Categoria: TIMOR história e memorias

  • TIMOR 1975 A RETIRADA PORTUGUESA

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    CONTINUANDO…

    Voltando um pouco atrás… À medida que o Governador Lemos Pires, aflito, porfiava para que fosse, de Lisboa, finalmente, a ordem para a retirada para Ataúro (e porque não, como já dissemos anteriormente, para Baucau, com aeroporto internacional ?), e dali, da capital lisboeta, ainda a 21, por enquanto, apenas reafirmavam a necessidade “de manter presença portuguesa, com tropa portuguesa, mesmo simbólica”, já o Governo de Macau, sempre amigo, se solidarializava dizendo que, “se mais nada tiver que fazer e tiver que deixar Díli fá-lo-á com a tranquilidade de quem esgotou os meios e cumpriu a missão.” Qual missão? E que saberia Garcia Leandro sobre o que se passava em Timor, ele, que já ali vivera e, segundo constava, não o tinham aceitado para ser o novo governador, após a revolução dos cravos?
    Esgotadas todas as possibilidades políticas — devido não só à intransigente irredutibilidade, dos partidos, de só quererem parlamentar após a verdadeiramente hiperbólica prévia extinção, recíproca, como também à sua teimosia e ao seu ódio inconsequente — não teria sido altura de surgir o comandante-chefe, tentar, naquela altura, talvez já um pouco tarde, e acabar com toda aquela megalomania? Porque deixou ele arrastar-se tudo até a situação estar quase irremediável?
    E estaria mesmo?
    O facto é que, no dia 26, quando decorria a operação de evacuação para o ‘Mac Dilly’, houve uma reacção explosiva, pela parte dos ‘páras’, quando algumas granadas caíram no cais, causando vários feridos, três deles seus camaradas, e inutilizando o helicóptero ali estacionado. Fartos da tensão em que viviam, comprimidos por não poderem agir, enfurecidos por tanta provocação, sem pedirem autorização aos comandos, duas secções organizaram-se e foram, cada uma delas a um dos contendores, avisando-os de que, a partir daquele momento, “reagiriam ofensivamente com todos os meios disponíveis”, ambos os lados se desculpando de que não tinha sido do seu território que tinham partido os tiros, acabando mesmo a UDT por lhes devolver um morteiro e as munições. Realmente, como confirmaram logo de seguida, as granadas tinham saído da PM, em Balide, tendo os seus autores desaparecido em rápida fuga. Não foi caso inédito porque, já uns dias antes, quando tinham ameaçado atacar uma barcaça que tinha ido a Baucau, os pára-quedistas os tinham confrontado, que, se tal acontecesse eles reagiriam, os revolucionários contiveram-se e nada aconteceu.
    A esta mesma pergunta chegou o Cap. Piloto Aviador Alves Ferreira quando, no seu livro “O Último Voo Sobre Timor”, conta que “a situação tornara-se agora crítica, os morteiros iam caindo cada vez mais próximo do porto, onde centenas de pessoas aguardavam oportunidade de serem evacuadas, e alguns oficiais eram de opinião que a situação poderia ainda ser controlada por uma acção de força “, sendo “sugerido que todos os militares metropolitanos se juntassem aos ‘páras’ e juntos poriam cobro ao diferenço”. E interrogava-se: “Seria viável?”. E, embora anuindo, em principio, à exclamação de alguém que dizia ser uma “Loucura! Só um louco poderá sugerir tal hipótese é que seriam pouco mais de cem pessoas contra várias companhias”, já confirmava que “o que era de facto, mas na prática talvez decisão não fosse tão louca como parecia”, quando, “mais tarde, aquando do rebentamento dos morteiros no porto em que dois ‘páras’ ficaram gravemente feridos, eles provaram que a situação podia ser dominada”. E analisava: “Que conclusão tirar de tudo isto? Seria realmente uma loucura tomar uma posição de força? Não estariam antes os opositores aguardando essa tomada de posição para assim justificar o seu cansaço bélico, ou, pelo contrário, ter-se-iam unido contra nós? Uma coisa é certa: a agressividade de qualquer das facções não era convincente, alguns de nós chamámos-lhe a ‘guerra do Solnado’; até tinha horário de trabalho! As posições que conquistavam durante a manhã eram abandonadas para o almoço, recuperadas à tarde para de novo as largarem ao jantar! Os resultados eram praticamente nulos, dia após dia. Se por cada cem balas disparadas uma atingisse o objectivo, a guerra tinha acabado por falta de contendores. Nem de um lado nem do outro havia determinação. Os desertores abandonavam as armas em qualquer lado. Nas fileiras do MAC-UDT houve um sem número deles. De tudo isto resulta a minha convicção de que uma atitude da nossa parte… Mas isto não passa de uma conjectura minha pessoal.”
    Não era. Estou convencido, a 100%, como já referi, que a suposição deste oficial, corroborada por muitos outros, estava absolutamente certa, só divergindo na hipótese, por ele aventada, de que ambas as partes se uniriam contra nós. Nunca!
    Ainda antes da partida, mantida secreta, para Ataúro, constituída, com muito orgulho, pela ‘esquadra’ formada por um rebocador — o Lifau —, duas barcaças — a Laleia e a Comoro —, e ainda um pequeno barco patrulha, o ‘Albufeira’ (em Lisboa, porque ali fora baptizada com um nome bem timorense, de ‘Tibar’), a estação Rádio Naval recebeu um telegrama da Austrália, assinado por Ramos Horta, solicicitando a sua entrega à Fretilin (o que, segundo L. Pires, foi efectuado), “em que aconselhava para terem prudência e conversarem com a UDT, face a uma possível invasão da Indonésia”.
    Houve ou não precipitação, na partida ?

