Categoria: Politica Politicos

  • MARCAS DA GALIZA NOS AÇORES

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    Algumas marcas de Galiza nos Açores e Brasil
    Desde 1475 o arquipélago dos Açores recebeu povoadores vindos inicialmente de Portugal
    Continental que trouxeram consigo alguns escravos de África e depois, em menor quantidade,
    de Flandres, Galiza, Inglaterra, França e Estados Unidos.
    Naquela época em Castela ocorria uma disputa para a sucessão do trono entre D. Joana (a
    Beltraneja) e Isabel, irmã do rei Henrique IV de Castela. D. Joana, filha de Joana de Portugal
    e talvez do rei, era considerada ilegítima pelos nobres espanhóis, uma vez que Henrique IV
    era considerado impotente. Mas Portugal e Galiza apoiavam-na. Os partidários de Joana,
    perseguidos, abrigaram-se em Portugal. Quando a paz foi restabelecida esses refugiados
    tornaram-se incômodos ao reino português, que não sabendo o que fazer deles, resolveu
    encaminhá-los para as ilhas atlânticas recentemente descobertas e que precisavam ser
    povoadas.
    Nas ilhas açorianas do Faial e Pico instalaram-se as famílias galegas ABARCA, ANDRADE,
    GARCIA, ORTIZ, PORRAS, LEDESMA, TROJILLO. Quando apareceram as dificuldades de
    sobrevivência, trazidas pelos desastres naturais que acometiam o arquipélago de tempos em
    tempos, a emigração para o Brasil surgiu como a solução. E assim muitos dessas famílias se
    transferiram para o Brasil à procura de uma nova vida. Dizem que João Garcia Pereira deu
    origem aos “Garcia” faialenses e João Luís Garcia aos picoenses.
    A partir do século XVIII, consideráveis e repetidas levas de açorianos chegaram ao sul e
    sudeste do Brasil. Alguns se deslocaram para as regiões auríferas e de criação de gado, onde
    havia mais oportunidades de ganhar terras e riquezas. Destes oriundos dos Açores, de raízes
    galegas, a história relata um tal de Antônio Garcia Rosa, que emigrou para o Brasil em 1741 e
    que juntou forte cabedal em Minas Gerais, como vigário (Paróquia de Nossa Senhora da
    Glória). Voltou para os Açores rico. É conhecido também um imigrante João Garcia que
    chegou ao Rio de Janeiro em 1773, parece que se tornou fazendeiro. Outro faialense de
    nascimento foi Diogo Garcia. Este casou em terras brasileiras com uma das três irmãs, que de
    lá também vieram em 1723 e que eram conhecidas como as três ilhoas (Antónia da Graça,
    Júlia Maria da Caridade, Helena Maria de Jesus). Eram as três filhas de Manuel Gonçalves
    Correa e de Maria Nunes.
    Antônia da Graça veio já casada com Manuel Gonçalves da Fonseca e com duas filhas
    Catarina e Maria Tereza.
    Júlia Maria da Caridade casou-se em São João del Rei com o conterrâneo Diogo Garcia.
    Helena Maria de Jesus casou com o também açoriano, natural de Santa Maria, João Rezende
    da Costa.
    Essas três irmãs tiveram muitos filhos e deixaram larga descendência que se espalhou por
    Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Paraná e Mato Grosso, dando origem a grande parte das
    famílias tradicionais desses estados brasileiros.
    Ref. Bibliográfica
    FAMILIAS FAIALENSES (Marcelino Lima)
    As três Ilhoas ( pesquisa dos genealogistas Marta Amato e José Guimarães)
    Maria Eduarda Fagundes
    Uberaba, 10/11/07

  • a despedida de Cesária (Èvora)

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    Em dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br, Margarida Castro <margaridadsc@...> escreveu
    
    "casa_amadis_montpellier
    
    October 23, 2011 3:51 PM
    
    
    
     CASA AMADIS Lusophonie / Lusofonia 
    CASA AMADIS Lusophonie / Lusofonia  
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    1. 
    CESARIA ÉVORA, O ADEUS AO PALCO E O REGRESSO DE UMA LENDA De :  Casa Voir tous les thèmes | Créer un nouveau thème  Message  
    1. 
    CESARIA ÉVORA, O ADEUS AO PALCO E O REGRESSO DE UMA LENDA  
    Envoyé par :      "Casa" amadis_montpellier@...    amadis_montpellier  
    Samedi 22. Octobre 2011  21:53 
    CESARIA ÉVORA, O ADEUS AO PALCO E O REGRESSO DE UMA LENDA
    
    «Mim já'm bá pa nha terra »
    « Sexta-feira», disse entrelaçando os dedos, um olhar de menino encabulado. E carregou : â€" « se Deus quiser! » 
    Sexta-feira, 21 de outubro. Todos os argumentos foram poucos para convencer a Cise a atardar-se ainda algum tempo em Paris â€" simples precaução depois desse grande solavanco que a levou de urgência, sem fala e quase sem fôlego, ao hospital La Pitié-Salpétriè re. No primeiro dia deu água pela barba ao corpo médico que chegou a t(r)emer pela sua sobrevivência. Graças a Deus o pior também foi curto â€" uff !
    De coração generoso, quem a conhece sabe que nunca foi de muitas falas, a Diva dos Pés Descalços. No palco canta e encanta, mas falar, nem por isso. Agora, não convém provocá-la: « Sabes, Cesária, que és a voz das as mulheres sem voz ? » E ela : - « Ah ! psuda !, mim nha voz ê d'meu! ». E outra vez : que mensagem tinha a passar às mulheres japonesas ? - « Ês bá desinrascá ! » 
    Nem mais. É assim a Cise : se a sua humildade faz o seu charme, que dizer desse seu humor natural com que empolgou palcos e plateias? Com os amigos, Cise deixa falar o coração. Agora, se for para convencê-la de alguma coisa, melhor mesmo é passar ao largo! «Cis txa'me bá pa nha terra » - e ninguém fala mais nisso ! 
    Se existe uma pessoa que funciona ao « feeling », essa pessoa é Cesária Évora. Autêntica e sincera, suas francas gargalhadas têm essa espontaneidade de criança que às vezes nos falta a nós-outros, submetidos que vivemos à ditadura da aparência que a vida em sociedade cruelmente nos impõe.
    Uma mulher de carácter, ou a força da humildade
    Mas não nos iludam as aparências ! Por trás dessa inocente serenidade existe uma mulher de pulso e de carácter, impondo-se por essa rara virtude que é a humildade, paradoxalmente o segredo e a fonte da sua força. Conta quem sabe que essa força « inocente » pode traduzir-se em caprichos nem sempre muito fáceis de gerir… disso falarão aqueles que, por razões profissionais ou afectivas, estejam investidos dessa missão. Na tarde do seu último domingo em Paris, no lar familiar onde se instalou para convalescer, ainda veio à baila, assim muito a medo pa'l ca bá chatiá, se não seria melhor esperar mais um pouco, o que achas Cise, antes de regressares de vez a Cabo Verde… E a mesma resposta categórica: - «Já m'crê  bá'mbora, m'ca tem más nada k'fazê li». Traduzindo  : a dúvida ao seu dono , eu cá já decidi. E ponto final! 
    Escusado insistir. Nem mesmo a Fantcha, jovem cantora nossa, uma espécie de filha espiritual vinda para a ocasião da América, logrou ir mais longe. Uma amiga segreda-me ao ouvido, a propósito de uma feliz e inesperada visita : - « Um belo dia, ligou-me que ia a caminho da minha casa… quando au já desesperava de a convidar sem resultado ! Cise não se convida, é deixá-la que vem sozinha ». 
    Caprichos de star ? Nada disso, Cise é assim mesmo! Nos anos oitenta, era ela uma cantora do Mindelo como tantas outras, e eu, jovem jornalista da Rádio, lembro-me ainda: o que não suávamos para conseguir levá-la ao estúdio para uma entrevista ! Melhor mesmo era ter à mão uma alternativa para a emissão, sabendo que tanto podia vir como não ! 
    Mas caprichos de star, isso nunca ! Quanto mais não seja porque Cesária não era star nessa altura e sequer sonhava vir a sê-lo. E se hoje é quem é, nem por isso deixou de ser quem era! Por mais que  falem dela em jornais e livros, que por onde passa as pessoas se extasiem  e lhe estendam o tapete vermelho, Cesá ria nunca entrou na pele dessa vedeta planetária que ouve dizer que é! Tirando as rugas do tempo e os adornos em ouro que sempre afeccionou â€" e isso é muito caboverdeano, â€" quem a viu há 30 anos, assim a vê agora : igual a si mesma, fiel aos seus hábitos e aos amigos de sempre. Assim o enfatizou Christine Albanel, ministra da Cultura, ao outorgar-lhe, em nome do Presidente da República Francesa, a Legião de Honra em 2009 : « Ni vos nominations aux Grammy awards, ni vos Discs d'or, ni la présence de Madonna aux premiers rangs de vos concerts new-yorkais n'ont réussi à entamer votre authenticité, votre vérité qui ont
     forgé votre succès ».
    Com essa mesma simplicidade, agora inspirando alguma emoção por causa da doença, fomos encontrar a Cise no seu leito de hospital, eu e mais o encarregado de negócios António Lima. Éramos portadores de uma mensagem de Sua Excia o Presidente da República, Dr. Jorge Carlos Fonseca, que ela agradeceu, comovida quanto baste mas nem por isso envaidecida. Tampouco se envaidece de ter recebido uma carta do presidente Sarkozi.
    Cesária é simplesmente única. E as honras, cuidado porque, se mexem com ela, até as declina! Quem não se lembra do avião que ia levar o seu nome mas que ela recusou ir baptizar por, numa das suas viagens, lhe terem faltado as suas bagagens no desembarque? ! Fez finca-pé, disse que não ia - e não foi!
    Para os amigos, aqueles que convivem de perto com a Cise ou a frequentam na sua casa em S. Vicente, a coisa é outra : cachupada, bom humor, cavaqueira descontraٌí da. Visitar a Cesária, verdadeira « peregrinação » para certos fãs, é impregnar-se da morabeza caboverdeana. Aqueles que conheço regressaram embevecidos com a simplicidade dessa vedeta mundial de lenço e avental, servindo seus convidados como Cristo lavando os pés aos apóstolos ! Para os franceses (e não só), Cabo Verde é Cesária : quem não teve a felicidade de a ouviu cantar, decerto ouviu falar. Que resida em part-time na cidade-luz, seu « port d'attache » de onde partiu um dia à conquista do mundo com o seu canto mágico, é motivo de orgulho para eles. 
    Um exemplo para seguir e reflectir
    A cada geração, seus filhos dilectos. Nossos filhos dirão que tivemos sorte em sermos testemunhas dessa formidável « victoire du talent sur la fatalité ». Não vou aqui recapitular este destino singular, ao mesmo tempo singelo e palpitante, que já deu tantos livros biográficos e que certos fãs já conhecem de cor. Para as gerações vindouras fica este legado vivo, gravado em vinil e não sei quantos CD's e outros tantos sucessos, a testemunhar que foi essa grande senhora, discreta e sem título, quem tirou Cabo Verde da penumbra do anonimato! 
    Sirva de exemplo às gerações vindouras…
    E de lição aos deuses do Olimpo ! Que a vanglória de mandar não prime sobre o amor à terra daqueles caboverdeanos que carregam no ombro a bandeira desta grande Nação sem nada pedir em troca! Reflictam aqueles políticos e governantes que, carregados de títulos e brasões (de grandeza mais que de obra feita), andaram gaguejando pelo mundo (quando não entraram mudos e sairam calados !) enquanto Cesária e seus músicos seduziam multidões ! Que agora, no regresso à casa após ter bebido nos oásis do mundo que lhe abriram as portas, meditem aqueles que lhe recusaram uma caneca d'água quando, sozinha, atravessava o deserto das agruras da vida! Que a nossa « gente grande » se acalme na sua soberba, que a história não é feita somente de títulos e de poder, que estes vão passando, mas sobretudo de valores que perduram na memória e no tempo.
    Uma reforma bem merecida
    « Si ca bado ca ta birado ». Cumprida esta profecia de Nhô Eugénio, o poeta, e após ter frequentado « la cour des grands », é chegada a hora da reforma. Bem merecida é ela após uma vida inteira a cantar Cabo Verde e metade dela a levar Cabo Verde ao Mundo. 
    Porque conquistar o mundo, Cise, convenhamos, é dose para leão. Lembras-te ? Entre as voltas que o mundo dá e as voltas que deste ao mundo, em 2008 já o coração havia acusado um primeiro choque : por pouco ia parando lá pela longínqua Austrália, nas antípodas do « Mindelo, nôs querido cantim ». Estoica te ergueste e continuaste a caminhada. Mas agora, descansá bô corp, vivê bô vida sem stress. E por favor, tmá bôs ramêd e largá kel cigarrim da mon. Kês "matutano" tambê. Sabes que ainda tens muito para dar : deixaste as tournées, que isso de andar pelo mundo não é brincadeira, mas sempre poderás, porque não, voltar aos palcos uma vez por outra. Os teus admiradores hão-de gostar e Cabo Verde agradece. Afinal, Cise, és a nossa bandeira. És um padrão a assinalar ao mundo inteiro que no meio do Atlântico existe um arquipélago com gente e com alma, que não apenas um produto exótico para consumo turístico e
     « outros » consumos para quem dá mais. 
    Se acaso não merecesses o nosso carinho, ainda te devíamos a gratidão. Bom descanso na Tapadinha.
    Mantenhas da Terra-longe, 21 de outubro de 2011
    David Leite
    
