Categoria: Timor

  • Timor Leste pode ser porta para Brasil no Sudeste Asiático, diz Ramos-Horta

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    O Timor Leste caminha para estreitar laços no Sudeste Asiático e, possivelmente, alinhar-se mais a potências regionais.

    Source: Timor Leste pode ser porta para Brasil no Sudeste Asiático, diz Ramos-Horta

  • MORREU SHIRLEY SHACKLETON

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    Faleceu Shirley Shackelton, a viúva de Greg Shackelton, um dos cinco jornalistas que foram mortos em Balibo em 1975.
    Timor-Leste perdeu mais uma grande amiga, mais uma voz de quem durante décadas lutou ao lado dos timorenses pela libertação do país. Morreu sem ver justiça pelas mortes de Balibo e perante o silêncio cúmplice de sucessivos governos australianos. Foi um prazer conhecer-te Shirley. DEP

    Antonio Jesus Conceiçao Marques

    A sad passing today of a true hero.
    Shirley Shackleton was a fighter for justice, tenaciously determined, an energised woman who fought many battles. Once a lonely voice for the suffering East Timorese, she triumphed to see #TimorLeste become free.
    Farewell sweet friend.
    May be an image of 1 person
    Joana Ruas, John Waddingham and 48 others
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    • Vikki John

      Rest in peace beautiful Shirley Shackleton xxx
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    • Damien Kingsbury

      Honored to consider Shirley a colleague and friend, but more so that she had my back when I did not personally know her. It is indeed sad to lose such a friend.
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    • Ann Beatty

      This is very very sad news. A wonderful woman who fought valiantly for the truth
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    • Harri Keinonen

      I never knew her personally but I remember her from the early seventies through to today as the wife of Greg who tirelessly pursued Justice for him and the other journos murdered in Balibo.
      I’m sorry that she never got that justice realised. I’m happy …

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      • Pierre Cronaux

        Harri Keinonen She shirt-fronted invasion planner General Murdani when he visited Dili. That took some guts. She kept up pressure that helped get the inquiries and coroners inquiry that outed the killers, and the coverup.
        And she lived to see the libe…

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    • Brian Thomson

      A force of nature. Sad loss
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    • Gareth Smith

      Shirley was an inspiration to us all, a tenacious fighter for truth and justice. She will be terribly missed.
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    • Mark Davis

      Thanks Peter.
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      Joana Ruas

      Uma lutadora por amor da verdade e paixão pelo seu amado.Grande mulher.Adeus,descansa em paz querida Shirley.
  • DILI TIMOR MERCADO ARDEU

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    Várias casas destruídas em incêndio num dos maiores mercados de Díli
    Díli, 10 jan 2023 (Lusa) – Várias casas e postos de venda foram queimados num incêndio que deflagrou hoje na zona do mercado de Taibessi, em Díli, por causas ainda desconhecidas, no segundo incidente do tipo em menos de um mês.
    Testemunhas ouvidas pela Lusa explicaram que o incêndio começou ao início da tarde (hora local) alastrando-se rapidamente por várias estruturas, causando o pânico entre residentes e comerciantes.
    “Não sabemos como começou o incêndio, talvez curto-circuito”, disse à Lusa uma vendedora em Taibessi, um dos dois principais mercados de abastecimento de produtos agrícolas na capital de Timor-Leste.
    O incêndio foi o segundo de grandes proporções no mercado, depois de um fogo ter destruído mais de 50 casas e estruturas a 22 de dezembro, deixando mais de 350 pessoas desalojadas.
    As más condições de construção, a proximidade entre os postos de venda e casas fazem com que incêndios em mercados se alastrem rapidamente.
    ASP // VQ
    Lusa/Fim
    No photo description available.
    Joao Paulo Esperanca and 32 others
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  • Timorenses mais conscientes de mentiras e enganos de rede de tráfico humano – Plataforma Media

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    O Presidente da República timorense, José Ramos-Horta, disse hoje que a população timorense está mais informada e consciente sobre as redes de tráfico hum

    Source: Timorenses mais conscientes de mentiras e enganos de rede de tráfico humano – Plataforma Media

  • José Ramos-Horta · Brasilia-Lisboa-Dubai-Bali-Dili Parabéns Brasil.

