Arquivo da Categoria: TIMOR história e memorias

Grandes Cheias de 1967. A noite do fim do mundo

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Na madrugada de 25 para 26 de Novembro, a água tomou de assalto os arrabaldes pobres que Lisboa não conhecia. Há 50 anos, morreram mais de cinco centenas de pessoas. Mês e meio depois, os jornais calaram-se e o Governo já tinha parado de contar os mortos.

Fonte: Grandes Cheias de 1967. A noite do fim do mundo

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Glossário: palavras timorenses

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23.2.07

Glossário: palavras timorenses

Palavras timorenses no português
Baiqueno m. Língua, falada principalmente na Província do Servião, a que os Holandeses chamaram timoreesch.
Batanda f. Dança de Timor.
Bataúda f. Batuque de Timor.
Calado m. Dialecto falado nas montanhas vizinhas de Díli, em Timor.
Carosol m. Arbusto amomáceo de Timor.
Cascado m. Em Timor, doença da pele, peculiar aos indígenas.
Champló m. Árvore de Timor.
Coilão m. Pântano, paul; ribeiro que não chega às praias, escoando-se nas areias ou formando pântanos.
Cole m. Em Timor, folha de palmeira, com que se fazem esteiras, cestos e sacos.
Crubula f. Certa árvore de Timor.
Dagadá m. Língua gentílica de Timor, falada nos reinos de Faturó e Sarau, na ex-parte portuguesa.
Dasserai m. Axorcas que os Timorenses trazem nos artelhos.
Dató m. Chefe de uma aldeia (suco) ou de uma reunião de aldeias em Timor, pertencente à primeira classe social, dita mesmo dos datós.
Firaco m. Homem rude, montanhês, indígena do Leste do território.
Gabuta f. Planta de Timor.
Gonilha m. pl. Tabuões de bambu justapostos, com buracos redondos, que se colocavam nas pernas dos encarcerados.
Hacpólique m. Nome que em Timor se dá à tanga usada pelos indígenas.
Haiçá m. Árvore de Timor.
Haissuaque m. Instrumento de madeira pontiagudo com que os Timorenses amanham e revolvem a terra, em vez de arado ou de enxada.
Idate m. Um dos idiomas indígenas de Timor.
Lacalei m. Um dos idiomas indígenas de Timor.
Lamaquito m. Tribo indígena de Timor.│Indivíduo desta nação.
Lamuca f. Em Timor, espécie de rola.
Lantém m. Tarimba, mesa, estante ou banco de bambu ou hastes da palapa (espécie de palmeira da região), em Timor.
Lepalepa f. Canoa de Timor, curta e larga.
Liurai m. Em Timor, título do rei ou do régulo.
Lorçá m. Hino guerreiro e patriótico, em Timor.
Lorico m. Espécie de periquito de Timor.
Mambai m. Idioma indígena de Timor.
Manatuto m. Língua de Timor, na região do mesmo nome.
Nauete m. Dialecto indígena de Timor.
Naumique m. Um dos idiomas indígenas de Timor.
Pagar m. Em Timor, o m. q. casa.
Palapeira f. Bot. Árvore de Timor de cujas fibras as mulheres tecem panos.
Parão m. Arma usada pelos Timores, espécie de foice roçadoura, com a ponta levemente curva.
Parapa f. Bot. Certa árvore de Timor.
Pardau m. Em Timor, medida de comprimento, apenas empregada na medição dos chifres dos búfalos.
Posual m. Em Timor, lugar onde se guardam as coisas sagradas, louças, pedras, azagaias, amuletos, etc.
Salenda f. Espécie de xaile das mulheres malaias e usado igualmente pelos homens em Timor.
Suangue m. Nome que em Timor se dava ao feiticeiro.
Tabedaí m. Dança timorense.
Tais m. Pano de algodão com que os guerreiros de Timor cobrem o corpo, da cintura ao joelho.
Tamugões m. pl. Segunda classe de indígenas de Timor.
Tanleom m. Bot. Árvore de Timor, espécie de sândalo.
Tarão m. O m. q. anileira, em Timor.
Teto m. Uma das línguas faladas em Timor; o m. q. manatuto e tétum.
Tétum m. O m. q. teto.
Timungões ou tumungos m. pl. Classe dos chefes, espécie de baixa nobreza, de povoação em Timor.
Uiamá ou uimaa m. Língua de Timor-Leste falada nas áreas administrativas de Atsabe, Calicai, Laleia, Venilale e Vila Salazar (Baucau).
Valuiú f. Bot. Palmeira silvestre de Timor.