    CONTINUAREI…

    NOTA DO EDITOR DESTE BLOGUE. no meu livro timor leste 1973-1975 suscitei dúvidas semelhantes, sempre entendi que uma intervenção portuguesa acabaria com aquilo, a tempo

  • Timor o momento da saída do governador Lemos Pires

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    CONTINUANDO…

    De acordo com o livro, da autoria do Governador Lemos Pires”, fora previsto que o embarque dos elementos que seguiam para a ilha de Ataúro se processasse até às vinte e uma horas e trinta, hora a que nascia a Lua. Às vinte e uma horas e quinze, quando se iniciava o embarque do grupo de comando, o comandante da Defesa Marítima foi chamado para receber uma comunicação do navio ‘Mac Dilly’, já ao largo, em que este informava estar perto um ‘destroyer’ indonésio, que, por não conseguir contacto com a radionaval, lhe pedira transmitir ao governador que ‘tinha ordens do seu Governo para na manhã seguinte mandar a terra buscá-lo, assim como o seu staff para os colocar em segurança’. Foi respondido que agradecia e que daria resposta dentro de duas horas. O embarque, assim retardado, só viria a verificar-se às vinte e duas horas. Foi providenciada a resposta à mensagem recebida do navio de guerra indonésio informando-se que o governador já se encontrava fora de Díli, tendo saído pelos meios próprios, e que, se o pretendesse, poderia receber o comandante indonésio a partir da manhã do dia seguinte na ilha de Ataúro. A resposta foi afirmativa, dizendo que iriam a Ataúro, porém tal não aconteceu. Soube-se posteriormente que o navio de guerra era um destroyer, o ‘Mon I idi’, que durante o dia seguinte foi a Díli, enviou barcaças à praia e recolheu o cônsul e pessoal do Consulado da Indonésia”.
    Numa mensagem para o governador de Macau, Garcia Leandro, entre outros assuntos, L. Pires comentava: “Com amargura deixei Díli mas a situação impunha-se há muito. Lamento que Portugal e a comunidade internacional não tivessem tornado viável a solução da crise em tempo oportuno “.
    E acrescentava: “Quando a pequena embarcação que me transportava largou do cais de Díli, virava-se uma página do livro do Império português; não uma página gloriosa como aquela que sonhara do dia em que os Timorenses, juntos com Portugal, finalmente assumissem a responsabilidade dos seus destinos mas antes e infelizmente uma etapa de frustração e impotência que as lágrimas agora soltas na solidão do mar não conseguiram esbater”. E continuava: “Para trás ficava o mar da esperança que, com seriedade e perseverança, tínhamos tentado construir e que uma disputa fratricida e insídia estranha sanguinolentamente interromperam. Para trás ficava o peso da responsabilidade de uma situação que não conseguira controlar. Para a frente a angústia e a responsabilidade do futuro dos Timorenses, dos militares prisioneiros, da dignidade de Portugal, que me seriam imputados independentemente de ter havido ou não capacidade de acção.” “Uma certeza surgiu claramente no meu espírito: seria eu o bode expiatório do desaire português em Timor, peça mais vulnerável até porque desligada dos poderes políticos em confronto em Portugal…..” Mas adianta, “quando, de novo, pisei terras de Timor, nas praias de Ataúro, não me senti vencido, mas antes um pião da história a quem tinha cabido uma fatia amarga, de que ainda mal provara o fel. Mas era preciso tomar decisões e agir, instalar, contactar as gentes de Ataúro saber do que se passava em Díli e no interior, na Austrália, em Lisboa, e na ONU. “
    À chegada a Ataúro, Lemos Pires devia assemelhar-se a Bonaparte, quando desterrado para Santa Helena. Ele mesmo, quando pelas 11 horas da manhã de 27, consegue chegar à praia da ‘ilha das cabras’, utilizando as indicações preciosas de um pescador local, pois o seu plano, laboriosamente traçado, parecia soçobrar no final, por o pessoal da manobra não conhecer os fundos da entrada, ele próprio descreve como “fraca frota e miserável pompa a da chegada do Governador a terras de Timor (note-se bem… não se julgue, maliciosamente, que a fuga foi empreendida para terra estranha, ela foi de Timor para Timor), para se instalar, comparada com a dos primeiros portugueses que, para a época, exibiam bem mais poder e dignidade.”
    Ele que, possivelmente, esperaria o trombetear dos clarins da vitória, o já “virem pelas ruas caminhando, rodeado de todo sexo e idade, os principais que o Rei buscar mandara o Capitão da Armada que chegara e que com desusada festa, já na terra, nos braços o levavam e num portátil leito da rica cama lhe oferecem em que vá, costume usado, que nos ombros dos homens é levado…” (Reminiscências dos “Lusíadas”), afinal, parece que nem estaria a recebê-lo o Rei de Ataúro, o nosso velho amigo — deportado, em tempos, de S. Tomé —, o grande de físico e de alma, Mário Lopes da Silva.
    “Agora, senhor da ilha ou dela prisioneiro, com toda a liberdade ou sem poder nenhum, pião a fazer rodar a História ou simplesmente rodando pelo impulso do seu vento.”
    Só então, tarde e à más horas, o governador parecia dar-se conta de quão vexatória e humilhante era a presença do Governo, naquela ‘ilhas das cabras’ e “a falta de dignidade que isso representava para Portugal.” De certeza que não adivinhava o que o poeta-meteorologista já versejara e frisara: ‘Se Timor é fim do mundo, Ataúro é fim do fim’.
    Efectivamente… era o fim de tudo: uma Tragédia de quase um quarto de século, com cerca de duas centenas de milhares de mortos, violações, roubos, martírios, suplícios, desprezo por um Povo Heróico que sofreu, aguentou, lutou e… acabou por vencer.

    CONTINUAREI…

  • Timor memórias venda de sal no mercado Manatuto

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    Maria Guterres to TIMOR NO CORACAO

    4 hrs

    Mulheres num bazar!
    Fotografia de Ramos Horta – Edição do M.N.F – Timor

    Image may contain: 3 people, people smiling, people sitting and outdoor

    Mulheres num bazar!
    Fotografia de Ramos Horta – Edição do M.N.F – Timor

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      Maria GuterresMaria Guterres replied

      1 reply 1 hr

    • António Serra O produto dentro dos sacos é Sal. Manatuto é conhecido pela sua produção de Sal e ainda hoje ha muito Sal a venda no Mercado de Manatuto
  • Timor 1959

