Categoria: Politica Politicos

  • MORREU MÁRIO CARRASCALÃO – PERDEMOS UM GRANDE HOMEM

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    Antonio Sampaio’s post.

    20 November 2015 ·
    ENTREVISTA Agência Lusa

    40 anos/Timor-Leste: Mário Carrascalão defende a sua ação de abertura de Timor durante mandato

    Díli, 20 nov (Lusa) – Mário Carrascalão considera que a sua pressão sobre a Indonésia para abrir Timor-Leste e a postura neutra que manteve enquanto governador, permitindo manter o cargo e ajudar muitos timorenses, contribuíram para a independência do país.
    “Enquanto estive aqui como governador não se pode dizer que estive do lado dos independentes ou dos integracionistas. Tive que me manter sempre neutro porque se fosse nitidamente pró independência já sabia de antemão que os indonésios me sacavam do lugar porque não permitiram que atuasse contra eles”, afirmou em entrevista à Lusa.
    “Pensei mais no futuro. O mundo não podia continuar a ignorar o que se passava em Timor. Pedi ao [ex-presidente indonésio] Suharto para abrir Timor”, afirmou o ex-governador, que esteve no cargo entre 1983 e 1992.
    O jornalista britânico que filmou em 1991 o massacre no cemitério de Santa Cruz, Max Stahl, “nunca teria entrado em Timor se eu não tivesse pedido ao Suharto para abrir Timor”, afirmou.
    Esse jogo de cintura foi possível porque conseguiu a confiança dos indonésios que, por seu lado, precisavam do governador para limpar a imagem dos seus antecessores, ferrenhos apoiantes da integração, apontou.
    “Criei uma imagem que favoreceu a Indonésia e o que eu pedia era aceite”, afirmou “A minha ação aqui em Timor é interpretada de uma forma. Lá fora fui sempre visto como um traidor, um colaborador de Suharto. Para alguns convinha criar o inimigo fictício. Mas aqui em Timor era um dos daqui e tudo fazia para poder salvar este ou aquele e para ajudar”, argumentou.
    Numa nota publicada na sua página na rede social Facebook em outubro, o ex-presidente da República, José Ramos-Horta, recorda o facto de Mário Carrascalão, ao contrário dos seus antecessores, não ter embolsado o equivalente a 30 mil dólares mensais que o Governo indonésio lhe atribuía.
    Em vez disso, “despendia todo esse valor mensal realmente ajudando os mais necessitados” e “nunca se deixou subornar por ninguém”, com os anos do seu mandato a serem os de “maior abertura do território ao exterior” e “de oportunidades para jovens timorenses irem estudar fora de Timor-Leste, em Jacarta e outras cidades indonésias”.
    “Salvou centenas de vidas, forçou a abertura de Timor-Leste ao mundo, conseguiu que milhares de jovens timorenses tivessem uma oportunidade única de se formarem. Mas talvez mais importante, conseguiu convencer o comando militar indonésio em Timor-Leste a dialogar com [o líder da resistência] Xanana”, disse Ramos-Horta.
    Mário Carrascalão diz que só mesmo na sua família sabia o que estava a fazer e que a sua chegada ao poder marcou o fim de dois mandatos de timorenses “que quando a Indonésia dizia ‘esfola’, eles diziam ‘mata’”.
    “Daí o facto de eu ter que aceitar o cargo. Sabia como lidar com os indonésios, conhecia as leis indonésias, sabia que as leis não mandavam matar e torturar. Sabia que para poder conseguir fazer algo em Timor tinha que ter boas relações com a Indonésia, com o Suharto inclusive, com o general Benny Moerdani”, chefe das Forças Armadas e ministro da Defesa da Indonésia nos anos 80.
    “Tinha que ser apoiado por eles para poder aqui virar-me contra os militares e levantar a minha voz contras eles e pode fazer qualquer coisa em defesa do povo de Timor”, afirmou.
    Carrascalão insiste que lutou diretamente contra Jakarta para defender a abertura e que isso foi essencial a todo o processo.
    “Foi quanto a mim a abertura de Timor que possibilitou a independência de Timor. Quer reconheçam quer não reconheçam. Eu dizia-lhes: mas vocês pensam que os timorenses são como cabritos, que vocês metem num curral, dão-lhes palha e nunca mais querem sair do curral? Estão muito enganados”, lembrou.
    “Acho que valeu a pena. Se eu não tivesse tomado a atitude que tomei, por exemplo, na formação de novos quadros para Timor, mesmo que as Nações Unidas dessem de bandeja a independência a Timor-Leste o que é que os líderes da resistência iam governar? Pedras e paus e bocados de calhau? Os sucessivos governos de Timor utilizaram os quadros que eu criei”, disse.
    Hoje, os timorenses que estavam em Timor na altura reconhecem esse papel, ainda que nem todos “os lá de fora” pensem assim, considerou.
    “Inclusive na minha família, havia pessoas que estavam reticentes, que pensaram duas vezes em utilizar o meu apelido para não serem confundidos com o Mário Carrascalão. Também houve disso”, reconheceu.