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    Brasilia-Lisboa-Dubai-Bali-Dili
    Parabéns Brasil.
    Depois de quatro dias intensos e emocionais na capital brasileira testemunhando o regresso de Luís Inácio da Silva – Lula – ao Palácio do Planalto estamos a encetar o regresso a Timor-Leste. Umas horas em Lisboa e ainda hoje continuamos a longa jornada de regresso.
    Apesar da sua agenda excessivamente cheia, o Presidente Lula me recebeu ontem a tarde durante mais de 30′. Falamos do Brasil, Timor-Leste, Ucrânia, tema introduzido por mim. Sobre estas questões escreverei mais nos próximos dias.
    O encontro com Presidente Lula terminou com ele a desculpar-se que tinha que ir a procura de casa para ficar. E é verdade. A residência oficial não estava em condições pois nem cama havia. O nosso encontro decorreu numa suite simples de um hotel onde o Presidente está a residir temporariamente.
    Agradeço o Embaixador Olímpio Branco e todo o staff da Embaixada de TL que trabalharam intensamente na preparação da minha participação na cerimónia de posse do Amigo Presidente Lula.
    Agradeço o ex Embaixador Brasileiro em TL o Amigo Adelmo Garcia que foi incansável e ajudou imenso na preparação do meu programa no Brasil. Adelmo que é agora Consul no Japão utilizou parte de suas férias para apoiar a Emb de TL nos preparativos.
    O 31 de Dezembro foi passado na residência do Embaixador de Portugal na capital brasileira na companhia do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, companhia mais agradável não haverá.
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    Alberto Borges, Jan-Patrick Fischer and 755 others
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  • TIMOR CRÓNICA NOSTÁLGICA quinta portugal