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    Rui Telo to TIMOR NO CORACAO

    https://www.facebook.com/groups/236786953009389/permalink/2556941904327204/

    9 hrs

    Tenho actualmente 82 anos e fui para Timor como alferes em 1959. Tinha então 22 anos feitos a bordo do Índia, navio irmão do Timor da Companhia Nacional de Navegação. Em Dili havia um batalhão comandado por um major e esse batalhão tinha companhias destacadas em várias zonas de Timor. Toda a tropa era de naturais e só os quadros eram metropolitanos. Dado ter havido uma sublevação em Dezembro de 1958, cujos cabecilhas foram identificados e presos, Salazar enviou para Dili uma Companhia de metropolitanos que estava na Índia. Foram para lá à paisana, de avião, e com passaportes falsos. Essa companhia era constituída por pessoal de Setúbal e foi comandada por um capitão, Sarmento, que já tinha estado em Timor como alferes. Só com o efectivo dessa companhia duplicou a população branca em Dili. Casas de alvenaria eram raras e até o QG era de paredes de palapa rebocada. Só depois da chegada dessa companhia, “A Destacada” é que a MM começou a enviar víveres para Timor. Chegavam todos os 6 meses no Timor ou no Índia. O correio ou era via aérea e o do barco era semanal através das “malas”, navios pequenos holandeses que continuaram a cruzar aquelas paragens. O comandante militar era um tenente-coronel e o chefe do Estado Maior um capitão. Saí de Timor em 1961 e só nesse ano começaram os preparativos para a construção do porto. Até aí os navios eram presos ao embondeiro na praia e o cais apenas umas pranchas de madeira em cima de bidons. Praticamente fui inaugurar a messe militar do bairro do farol e comigo foram os primeiros oficiais de artilharia e o primeiro médico militar. A única estrada asfaltada (com jorra) era a marginal e carros só havia dois, o do Governador e um Subaru ou coisa parecida (muito pequeno) de um capitão que o tinha mandado vir de Singapura. O resto eram todos jeeps e Land Rover. Foi nesse Timor que vivi dois anos e adorei apesar do infortúnio de ter partido uma perna que me deu água pela barba. Pelo que vejo e leio aqui, o vosso Timor já é muito avançado para aquele onde permaneci. Mas o meu era mais romântico.

  • A bela voz timorense da Piki Pereira faz hoje anos

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    a nossa cantora timorense favorita Piki Pereira celebra hoje o seu aniversário, muitos parabéns ouvindo a sua música

    1. PIKI PEREIRA, CANTORA TIMORENSE

    antora foi aprendendo e aperfeiçoando a arte por si própria. No ano seguinte, 1976, teve a sua primeira experiência musical com o grupo Five Fingers.

    29º BELMONTE 2018 29º Belmonte 2018

    BELMONTE 2018 22º Seia 2014

    No entanto, ainda teve tempo para se dedicar ao desporto praticando as modalidades de basquetebol, patinagem e vólei, chegando até representar a

    seleção de Timor nos anos vindouros, nas modalidades de futebol, basquete e também vólei.

    Quatro anos após ter iniciado a sua caminhada na música, deu-se o fim da banda Five Fingers e a cantora tentou seguir a sua carreira

    a solo, atuando em festas, casamentos e festivais que decorriam no país.

    Existindo pouquíssimas mulheres a cantar naquela época, Piki foi convidada para integrar o grupo Arco-Íris, que tinha como vocalista o

    famoso cantor timorense Tony Pereira, juntando-se a ele e aos restantes, mas com o título de voz feminina da banda, reforçando a ideia

    de que as mulheres poderiam conquistar o seu espaço no panorama musical e ajudar a expandir a cultura timorense.

    A banda Arco-íris teve imenso sucesso, chegando a gravar sete álbuns (cassetes) e atuando em várias partes do país. Mais tarde,

    o grupo estaria completo com as presenças de Chico Gama (vocalista/viola) Dinus Guttenberg (baixo) e Anito Matos (voz), que

    se juntam assim a Tony Pereira, Piki Pereira e José Cameirão. Em 1982, a cantora ganhou o Festival da Canção em Timor,

    onde teve a oportunidade de cantar no mesmo palco que muitos cantores e grupos famosos da época.

    Em 1987, Piki, juntamente com a sua família, abandona Timor-Leste devido à situação política e de guerra em que se

    encontrava o país, e imigra para Portugal, para a cidade de Lisboa, concretamente para a zona de Carcavelos

    onde viveu alguns anos com a sua família numa pensão.

