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Arquivo da Categoria: TIMOR história e memorias
Ruy Cinatti -Herdeiros de liurais timorenses recordam pacto de sangue com Ruy Cinatti
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Herdeiros de liurais timorenses recordam pacto de sangue com Ruy Cinatti
Posted: 08 Mar 2015 11:41 AM PDT Continuar a lerRuy Cinatti -Herdeiros de liurais timorenses recordam pacto de sangue com Ruy Cinatti
2ª guerra o campo de incarceração secreto da Austrália para portugueses e timorenses
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Joana Ruas
50 mins ·
IT became the forgotten secret of World War II in Port Stephens for about 60 years. Continuar a ler2ª guerra o campo de incarceração secreto da Austrália para portugueses e timorenses
carreira pública nº 1 Baucau Dili (Timor 1973)
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aeroporto de Baucau (Vila Salazar)
mercado de Baucau
tenho uma longa descrição desta viagem no m/ livro timor leste dossier secreto que podem descarregar gratuitamente de vários locais (incluindo deste blogue ) …fiz essa viagem mal aterrei em Baucau, rumo a Dili set73
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o resumo da primeira viagem na carreira nº 1 entre Baucau e Dili do meu livro Timor Leste o dossier secreto 73-75:
Aqui, as formalidades têm um novo sabor, semelhante ao lento mas rítmico compasso de espera das pessoas que nos esperavam, como se tivessem séculos de vida para viver. A alguma distância, uma velha camioneta Bedford com telhado de zinco, abriga-se do sol protegendo os velhos bancos de madeira, sob o pomposo sinal de Carreira Pública #1 Dili – Baucau”.
A sinuosa estrada de montanha volve-se para o mar, descendo lentamente para esta cidade menina, Baucau, escondida entre as folhas dos palmeirais e luxuriantes florestas tropicais. Pela traseira da camioneta vislumbram-se novas imagens de uma terra morta à nascença. Cruzamo-nos com homens vestidos com uma ‘lipa’ [i]
estreitando galos de luta entre os seus braços nus e o torso, enquanto
caminham. Baucau tem algumas casas de pedra para além das de terra e adobe e o aspeto exótico da sua população colorida. Das ruínas do mercado evocam-se templos romanos desconhecidos. Uma curta paragem para uma sandes e limonada na messe do quartel-general local, em frente à piscina que subitamente parece estar
deslocada no tempo e no espaço. Logo a seguir estamos de regresso à estrada n.º 1 Baucau – Dili.
Encostas escarpadas, a pique sobre um mar de corais brancos. A picada de montanha, por vezes aproxima-se tanto do abismo que os nossos corações entram em animação suspensa. Ao longo do caminho vamos atravessando leitos secos de ribeiras que o
tempo, a incúria dos homens e os elementos converteram em estrada de ocasião. O chão de gravilha, por vezes apenas pedregoso, a cor indefinida entre o castanho e o verde, as ‘palapas’ [ii]
disfarçadas por entre a vegetação, tudo serve para propiciar uma imagem de pedras e colinas. As baías, primitivas e inconquistas por barcos de qualquer tamanho ou tipo, as praias cheias de conquilhas e outros destroços das ondas, revelam paraísos insuspeitos.
É difícil ver os nativos e os seus sorrisos abertos. Engasgo-me espantado, mas não é sangue que jorra dos seus lábios, apenas a ‘masca’: uma mistura de cal e ‘harecan’ [iii].
Mastigá-la é um placebo psicológico para a comida que não existe. (janeiro 1998: ouço o José Ramos Horta a apelar à solidariedade internacional para debelar a fome que ainda grassa no território). Os sorrisos vermelhos escondem fomes de séculos.
De súbito, após passar e deixar para trás vilas e aldeias que só a memória despalavrada pode recordar, eis Díli: 212 km e onze horas mais tarde. Uma avenida extremamente larga espalha a poeira pesada por sobre o colmo das palapas vizinhas e por algumas casas de cimento com teto de zinco.
Ao entrar em Dili, por leste, podia-se ver os chineses e os timorenses a partilharem a promiscuidade criada pela falta de estruturas urbanas adequadas.
Díli é uma planície que se espraia por um mar espelhado como um lago, com uma baía majestosa acentuada pela sombra imponente da ilha do Ataúro. Um porto incipiente abriga uma lancha onde flutua uma bandeira portuguesa. Uma longa avenida acompanha a marginal costeira de Díli, terminando no bloco residencial do Farol, onde as vivendas coloniais construídas depois da 2ª Grande Guerra
abrigam os chefes de departamento e os escalões superiores do exército colonial.
Por esta época, Díli dispunha apenas de 16 quilómetros de asfalto esparsamente distribuídos por pequenas, e poucas estradas e ruas da capital. Três casas apenas sobreviveram à devastação nipónica da Grande Guerra. No aeroporto um Land Rover limpava a pista dos pachorrentos búfalos, das vacas balinesas e porcos selvagens. A principal artéria comercial atravessa Díli de ocidente a oriente, através do centro comercial, espinha dorsal da capital, e onde se
alberga o Palácio do Governo (um imponente edifício pomposamente denominado Palácio) e o Museu cujo nome ostenta o vazio de todos os tesouros exportados por anteriores governadores e colonizadores, ao longo dos séculos.