    
  • Jeanne Pereira: «O galego é português e o português é galego»

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    da AGAL SE TRANSCREVE

    Jeanne Pereira: «O galego é português e o português é galego»

     

    «O pequeno império deixa claro que a Galiza é unha periferia de Madrid e não uma nação com identidade própria»
    «Deixemos de lado esse discurso ultrapassado dito por muitos galegos de que o português se parece muito ao galego e mudemos para este: de que o galego é português e o português é galego»

     

    Sexta, 21 Outubro 2011 08:18
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    Jeanne defende o galego como língua «extensa e útil»

     

    PGL – Jeanne Pereira, brasilega, achava estranho o galego se escrever com ortografia castelhana e pensa que temos que ter a ousadia de dizer a verdade sobre a língua da Galiza. É uma magnífica embaixadora do nosso país e da nossa língua.
    PGL: Jeanne Pereira é baiana. Que te motivou a vires para a Galiza e como sentiste a integração no nosso país?
    Jeanne Pereira: Por questões pessoais necessitava sair do Brasil. Eu já sabia que aqui havia um idioma que era parecido ao português. Por que era exatamente o que pensava por ter pesquisado algo em relação a Galiza, à sua historia, em sites de pesquisas que nada tinham a ver com a realidade do país. Lembro bem que procurei saber da realidade política, e porque esse idioma ‘parecido’ ao meu. O que me chamou a atenção foi a ortografia, achava estranho um idioma com uma escrita igual ao espanhol, principalmente porque diziam ser ‘parecido’ ao português. E pensei como é possível?
    PGL: Falando em integração, como foi o teu contato primeiro com o reintegracionismo?
    JP: Através de José Alvaredo, que foi um pessoa muito especial que no seu momento se dedicou a mostrar a verdade em relação a realidade da Galiza. Uma pessoa que foi importante para que eu pudesse chegar à realidade sociolinguística. Era interessante o que ele fazia, era uma preocupação diária, ja que colocava como página principal o site da AGAL e Vieiros. Quando eu abria o computador, estavam ali, então lia e tirava as dúvidas com ele, mesmo quando chegava em casa cansado do trabalho, nunca se negou a explicar-me e dedicar todo o tempo possível para dar-me esclarecimentos com uma paixão pela Galiza, pelo nosso idioma em comum, que me contagiava.
    Foi a primeira pessoa que me disse que…o português nasceu na Galiza. As dúvidas eram tiradas e muito bem esclarecidas ao ponto de me deixar mais curiosa. Inclusive a realidade política veio a través dele. O meu primeiro comentário sobre a língua foi em Vieiros, que passei a difundir a realidade do país através deste jornal.
    O primeiro dicionário consultado foi o Estraviz. Comecei a comentar artigos em Vieiros para chegar a outros brasileiros que não conheciam a realidade da Galiza. Aproveito para agradecer todo o apoio dado por esse grande mestre que no seu momento, como disse, foi extremamente importante para mim. Um muito obrigada Zé! Sigo adiante e com muita força valorizando tudo que aprendi.
    PGL: Estás a estudar galego, versão ILG-RAG, na EOI. Este formato de galego pode funcionar bem na interação com pessoas do Brasil e de Portugal?
    JP: Não, pela ortografia, que é espanhola, que nada tem a ver com português. É uma norma isolacionista que foi imposta pelo Estado espanhol, já que a Galiza pertence ao Estado e o governo autonômico, em vez de aproximar o galego ao português, pretende aproximá-lo ao espanhol, diluindo assim a identidade galega. É uma estratégia política do pequeno império, uma forma de colonizar a população galega, separando o nosso idioma em comum. Inclusive alguns brasileiros dizem que é um galego ‘feio’, ‘mal escrito’. É uma questão tanto da fala como da escrita. Existem vícios de linguagem que infelizmente são muito utilizados pelos/as galegos/as pela influência do espanhol, daí que os/as brasileiros/as se aproximem ao espanhol e não ao galego, já que o galego raguiano é um dialeto do espanhol, e vista como uma língua ‘misturada’ do espanhol.
    PGL: Não sei se sabias que nas EOI existe a figura de língua ambiental, aquelas que a priori existem na sociedade onde está inserido o centro. Na Galiza são três, galego, português e castelhano. Isto facilitou o teu dia a dia, não é?
    JP: Deixemos de lado esse discurso ultrapassado dito por muitos galegos de que o português se parece muito ao galego e de que um galego pode aprender português por ser parecido, e mudemos para este: que o galego é português e o português é galego. A prova é que o galego já está no dicionário da Porto Editora desde 2008 no vocabulário comum e breve nos dicionários brasileiros.
    A facilidade de entendimento é grande desde quando se abra a mente para isso. Para mim sempre tem sido fácil porque não importa se falam comigo em espanhol, eu falo em galego-português, estou na Galiza, e isso tenho claro. Já escutei muita gente falarem para mim “Não te entendo”. Eu respondo, “pois deveria, estamos na Galiza, a língua do meu país nasceu aqui, temos inclusive um vocabulário comum.
    Palavras que foram levadas daqui para o Brasil, que surgiram aqui”. Infelizmente, por questões de imposição do estado espanhol, não podemos usar a nossa língua nas traduções juramentadas. Por exemplo, um título universitário do Brasil, tem que ser traduzido ao espanhol e não à língua própria do país.
    PGL: No Brasil existe um desconhecimento da Galiza e da sua língua. Qual a reação média de uma pessoal do Brasil quando descobre?
    JP: Muitos galegos que visitam o Brasil, de férias, para estudar, os emigrantes que vivem ali uma boa parte não são vistos como galegos e sim espanhóis. Inclusive Santiago de Compostela é destino para quem está a aprender espanhol. O pequeno império deixa claro que a Galiza é unha periferia de Madrid e não uma nação com identidade própria. Escuto de muitos galegos como uma brasileira pode saber tanto da Galiza ao ponto de dizer que o português e o galego é o mesmo e que eles sendo galegos não sabem nada da realidade e alguns se aborrecem afirmando que tudo isso é uma mentira, que a história mostra claramente as diferenças nas duas línguas que é impossível serem um único idioma com variantes diferentes.
    Sempre cito como exemplo muitos galegos que estiveram ali no Brasil e que muitos brasileiros perguntavam de que região faziam parte, ou até mesmo de que estado. Infelizmente a realidade da Galiza ainda é desconhecida no meu país, mas faço minhas as palavras do José Carlos da Silva, que diz: “Reclamo um maior conhecimento da realidade da Galiza no Brasil”.
    Agora, o dia 6 de novembro estarei de volta a Salvador, mas levo comigo o compromisso de mostrar essa realidade, a de um país que possui um idioma em comum com o meu, e de que a sua língua nasceu aqui na Galiza. É com muito orgulho e muita gratidão por um país que aprendi a amar como sendo meu, um país que me acolheu, porque sempre deixo claro que fui acolhida pela Galiza e não pela Espanha, que lutarei para que esse conhecimento seja real no Brasil.
    PGL: Achas que existem diferenças entre a cidadania galega na sua perceção do Brasil e da lusofonia em geral?
    JP: Muitos galegos veem o Brasil como um destino turístico, não como um país com uma língua em comum. O Brasil ultimamente é visto por ser a sétima economia mundial e nos meios de comunicação aparece muito este facto, mais nada em relação questão da língua. O Brasil infelizmente não conhece essa realidade.
    PGL: Certos círculos sociais em Santiago falam da figura do(a) brasilego(a), uma pessoa que vive na nossa língua cá na Galiza frente a atitude mais habitual de desenvolver-se em castelhano no dia a dia. É exportável esta forma de viver a outras cidades?
    JP: Em Santiago sim, mais noutras cidades não porque a fala predominante é o espanhol. Em Santiago também depende do ambiente que frequente ou que esteja. Há lugares que inclusive falo o meu ‘baianês’ com uma rapidez como se estivesse em Salvador. Chego a mudar completamente o meu sotaque e falar com uma desenvoltura que as vezes não me dou conta que estou em Santiago.
    PGL: Tu segues os passos da estratégia luso-brasileira para o galego. Que tipo de táticas achas mais produtivas e quais achas que se deveriam implementar para a cidadania galega viver o galego como sendo extenso e útil?
    JP: Táticas temos muitas, inclusive as redes sociais, são meios de grande importância para divulgar a nossa realidade. Há que sensibilizar e ter muita valentia e ousadia no falar, na hora de dizer a verdade sobra a realidade o país, sobre o seu idioma próprio e cultura, afirmando com muita força que “Galiza não é Espanha”, e que isso fique bem claro, não tendo medo de falar a verdade em alto e bom som,para todo mundo ouvir.
    O incentivo a leitura dos jornais na nossa língua, dando prioridade as publicações em galego-português, também nas redes sociais. Ao invés de estarmos publicando notícias de meios espanholistas, publicarmos noticias com o nosso idioma.
    Aproveitar o momento político do Brasil pode ser algo importante, para mostrar que além de um país em crescimento com ofertas de emprego, para os galegos, há a vantagem de termos um idioma em comum, o que facilita muito no mercado de trabalho. A ousadia e a valentia de sempre dizer a verdade, sobre a realidade da Galiza, é importante. Já passou da hora de vencer todo esse auto-ódio que nos contamina de forma negativa, tirando a coragem e a força de muitos em falar a realidade e de lutar pelo seu país, livrando-se da colonização mental imposta pelo ‘Reino de Espanha’, por um pequeno Império fracassado, prepotente e complexado, em que infelizmente a Galiza tem sofrido por estar sendo Desgovernada por um partido que em nada representa o país, levando a Galiza ao retraso.
    PGL: Que visão tinhas da AGAL, que te motivou a te associares e que esperas da associação?
    JP: A nossa língua é extensa e útil, a nossa língua é internacional, e a AGAL cumpre perfeitamente esse papel como representante do nosso idioma, com muita seriedade e responsabilidade divulgando de forma séria o seu trabalho em prol da nossa língua e da realidade sócio-linguística do país. Levando ao conhecimento inclusive a nível internacional. Parabenizo a associação pelo grande trabalho que vem sendo realizado nesses 30 anos de existência, mostrando a internacionalidade da nossa língua em comum. Espero sempre o melhor e que esse trabalho cresça e continue recebendo todo o apoio merecido para dar continuidade a divulgação da nossa língua.
    PGL: Como vai ser o Brasil do futuro?
    JP: Espero que seja um país com menos desigualdade social, investindo em políticas sociais, fortalecendo a saúde pública como direitos de todos, com qualidade. Que o presidente ou presidenta que ali esteja, chegue a ONU, um dia no seu discurso, reivindicando e reconhecendo a liberdade e soberania de muitas nações como a Galiza.