    Apesar das mínimas condições em que se vivia, nada impediu que continuasse a cantar e que tentasse singrar nesta

    nova realidade que era representar a identidade cultural do seu país em terras lusas. Tendo a felicidade de conhecer

    alguns amantes da música timorense na zona onde residia, apresenta-se logo a ensaiar algumas músicas tradicionais

    que, mais tarde, cantou em concertos em sítios conhecidos como a Aula Magna, Teatro S. Jorge e em festivais

    folclóricos em redor do país. Não deixando o seu amor pelo desporto, Piki Pereira representou a equipa de voleibol

    feminino da Instituição Sporting Clube de Portugal até 1989, conquistando alguns troféus e alegrias com os simpatizantes do clube, naquela altura.

    Alguns anos mais tarde, casou-se e constituiu família abdicando da música devido à falta de tempo e trabalho.

    Atualmente, vive com a família em Belas e encontra-se a realizar um trabalho discográfico com a colaboração de

    António Soares, mais conhecido por Nick Fingers. Apesar da longa paragem devido a motivos de força maior,

    a cantora está de volta e espera continuar a desenvolver o seu trilho, naquilo que mais gosta de fazer.

    Lisboa, 6 de março 2014, Piki Pereira Rosa – Vokalista no muzika

    22º Seia 2014

    em belmonte 2019

    Piki Pereira e Mintó Deus abr 13 2019 1 https://youtu.be/6dEyJqeMdS4

    Piki Pereira e Mintó Deus abr 13 2019 2 https://youtu.be/tPfY4Y72oR8

    Piki Pereira e Mintó Deus abr 13 2019 3 https://youtu.be/pscypKJUJH8

    Piki Pereira e Mintó Deus abr 13 2019 4 https://youtu.be/3qaJLrrvRnM

    Piki Pereira e Mintó Deus abr 13 2019 5 https://youtu.be/fZItHTokTiI

    Piki Pereira e Mintó Deus e Luís Takas Cardoso abr 13 2019 https://youtu.be/_ZIx2KQCLRo

    Piki Pereira, Mito Deus, Pedro Paulo Câmara e Carolina Cordeiro https://youtu.be/5B7c1UQ3m0Y

    *****

    OUÇA-A AQUI PIKI PEREIRA E MINTÓ DEUS EM https://www.youtube.com/watch?v=r–4TGNDXlM

    CONCERTO 2015 EM TIMOR https://www.youtube.com/watch?v=vs8fDDNZL4M

    hadomi timorr https://www.youtube.com/watch?v=QDDOxlRue9w

    KOLELEMAI EM https://www.youtube.com/watch?v=sjv_nnymisQ

    HADOMI TIMOR EM https://www.youtube.com/watch?v=QDDOxlRue9w&list=RDQDDOxlRue9w

    ULUK FOU FOUN EM https://www.youtube.com/watch?v=hDxmZpgYpI4&list=RDQDDOxlRue9w&index=2

    FILA FALI MAI EM https://www.youtube.com/watch?v=BhNaMhFAmA0

    O NIA LIAFUAN EM https://www.youtube.com/watch?v=sYFkEF9RCVM

    MIX EM https://www.youtube.com/watch?v=hDxmZpgYpI4&start_radio=1&list=RDhDxmZpgYpI4

    BELMONTE 2019:

    1 https://youtu.be/6dEyJqeMdS4

    2 https://youtu.be/tPfY4Y72oR8

    3 https://youtu.be/pscypKJUJH8

    4 https://youtu.be/3qaJLrrvRnM

    5 https://youtu.be/fZItHTokTiI

    6 https://youtu.be/_ZIx2KQCLRo Piki Pereira e Mintó Deus e Luís Takas Cardoso

    1. https://youtu.be/5B7c1UQ3m0YPiki Pereira, Mito Deus, Pedro Paulo Câmara e Carolina Cordeiro

    JÁ PARTICIPOU EM SEIA NO 22º COLÓQUIO 2014, NO 29º BELMONTE 2018 e 31º Belmonte 2019

    1. MINTÓ DEUS, MÚSICO TIMORENSE

    Acompanha Piki Pereira nos recitais de música timorense.