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    A QUINTA PORTUGAL- crónica nostálgica
    Parte 1
    Quem pelos anos 60 do século passado esteve por Aileu, em Timor Leste, certamente conheceu a Quinta Portugal. Ficava antes de chegar à vila, vindo de Díli, estendendo-se por alguns hectares de café e mata ao lado da ribeira. Poiso obrigatório nalgumas tardes de sábado ou domingo, passeio agradável de mota ou a cavalo e a oportunidade de visitar o seu proprietário, que invariavelmente nos oferecia um saboroso e bem escuro café.
    Aqueles dedos de conversa trocados com ele, sentados no abrigado alpendre, eram relaxantes, até pela boa disposição e humor com que o Alferes Abrantes narrava velhos episódios da sua longa vida na Meia Ilha. Lá chegara nos finais dos anos 20 como sargento, acabando por se reformar no posto honorífico de alferes. Com as suas economias, construíra a quinta, a que deu o nome da sua pátria.
    Ainda ouço a parlar pausadamente e como experiente velhote a filosofar sobre a vida, prognosticando futuros sempre incertos. Sentado num cadeirão de rota e de pijama vestido, com um grande copo de aguardente a seu lado, ia bebericando, enquanto sentenciava sobre os mais variados assuntos. Eu acompanhava-o num café que o diligente e também idoso mainato servia. Seu servidor há longos anos, emprestava-lhe amizade, com algum distanciamento. Lá repetia a ladainha sobre o café, argumentando que já tinha dito ao “preto” que não o torrasse demasiado, ao que ele não obedecia e era a razão por se beber não café, mas cinzas de café…
    À pergunta feita se alguma vez fora a Portugal, confessou que pouco antes da guerra visitara a sua aldeia de Vessadas, no concelho de Mangualde. Fora durante o inverno – e o gelo, neve e o frio da serra, a que já não estava habituado, provocavam-lhe um mau estar que nem mesmo o incentivo dos seus velhos companheiros de infância, para beber uns tragos de aguardente como aquecimento, produziam efeito. Respondia-lhes que já tinha emborcado uma série de copos da bem forte, mas sem resultado: “- até já tenho os fígados queimados, mas nada resulta”. Não volto a ir à Metrópole, lá é muito frio!
    …Um dia, mandou um seu netito ao meu encontro ao quartel para me entregar um bilhete, onde solicitava urgentemente a minha presença, já que não podia aceder a todas as nonas que tinha – e solicitava a minha ajuda para partilhar ao menos uma… Era a forma humorística que tinha para querer que o fosse visitar. Assim fiz e, no domingo após o almoço, lá me meti na mota e rumei à Quinta Portugal. Satisfeito por me ver, logo me disse que a nona já fugira com outro, mas que deixara uma prenda que era, nem mais nem menos, um saco de vinte quilos de café, ainda por torrar. Que bela prenda!
    Na verdade, o café que cultivava era de boa qualidade – e o ambiente onde o saboreava davam-me um grande prazer. Aliás, nas minhas frequentes visitas, acabei por conhecer parte dos seus familiares. A mulher timorense com quem vivia nunca cheguei a saber se era a mãe dos seus dois filhos conhecidos: um, funcionário na Administração de Aileu, e outro, com dois ou três filhos, vivia ao fundo do grande terreiro da quinta, numa pequena casa isolada. Casado com uma macaísta, andara em novo por Aveiro a fazer que estudava, tendo a certa altura recebido ordem de marcha do pai para regressar a Timor. Ajudava o pai nas tarefas agrícolas. Era um bom conversador de pequenos nadas, mas não se sentava connosco nos colóquios com o seu progenitor.
    José Pais Abrantes teria já uns setenta e alguns anos quando o conheci. A sua referência aos governantes era bem expressa numa carapaça de tartaruga que adornava a parede exterior da sua casa, onde se inscrevia um viva a Marcelo Caetano. Quando ocorreu o 25 de Abril, talvez o seu filho, que era funcionário público, tenha retirado esse louvor, pelo que por debaixo apareceu uma antiga loa de tudo pela nação, nada contra a nação – Salazar; e ainda sob esta legenda colada em papel, lá se encontrava o escudo português bem pintado na casca do réptil marinho.