    Conhecendo Jeanne Pereira

    • Um sítio web: são vários, principalmente os relacionados a política e escritos no nosso idioma em comum. Por exemplo, leio todos os dias a revista Carta Maior.
    • Um invento: o que traga beneficio à humanidade
    • Uma música: Apesar de Você (Chico Buarque)
    • Um livro: O Golpe de 64 e a Ditadura Militar, de Júlio José Chiavenato. Esse livro foi uma grande referência para mim, a nível político e um grande presente dado por meu pai, quando tinha apenas 15 anos de idade.
    • Um facto histórico: a independência da Galiza
    • Um prato na mesa: um caruru completo (comida baiana)
    • Um desporto: Fórmula 1
    • Um filme: O auto da compadecida, de Ariano Suassuna.
    • Uma maravilha: a descoberta da vacina contra o vírus da Sida
    • Além de brasileira: brasilega

     

    Comentários

    # Re: Jeanne Pereira: «O galego é português e o português é galego»Carlos Durão 21-10-2011 09:21

    Mal posso conter as bágoas, cara Jeanne, mulher valente: sei muito bem que estas belas frases tuas:”Há que sensibilizar e ter muita valentia”, “A ousadia e a valentia de sempre dizer a verdade, sobre a realidade da Galiza”, não são vazias, que és testemunha privilegiada da nossa situação precária, até tu própria pudeste comprovar em ti mesma essa prepotência, no fundo esse racismo do EE para quem não seja “como ele”; no teu imenso Brasil estaremos contigo, sempre, até pode ser que te visitemos alguns de nós; leva o meu forte, fundo, acarinhado abreço galego.

    Carlos

     

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  • A Pedra de Dighton, Colombo Português, descoberta da Austrália por um Português!

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    A Pedra de Dighton, Colombo Português, descoberta da Austrália por um Português!

    Os historiadores Renegados de Portugal!

    Esclarecimentos da História que é ensinada.Será que os interesses instalados alguma vez permitirão as correções?

    Por Manuel Luciano da Silva, Médico

    Infelizmente ainda continuam a existir várias dezenas de acontecimentos e personalidades históricas de Portugal que nunca foram pesquisadas nem diagnosticadas — com a técnica de autópsias — porque os chamados historiadores universitários preferem manter um estado de controvérsia para poderem usar mais paleio nas suas aulas e assim impressionar os seus alunos, revelando-se que são realmente sabichões!

    Estes professores são autênticos renegados da História de Portugal! Vamos encontrar a maior concentração de historiadores renegados nas Universidades Nacionais Portuguesas, porque ganham o mesmo, não investigando NADA!
    Há mais de 40 anos nas minhas viagens a Portugal, a primeira coisa que eu fazia era ir às livrarias e procurar livros escritos pelos vários historiadores de Portugal que tratassem dos Descobrimentos Portugueses. E gastei muita “massa” neste projeto!

    Em pouco tempo apercebi-me que esses livros foram escritos por historiadores que usaram uma grande variedade de adjetivos diferentes, não apresentando NADA de novo, mas todos eles tiveram o cuidado de emitir as suas “doutas opiniões” renegando os protagonistas ou os feitos históricos.

    Estes historiadores renegados não sabem fazer uma REFUTAÇÃO porque não sabem procurar, nem analisar, nem fazer uma autópsia a um documento ou a um monumento. Porquê? Porque estes historiadores renegados não saiem da sua universidade nem da biblioteca em sua casa, para se deslocar, irem aos locais onde se encontram os dados históricos e examiná-los com as técnicas científicas modernas.

    Apenas três exemplos:
    Vou citar apenas três casos históricos que têm sido e continuam a ser renegados pelos chamados grandes historiadores de Portugal.

    (1) As inscrições portuguesas gravadas na Pedra de Dighton pelo navegador Miguel Corte Real em 1511.
    (2) A Portugalidade do Navegador Cristóvão Colon, ou Colombo.
    (3) A Descoberta da Austrália pelo Navegador Cristóvão de Mendonça em 1522.

    Nós, Médicos, ao ensinarmos Medicina apresentamos o doente em frente da classe para os alunos fazerem perguntas ao doente sobre os sinais e sintomas e depois discutimos todos juntos o diagnóstico e o tratamento da doença.
    É assim que se deve ensinar. Era assim que os Professores de História deviam também fazer. Apresentar diretamente aos alunos a matéria a ser diagnosticada e deixar os alunos refutar ou concordar com o diagnóstico corrente.

    Todos os alunos se devem envolver para que a aprendizagem seja muito mais proveitosa. A atitude de “Magister dixit” era usada no tempo da Idade Média. Agora, nos tempos modernos, isso está fora de moda!

    Para se fazer o diagnóstico das inscrições gravadas na Pedra de Dighton é preciso usar-se as técnicas da Arqueologia e mais especificamente as técnicas da Epigrafia.