    Piki Pereira & Mintó Deus representaram Timor-Leste no Festival Intercultural Olho Vivo

    ouça-o aqui em

    https://youtu.be/gVeIDrcZGUU .

    https://www.youtube.com/watch?v=r–4TGNDXlM

    https://www.youtube.com/watch?v=ZS-k0DCirj4

    https://www.youtube.com/watch?v=gVeIDrcZGUU

    JÁ PARTICIPOU NO 22º seia 2014, no 29º BELMONTE 2018 e 31º Belmonte 2019

  • o colonialismo em Timor

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    Escrevi há dois anos:
    «Há quem acredite em “450 anos de ocupação e colonização brutal”. Estão enganados nos números, evidentemente. Timor convive com a cultura, religião e língua portuguesa há cinco séculos – foi essa influência que criou uma nação em TL com uma identidade distinta da dos povos de Timor Ocidental, das Flores, de Solor, de Róti, etc – mas a ocupação colonial existiu durante uma fracção desse tempo; por exemplo quando Dampier passou algum tempo em Lifau (que era então a “capital”) só encontrou lá três brancos, dos quais dois eram padres. É um insulto aos guerreiros timorenses de antigamente acreditar que esses três portugueses estavam a fazer uma ocupação e colonização brutal!… Mesmo durante a brutal conquista de Celestino da Silva as tropas portuguesas e moçambicanas de que dispunha eram relativamente reduzidas, mas teve nas suas campanhas 60 000 aliados timorenses, que não eram uma massa amorfa de guerreiros sem cérebro, o que significa que a História não é um conto de fadas de ogres contra unicórnios cor-de-rosa. Espera-se dos académicos, em especial, alguma objetividade.»

  • MEMÓRIAS DE TIMOR 1913

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    J M Domingues Silva to TIMOR NO CORACAO

    10 hrs

    Uma Lulik Timur. Casa sagrada do Oriente.

    Cabeças de rebeldes expostas em Manatuto numa foto de 1913, durante as Guerras do Manufai 1911-1913. Fotografia do Museu de História Natural da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

    Nota: Fotografia oculta por imposição do Facebook. Se pretender ver com responsabilidade clique em “mostrar foto”.

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    Uma Lulik Timur.

    Casa sagrada do Oriente.

    Cabeças de rebeldes expostas em Manatuto numa foto de 1913.