[Glossário em construção: 50 entradas]

Ocupação humana em Ataúro data de há pelo menos 18 mil anos

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http://noticias.sapo.tl/portugues/info/artigo/1502551.html

Ocupação humana em Ataúro data de há pelo menos 18 mil anos – arqueólogo

24 de Abril de 2017, 19:40

Equipas de arqueólogos detetaram vestígios que comprovam a ocupação humana há pelo menos 18 mil anos na ilha timorense de Ataúro, a norte de Díli, com gravuras rupestres que podem datar de há cerca de 8.000 anos.


Ilha de Atauro. Foto@ António Cotrim/EPA

As investigações foram conduzidas por uma equipa de arqueólogos franceses liderada por Jean-Christophe Galipaud, que começou recentemente a publicar alguns dos resultados de estudos conduzidos nos últimos anos em vários pontos de Timor-Leste.

Galipaud, que começou a residir a longo prazo em Timor-Leste desde 2013 – país que visitou pela primeira vez em 2011 -, é um arqueólogo que nos últimos 35 anos se especializou em trabalhos de investigação no Pacífico e no Sudeste Asiático.

Depois de três anos de investigação, Galipaud identificou quatro locais de grande significado arqueológico, dois na região de Balibó, próximo da fronteira com a Indonésia e dois na ilha de Ataúro, a cerca de 30 quilómetros a norte de Díli.

Em Arlo, no centro de Ataúro, o arqueólogo e a sua equipa encontraram vestígios importantes de aldeias habitadas entre 2.500 e 3.000 anos atrás e em Atekru, na costa do sudoeste da ilha, encontraram-se vestígios de gravuras rupestres que podem datar de há cerca de 8.000 anos.

Na mesma caverna em Atekru, Galipaud diz ter encontrado vestígios de ocupação humana datada de há mais de 18 mil anos atrás, a datação mais antiga comprovada até hoje em Ataúro.

Recorde-se que os estudos conduzidos em Timor-Leste nos últimos 15 anos permitiram corrigir significativamente as estimativas anteriores sobre a colonização humana da ilha, com as datações arqueológicas mais antigas a serem de 42 mil anos.

Arte rupestre, alguns objetos e outros elementos orgânicos (como conchas em cavernas) são alguns dos vestígios que ajudaram a contextualizar a datação.

O interesse do arqueólogo em estudar este período em Timor-Leste deve-se não só para explicar algo do passado do país mas também porque ajuda a perceber melhor o que ocorreu no Pacífico.

“Sabemos que chegaram novas populações à região, austronésios, oriundos de Taiwan, que se espalharam pelo sudeste asiático. A maioria das línguas faladas nestas ilhas, incluindo Timor, são da família austronésia”, recordou.

“O sudeste asiático, as ilhas desta região, são um local muito especial que viu desenvolvimento muito original em termos de culturas e influência. Quando se trabalha no pacífico não podes não ter interesse na história do sudeste asiático”, recordou.

Se alguma da arte rupestre lida com representações ou imagens nem sempre reconhecíveis, a arte rupestre encontrada em Ataúro é “especialmente interessante” porque mostra “representações vividas de animais, como crocodilos ou mamíferos marinhos” de vários tipos.

“Num dos painéis nessa gruta podemos ver algo que pode representar uma caça de baleias ou a caça de um qualquer mamífero marinho. Este tipo de gravuras são muito raras e não se encontram entre outros exemplos de arte rupestre de Timor-Leste”, explicou.

Galipaud considera Timor-Leste “arqueologicamente rico” mas refere que esta é uma ilha que coloca desafios aos arqueólogos.

“Encontrar locais com 3.000 anos torna-se difícil porque nesse período muitas comunidades já viviam perto do mar, o que torna as zonas que habitavam mais difíceis de detetar devido à erosão que ocorreu”, explicou.

Os trabalhos de Galipaud, como de outras equipas de arqueólogos que têm sido realizados em Timor-Leste têm contado com o apoio e colaboração da Secretaria de Estado da Cultura e suscitado amplo interesse entre as comunidades locais.

“Há sempre algumas expetativas e muita curiosidade. Depois, quando começamos a trabalhar, as pessoas começam a perceber o que procuramos, como se desenvolve o trabalho do arqueólogo”, explicou.

“É um processo moroso, encontrar os locais, procurar com guias locais, escavar nas zonas potenciais. Nesta fase tento sempre envolver os habitantes locais porque posso explicar o significado das pequenas coisas que encontramos: o carvão, os instrumentos, algumas estruturas, ou ossos de animais que já não existem”, referiu.