    As inscrições gravadas na Pedra é que são a prova irrefutável do diagnóstico. Não é qualquer pergaminho que possa existir em Portugal.
    Mas até à data (2010) ainda NÃO veio NENHUM historiador especifico universitário de Portugal examinar no local a face da Pedra de Dighton que agora está protegida dentro dum museu, em Berkley, Massachusetts, E. U. A.
    Como é que podem fazer o diagnóstico correto das inscrições a mais de três mil milhas de distância? Isso é ser um profissional desonesto!

    As inscrições da Pedra de Dighton são muito simples. Constam de:
    (1) Nome do Capitão, Miguel Corte Real, ao centro
    (2) Os Escudos Nacionais Portugueses em forma de “U” e “V”
    (3) Quatro Cruzes da Ordem de Cristo com extremidades em 45º.
    (4) Data de 1S11 com o algarismo em formato de um S maiúsculo.

    Colombo Português

    Os historiadores renegados de Portugal ainda andam mais assanhados com este tema do Navegador Cristóvão Colon ou Colombo ser Português. Porquê? Eles aprenderam erradamente que este navegador nasceu em Génova e depois passaram anos a ensinar a mesma asneira.

    Muitos destes historiadores renegados escrevem livros e artigos a defender a teoria que ele nasceu em Génova e alguns chegaram até a receber prémios do Governo Italiano e claro que agora não têm “cojones” para admitir que o que têm estado a ensinar aos seus alunos está errado! Nós em medicina mudamos de diagnóstico sem acanhamento nenhum, porque queremos o bem do doente, queremos curar o doente.
    Não tomamos uma atitude “daqui não saio, daqui ninguém me tira”, como acontece com os historiadores! Para se fazer o diagnóstico científico da Portugalidade do Navegador Cristóvão Colon, é muito fácil se examinarmos os documentos coevos sem inventarmos fantasias baseadas na cabala ou imagens em espelho! Basta concentrarmo-nos nos seguintes dados:
    (1) Duas Bulas Papais de 3 e 4 de maio de 1493, que existem na Biblioteca do Vaticano, apresentando os seus textos totalmente escritos em latim, mas tendo o nome do Navegador escrito em português antigo ou seja: Cristofõm Colon.
    (2) A Sigla do Navegador é muito simples se soubermos os significados da pontuação grega e certos termos próprios em latim e hebraico. Estas interpretações seriam um exercício fora do vulgar para todos os alunos de história.
    (3) O Monograma do nome Salvador Fernandes Zarco
    (4) A Bênção hebraica para o Filho Legítimo Diogo Colon
    (5) O Brasão do Cristóvão Colon com as Quinas de Portugal
    (6) Os 40 topónimos portugueses que o Navegador pôs a muitas ilhas das Caraíbas depois das quatro viagens que ele fez.
    (7) Já se fizeram as análises do ADN em 477 homens oriundos de Espanha, do sul de França e do Norte de Itália, os quais assinaram os seus nomes testemunhando que eram descendentes diretos do Navegador. Os resultados científicos provaram que NENHUM destes 477 IMPOSTORES tinha um cromossoma Y igual ao cromossoma Y do filho Fernando Colon e ao cromossoma Y do irmão Diogo Colon, (irmão do Navegador), os quais foram encontrados nos seus respetivos ossos preservados nos mausoléus na Catedral de Sevilha. Portanto já podemos concluir que baseados nos estudos científicos do ADN o Navegador Cristóvão Colon não podia ter sido italiano, nem francês, nem espanhol !!!
    Descoberta da Austrália por um Português!
    Description: http://4.bp.blogspot.com/_U75TPM79uJY/TOz9cYZI0GI/AAAAAAAABY4/Uk7zjfl47zc/s200/austr%25C3%25A1lia.bmp
    Exemplo dum Mapa da Coletânea Vallard mostrando a Costa Oriental da Austrália
    NÃO foram os historiadores renegados portugueses que descobriram que o Português Cristóvão de Mendonça, mandado pelo Rei D. Manuel I em 1522, foi à procura da “Ilha do Ouro”, chegando a dar a volta total ao continente australiano, registando toda a sua viagem em mapas coevos, com 120 topónimos portugueses, cujas cópias fazem parte da Coleção Vallard que está preservada na Biblioteca de Huntington em San Marino na Califórnia perto de Los Angeles, Estados Unidos da América.
    Já foram escritos quatro livros por autores australianos — dois em inglês e dois em português — a afirmar que foi o Cristóvão de Mendonça que descobriu a Austrália 250 anos ANTES do inglês Francis Drake lá ter abordado. [Nota: Chrys Chrystello tem documentado estes eventos desde 1985 ver http://www.dightonrock.com/adescobertadaaustraliapelosportu.htm )
    Aqui estão os dados apresentados pelos dois autores australianos:
    “The Secrete Discovery of Australia” = “Descoberta Secreta da Austrália” pelo Advogado Kenneth McIntyre. Tradução da Fundação do Oriente. E o outro livro publicado na Austrália pelo jornalista científico Peter Trickett com o título de “Beyond Capricorn” – “Para além do Capricórnio” publicado já em Portugal.
    Ambos estes livros apresentam dados arqueológicos:
    (1) as ruínas dum Forte Português na Austrália;
    (2) uma peça de chumbo usada pelos portugueses na pesca;
    (3) uma peça de faiança portuguesa;
    (4) um canhão português do século XVI e ainda;
    (6) 15 mapas mostrando a costa marítima da Austrália com 120 topónimos portugueses.
    Todos estes 15 mapas em pergaminho estão preservados numa caixa sem oxigénio na Biblioteca de Huntington,
    em San Marino na Califórnia, formando a famosa Coletânea de Vallard.
    Os Historiadores Renegadores vão perder!
    Não temos dúvida absolutamente nenhuma que os historiadores renegados de Portugal vão perder estas três batalhas:
    (1) da Pedra de Dighton, (2) do Colombo Português e (3) da descoberta da Austrália por Cristóvão de Mendonça em 1522.
    Entretanto é realmente uma pena que esta vitória final tarde a chegar porque quem continua a perder é Portugal!
    Não vou mencionar aqui os nomes dos historiadores renegados porque eles não merecem essa consideração. Pela sua teimosia vão morrer e não vão deixar nome nenhum na História de Portugal !
    O Almirante Teixeira da Mota, que foi um grande pesquisador da Cartografia Portuguesa, antes de morrer, foi o único que aplaudiu as pesquisas de Kenneth McIntyre concordando com a descoberta da Austrália pelo Português Mendonça.
    Devemos lembrar que durante o reinado de D. Manuel I, conhecido como “Rei da Pimenta”, porque pagava mal aos cartógrafos que trabalhavam na Casa da Índia, 62 desses cartógrafos portugueses saíram de Portugal e foram trabalhar para a Espanha, França, Holanda e Inglaterra.
    Muitos mapas portugueses que existem hoje no mundo foram feitos por esses cartógrafos que passaram a ser chamados de “Traidores”.
    Com a destruição da Casa da Índia pelo Terramoto de 1755, hoje não teríamos a Coleção Vallard que foi feita na Escola Cartográfica de Dieppe, em França, pelos tais cartógrafos “Traidores” portugueses que abandonaram o Rei D. Manuel I.
    Felizmente que a Coleção Vallard existe hoje para maior glória da História de Portugal! Com a confirmação da descoberta da Austrália por Cristóvão de Mendonça em 1522, podemos afirmar doravante que os navegadores portugueses descobriram o GLOBO TODO e não apenas dois terços!

     



    Cumprimentos e abraços
  • Morreu Aristides Pereira, primeiro Presidente de Cabo Verde

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    Memória 
    
    quinta-feira, 22 de Setembro de 2011 | 10:13  Imprimir  Enviar por Email     
    
    Morreu Aristides Pereira, primeiro Presidente de Cabo Verde
    
    
    O primeiro Presidente da República de Cabo Verde Aristides Pereira morreu hoje nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), avançou à Lusa a ministra da Saúde daquele país, Cristina Fontes Lima. 
    Aristides Pereira, de 87 anos, estava em Portugal desde início de agosto, tendo sido operado em Coimbra na sequência de fractura no colo fémur agravada pela condição de diabético.
    
    Diário Digital / Lusa 
  • Como o falante galego é visto em Portugal?

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    Como o falante galego é visto em Portugal?
    
    A esta pergunta de um leitor , Carlos Rocha, responde no Ciberdúvidas da língua portuguesa assim:
     
    Há realmente um grande desconhecimento em Portugal acerca das afinidades linguísticas com a Galiza. Perante um falante de galego, é típico um português tentar falar castelhano, muitas vezes porque não reconhece o que ouve como língua ainda muito próxima da que fala a sul do rio Minho. Lembro-me, por exemplo, de que, durante a crise do Prestige no final de 2002, os noticiários portugueses normalmente legendavam as respostas das entrevistas feitas aos habitantes do litoral galego; muitos deles falavam um galego que, apesar da “geada” (troca do "g" por um som parecido com o "jota" castelhano), tinha uma entoação familiar para ouvidos portugueses. Este comportamento dos canais de televisão em Portugal parecia obedecer ao atavismo de considerar castelhano tudo o que se fala para lá da fronteira. Penso ainda que a identidade galega nem sempre é clara para o português médio ou popular. Assim, é curioso que, dialetalmente, nem sempre um
     galego é apenas um habitante da Galiza. Por exemplo, no Alentejo um galego pode ser um natural das Beiras (Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa). E suspeito que no Norte e no Centro de Portugal, em algumas regiões que não fazem fronteira com a Galiza, um zamorano, um salmantino ou até um estremenho de Cáceres – não sei se de Badajoz – sejam todos galegos (o que pode ter alguma verdade histórica em casos como os de San Martín de Trevejo, Valverde del Fresno e Eljas). É claro que também acontece que alguns (ou muitos?) portugueses ficam baralhados quando começam a ler o que se escreve a norte do Minho. É como se dissessem: «o que se passa, que os espanhóis andam a escrever num português estranho?» Recordo que há cerca de dez anos se dedicou um excelente número da revista Colóquio Letras (Fundação Calouste Gulbenkian) à cultura galega. Nele, a prof.ª Pilar Vázquez Cuesta abordava
     justamente o desconhecimento com que os portugueses (quase sempre não acadêmicos, mas também há acadêmicos) costumam “brindar” os galegos, quando se trata de falar dos laços comuns. Para esta situação contribui certamente o fato de a História ter dificultado desde muito cedo a descoberta ou o reforço desse elo: quando, com D. Dinis, os documentos notariais portugueses passaram a ser escritos na língua que se desenvolvera no Noroeste da Península e a que historicamente poderíamos chamar galego, o reino de Portugal já existia há mais de um século. Assim, ao querer dar nome ao “galego” que se falava do Minho ao Algarve, esse nome foi muito logicamente português, visto que se estava a designar o idioma do Reino de Portugal e do Algarve. Explica-se, deste modo, que se fale em português antigo, não porque se negue a relação ou mesmo a identificação com o galego, mas talvez porque se pensa que o Condado e, depois, Reino de
     Portugal é que deu consciência idiomática coletiva a uma parte dos dialetos galegos – os que eram falados pelos portugueses. Sobre este assunto, recomendaria uma obra que dedica alguns capítulos ao problema da designação da língua na faixa ocidental da Península: Ramón Mariño Paz, Historia da Lingua Galega, Santiago de Compostela, Sotelo Blanco, 1998.
    