    Com o desenrolar dos acontecimentos políticos, logo em 1974, a sua boa disposição começou a mostrar quebra, o seu ânimo já não era o mesmo. Bem o tentava a falar, mas ele acabrunhado só dizia: “prevejo para Timor um futuro muito negro. Sabe, se o timorense não tiver por perto da sua palhota um branco, matam-se uns aos outros…”
    Da última vez que o vi, tornou a vaticinar o futuro trágico para Timor e confessou-me que em breve ia morrer angustiado… Não resistiu muito mais e acabou por falecer em Díli nos primeiros meses de 1975.
    A sua profecia infelizmente cumpriu-se…
    Parte 2
    …Contudo, os desígnios da humanidade também surpreendem, e o Timor Português tornou-se um país independente. Regressei a Timor em 1999, na área da cooperação com Portugal. Visitei, logo que pude, a Quinta Portugal em Aileu. Dela restava o sítio. Das casas, mal se distinguiam os caboucos e da viçosa plantação de café, apenas alguns pés já abastardados, perdidos no meio da selva. Que choque!
    Uns tempos depois, fui procurado pelo encarregado de uma missão agrícola portuguesa chegado a Timor-Leste, que pretendia que lhe recomendasse um guia para os acompanhar a Maubisse, local onde o Dr.Ramos Horta tinha indicado para implantarem um projecto de dinamização agrícola na área de cafeicultura, fruticultura e silvicultura. Indiquei-lhe um jovem, regente agrícola. Fiz-lhe um pedido: que no caminho para o seu procurado destino passassem pela Quinta Portugal e visse o potencial. O jovem guia que lhes tinha indicado era o neto do antigo colono, que conhecera em criança. Passados dias, fui de novo visitado pelo engenheiro português que, entusiasmado, informou que o melhor sítio para o seu projecto era justamente o terreno da antiga quinta em Aileu. Sei que fizeram contrato de arrendamento com os herdeiros e lá nasceu uma florescente estação agrícola onde se efectuavam alfobres e plantações das mais diversas espécies, e onde os timorenses, de perto ou longe, acorriam a ter formação para transplantarem as novas plantas para as suas regiões. Era um sucesso, constituindo orgulho para a cooperação portuguesa. Local obrigatório de visita.
    Em 2010, voltei a sentir uma dor d’alma ao deparar-me com o que vi: uma sombra do que fora escassos anos antes! O renascido sucesso fora definhando assim que os técnicos portugueses, acabado o projecto, tinham deixado Timor. Ao que julgo saber, houve entretanto um apoio da cooperação australiana, que tentou manter a dinâmica, mas acabara também por não resultar
    Em 2018, junto à ribeira, à entrada da quinta, ainda lá existia o antigo placard, mas a tela pintada com a bandeira portuguesa recortada, desaparecera.
    Soube que há poucos anos surgiu um novo projecto de renovação, denominado Centro Agroflorestal da Quinta Portugal, sendo também local de referência para o estudo e desenvolvimento de acções relativas à problemática da cultura do café, fruticultura, horticultura e cerealífera, promovendo sessões de formação e trabalho, bem como concursos e festivais agro. Tudo isto, possibilitando uma interacção social dos vários pequenos e grandes produtores, tal como distribuidores e consumidores interessados.
    Também anda por lá dedo de técnicos portugueses, através do Instituto Camões que, apoiando as instituições timorenses, têm efectuado um trabalho meritório, que é justo assinalar. Oxalá se consiga consolidar permanentemente e por longo tempo tal desiderato e que a quinta contribua para o bem-estar e desenvolvimento sócioeconómico de Timor –Leste!
    Em memória do seu fundador e dos bons momentos que muitos portugueses lá passaram e ao excelente trabalho repetidamente efectuado, apraz-me dar um Viva à Quinta Portugal de Aileu!
    RBF
    Natal 2022
    You, Joao Paulo Esperanca, Fátima Hopffer Rego and 16 others
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    • António Serra