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  • TIMOR DO DESAPARECIMENTO DO ARBIRU AO MOTIM DE UATO-LARI 1959

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    CONTINUANDO…

    Há a tendência para, quando alguém está a passar por maus momentos, em vez de o animarem, tentarem reerguê-lo, procuram inventar e pô-lo mais para baixo. Ou, pelo contrário, quando uma pessoa está desfrutando de numa boa situação, a inveja suplantar tudo o que será razoável e até serem inventados episódios, que não são mais que mentiras e acabam por evoluir em disparatados boatos, crescendo sempre com mais hipotéticos pormenores. E Díli era fértil em ‘estórias’, que não eram da carochinha e atacavam, sem respeito nem pudor, a respeitabilidade de gente honesta.
    Do mesmo modo, alguém que não mostrou competência para resolver determinada situação, tem que arranjar subterfúgios e pormenores, a fim de dissimular e camuflar a sua incapacidade. Ou que quis ocultar pormenores de algum deslize, fazer com que outrem venha a ‘pagar as favas’.
    Um dos boatos mais conhecidos, e que hoje já é uma lenda, foi o desaparecimento do navio ‘O Arbirú’, afundado por uma ‘tromba marítima’, no Mar das Flores, e que não sei porque motivo (julgo que, talvez, por uma questão de seguros), o governador e a PIDE/DGS, de conluio, não permitiram que o chefe dos Serviços Metereológicos falasse com o único sobrevivente da tragédia, o Paulo do Rosário, assim como criaram uma incrível anedota, ou que teria sido um ataque da FRELIMO (porquê?) ou de piratas javaneses ou de contrabando de armas. Não atinjo qual seria a intenção do Governador, mas parece-me entender a posição do inspector da polícia, querendo mostrar serviço, que não aparecia, tal como fizera com o anterior governador, levando-o a cometer vários erros crassos, envolvendo a alfândega, com ‘estórias’ de contrabando de armas, quando, repetidamente informávamos que a alfândega abria todos os caixotes, e seria impossível que alguém fosse tão estúpido que pretendesse passar armas por ali, quando tinha um litoral imenso sem qualquer fiscalização. Mas o boato cresceu, com gente que viu o navio em Hong-Kong e em Díli, outros viram passageiras do navio em Bali… e até o Paulo do Rosário ter vindo até Lisboa, a fim de ser interrogado.
    Desculpem-me, desviei-me do meu assunto habitual, ao verificar que, ao querer aproximar-me, tanto quanto possível da verdade, ela poderá estar longe do que se passou. Já me disseram que, o que eu tenho escrito, vale zero, porque tudo já teria sido estipulado, em 1960, pelos EUA, a Austrália e a Indonésia. No que eu não acredito, tal como “a guerra do Ultramar” ter tido início em Timor, em 1959, com a revolta em Viqueque/Uato Lari/Uato Carbau, com fim à independência, porque, tendo conhecimento de quase tudo o que se passou, porque convivia diariamente com os oficiais milicianos, e sabia perfeitamente que, naqueles tempos, os timorenses não sonhavam com independência e, somente alguns, industriados pelos militares indonésios que haviam pedido refúgio em Oé-Cusse, se atreveram a tentar revoltar-se com vista à integração na Indonésia, com a ‘ajuda’ do então cônsul indonésio em Díli — o Sr. Nazwar Jacub Sutan. E, tanto