    Carlos Rocha :: 30/06/2006 
    
    http://ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=18099
  • TRAJETÓRIAS JUDAICAS

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    prof ª Jane Glasman * enviou:

    TRAJETÓRIAS JUDAICAS
    A história do povo judeu, com suas diferentes diásporas vividas – e revividas em muitas cerimônias religiosas – é bastante conhecida. Uma dentre essas distintas trajetórias me toca de forma bastante particular, por envolver o ramo paterno da minha própria família. Refiro-me aos judeus que saíram de Jerusalém após a destruição do Primeiro Templo, há aproximadamente vinte e seis séculos, radicando-se na Península Ibérica, a Sefarad dos relatos bíblicos. Juntamente com a fé no Deus único, os judeus que se fixaram no espaço que hoje abriga Portugal e Espanha levaram para a nova terra seus costumes e tradições, com destaque para a alegria de viver e um riquíssimo acervo musical, progressivamente enriquecido com o passar dos séculos. Por intermédio de muitas de suas melodias é possível acompanhar a trajetória percorrida pelas correntes migratórias judaicas a partir de Eretz, ao tempo da conquista de Jerusalém pelas tropas de Nabucodonosor, assim co mo os dois mil anos de permanência na Península Ibérica até à expulsão de 1492 na Espanha e a conversão forçada de 1497 em Portugal. E, também, a dicotomia ocorrida entre os que puderam sair e se fixar na França, Holanda e os territórios do Império Otomano onde continuaram praticando a fé ancestral e os que precisaram ocultá-la para sobreviver durante o longo período de trevas representado pela Inquisição na Espanha, Portugal e suas colônias.
    Diásporas Judaicas no Velho Mundo
    HAD GADIÁ
    Para ilustrar de forma sonora essa longa e tortuosa trajetória selecionamos para os leitores da Rua Judaica uma melodia do cancioneiro israelita que julgamos ser do conhecimento, se não de todos, certamente de uma expressiva maioria. Refiro-me à canção Had Gadiá, entoada durante a cerimônia familiar do Pessach, em suas versões em hebraico e ladino, assim como uma popular melodia do folclore brasileiro nela inspirada. A música começa contando o triste fim de um cabritinho que custou dois levanim, moeda corrente em algum dos diferentes períodos em que essa história, contada e cantada durante o Seder de Pessach, se passa. O cabritinho, coitado, acabou sendo devorado por um gato, apesar da desproporção de tamanho entre um e outro bicho, mas isso não vem ao caso. Gato esse que foi mordido por um cachorro que, por sua vez, foi afugentado por um pedaço de pau, que acabou queimado pelo fogo. O fogo foi apagado pela água, por sinal bebida por um boi q ue acabou sacrificado por um Sochet e assim sucessivamente, até o final que, dependendo da versão, pode ser bastante feliz ou extremamente triste. Já deu para perceber que é uma canção destinada ao entretenimento das crianças na longa celebração da Páscoa Judaica.
    Seder de Pessach na Idade Média
    Comecemos com a versão original, em hebraico, em um clipping que mostra um afinadíssimo coral feminino de Israel interpretar de forma magistral essa tradicional melodia. Quem assistiu ao filme Free Zone, do controvertido Diretor Amos Gitai, talvez lembre da trilha musical, cantada de forma monocórdica e intencionalmente enfadonha, que contava essa mesma história, enquanto um personagem feminino se desmanchava em lágrimas. Se fosse no Brasil poderíamos dizer que ela estava chorando a morte da bezerra. No caso do filme, o mais acertado seria afirmar que ela também chorava a morte, só que de um cabrito.
    O LADINO
    Após 1492 os judeus que preferiram deixar seus bens para trás a ter de abandonar a religião ancestral, foram mesclando, à medida que viajavam em busca de um porto seguro, os diferentes dialetos falados na Península Ibérica ao português, francês, italiano, grego e turco, formando o ladino, a primeira forma unificada do castelhano. Nas palavras de uma das maiores autoridade brasileira em ladino, Professora Cecilia Fonseca da Silva, os sefaradis podem ser considerados “A Espanha Itinerante”. E a canção Had Gadiá, agora conhecida como El Kavretiko, continuou a ser entoada em ladino nas cerimônias do Pessach das famílias sefaradis radicadas nos países que compunham o vasto território otomano, para deleite de adultos e crianças. A graça era ir aumentando a velocidade da interpretação, em uma espécie de desafio, para ver quem conseguia chegar até o final sem se confundir com as novas estrofes que íam sendo progressivamente agregadas às iniciais. Par a interpretar El Kavretiko ninguém melhor do que o cantor, ator e parlamentar israelense Yehoram Gaon, cuja primeira língua, o ladino, foi aprendida em casa, com os pais.
    A VELHA A FIAR
    Se prestarmos atenção à letra do Kavretiko é possível constatar que sete estrofes inteirinhas, sem mexer uma única vírgula nem omitir nenhum dos bichos e elementos, se encaixam como uma luva na brasileiríssima A Velha a Fiar. Pura coincidência? Claro que não. Prova inconteste de que a melodia do folclore nacional descende em linha direta do Had Gadiá – Kavretiko, com alguns pequenos e perceptíveis acréscimos, plenamente justificáveis nos tempos obscuros das perseguições religiosas. Trata-se da inclusão de animais não-kasher, como a aranha, a mosca e o rato, além da própria velha, seguramente para despistar os esbirros da inquisição. É interessante escutar atentamente a versão em português que selecionamos e constatar, pelos próprios ouvidos, a presença da milenar tradição judaica na formação da cultura popular brasileira.

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  • Como se fala em Moçambique…

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     Como se fala em Moçambique…

     Como se fala hoje em Moçambique…


    “São 6 da manhã. Moçambicano não dorme, ferra. O despertador toca. Ele não se levanta cedo, madruga. E não vai tomar duche, vai duchar. E não se arranja, grifa-se bem. Depois não toma pequeno-almoço, mata-bicha. E não bebe café solúvel e pão com doce, toma café batido e bread com jam. Não sai de casa para ir trabalhar, vai no serviço.

    E quando chega ao local de trabalho não pede desculpa por ter atrasado, diz sorry lá, que tive problema de transporte. E não trabalha até ao meio dia, djoba até àquela hora das 12. E aí não pede ementa, pede menu. E não come, tacha. Não come batata frita, come chips. Não come salsichas, come vorse.
    Não come costeleta, come t-bone. E não bebe uma laurentina preta, toma uma escura. E não fala com o amigo sobre a namorada, bate papo “brada, minha dama”. E não gosta muito, grama maningue. E na saída do restaurante não vê as mulheres que passam, aprecia as damas. E não seduz, paquera. E não faz convite, pede contacto. E não a segue, vai à sua trás. E não encontra um conhecido mais velho, apanha um jon cota. Na rua não compra cajú, compra castanha. E não tira fotografias, fota.

    No escritório, a empregada não despeja o lixo, no ofice trabalhadora vai deitar. E não traz o jornal, leva. E não põe insecticida, baygona. E não tem reuniões, tem meetings. E no computador ele não escreve, taipa. E depois não faz impressão, printa. E não trabalha as fotografias em Photoshop, fotoshopa. E para fazer um intervalo não vê o patrão, tcheka o boisse. E não sai para dar uma volta, dá um djiko. E não escreve sms para a amiga colorida, manda mensagem para a pita. E não mente dizendo que está ocupado, mafia que tá bizi. Moçambicano não trai, cornea. Não caminha, estila. Não se faz de difícil, jinga.

    Não acaba uma tarefa, ultima. E no fim do trabalho não vai, baza. E com os amigos não tem negócios, tem bizne com bro. E ao fim do dia não vai ao ginásio, djima. E não tem bicicleta, tem bikla. E não está musculoso, tá big. E não faz saudação batendo na mão do amigo, deketa. E não gosta de aproveitar a vida, enjoya laifa. De tarde não bebe chá e come pão com manteiga e queijos, toma chá. E não vai buscar a namorada que está num cabeleireiro distante, a arranjar as unhas e a fazer tranças no cabelo, vai apanhar dama que faz unha e entrança láaaaaaa no salão. E não bebem um refrigerante, tomam refresco. E a namorada não usa mini-saia e saltos altos e anda descapotável, põe sainha e uns saltos e tá descartável. E não lhe diz que é bonita, diz “tens boas”.