      Curiosissima “nota histórica”. Obgd. Sou um fã incondicional do projeto e sempre que posso incentivo a sua ” multiplicação “. Parabéns ao UGoh Trindade , o técnico português que reanimou o projeto nos últimos anos.
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  • Kdadalak Suli Mutuk -LUIS CARDOSO NORONHA TAKAS YouTube

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  • guerra civil timor 1975

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    1975
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    Os Pára-quedistas em Timor Leste \ 1975
    Não tendo oportunidade de desenvolver acções do género das desempenhadas em Angola, Moçambique e Guiné, os Pára-quedistas em Timor Leste deram mostras de elevada capacidade, desempenhando missões de alto risco .
    Em Portugal estavamos em pleno periodo de instabilidade politica pós 25 Abril , e preparava-se o “verão quente” de ´1975, em termos de cenário internacional, estava-se em plena Guerra Fria.
    Em Timor, a falta de disciplina que grassava nas Unidades regulares do exercito, levou o Comandante-Chefe, Coronel graduado Mário Lemos Pires, a enviar depois da autorização do VCEME, ao CEMGFA, General Costa Gomes, um ofício em que exortava à retirada das 3 companhias metropolitanas, “pois estas poderiam pôr em causa o processo de descolonização em curso” e solicitava “o reforço dum pelotão de tropas especiais (Pára-quedistas ou Comandos) por um período de “6 meses, ou até haver uma definição política que conduza à sua dispensabilidade”.
    O General Costa Gomes decidiu, no dia 15 de Março de 1975, enviar para Timor o DPT (Destacamento de Pára-quedistas de Timor) inicialmente com 1 pelotão (Abr75), mais tarde reforçado com um 2º pelotão (Jul75) . Conjuntamente com os Pára-quedistas encontravam-se igualmente em Timor-dois Alouette III da FAP (numeros 9315 e 9364).
    O DPT recebeu a sua primeira Directiva para actuação em 16 de Maio. Nela se definiam uma Missão e um Conceito que expressavam a intenção de poupar os Pára-quedistas às ingratas tarefas de manutenção da ordem, reservando-os, enquanto força de intervenção do Comandante-Chefe, para utilização em ultima instância.
    O ambiente nas Unidades militares metropolitanas encontrava-se minado, para a maioria, o objectivo era regressar o mais rápidamente possivel a Portugal, para além da contaminação pela propaganda e a dificil execução de qualquer missão atribuída que exigisse sacrificio.
    Manter qualquer tipo de disciplina e operacionalidade, num ambiente dominado pela politização constante, a muitos milhares de quilómetros de Portugal, revelou-se uma tarefa bem difícil, e aumentando na proporcionalidade que as forças políticas timorenses iam extremando as suas divergências.
    Os partidos politicos dominantes, UDT e Fretilin, pressionavam constantemente o Governo de Timor, no sentido de falta de actuação contra o partido rival, à medida que a situação se ia deteriorando no território.
    Em 13 Julho, seguiu um relatório para o CEMGFA, do Comandante- Chefe, pedindo mais 1 pelotão e 1 Companhia de Páraquedistas, de modo a completar o efectivo de 2 Companhias vindas expressamente pelos Transportes Aéreos Militares , com estes efectivos pedia-se igualmente um terceiro helicóptero, esta força constituiria uma reserva para dissuasão de acções violentas, previsíveis dado o ambiente de tensão política crescente.
    Em Agosto, a situação começa a ter contornos mais graves, de 10 para 11 de Agosto, a UDT desencadeou uma acção que desactivou os telefones, corta a energia eletrica e cerca a PSP.
    Do Quartel General fogem 3 soldados com as respectivas armas, existe ainda uma tentativa de assalto à arrecadação de material de guerra do mesmo QG ,desaparecendo um numero indeterminado de armas. A acção concertada da UDT ocupa também o aeroporto onde se encontravam os dois Alouette III.
    Sem possibilidade de ligação rádio, os Paraquedistas dirigem-se ao Quartel-General e apercebem-se da existência de pequenos grupos dispersos da UDT, mal armados e revelando medo. Realça-se o ocorrido junto a uma esquadra da PSP, onde um grupo barricado e armado cortara a circulação. Apercebendo-se da presença dos Páraquedistas, os elementos da UDT levantaram imediatamente a barricada e apresentaram desculpas.