Galipaud continuará ligado a Timor-Leste: tem previstas visitas regulares para continuar a investigação e agora um leque amplo de estudos para publicar.

com Lusa

TIMOR E A LÍNGUA PORTUGUESA POR J P ESPERANÇA

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Timor e a língua portuguesa
Por João Paulo T. Esperança Tradutor-intérprete português, professor no Departamento de Língua Portuguesa da Faculdade de Ciências da Educação da Universidade Nacional de Timor-Leste. Continuar a ler

Timor: Pontiana, ou a mulher-pássaro

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Fonte: Timor: Pontiana, ou a mulher-pássaro

SEXTA-FEIRA, JUNHO 16, 2006

Pontiana, ou a mulher-pássaro

Em Timor tudo tem uma razão de ser. E tanto faz que a razão seja lógica ou ilógica. Tudo tem explicação e nada é obra do acaso.
Diz a lenda que a Pontiana ataca pela calada da noite e, de acordo com a voz do povo, toma a forma de uma bela mulher.
Quando eu era garota lembro-me de que os timorenses a viam uma criatura branca, de loiros cabelos compridos. Já os malais a viam morena, de longos cabelos lisos, negros.
Estonteados pela sua beleza, os homens perseguiam-na e tentavam agarrá-la mas, quando chegavam à sua beira, a mulher desaparecia ou então, apenas era visível do pescoço para cima. Tudo o mais se esfumava, se tornava invisível. Por esse motivo, nunca ninguém soube se a Pontiana era alta ou baixa. Mas lá que era bela…
Eram igualmente comuns os relatos de que a mulher desaparecia nos muros do cemitério que estivesse mais próximo.
As aparições da Pontiana ocorriam sempre altas horas da noite, normalmente quando o homem estava já um bocado alegrote com um copito a mais do que a conta…
Aos homens, a Pontiana, consciente das suas fraquezas, entontece-os; às mulheres grávidas e às crianças faz-lhes muito mal.
De noite, uma mulher grávida não sai à rua se não levar na mão um objecto pontiagudo, de preferência uma tesoura que é o único remédio para vencer os malefícios da Pontiana. Porque se a grávida estiver desarmada quando a malvada ataca, perde-se o bebé.
A mulher Pontiana quando não desaparece nos muros do cemitério, transforma-se em pássaro, cujo piar triste arrepia quem a ouve. É mau agoiro o seu cantar…
Embora as histórias das suas aparições se circunscrevessem a Díli, passado algum tempo, a mulher-pássaro alargou o âmbito da sua acção e passou a fazer parte das crenças e dos terrores dos habitantes da montanha, onde as noites são frias, o nevoeiro é uma constante e as flores são mais perfumadas e crescem de forma pujante, enchendo as encostas de várias tonalidades.
Em dias de quietude, se o aroma de uma flor se torna mais intenso, é sinal de que a Pontiana anda nas proximidades. Traz desgraça, quase de certeza e é impossível escapar à sua acção.
O Carlos e a Maria tinham um bebé. Um dia, ouviu-se o piar triste da Pontiana, ao mesmo que se intensificou o aroma das gardénias do jardim. Os pais perderam a esperança de ver crescer o filhinho embora tivessem tentado com raízes e mezinhas curá-la do resfriado, quando ouviram o piar da Pontiana. Chegara o sopro da morte e a ele era impossível fugir. A criança finou-se naquela noite, ao mesmo tempo que o piar do pássaro se afastava quiçá em busca de nova presa.
Hoje, na rádio e na televisão de Timor-Leste, uma mãe preocupada dava conta das más condições em que vivem os refugiados. A poeira, uma vez que acabou a época das chuvas, é muita e as noites são agora mais frias. As crianças estão mal alimentadas e, como dormem no chão, adoeceram, estão constipadas e com tosse.
A pobre mulher desesperada apelava aos “nai´n ulun sira” que resolvessem depressa este conflito que se arrasta há quase dois meses.
Uma noite destas, pela calada, a Pontiana vai surgir de rompante, aproveitando a aragem fria que se faz sentir e vai ceifar a vida de centenas de crianças inocentes que continuam a brincar despreocupadamente alheias ao perigo que as espreita…

Ângela Carrascalão sexta-feira, junho 16, 2006 | Permalink

1 comment

Que lenda bonita, mas realmente a fome asusta um bocadinho e neste como noutros casos pela mão do homem, isso é que é triste.

Posted by AnadoCastelo 10:37 da tarde

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