  • Macau Sâm Assi (This is Macau) – Dóci Papiaçám di Macau (HD)

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    quando estivemos em Macau assistimos a uma gravação disto….

  • a Galiza é uma naçom!

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    A Galiza é uma naçom

    A Galiza é uma naçom no noroeste da Península Ibérica.Aqui houve povoamentos
    desde as épocas pré-históricas (3 000 a.C.). Segundo o grego Estrabão (c. 63 a.C. – 24
    d.C.) os habitantes deste extremo da península chamavam-se Kallakoi (Calaico). Os
    Romanos integraram esta parcela no seu Império já em finais do século I a.C.,
    passando a designar-se Gallaecia durante o reinado do Imperador Diocleciano no
    século III. Os Kallakoi não devem ser confundidos com os Galos da antiga Gália
    1. Os pré-celtas e os celtas da Galiza
    O estudo e o ensino deste tema são algo muito complexo, devido sobretudo à opinião
    persistente, tão divulgada como errónea, de que esta região fora a mais celtizada da
    península Ibérica. Os arqueólogos, historiadores e investigadores de todas as épocas
    (os eruditos sérios, face aos achados arqueológicos e com a ajuda dos escritos de
    gregos e romanos contam como pode ter sido e em que consistiu a chegada de certos
    grupos célticos a esta região. Estes estudiosos da história foram directamente às
    poucas fontes que podem manejar, sem se conformarem com traduções anteriores,
    muitas vezes mal interpretadas e que puderam ver as numerosas pegadas deixadas
    pelos celtas, ao longo e ao largo da Galiza, como os castros.
    Parece que alguns grupos (do povo celta que chegara até ao sul península Ibérica), não
    se deram bem nestas terras e iniciaram outra viagem migratória, em fases distintas
    etapas já tardias, para o norte, através de terras lusitanas. Nesta situação de
    emigrantes celtas desde o sul, pelo oeste, rumo ao norte, não chegam a estabelecer-se
    na região galaica até ao século I a.C. É o grupo conhecido como sefes, que se move por
    volta do século III a.C. quando alguns se situam entre o rio Tejo e o rio Douro e outros,
    seguem para a Galicia.
    Ao mesmo tempo que isto ocorria, produzia-se nas costas galaicas o desembarque de
    gentes nórdicas procedentes da Bretanha. A arqueologia acredita nisto através dos
    achados de Punta Neixón na ria de Arousa na Província de Pontevedra.
    Os celtas sefes encontraram estas terras bastante povoadas. Estrabão assegura que
    havia umas 50 tribos de povos diferentes, enquanto Plínio diz que eram mais de 65. O
    professor (historiador, arqueólogo e escritor) Florentino López Cuevillas na sua obra A
    civilización céltica na Galiza, depois de expor um estudo exaustivo sobre o aspeto
    político e geográfico, assegura que todas estas tribos, na maior parte, não eram celtas.
    A lista de tribos pré-célticas é bastante extensa:
    – Estrimios (relacionados com os Lígures (e comuns a países bretões, ingleses e
    irlandeses), que permaneceram até à chegada dos romanos),
    – Albianos, seurros, tiburos, bibalos, caporos, zoelas, nobiagoi, abii, tirii, veasmini,
    salassi, rilenii, helenii, grovii, etc., todos estabelecidos desde a Idade de Bronze, antes
    de 600 a.C.
    Esta é a base da população pré-céltica, que é a mesma que a normanda, inglesa e
    irlandesa. Destes povoadores procedem as semelhanças étnicas entre estes povos e
    não chegada dos celtas. As analogias entre galegos e irlandeses atuais não provêm
    dum parentesco céltico, mas duma comunidade étnica anterior que remonta a 2.000
    anos atrás.
    As tribos celtas dos sefes recém-chegadas sobrepuseram-se a estas mais antigas e
    adaptaram-se bastante bem, crê-se que pelo seu caráter afim indo-europeu. Foram os
    celtas os que se acomodaram e a sua influência foi, na maioria dos casos, tardia e
    esporádica, segundo se pode saber pela confirmação do estudo da arquitetura e a
    metalurgia. A dita povoação autóctone mais antiga conservou a sua destacada
    personalidade linguística e cultural e também soube intercambiar aspetos culturais
    com a civilização céltica. Houve um verdadeiro intercâmbio de costumes e de
    conhecimentos.
    2. Romanos, suevos e visigodos
    Os romanos entraram no ano 137 a.C. encontrando séria resistência, mas acabariam
    por conquistar a região que denominariam Gallaecia.
    Os suevos, 30.000 pessoas que só tinham 8.000 homens com capacidade para lutar,
    concentram-se entre o Douro e o Minho, na zona de influência de Braga. Chegaram no
    ano de 409, nomeando rei a Hermérico (409-438), que celebra um pacto ou foedus
    com Roma no ano de 410 pelo qual os suevos estabelecem o seu reino na província
    romana de Gallaecia e aceitam o imperador de Roma como o seu superior. Depois da
    morte de Hermérico reina Requila (438-448), a quem sucederá Requiário (448-456).
    Este último adotará o catolicismo no ano de 449. No ano de 456 tem lugar a batalha de
    Órbigo, que oporá visigodos e suevos, com a derrota destes últimos e que terá como
    consequência o assassinato de Requiário.
    Depois da derrota frente aos visigodos, o reino suevo dividir-se-á e governarão
    simultaneamente Frantão e Aguiulfo, desde 456 até 457, ano em que Maldrás (457-
    459) reunificará o reino para acabar sendo assassinado depois duma conspiração
    romano-visigoda que finalmente fracassará. Apesar de a conspiração não ter alcançado
    os seus verdadeiros propósitos, o reino suevo viu-se novamente dividido entre dois
    reis: Frumário (459-463) e Remismundo (filho de Maldrás) (459-469) que reunificaria
    novamente o reino do seu pai no ano 463 e que se veria obrigado a adotar o
    arrianismo no ano de 465 devido à influência visigoda.
    Após a morte de Remismundo entra-se numa época escura, que durará até ao ano de
    550, durante a qual desaparecem praticamente todos os textos escritos. O pouco que
    se sabe desta época é que mui provavelmente Teodemundo governou a Suévia.
    A época obscura terminará com o reinado de Karriarico (550-559) que se converterá
    novamente ao catolicismo no 550. Suceder-lhe-á Teodomiro (559-570) (não se
    confunda com Teodomiro, rei dos visigodos) durante o reinado do qual terá lugar o Iº
    Concílio de Braga (561). Miro (570-583) será o seu sucessor. Durante o seu reinado
    celebrou-se o IIº Concilio de Braga (572). Aproximadamente no ano de 577 inicia-se a
    guerra civil visigoda na que intervirá Miro que no ano 583 organizará uma expedição
    de conquista a Sevilla a qual fracassará. Durante o regresso desta expedição o rei
    morre. No reino suevo começam a produzir-se muitas lutas internas. Éborico (também
    chamado Eurico) (583-584) é destronado por Andeca (584-585) que falha a sua
    intenção de evitar a invasão visigoda dirigida por Leovigildo que se tornará efetiva
    finalmente no ano de 585, convertendo assim o rico e fértil reino suevo em mais uma
    região do reino godo.
    3. Reino independente
    Afonso I das Astúrias (739 – 757) foi o primeiro príncipe que começou a expansão do
    Reino Cristão. Desta forma a integração do Reino da Galiza no Reino das Astúrias
    ocorre entre o seu reinado e o de Ramiro I que a estende até Tui (854).
    Em 813, Afonso II o Casto, rei das Astúrias e Galiza, é informado pelo bispo Teodomiro
    de Iria Flávia da aparição duma luz sobre uma antiga capela. O rei chega a Santiago de
    Compostela e manda edificar uma igreja. Começa a lenda do Caminho de Santiago e
    Santiago de Compostela converte-se num centro de peregrinação da Cristandade.
    No ano de 910 Ordonho II converte-se em rei da Galiza (ver também Reino da Galiza)
    No ano de 997 Almansor inicia uma expedição de saques em terras cristãs e chega até
    Santiago de Compostela
    No ano de 1035 Fernando I O Magno herdou o reino de Castela do seu pai Sancho III O
    Maior, rei de Navarra, e no 1037 a sua esposa Sancha herdou os reinos de Leão e
    Galiza do seu irmão Bermudo III. (ver também Reino de Leão). À sua morte em 1065
    repartiu as suas possessões entre os seus 3 filhos: entregou Castela ao seu filho
    Sancho, Leão a Afonso e Galiza a Garcia. Mas em 1072 Afonso VI de Leão matou
    Sancho II de Castela e aprisionou por toda a vida Garcia de Galiza governando assim
    sobre os reinos dos seus irmãos até à sua morte em 1109
    O Reino da Galiza surgiu após a retirada muçulmana da zona que pouco antes ocupara
    o reino dos suevos. Em muitos momentos da sua história viu-se unido ao Reino das
    Astúrias e/ou ao Reino de Castela sendo nalguns casos difícil diferenciá-los.
    Oficialmente manteve-se como reino até 1833 ano em que foi dividido em quatro
    províncias e desaparecendo assim dos mapas.
    3. Outra visão da Galiza e de Portugal por Alexandre Banhos (2009)
    PODEMOS OS GALEGOS RECLAMAR O NOME DE GALEGO PARA A LÍNGUA COMUM?
    Comunicação no IX Colóquio da Lusofonia, Bragança 2009, Alexandre Banhos Campo
    Galiza e o seu projeto ibérico
    Nos feitos históricos há sempre um fator de oportunidade e outro em não pequena
    medida de azar. Mas nos fatos históricos há uma lei de ferro, -o que não se produzir no
    momento em que as circunstâncias são ou eram favoráveis ou propícias, nesse
    momento no que as ondas da história sobem a favor, já não há de se fazer. É dizer, que