[i] Lipa – tipo de
vestuário usado por ambos os sexos enrolado da cintura para baixo
[ii] Palapas: casas
tradicionais, de colmo com teto circular.
[iii] Harecan: uma
folha vegetal, tipo folha de tabaco
Timor artista plástico José Pinto
saúde em Timor por Ramos Horta
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A SAÚDE EM TIMOR-LESTE, NEM TUDO ESTÁ MAL, MUITO FOI FEITO EM 10 ANOS, MUITO AINDA POR SE FAZER Continuar a lersaúde em Timor por Ramos Horta
Chrys Liurai ou régulo ?
aluna timorense lê poema de J L Peixoto
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literatura timorense por João Paulo Esperança
O português sobreviverá no Sudeste da Ásia?
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Oliver Stuenkel Headshot
Oliver Stuenkel Favoritar
Cientista político, professor da FGV, autor de “BRICS e o futuro da ordem global”
O português sobreviverá no Sudeste da Ásia?
http://www.brasilpost.com.br/oliver-stuenkel/portugues-sudeste-asia_b_5566313.html
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O Timor Leste é um país de língua portuguesa? Esta pergunta possui implicações geopolíticas. Após a independência em 1999, o novo governo do Timor Leste reinstaurou o português como língua oficial, juntamente com o tétum, uma língua indígena. Como consequência, o país se juntou, em 2002, à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Líderes timorenses veem a organização (além da ASEAN, à qual eles esperam juntar-se em breve) como um elemento-chave na sua tentativa de fortalecer os laços do país com outros países. No entanto, os policy makers timorenses viram o idioma português como mais do que apenas uma ferramenta para fortalecer laços com Brasil, Portugal, Angola e Moçambique. Sua adoção também serviu como um símbolo poderoso de que o Timor era diferente da Indonésia, que era uma colônia holandesa.
No momento da independência timorense, o português, que foi proibido durante a ocupação indonésia, era falado por apenas 5% da população. O censo de 2010 revelou que as línguas maternas mais faladas eram tétum prasa (língua materna para 36,6% da população), mambai (12,5%), makasai (9,7%), tétum terik (6,0%), baikenu (5,9%), kemak (5,9%), bunak (5,3%), tokodede (3,7%), e fataluku (3,6%). Outra pesquisa revelou que 90% da população utiliza o tétum diariamente, além de outras linguagens. 35% da população fala indonésio (principalmente nas cidades), e uma parte crescente fala inglês, um requisito para obter os empregos mais bem remunerados, oferecidos pela considerável indústria de desenvolvimento no país.
Os esforços para popularizar o português têm sido lentos. De acordo com um relatório do Banco Mundial, até 2009, mais de 70% dos alunos submetidos a um teste no final do primeiro grau “não puderam ler uma única palavra” de um texto simples em português, “um péssimo desempenho após 10 anos de esforços.” Ao mesmo tempo, deve-se levar em conta que, até recentemente, uma parte da população era analfabeta, embora a maioria das crianças vá para a escola atualmente.
As leis e as estruturas administrativas são baseadas no modelo português e permanecem na língua portuguesa, mas a maioria dos debates parlamentares e conversas no gabinete são realizadas em tétum, que pertence à família austronésia de línguas faladas em todo o sudeste asiático.
O Timor Leste tem se beneficiado de fazer parte da CPLP? Enquanto a maioria dos policy makers diria que sim, há sinais de expectativas não cumpridas. Recentemente, o parlamento timorense mostrou desapontamento com a falta de vontade da organização em estabelecer um fundo de emergência para apoiar os membros em momentos de dificuldades financeiras. Da mesma forma, alguns dizem que eles esperavam uma presença brasileira mais forte no país. Há mais professores de língua portuguesa de Portugal no país do que do Brasil, e a ajuda financeira brasileira é muito menor do que de países que não têm laços culturais com o Timor Leste. Mesmo assim, a influência cultural brasileira é visível no país. “A pessoa que mais contribuiu para a expansão da língua portuguesa no Timor Leste foi, sem dúvidas, Michel Teló”, comenta um integrante do governo timorense.
E ainda assim, quando um comentarista de Cingapura recomendou recentemente que o Timor Leste adotasse o inglês como língua oficial para abraçar a globalização, Ramos-Horta defendeu sua escolha de manter o português: “Talvez nós não sejamos tão práticos como nossos irmãos de Cingapura. Confesso que nós somos um pouco românticos, temos uma perspectiva histórica porque temos uma longa história e não nos temos uma mentalidade de Cingapura de estilo comercial. Isso significa que estamos condenados a desacelerar o crescimento, por ter uma sociedade multilíngue e uma sociedade rica, vibrante e colorida, que nos faz apreciar as belezas da vida com mais frequência? Tenho certeza que a resposta é não.” O português pode nunca ultrapassar o tétum como língua franca de Timor-Leste, mas parece estar determinado a permanecer como uma das línguas oficiais do país.









