O primeiro Estado soberano a nascer no século XXI, durante anos resquício de uma descolonização desastrada e vítima da lógica da Guerra Fria, cumpre 20 anos de independência, numa cerimónia que conta com o chefe de Estado português.
José Ramos-Horta, presidente eleito da República Democrática de Timor-Leste, sugere que Portugal deve procurar ser “mais ágil” na sua cooperação com Timor-Leste, promovendo o interesse …
A pandemia da Covid-19 levou a que o país ficasse durante mais de um ano praticamente sem voos, mesmo de “charters”, com as ligações a serem retomadas de forma gradual desde então.
Decorreram hoje eleições presidenciais em Timor-Leste e o processo de contagem de votos iniciou logo depois do fim da votação. As eleições são descritas como as mais concorridas de sempre, com 16 candidatos e mais de 800 mil eleitores. As eleições presidenciais deste sábado em Timor-Leste, país com uma democracia ainda em construção, podem ter
Pensei em ti meu querido tiozinho Su Sing Chung assim como toda a familia em Portugal…Decidi dedicar-te estas fotos de recordacao da tua visita a Australia em Novembro 2014 onde os teus amigos e familiares de Melbourne celebraram este dia especial contigo e o Ze Filipe
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16You, Shusan Liurai, Angelo Ferreira and 13 others
pintura de margarida bem madruga, oferta ao cnrt, timor-leste, 1999
timor excertos d epoesia dedicada a timor do livro CRÓNICA DO QUOTIDIANO INÚTIL DE CHRYS CHRYSTELLO, 40 anos de vida literária 2011 ed calendário de letras v n gaia.
547. eleições sem lições em timor, 8 julho 2012
díli 23 setembro 1973
cheguei hoje a timor português
a vinda marcará a minha vida para sempre
sem o saber nunca mais nada será igual
o futuro começa hoje e aqui
entrei no tempo da ditadura
sairei na democracia adiada
na bagagem guardo sabores,
imagens e odores
sonhos de pátria e amores
divórcios e outras dores
cheguei sem bandeiras nem causas
parti rebelde revolucionário
tinha uma voz e usei-a
tinha pena e escrevi sem parar
pari mais livros que filhos
para bi-beres e mauberes
48 anos de longo inverno da ditadura
24 de luta independentista
agora que a lois vai cheia
e não se passa na seissal
já maromác se apaziguou
crescem os lafaek nos areais
perdida a riqueza do ai-tassi
gorada a saga do café
resta o ouro negro
para encher bolsos corruptos
sem matar a fome ao timor
perdido nas montanhas
sem luz, água ou telefone
repetindo gestos seculares
mascando sempre mascando
o placebo de cal e harecan
mas com direito a voto
para escolher quem o vai explorar
sob a capa diáfana da lei e ordem
do cristianismo animista
oprimido sim
mas enfim livre.
548. queria ser toké 11 julho 2012
eu queria ser toké e contar o que vi
desde que partiste em 1975
queria saber falar
dar os nomes os locais e os atos
de todas as atrocidades, violência e mortes
que testemunhei mudo na minha parede
eu queria ser toké e escrever tudo
queria contar o que não querem que se saiba
queria contar o que não queriam que se visse
queria contar os gritos que ninguém ouviu
queria ser água e apagar os fogos
que extinguiram a nossa história
como se não fora possível reconstruí-la
queria ser pássaro e levar nas asas
todos os que foram chacinados
violados, torturados e obnubilados
voar com as crianças que morreram de fome
as mulheres tornadas estéreis
tanta coisa que queria dar-te timor
e não posso senão escrever palavras
lembrar teu passado heroico
sonhar futuros ao teu lado
549. alucinação na areia branca (timor) 11 julho 2012
era maio em 1975
havia luar na areia branca
sem ondas na ressaca
caranguejos azuis na fina areia
baratas voadoras à frente dos faróis
eram pequenos os lafaek e raros
quase se ouviam os corais a falar
ao longe sem luzes em díli
o escuro dos montes
entre nós e o ataúro
deslizavam barcos espiões
antecipavam a komodo
ensaiavam invasões
corri a alertar
ninguém quis ouvir
escrevi e denunciei
chamaram-me alucinado
nunca imaginei o genocídio
550. timor nas alturas 15 julho 2012
queria subir ao tatamailau
pairar sobre as nuvens
das guerras, do ódio, das tribos
falar a língua franca
para todos os timores
queria subir ao matebian
ouvir o choro dos mortos
carpir os heróis esquecidos
queria subir ao cailaco e ao railaco
consolar as vítimas de liquiçá
beber o café de ermera
reconstruir o picadeiro em bobonaro
tomar banho no marobo
ir à missa no suai
buscar as joias da rainha de covalima
passar a fronteira e voltar
chorar todos os conhecidos e os outros
e quando as lágrimas secassem
à minha palapa imaginária regressaria
à mulher mais que inventada
um pente de moedas de prata ofertaria
vogando nas suas ribeiras e vales
sussurrando no espesso arvoredo
desaguando no vale de vénus
nos seus beiros navegaria
ao ataúro e ao Jaco rumando
desfrutando a paz e as belezas ancestrais
ouvindo os tokés e as baratas aladas voando
os insetos projetados contra as janelas
atraídos pela luz do petromax
a infância e a juventude são como uma bebedeira
todos se lembram menos tu
551. lágrimas por timor, até quando? 16 julho 2012
confesso sem vergonha nem temores
hoje os olhos transbordaram
lágrimas em cascata como diques
pior que a lois quando a chove
o coração bateu impiedoso
os olhos turvos a mente clara
as mãos trémulas de impotência
nas covas e nas valas comuns
muitos se agitaram com a morte gratuita
mais um casal de pais órfão
mais um filho varado às balas
sem razões nem justificações
poucas vozes serenas se ouviram
velhos ódios, vinganças acicatadas
o povo dividido como em 1975
sem alguém capaz de congregar o povo
sem alguém capaz de governar para todos
sem alguém acima de agendas pessoais
sem alguém acima de partidos
temos de ultrapassar agosto 75
udt e fretilin
a invasão indonésia e o genocídio
faça-se ou não justiça
é urgente um passo em frente
é urgente alguém com visão
um sonhador, um utópico
um poeta como xanana já foi
alguém que ame timor
mais do que ama suas crenças
mais do que ama suas ideias
mais do que ama sua família
talvez mesmo uma mulher
sensível e meiga
olhar almendrado
pele tisnada
capaz de amar
impulsiva para acreditar
liberta de injustiças passadas
solta de ódios, vinganças e outras
capaz de depor as armas
todas e liderar.