    O Tenente Branco, do DPT, manifesta ao governador a disponibilidade dos Páraquedistas poderem controlar a situação, mas o Coronel Lemos Pires, manteve sempre a posição de que se tratava de um assunto político que como tal devia ser resolvido. De qualquer modo, foi decidido reforçar a segurança da residência oficial com uma força de Páraquedistas.
    Em 12 de Agosto a UDT avança com algumas exigências, de modo a negociar com Portugal uma possivel independência, para tal exige: prisão dos elementos da Fretilin, ocupação das Unidades de Dilí pelos Pára-quedistas (reconhecidos como a unica força com capacidade operacional e dissuasora). No mesmo dia, no Comando Operacional, foi salientada pelo comando do DPT a necessidade de as nossas tropas não só controlarem a área do porto, como de recuperarem o controlo sobre os helicópteros retidos pela UDT no aeródromo de Dili, se necessario pela força, na sequência da acção desencadeada por estes. Após a recusa inicial e sob o espectro da força, a UDT cedeu, e os helicopteros pousaram em segurança no dia seguinte no aquartelamento do DPT.
    Entretanto, seguiram-se algumas adesões de oficiais portugueses, com comando de homens, à UDT ; contribuindo para a situação angustiante nestes longos dias de Agosto.
    Atendendo ao acréscimo de insegurança que este desenvolvimento introduzia na situação geral já de si preocupante, o comandante interino do DPT dirigiu-se ao Comando Operacional, onde reiterou a necessidade de se tomarem medidas urgentes relativamente à concentração dos efectivos militares portugueses na área do porto. O Oficial Pára-quedista recordou igualmente a necessidade de se equipar o DPT com morteiros, LGF e respectivas munições, sem o que seria impossível garantir capacidade de actuação contra forças (tanto da UDT como da Fretilin) cada vez mais fortes a cada hora que passava, e com a adesão de outras Unidades militares a um ou outro dos referidos Movimentos.
    No dia 18 de Agosto, numa missão de observação em Ailéu (zona de predominância da Fretilin) deslocaram-se ali de helicóptero , 2 militares portugueses, além do piloto (Cap. Ferreira Pinto) e mecânico e foram imediatamente feitos prisioneiros, pois a Fretilin já ocupava o quartel.
    A noticia só chegou a Dilí quando o segundo helicoptero (que apesar de estar com uma fuga de óleo e portanto considerado inoperacional) , seguiu para Ailéu, e foi ali recebido a tiro, conseguindo no entanto regressar sem ser atingido.
    Em 21 de Agosto, face à evidência de que a situação ameaçava descontrolar-se a qualquer momento, o DPT, depois de ter procedido à inactivação de cerca de 500 espingardas G-3 excedentárias, transferiu-se também para a zona neutra, perto do porto, cuja segurança organizou e onde passou a fazer-se a triagem dos refugiados, para evitar que ali se infiltrassem elementos dos Movimentos que já se enfrentavam nas ruas com recurso a armamento diverso. Contudo, apesar de ser unanimemente reconhecida como a única força militar portuguesa com capacidade operacional (foto em anexo), o Destacamento de Pára-quedistas pouco podia fazer num cenário pontuado por tiros e rebentamentos, numa cidade onde além disso se incendiavam casas e onde se faziam explodir depósitos de combustíveis.
    Juntamente com os pára-quedistas, o helicóptero sobrevivente também foi deslocado para a zona do porto.
    A 22 de Agosto, Lemos Pires, o Governador, envia nova mensagem para Lisboa, solicitando entre outras coisas o auxilio de forças externas ou a resposta positiva ao pedido da vinda de uma Companhia de Páraquedistas. Pela primeira vez, e face à situação da possivel violação da zona neutra em redor do porto, prevê medidas ofensivas.
    Neste, o aumento do número de refugiados – alguns deles feridos – implicava acréscimo das dificuldades logísticas e das preocupações com a segurança. No dia 23, na altura em que embarcavam os primeiros refugiados (apenas mulheres e crianças), a UDT e a Fretilin enfrentaram-se aí de armas na mão. Sem hesitações, porque era indispensável afirmar a autoridade portuguesa na zona neutra, uma Secção do DPT tomou posições de combate e disparou algumas rajadas de armas Iigeiras, enquanto um graduado ordenava aos elementos dos dois Movimentos que abandonassem a zona, no que foi prontamente atendido.