assim aconteceu que, enquanto que, em Díli, a 3 de Junho, se iniciaram, com grande alvoroço e estrondo, as prisões de supostos implicados, somente naquela região oriental, a 7 daquele mês, os refugiados indonésios deram início à revolta.Foi enviada para Baucau, uma pequena força, constituída pelo tenente Ferreira, o furriel Pires e nove praças timorenses, os quais, juntamente como administrador Artur Marques Ramos, que conseguira, milagrosamente, sair de Viqueque com a família, para lá voltaram, por estrada, com mais timorenses, europeus e chineses, com algumas armas e munições. No entanto, devido ao pouco conhecimento do que se passava naquela região, foi enviado para lá, no dia 9, mais um certo número de militares comandados pelo cap. Manuel João Fajardo, que passado alguns dias, nada adiantava e se lamentava de que já havia dois ou três dias que não tomava banho. Entretanto, vários arraiais fiéis tinham sido levantados mas como o impasse em Viqueque continuava, foi enviado o cap. Barreiros, o qual, entendeu que não substituía o colega e apenas o coadjuvava. E logo mandou atacar Uato Lari a ferro e fogo, embora alguém o tivesse tentado impedir de resolver aquela ‘guerra’ de maneira tão drástica, implorando-lhe que houvesse fé, porque deveria haver ainda gente viva. Em uma semana tudo se resolveu rapidamente, de tal modo que, a 20 daquele mês, uma ‘Companhia Destacada’ aéro -transportada de Goa para Baucau, em aeronave pilotada por Solano de Almeida, que já estivera em Timor, — e em que, muitos deles, eram meus conterrâneos — ficam verdadeiramente decepcionados, por, em vão, indagarem… “onde está a guerra” ?

    Amanhã continuarei com a matéria anterior, pois hoje despistei.-me, ao ler que o presidente da Fretilin, Xavier do Amaral proclamava, à plebe, sua ouvinte, que abriria o Tata-Mai-Lau e de lá jorraria imenso ouro, assim como encomendara uma máquina de fazer notas, e já ninguém teria que trabalhar.
    No entanto, no seu manual político, a Fretilin chamava a atenção para o “RACISMO”, quando o seu presidente Xavier, em entrevista ao ‘Diário de Notícias’, declarava que ele é que era “puro” e os Carrascalões eram mestiços e o Xanana era misto de misto; que o partido protegia a agricultura porque eram um país de camponeses e o povo timorense tinha fome de tudo, quantitativa e qualificativa, e o regime colonial só protegia a agricultura de exportação, —embora saibamos que muitos patrões, quando queriam dar da sua comida aos seus empregados, eles preferiam o seu milho, arroz ou mandioca —, não percebendo que as exportações, principalmente do café, eram necessárias, para poder haver importações. O presidente Xavier do Amaral não deve ter percebido bem, quando eu lhe contei que, enquanto eu estive ausente em Portugal, tinham importado cerveja estrangeira, com base num decreto que dizia, mais ou menos o seguinte: “que em casos graves de carestia de alimentos para a população, poderia ser importado, livre de direitos, quantidades determinadas do mesmo, num prazo fixo, depois de ouvido o Conselho do Governo.” Penso que não era a cerveja que faria parte da alimentação da maior parte dos timorenses.
    E, como me já me adiantei mais do que pensava, fico por aqui.