    aquilo que não se faz no seu momento, muito difícil será alguma vez voltá-lo a fazer;
    ademais passado o momento mudam sempre as circunstâncias e estas som muito
    difíceis de reconstruir, e já nunca serão as mesmas.
    A Galiza foi de sempre um poderoso elemento da história europeia, o principal ator
    político peninsular, foi o primeiro reino independente constituído dentro do império
    romano no ano 411, foi muito pronto um dos grandes impérios da cristandade, junto
    ao império Bizantino e ao sacro-império Romano-Germânico, foi quem guiou e liderou
    a luta da “reconquista” frente a Espanha.
    Os galegos da velha Galiza Árta bra e Astúrica do norte do Cordal, os que nunca foram
    subjugados pelos muçulmanos, tinham-se pelos primeiros entre todos os peninsulares
    e não se abaixavam ante ninguém; a Galiza o território peninsular mais densamente
    povoado, inçado de linhagens nobres com os seus castelos e com capacidade para
    terem as suas forças de homens de lança (exércitos privados nobres de entre 100 e
    1000 lanças) que se tinham a sim próprios como iguais ao rei, eram o ator mais
    poderoso no jogo peninsular. As numerosas forças galegas eram o fator mais temível
    da península ibérica e já desde muito cedo senhores muçulmanos acabaram pagando
    tributo e aceitando o seu domínio.
    Os reis da Galiza não eram simples reis, muito cedo usufruíram o nome de
    imperadores e para quem é tão grande a própria Galiza originária resultava pequena, e
    assim todos os dias estavam a alargar os seus domínios para o leste e para o sul e com
    eles avançava o domínio da cruz frente ao da meia-lua. E nas cabeças dos reis da Galiza
    desde cedo estava o coroarem-se com a península ibérica toda como projeto
    “nacional” galego.
    A capital histórica da Galiza sempre foi Braga (por algo segue a ser a cidade primaz de
    Portugal), e pelos séculos VII e VIII eram os de Braga os galegos por antonomásia. Ao
    princípio do avanço muçulmano a cabeça da Galiza é trasladada desde Braga, a capital
    da Galiza desde que a Galiza existir como entidade política, para a cidade ártabra de
    Lugo, e os bispos de Lugo passam a ser cabeça da Galiza por delegação da vero caput
    Braga.
    O quadro político no que se insere o nascimento do reino de Afonso Henriques.
    Desde muito cedo o separatismo castelão, é dizer do convento oriental da província
    romana da Gallaecia de Diocleciano, Clunia, é algo que informa a política do reino da
    Galiza.
    Os castelãos não aceitam muito pacificamente a dominação ocidental, a galega; e os
    castelãos com Sancho III rei de Navarra, chamado pelos historiadores castelhanoespanhóis
    Sancho I rei de Castela -o primeiro com esse nome, quem a médio de uma
    simples boda com a herdeira do Condado de Castela separou o território, o qual falanos
    do fraco controlo que o arredismo castelão impusera ao controlo galaico.
    Os castelãos com ele sentiram por primeira vez um seu desenvolvimento longe do
    controlo galaico. A geopolítica que os colocou no espaço central peninsular ajudou de
    seguida, não pouco, ao seu sucesso.
    À sua morte – de Sancho III – o seu filho Fernando herda o reino de Castela, porém o
    azar e a fortuna farão que venha a ter a posse tamém do reino da Galiza –do império-
    (Galiza-Leão). A inércia e superior domínio cultural galaico fazerem há não pouco, para
    trazer de novo o centro cultural para o ocidente.
    Fernando I segue a sua morte a doutrina do seu pai e reparte territórios e posses aos
    seus cinco filhos, três reinos aos filhos: Sancho mais velho Castela; Afonso Leão. E
    Garcia, o mais novo, à Galiza do aquém dos Montes de Leão. Para as suas duas filhas:
    Urraca e Elvira foram respetivamente as cidades de Zamora e Toro.
    Garcia como rei dessa Galiza cujo nome já não abrangia todo o espaço cristão norte –
    ocidental peninsular, e sim estava limitada ao leste pelos Montes de Leão adota no seu
    reino, várias medidas: a primeira restaurar Braga como centro do reino e levar a
    cabeça de Lugo a Braga como correspondia, já não existiam razões para Lugo agir por
    delegação de Braga.
    Nessa Galiza de Garcia, Compostela a urbe que respondia ao projeto cristianizador de
    Carlo Magno suplanta a Iria Flávia como cabeça do maior bispado da Galiza, e é essa
    Compostela, a quem o Apostolo está a encher de Ouro e de ambições, quem, digamolo
    suavemente, não gosta de Garcia e a sua política bracarense.
    O reino da Galiza não era já um pequeno espaço no norte, pelo sul há já tempo que
    tem incluída a região conimbricense, e tem já por zonas a sua extrema no rio Tejo.
    Cobra ademais tributo das poderosas taifas de Badalhouce e Sevilha.
    Afonso quem herdara o reino de Leão, com o seu centro curial, pronto se sente
    imperador, e num golpe de mão com engano e colaboração de Sancho desfam-se de
    Garcia encerra preso ao seu irmão Garcia e fai-se com a Galiza ocidental. O seu apoio a
    Compostela e o abandono da política bracarense do seu irmão, pronto lhe dá
    poderosos apoios na Galiza ártabra (e não é por casualidade que de Afonso VI o
    imperador, venham a repousar os seus restos em Compostela).
    Sancho o mais velho dos irmãos reis é não menos ambicioso que o seu irmão tamém
    ambiciona todo o de Afonso com o que de seguida não tudo é entendimento, mas as
    guerras constantes que o seu reino tem que levar contra Navarra e Aragão por
    determinar as extremas, facilitou o trabalho de Afonso, porém o feito de estar sempre
    em guerra preparou-o para se enfrentar a qualquer conquista, e acabou fazendo-se
    com todos os territórios do irmão, mas com eles não durou nem um ano. Assaltando
    Zamora, a fortaleça da sua irmã Urraca muito fidel de Afonso, faleceu, e Afonso
    acabou recuperando o velho império todo do seu pai já bastante alargado.
    Os Borgonhois
    Afonso VI tem vários matrimónios (5), concubinatos e relações com várias mulheres,
    do que ao final só vão resultar filhas sobreviventes. Do matrimónio-concubinato com a
    viúva do rei de Córdoba (a muçulmana Zaida – ainda que a historiografia cristianizou-a
    como Isabel) terá um filho e duas filhas. O primeiro Sancho a quem muito amava e era
    o seu olho e a quem queria de herdeiro, morre na batalha de Ucles (ano 1108) e isso
    dá-nos para conhecermos na crónica De Rerum Hispaniae do bispo de Toledo (cidade
    que Afonso conquistara), o pranto do rei pelo seu filho – o qual aparece inserido no
    texto latino na nossa língua galaico-portuguesa, o que nos vem a falar de qual era a
    língua do poder e da corte.
    Um dos matrimónios de Afonso VI, o segundo, foi com Constança de Borgonha (do que
    sobreviveu a filha Urraca), o que levará a ter certas relações com Borgonha e que de
    acolá venham ao reino nobres borgonhois como Raimundo e Henrique.
    O Rei Afonso casou a sua filha e herdeira Urraca, com Raimundo de Borgonha (ano
    1090), a quem se lhe garante o reino da Galiza, e a Teresa, uma rapazinha ainda muito
    nova, a quem tivera dumas relações com Jimena Nunes, com Henrique (ano 1095),
    quem é submetido a Raimundo com a obriga da guarda do limes sul da Galiza.
    Raimundo muito faz para gosto de Afonso, desde a fortificação da cidade de Castela
    conhecida por Ávila e nos textos antigos como A Vila, por ser território de fronteira, e
    alargando os territórios para o sul pola extrema do reino da Galiza (a Estremadura). Foi
    conquistando Santarém, assaltando as suas muralhas, que Raimundo de Borgonha
    faleceu.
    A Urraca viúva com o seu filho Afonso acha apoio protetor no poderoso bispo Gelmires
    de Compostela, e quando esta casa com Afonso o Batalhador rei de Aragão, pronto
    Gelmires -apoiando-se na vontade de Afonso VI faz rei da Galiza à criança (Afonso VII –
    Reimundes – no ano de 1111) filho de Raimundo e Urraca, pois nele tem Gelmires um
    instrumento das suas ambições políticas.
    Afonso Henriques
    Na Braga restaurada por Garcia não gostam da política imperial e desconsiderada da
    recém chegada Compostela e começa a dar-se uma conjunção de interesses entre as
    classes dominantes e o bispo de Braga.
    Henrique de Borgonha como conde de Portucale o condado ao sul da velha Galiza tem
    a inteligência política de passar despercebido, e ir construindo ali um governo local
    tranquilo, no que age e a vez não discute a autoridade real. O Bispo de Braga e desde
    muito cedo contrário a Compostela. A Compostela de Gelmires chegará a fazer uma
    expedição a Braga para roubar o espólio de santos ali depositado –Pio Latrocínio – e
    ganhar assim prestigio da vero caput para Compostela, frente a Braga, e ante o Papa.
    Henrique de Borgonha com Teresa (designada na historiografia como de Leão) tem um
    filho Afonso Henriques. E aceita-se que desde o ano do seu nascimento, 1109 até o
    1128 viveu em Guimarães.
    A mai estava muito ligada a nobreza do norte poderosa na corte de Leão e verdadeiros
    pares do rei.
    Porém a igreja de Braga e a nobreza local, que defendem os seus interesses empurram
    ao puto (14-15 anos) contra a mai para terem assim um maior controlo local,
    Em 1120, sob a direção do arcebispo de Braga, o puto Afonso tomou uma posição
    política oposta à da mãe, quem apoiava o partido dos Travas (poderosa família galega