    Dois dias mais tarde (24 Agosto), tornando-se absolutamente necessário levantar géneros alimentícios na Manutenção Militar, para se poder alimentar minimamente um número de refugiados que não parava de crescer, os pára-quedistas dirigiram-se ao referido aquartelamento e começaram a carregar os mantimentos em depósito. A meio da tarefa, um grupo numeroso e bem armado da Fretilin manifestou a intenção claramente hostil de impedir o dito carregamento. O Oficial comandante da força pára-quedista dirigiu-se ao QG para informar a Fretilin que estava determinado a levar os géneros. Serafim Lobato, qualificado dirigente daquele Movimento, pediu desculpa pelo mal-entendido e assegurou que os pára-quedistas poderiam levar da Manutenção Militar o que quisessem e sempre que necessário.
    A evacuação de civis e militares estava extremamente dificultada, pois o unico helicóptero disponível estava inoperacional, ou a propria ida dos Paraquedistas a qualquer local utilizando este meio aéreo.
    E finalmente chegou o dia 26 de Agosto, as evacuações dos funcionários civis e da própria população começou. No porto, duas delegações, uma da Fretilin e outra da UDT, assistiam ao embarque e decidiam sobre quem podia ou não ser evacuado! Bastava que qualquer dos grupos dissesse que fulano ou sicrano não embarcava e a sentença estava dada! Não era necessário justificar. Todos os que obtinham autorização, eram despojados de todo o dinheiro que levavam, pela delegação da Fretilin. Tudo isto com os Pára-quedistas a assistir. Mas estes tinham ordens e souberam cumpri-las. Uma intervenção significaria confrontação. Para os pára-quedistas teria sido mais fácil combater. Era para isso que estavam treinados. Difícil era assistir, sem reagir, às cenas vergonhosas que os seus olhos contemplavam.
    Segundo Lemos Pires, resolver o problema de descolonização de Timor, com base na força, era irrealista. A força necessária para uma operação dessa natureza, mesmo no campo da segurança interna, envolveria meios muito para além dos existentes em Timor, quer em quantidade, mas principalmente em qualidade e mentalidade; e isso Lemos Pires sabia que nunca chegaria a Timor.
    Eis quando de repente, uma explosão enorme atroou os ares! Dentro do porto, em cima de um telhado do armazém onde estávamos encostados, rebenta a primeira granada de morteiro. Pessoas correm em todas as direcções.
    Seguida de outras que provocam cerca de 10 mortes e vários feridos civis.
    Entre os feridos, 2 Pára-quedistas : os Soldados Américo Sá e Vitor Couto; Américo com um outro soldado depararam com um grupo de mulheres e crianças que procuravam fugir ao bombardeamento e decidiram evacuá-las para uma barcaça. Colocaram-nas a bordo e estavam a empurrar a embarcação para o largo, quando o Américo viu uma rapariga no molhe, voltou atrás e agarrou a criança. Quando regressava à barcaça, uma granada de morteiro explodiu junto deles. A explosão matou algumas das crianças embarcadas e ele foi atingido juntamente com a criança que levava ao colo, a qual teve morte instantânea.
    Américo e Couto são levados para a casa do Governador, onde o dr. Ruivo, médico-cirurgião, lhes prestou assistência imediata. Américo estava gravemente ferido (atingido na artéria femural) e tinha de ser operado. Em Dili não havia hipótese, já que o Hospital não oferecia condições. Assim teria que esperar até chegar ao Royal Adelaide Hospital na Austrália. (foto em exnexo).
    O helicóptero que estava estacionado no cais também foi atingido (foto em anexo).
    Os Pára-quedistas que se encontravam no local prestaram auxílio imediato aos feridos(foto em anexo)
    Alguns outros perguntam pelos camaradas feridos. Organizaram-se em dois grupos. Tinham sido «mordidos» e não haveria ninguém que os detivesse. Comandados pelos respectivos Tenentes, dirigiram-se à UDT e à Fretilin. O grupo que se dirigiu à UDT não teve qualquer problema. Eles desculparam-se dizendo que não tinham efectuado qualquer fogo sobre o porto e entregaram-lhes mesmo um morteiro . O grupo que foi à Fretilin também não teve oposição. Negaram igualmente a autoria dos disparos dizendo que só podiam ser os da PM. Dirigiram-se à PM. Entraram no quartel derrubando a cancela de entrada. Saltaram dos carros e tomaram posições de combate. Ninguém reagiu. Na realidade tudo indica que os tiros de morteiro tinham partido dali, mas os seus autores tinham-se posto em fuga logo que se aperceberam da aproximação dos pára-quedistas. Estes regressaram ao Comando depois de ameaçarem voltar, caso houvesse mais morteiradas. Na realidade até à saída para Ataúro os morteiros emudeceram.
