Dom Aleixo.
    Em 1945, a Administração Portuguesa foi restaurada em Timor. Seguiu-se um período de quase três décadas em que não se manifestaram movimentos rebeldes ou independentistas.
    As guerras (anos 1960) nas colónias africanas não encontraram eco na longínqua Timor. A razão para a ausência de sentimentos independentistas poderá residir no facto de o domínio português ter funcionado, ao longo de séculos, como defensor da identidade étnica, cultural e política da região face aos vários expansionismos em acção na Insulíndia; além disso, a presença portuguesa não assumiu um carácter de excessiva exploração económica, visto que a precária economia timorense era dominada por uma pequena burguesia de origem chinesa.
    Conhecido no passado como “Timor Português”, foi colónia portuguesa até 1975. A 28 de Novembro de 1975, depois de uma curta guerra civil, foi proclamada a independência da República Democrática de Timor-Leste. Imediatamente a 7 de Dezembro foi invadida pela Indonésia. Oficialmente, as Nações Unidas continuaram a considerar o território como português até 1999. Foi, porém, anexado pela Indonésia e contado como a sua 27.ª província com o nome de “Timor Timur”.
    Durante 24 anos Timor mergulhou na violência fratricida e o último governador português, Mário Lemos Pires, sem orientações de Lisboa e sem forças militares suficientes abandonou a capital e refugiou-se na ilha de Ataúro. A Indonésia justificou a invasão alegando a defesa contra o comunismo, o que lhe garantiu apoio do governo dos EUA e da Austrália, entre outros, mas que não impediu a sua condenação pela Comunidade Internacional.
    À invasão indonésia seguiu-se uma das maiores tragédias do pós II Guerra Mundial. Calculam-se em duzentas mil as vítimas de combates e chacinas. A população rural, nas áreas da guerrilha, era concentrada em “aldeias” indonésias.
    Simultaneamente, tentou-se integrar Timor na Indonésia tanto no plano cultural (proibição do ensino do português e a islamização), como no plano demográfico (javanização) quer ainda no plano político (integração de Timor na Indonésia como sua 27ª província). Acrescenta-se ainda a exploração das riquezas naturais através de um acordo com a Austrália para explorar o petróleo no Mar de Timor.
    No terreno, a guerrilha não se rendeu, embora com escassos recursos materiais, humanos e financeiros e apesar de ter sofrido pesados desaires, como a deserção de dirigentes e a perda de outros, pela morte em combate de Nicolau Lobato ou por detenção de Xanana Gusmão. Embora reduzida a umas escassas centenas de homens mal armados e isolados, conseguiu, ultimamente, alargar a sua luta ao meio urbano e manter no exterior uma permanente luta diplomática, através de Ramos Horta e, em muitas circunstâncias, com o apoio da Igreja Católica local, liderada por D. Carlos Ximenes Belo, bispo de Díli.
    – Devido à tragédia do cemitério de Santa Cruz, à crise económica da Indonésia e à atribuição do Prémio Nobel a dois timor’oan, em 30 de Agosto de 1999, os timorenses, na sequência de um referendo promovido pelas Nações Unidas, votaram por esmagadora maioria pela independência, pondo fim a 24 anos de ocupação indonésia.
    Em 20 de Maio de 2002 a independência foi restaurada e as Nações Unidas entregaram o poder ao primeiro Governo Constitucional de Timor-Leste.