    MAS… haverá mais, assim eu tenha saúde.

    (mais…)

  • TIMOR E A NOVA DILI QUE NUNCA O FOI

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    Rui Sá Pinto Correia replied to a comment on a post from 2 July 2016.

    Cutulau (Em busca de Nova Díli) – 2ª Viagem exploratória

    A 5 de Abril de 1946, Oscar Freire de Vasconcelos Ruas, encarregado do governo, determina após aprovação do Ministro das Colónias, que a cap...

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    A 5 de Abril de 1946, Oscar Freire de Vasconcelos Ruas, encarregado do governo, determina após aprovação do Ministro das Colónias, que a capital de Timor seja transferida para Cutulau.
    Esta transferência pretendia solucionar a necessidade de resolução dos problemas de saúde que caracterizavam Dili, reconhecidamente insalubre e a situação de ruína em que ficara a cidade depois da ocupação nipónica, para uma região de melhor clima onde se pudesse construir de raiz uma nova capital.
    A mudança de localização da capital nunca se viria a realizar, por se terem de imediato mobilizado os recursos e meios para a recuperação das infra-estruturas existentes em Dili, deixando sem sentido a proposta de edificação de uma Nova Dili, remetendo assim este projecto para o esquecimento.

    Esta é a segunda tentativa de reconhecimento do local a que se referiam.
    Na lista de locais com este nome surgia próxima a Díli a aldeia de Cutulau no vizinho Municipio de Liquiçá, Posto Administrativo de Bazartete.
    Em verdade viria a perceber que Nova Dili estava projectada para esta outra Cutulau, mais proxima a Díli, no Posto Administrativo de Laulara, Aileu.

    Ruy Cinatti, a Cutulau se referiria na sua obra poética (Para uma corografia emotiva de Timor, 1946-1972)

    Cototalu – cidade,
    toda a cumeada.
    Cidade sonhada
    que nunca existiu.

    Cotolau – ó ermo
    de eucaliptos pretos
    de ramadas altas
    e crepes de líquenes!

    Cotolau – a pedra
    da inauguração,
    encontrei-a eu,
    coberta de musgo.

    Cotolau – ó sonho,
    por quem estás de luto?
    Podem indicar-me
    onde é Nova Díli?

    Cotolau – deserto.
    Fui a Cotolau
    e trouxe de lá
    braçadas de lírios!

    “Nova Díli, o grande sonho do governador Óscar Ruas (1946-50) que nela via a futura cidade residencial, não passou de um sonho assaz custoso em dinheiro e esforço. O fitogeógrafo E. Meijer-Drees, dos Serviços Florestais holandeses, depois indonésios, dizia-me, opondo-se, de certo modo, aos desejos do governador, que, de facto, não se morreria de malária, como em Díli, senão de pneumonia, ou de acidentes de viação. O sítio, por lindo que o seja, não tem condições urbanísticas, por se reduzir quase que exclusivamente a uma faxa e cumeada desprovida de água, e com a base das nuvens baixas descendo a níveis inferiores na época das chuvas. Daí, as pneumonias – clima frio e húmido, que os liquenes denunciam, e também ventoso – e os acidentes de viação – declives muito pronunciados, quase abruptos mesmo, imersos em nevoeiro durante, pelo menos, quatro meses por ano, embora com abertas matutinas.”

    (Paisagens Timorenses com vultos, Ruiy Cinatti, Relógio D’Água, 1996)