    O radicalismo dos dois partidos, consubstanciado nas exigências apresentadas ao governador- (o da Fretilin exigindo mesmo que os Pára-quedistas se mantivessem apenas a fornecer segurança ao Comandante- Chefe e restante staff), fez com que na noite de 26 de Agosto, saíssem de Dili em meios navais, rumo à ilha de Ataúro, os últimos representantes de Portugal em Timor: Comandante-Chefe e seu Estado-Maior, 8 médicos, 26 elementos da Armada, o Destacamento de Pára-quedistas (64 militares) e o piloto da FAP ( o piloto do 9315 e restantes militares acompanhantes continuavam detidos em Ailéu, só vindo a ser libertados a 8 de Setembro).
    A 28 de Agosto, o Governador incumbiu uma Secção de páraquedistas de se deslocar na barcaça Comoro a Oecusse, pequeno enclave no Timor indonésio, com a finalidade de recuperar alguns militares portugueses que ainda lá se encontravam. No regresso, a força deveria aportar a Batugadé, de onde recuperaria outro grupo de militares e civis portugueses. Infelizmente, não foi possível recuperar os últimos, por se encontrarem em poder de uma força da UDT que, entrincheirada na praia, não o permitiu.
    Em Outubro, recebia-se de Lisboa, a certeza que brevemente seria feita uma rendição de militaresPára-quedistas, à muito esperada. Fora desgastante a missão após o golpe de 11 de Agosto, pela necessidade que houve em conter a natural predisposição para reagir ofensivamente; o pessoal do DPT encontrava-se frustrado pela saída de Díli e pela missão que lhe estava destinada no Ataúro, de segurança ao Governador. Encontrava-se ainda preocupado com o que se passava na metrópole e os acontecimentos de 25 Novembro e as saídas dos quadros do RCP.
    Em 7 de Dezembro ao alvorecer, a lndonésia invadiu Timor.
    No dia 8 de Dezembro de 1975, os últimos representantes portugueses em Timor embarcaram na corveta João Roby que os transportou para Darwin.
    Fotos:
    O próprio General Lemos Pires em comunicação para Lisboa, a 20 Agosto mais um vez, sublinha que apenas controla a Marinha e o Destacamento de Pára-quedistas.
    Américo e Couto, os dois Pára-quedistas feridos, no Hospital de Adelaide (foto Boina Verde)
    O helicoptero (9364) atingido por estilhaços de morteiro no porto de Dili, ficou completamente inoperacional, e após retirado alguns componentes, foi deitado ao mar. Assim os dois helicópteros que compunham o Destacamento da Força Aerea acabaram atingidos em Timor.
    Outros fotos de documentos vários
    Fontes:
    Relatório de Comando consultado na Torre do Tombo, pelo autor do artigo.
    Revista Boina Verde Nº149 , destacável sobre Timor do Coronel Mira Vaz.
    Livro “O último voo sobre Timor” do Capitão Piloto Alves Ferreira.
    Livro ” Descolonização de Timor missão impossivel” de Mário Lemos Pires
    *Sergio Silva

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    • Joao Luis Lopes

      interessante… a historia do periodo de 74/75 em Timor devia ser levado ao conhecimento de todos e objecto de estudo nos estabelecimentos de ensino, sobretudo nas universidades, para memória futura.

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      • 4 h
  • MTCI alocou 15 mil dólares para promover gastronomia local – TATOLI Agência Noticiosa de Timor-Leste

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    DÍLI, 29 de dezembro de 2022 (TATOLI) – O Ministério do Turismo, Comércio e Indústria (MTCI) alocou 15 mil dólares americanos para realizar uma competição de culinária, de modo a promover a gastronomia local. O Diretor-Geral do MTCI, Jelino Soares, informou que o ministério registou 16 grupos, dos municípios de Díli, Baucau, Ermera, Liquiçá e […]

    Source: MTCI alocou 15 mil dólares para promover gastronomia local – TATOLI Agência Noticiosa de Timor-Leste