578. eu canto do maio, maio 1, 2013
eu canto do maio as mortes inúteis
os deportados para timor
o sangue derramado
tudo o que se pedia eram 8 horas
de trabalho, descanso e recreação
eu canto do maio a memória de 1886
do degredo, do cárcere, das torturas
das manifes proibidas, das bandeiras
vermelhas do sangue inocente
sem olhar a partidos nem a pessoas
apenas o direito inalienável
ao trabalho, ao descanso, à recreação
para que os novos fascistas de hoje
não roubem essas memórias
esses direitos, essas lutas
eu canto do maio o dia do trabalhador
hoje desempregado, sem-abrigo, doente
nos novos gulags e campos de concentração
sem grades nem gás mortal
608. eleições 29 jul 2013
era tempo de eleições
políticos vinham e prometiam
a populaça aplaudia
acenava e acreditava
…
depois de contados votos
os políticos desapareciam
junto com as suas promessas
e o povo esquecido esperava
assim crendo na democracia
uma pessoa, um voto, uma promessa
repetiam a antiga escravatura
acreditando serem livres
610. história timor, 29 jul 2013
primeiro veio a polícia
expulsos estudantes “ocupas”
depois vieram bulldozers
assim acabou o hotel resende
era história em díli
e um povo que destrói
não merece o seu futuro
mas ganhou condomínios de luxo
685 dili inundado, 6, fevº 2016
maromác zangou-se
as ribeiras transbordantes
em dili nada mudou
tudo alagado como dantes
décadas depois
nem os milhões do petróleo
dominam as águas
passados quarenta anos
sem dinheiro para voltar
dominam-me as mágoas
a minha saudade
rima com verdade
634. guerra colonial, moinhos, 20/8/2013
há várias catarses
para a guerra colonial
escrever livros
tornar-se alcoólico
ser antissocial ou violento
eu apenas mudei de nome
e de nacionalidade
e nunca escreverei
uma palavra que seja
sobre esse inferno
não posso perder mais tempo
com essa trampa.
449. EROS nos jardins de leste Díli, Timor, novembro, 25, 1974
VALE ALFRED JAMES (JIM) ELLWOOD – VX67548 – 1921-2021
Sadly, I inform Doublereds members and supporters that WWII Timor campaign veteran Jim Ellwood passed away peacefully at his Melbourne home last Sunday afternoon surrounded by his family – Jim was aged 99 years and would have celebrated his 100th birthday on the 16th of December. Jim’s son Damian has advised me ‘I think we will convert the 100th into a celebration of his life as he didn’t want a funeral service’.
Corporal Jim Ellwood was a Cipher Specialist with NT Force Signals when he arrived on Timor with the advance party of the No. 4 Independent Company on 15 September 1942. He was attached to Sparrow Force HQ in his specialist capacity and continued in that role when Lancer Force succeeded Sparrow Force on 7 December 1942. He then volunteered as a member of the 14 man S Force (Stay Behind Party) that was established on 9 January 1943 to continue to observe and report on Japanese activities after the departure of the No. 4 Independent Company from Timor. S Force was evacuated from Timor to Fremantle by the submarine USS Gudgeon on 10 February 1943. Ellwood returned to Timor in September 1943 as a member of the ill-fated SRD (Z Special) Operation Lagarto, was captured and spent the remainder of the war as a POW (mostly in Dili) and subject to terrible deprivation and torture.
The late Jim Truscott prepared an informative article relating aspects of Jim’s life and wartime experiences; the issue of COMMANDO – The Magazine of the Australian Commando Association that includes the article can be downloaded from https://www.yumpu.com/…/commando-magazine-edition-3-2020 – see p. 63-66.
Jim Ellwood was a humble, brave and honourable man who would have been well known to many of the No. 2 Independent Company men who served on Timor.
VALE Jim, RIP
Ed Willis, President, 2/2 Commando Association of Australia
Topic: Luso-Brazilian Culture: Timor Cast a Magical Spell 50 Years Ago, by Chrys Chrystello
Time: Nov 29, 2021 04:30 PM Central Time (US and Canada) 21.3o azores
Meeting ID: 920 8914 5687
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