    ASP // APN
    Lusa/Fim

    Antonio Sampaio
    4 hrs ·
    Morreu o ex-vice-primeiro-ministro timorense Mário Carrascalão (ATUALIZADA)
    Díli, 19 mai (Lusa) – O ex-vice-primeiro-ministro de Timor-Leste, Mário Carrascalão, morreu hoje no Hospital Nacional Guido Valadares, em Díli, disse à Lusa um familiar.
    Mário Carrascalão, que foi governador durante a ocupação indonésia e vice-primeiro-ministro após a independência, faleceu um dia depois de ser galardoado com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, a mais alta condecoração do país, entregue pelo chefe de Estado, Taur Matan Ruak.
    Indicações preliminares apontam que Mário Carrascalão terá sofrido um ataque cardíaco quando conduzia e viajava sozinho no seu carro privado, na zona do bairro do Farol, em Díli. O carro está ainda no local, tendo subido o passeio e embatido contra um poste, conforme constatou a Lusa.
    Desconhece-se se o acidente ocorreu antes ou depois do ataque cardíaco.
    Testemunhas relataram à Lusa que transeuntes transportaram Mário Carrascalão para o hospital, onde equipas médicas confirmaram o seu óbito.
    “Ainda ontem estivemos todos a jantar em família e ele estava muito bem-disposto, foi galardoado e estávamos a celebrar” disse a Lusa a irmã Ângela Carrascalão.
    Uma multidão começou já a juntar-se no espaço mortuário do Hospital Nacional Guido Valadares.
    ASP//ISG
    Lusa/fim