    mui ligada a Gelmires nessa altura). O bispo, forçado a emigrar, levou consigo o infante
    que em 1122 se armou cavaleiro em Tui.
    Restabelecida a paz, voltaram ao condado. Entretanto, novos incidentes provocaram a
    invasão do Condado Portucalense por Afonso Reimundes (VII) da Galiza, Leão e
    Castela, quem em 1127 cercou Guimarães, onde se encontrava Afonso Henriques,
    sendo-lhe prometida a lealdade deste pelo seu aio Egas Moniz, Afonso VII desistiu de
    conquistar a cidade.
    Mas alguns meses depois, em 1128, as tropas de Teresa e Fernão Peres de Trava
    defrontaram-se com as de Afonso Henriques na batalha de São Mamede, tendo as
    tropas do nosso puto de 17 anos com a bênção do bispo de Braga saído vitoriosas – o
    que consagrou a sua autoridade no território portucalense, levando-o a assumir o
    governo do condado.
    Consciente da importância das forças que ameaçavam o seu poder concentrou os seus
    esforços em negociações junto da Santa Sé, Afonso Henriques sempre bem guiado
    pólo arcebispo de Braga Pedro (primaz da Galiza) com um duplo objetivo: alcançar a
    plena autonomia da Igreja portuguesa e obter o reconhecimento do Reino.
    Em 1139, depois de uma estrondosa vitória na batalha de Ourique contra um forte
    contingente mouro, D. Afonso Henriques recebe a coroa e a consagração de Rei de
    Portugal do bispo de Braga João Peculiar.
    Afonso VIII da Galiza e Leão
    Em 1230 morre em Sárria Afonso VIII com 82 anos e trás mais de sessenta anos de
    reinado na Galiza -na parte norte ou Ártabra desse território histórico – e Leão. Afonso
    estava velho e canso, vinha de passar os últimos 16 anos da sua vida em guerra com o
    seu filho Fernando, pois foi contra o parecer do pai proclamado rei de Castela, e para o
    seu pai esse feito equivalia a renuncia de quaisquer direitos sobre as coroas de Galiza e
    Leão
    Afonso VIII casara com duas parentes de segundo grau, Teresa de Portugal. prima
    direta, com quem tem duas filhas Sancha e Dulce (e um filho Fernando que faleceria),
    matrimónio que a igreja rompe e obriga a novo casamento (por detrás está
    Compostela). Rutura a que muito se resistiu pois estava fundamente namorado da sua
    esposa e logo com Berenguela filha de Afonso VIII de Castela, tamém prima direta,
    com quem tem a Fernando, mas este matrimónio a igreja consente e apoia pois estava
    na linha do programa imperial peninsular da Galiza e Compostela.
    O seu testamento é claro, as herdeiras dos seus tronos são as filhas de Teresa: Sancha
    e Dulce (cada uma o seu); e como garantes, a sua mai, o Rei de Portugal e a Ordem de
    Santiago. Qualquer solução incluída a união com Portugal é valida mas em nenhum
    caso a unificação com Castela.
    Fernando reclama (e paga muito). A Igreja da Galiza e de Leão está muito dividida e na
    maioria e contrária a Fernando, mas a intervenção do bispo de Compostela e os de
    Castela são decisivos para que o Papa declare ilegítimo o testamento do bom rei.
    Compostela e certas camadas nobres galegas sentem que com Fernando III controlam
    o centro peninsular, que o seu projeto imperial vai avante.
    Portugal nunca aceita o ilegítimo acordo.
    Com Fernando III, rei muito abençoado pola Igreja, que acabou por fazê-lo santo, o
    projeto central castelhano avança, a reconquista avança até o estreito de Gibraltar, em
    Sevilha e Toledo vai estar a corte sob a capa duma corte de nobres galegos, de língua
    galaico-portuguesa, com galegos que se enriquecem neste processo, de filhos dos
    nobres cortesãos que enviam os filhos a educarem-se com aios na Galiza, como o filho
    do rei e futuro rei Afonso X.
    Afonso X que brilhou nas nossas letras, porém foi quem impulsionou o primeiro
    estatuto dominante para a escrita da chancelaria em castelhano. Sancho IV seu filho
    ainda vai continuar ligado a tradição cultural galaica. A chegada ao trono com 9 anos
    do seu filho Fernando apaga não pouco essa tradição, sob novos tutores e aios o
    predomínio e domínio galaico da corte esvai-se, A nobreza galega e a igreja de
    Compostela será firme no apoio a este rei como ainda um dos seus e assim como ao
    seu filho Afonso XI e neto Pedro I.
    Os interesses imperiais de Castela e a sua visão peninsular triunfam definitivamente
    sobre os galaicos com o assassinato de Pedro I pelo mercenário bretom Douglesclin, e
    com a chegada ao trono de uma dinastia limpidamente castelhana sob o nome galaico
    dos trastámaras. As tropas galegas que se batem a prol de Pedro saem coa sua
    nobreza dirigente muito diminuída em influência.
    É a dinastia castelã dos Trastámaras a que vai tentar se apoderar de Portugal, que
    renasceu logo triunfante em Aljubarrota frente a Juam I de Castela (trastámara).
    Que houvesse passado se Afonso Henriques não fosse quem de iniciar um reino.
    A monarquia portuguesa frente ao modelo imperial do norte, sempre com aspirações
    peninsulares, centrou-se sobre sim própria e em consolidar pouco a pouco o seu
    território, que ficava de costas a península, mas aberto ao mar. Sancho I, Afonso II,
    Sancho II, esforçam-se nessa linha de conduta.
    Se o puto Afonso Henriques e a sua cabeça pensante, o bispo de Braga, nom fossem
    quem de achar um destino para o sul da Galiza alongado de projetos imperiais
    peninsulares, hoje teríamos a Galiza unificada desde a extremadura ao norte, mas a
    sua vida cultural e linguística não seria sequer tão pobre como a da Galiza atual. Seria
    muito semelhante a que se vive no âmbito asturo-leonês-mirandês é dizer no velho
    galaico-oriental (galor em palavras de Cosériu).
    Essa visão que Portugal tinha de sim próprio é a que o levará a ser um centro dum
    império com as costas viradas a península.
    O português da Galiza
    O galego da Galiza até para o mais ferrenho isolacionismo foi muito vivificado pólo
    português universal e da corte de Lisboa. O português da Galiza tirado o muito que
    sugou e continua a sugar do português, estaria limitado a uns dialetos rurais bastante
    fraturados e os seus utentes só teriam para beber e encher os ocos criativos do mesmo
    o castelhano, como é o que se passa nos restos que ficam do asturo-leonês.
    O sucesso da nossa língua e cultura (ao norte e ao sul do Minho) deve-se ao projeto
    que encetou Afonso Henriques virado de costas ao projeto imperial e originário
    galaico. Não temos direito a reclamarmos nada sobre o nome internacional da língua,
    já que se não fosse por Portugal nada seriamos nem nada teríamos ao norte e ao sul
    do Minho
    Afonso Henriques, da Galiza do sul fiz um Portuscale, um reino, e o galaico ou galego
    desse reino acabou por ter por nome o do próprio reino, o galeguíssimo nome de
    Portugal – português-.
    O português da Galiza está na situação que está, por não sermos quem de assumirmos
    que as falas galegas só podem viver no português universal, e que falarmos de galego
    como contraposição ao português universal -o verdadeiro galego – e seguirmos
    pagando as portagens imperais de Castela-Espanha.
    Assumirmos a língua como português da Galiza é o melhor jeito galego de chamarmos
    ao galego da Galiza para que poda ser ele mesmo e libertarmo-nos do ferrete
    esmagador castelhano, pois o futuro do galego-castelhano é só um só – espanhol -.
    APONTAMENTO FINAL
    Faz bem Portugal em estar sempre à espreita e com receio do que vem do norte do
    Minho, pois muito matute espanhol e espanholista se vende sob presunto galeguismo
    e muito projeto imperial espanhol ainda paira em cabeças galaicas no avanço cara a
    nada e cara nengures.
    Bibliografia:
    Menendez-Valdés Golpe, E. – Separatismo y Unidad (una mitificación histórica).
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    Lopes, Fernão. Crónica d’el Rei João I de Boas memória. LIVROS EUROPA-AMERICA
    1981
    Oliveira Martins. História da Civilização Ibérica, LIVROS EUROPA-AMERICA
    Calvet de Magalhães, José. Breve história diplomática de Portugal, LIVROS EUROPAAMERICA
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    Hermano Saraiva, José. História Concisa de Portugal, LIVROS EUROPA-AMERICA 1984
    González López, Emílio. Grandeza e Decadência do Reino da Galiza. ED. GALAXIA 1978
    González López, Emílio. Siempre de negro. ED. GALAXIA 1970
    Ribeiro, Orlando. La Formation de Portugal, Bruxelas 1939
    López Carreira, Anselmo. Os Reis da Galiza. A NOSA TERRA 2005
    López Teixeira, José António, Arredor da conformación do Reino da Galiza (711-910).
    Ed. TOXOSOUTOS 2003
    Biggs, Gordon. Diego Xelmirez. XERAIS UNIVERSITÁRIA 1983
    Barros, Carlos. Mentalidad Justiciera de los Irmandinhos, Siglo XV. SIGLO XXI DE
    ESPAÑA EDITORES 1990
    Barbosa Alvares, José Manuel. Atlas Histórico da Galiza. Edições Galiza 2008
    Merecem especial menção por terem sido os seus trabalhos muito influentes na
    perspetiva destas reflexões historicistas, Os múltiplos artigos e eflexões de Ernesto
    Vasquez Souza, e alguns trabalhos divulgativos do presidente da Associação Fala Ceive
    do Berzo, Xavier Lago Mestre.
    (Traduzido para português europeu. In Wikipédia 12 Dezembro 2005)
    coloquioslusofonia@gmail.com /lusofonia@sapo.pt
    Rede: http://www.lusofonias.net