    Antonio Sampaio
    2 hrs ·
    PERFIL: Óbito/Mário Carrascalão: Defensor de consensos e diálogo
    Díli, 19 mai (Lusa) – Mário Carrascalão, que hoje morreu aos 80 anos em Díli, não suscitava avaliações consensuais entre os timorenses, mas trabalhou grande parte da vida pelos consensos, abrindo até a porta ao diálogo entre a resistência e os ocupantes indonésios.
    Líderes timorenses recordaram a voz de denúncia sobre a situação no território, mesmo enquanto Governador nomeado por Jacarta (1982 a 1992), e o papel interventivo que permitiu a primeira abertura de Timor-Leste, levando muitos timorenses a estudar em universidades indonésias.
    “Salvou centenas de vidas, forçou a abertura de Timor-Leste ao mundo, conseguiu que milhares de jovens timorenses tivessem uma oportunidade única de se formarem. Mas talvez mais importante, conseguiu convencer o comando militar Indonésio em Timor-Leste a dialogar com Xanana”, escreveu sobre si, em outubro de 2015, o ex-Presidente José Ramos-Horta.
    Vítima de um ataque cardíaco, Carrascalão morreu hoje em Díli, 24 horas depois de ter recebido das mãos do Presidente timorense, Taur Matan Ruak, a mais alta condecoração do Estado, o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste.
    As imagens da entrega da condecoração dominam hoje as redes sociais em Timor-Leste, onde se sucedem os comentários de pêsames de familiares, amigos, dirigentes timorenses e cidadãos comuns, que ensombram os festejos do 15.º aniversário da restauração da independência, no sábado.
    Carrascalão, que nasceu em Venilale em 1937, dedicou, como muitos dos 11 irmãos, grande parte da vida à política timorense. Já depois da independência fundou o Partido Social Democrata timorense e chegou a ser vice-primeiro-ministro no IV Governo constitucional, liderado por Xanana Gusmão.
    Terceiro Governador nomeado pela Indonésia para Timor (de 18 de setembro de 1983 a 18 de setembro de 1992), recordou em entrevista à Lusa, em 2015, os encontros que manteve com Xanana Gusmão em Lariguto (1983) e Ariana (1990), abrindo a porta ao primeiro diálogo com a resistência.
    “Encontrei-me com ele enquanto comandante das Falintil [Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor-Leste]. Se se apresentasse como comandante da Fretilin [Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente] eu não me sentaria à mesma mesa. Senti que ele, nessa altura, também me representava e outros como eu. Quando conversava com Xanana Gusmão estava a conversar com alguém que era representante do braço armado do povo timorense, do qual a UDT [União Democrática Timorense] já fazia parte”, explicou.
    Carrascalão entrou tarde na escola e fez três anos num, sendo depois dos primeiros alunos do Liceu Dr. Francisco Machado, hoje uma das alas da Universidade Nacional Timor Lorosa’e. Terminou o 5.º ano e. porque em Timor não havia na altura como continuar o ensino, foi até Lisboa terminar o secundário, no Liceu Camões.
    Foi dispensado do exame de aptidão e entrou diretamente no Instituto Superior de Agronomia onde se formou em silvicultura, terminando o curso com 19,5 valores e uma tese que foi o primeiro estudo de sempre feito sobre o pinheiro manso português.
    Regressado a Timor-Leste, assumiu o cargo de chefe dos serviços de agricultura, funções que ocupava quando em 1974, juntamente com Domingos Oliveira, César Mouzinho, António Nascimento, Francisco Lopes da Cruz e Jacinto dos Reis, fundou a UDT.
    Depois do golpe da UDT, do contragolpe da Fretilin e da curta guerra civil, Carrascalão refugiou-se em Atambua, seguindo depois para Jacarta. Ingressou na diplomacia indonésia em 1977.
    Numa longa entrevista com a Lusa, em novembro de 2015, Mário Carrascalão lembrou esse período, e cconsiderou que a pressão sobre Suharto [Presidente da Indonésia entre 1967 e 1998] para abrir Timor-Leste e a postura neutra que manteve enquanto governador, permitindo manter o cargo e ajudar “muitos” timorenses, contribuíram para a independência do país.
    “Enquanto estive aqui como governador não se pode dizer que estive do lado dos independentes ou dos integracionistas. Tive que me manter sempre neutro porque se fosse nitidamente pró-independência já sabia de antemão que os indonésios me sacavam do lugar porque não permitiram que atuasse contra eles”, afirmou.
    “Pensei mais no futuro. O mundo não podia continuar a ignorar o que se passava em Timor. Pedi a Suharto para abrir Timor. Max Stahl nunca teria entrado em Timor se eu não tivesse pedido ao Suharto para abrir” o território, disse.
    Um jogo de cintura que foi possível porque conseguiu a confiança dos indonésios, que precisavam do governador para limpar a imagem dos antecessores, ferranhos apoiantes da integração.
    “Criei uma imagem que favoreceu a Indonésia e o que eu pedia era aceite”, disse.
    Esta sua postura e o cargo que ocupava, não lhe mereceram louvores de todos e para muitos timorenses, como o próprio admitiu, era visto como traidor, colaborador do regime ocupante.
    “A minha ação aqui em Timor é interpretada de uma forma. Lá fora fui sempre visto como um traidor, um colaborador de Suharto. Para alguns convinha criar o inimigo fictício. Mas aqui em Timor era um dos daqui e tudo fazia para poder salvar este ou aquele e para ajudar”, disse Carrascalão sobre esse período.
    Mário Carrascalão afirmou que só mesmo na sua família sabiam o que estava a fazer e que os timorenses que estavam em Timor na altura reconheceram esse papel, ainda que nem todos “os lá de fora” pensem assim.
    “Inclusive na minha família havia pessoas que estavam reticentes, que pensaram duas vezes em utilizar o meu apelido para não ser confundidos com o Mário Carrascalão. Também houve disso”, admitiu.
    O velório de Mário Carrascalão realiza-se durante o dia, em Díli, não sendo ainda conhecidos pormenores sobre o funeral.
    ASP // EJ
    Lusa/Fim
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  • Falece Antonio Gomes da Costa, uma das figuras mais emblemáticas da comunidade portuguesa no Rio

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  • Castelo de Bragança: Um dos mais bem preservados castelos portugueses

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    O Castelo de Bragança fica situado na freguesia de Santa Maria, no centro histórico da cidade.

    Fonte: Castelo de Bragança: Um dos mais bem preservados castelos portugueses

     

    Castelo de Bragança: Um dos mais bem preservados castelos portugueses

    Castelo de Bragança: Um dos mais bem preservados castelos portugueses

    O Castelo de Bragança fica situado na freguesia de Santa Maria, no centro histórico da cidade. É naquela cidade transmontana, sede de concelho e de distrito, e à margem do rio Fervença, que se encontra um dos mais importantes e bem preservados castelos portugueses. Do alto dos seus muros, até onde a vista alcança, vê-se a serra de Montesinho, a serra de Sanabria, a serra de Rebordões e a serra de Nogueira.

    Este é um castelo de arquitetura militar, em estilo gótico, isolado, erguido a quase 700 metros acima do nível do mar, sendo o limite leste do núcleo urbano de Bragança.
    A cerca da vila, adaptada à morfologia do terreno, composta por muralhas aprumadas, com cerca de dois metros de largura, reforçadas por 15 torres ou cubelos, de diferentes formas e normalmente mais altas que as muralhas. Algumas das ameias (aberturas no parapeito das muralhas, por onde os defensores visavam o inimigo) são rasgadas por seteiras retangulares. Interiormente a muralha possui duas portas, em arco de volta perfeita, interligadas pela via estruturante da cidade. A cerca integra ainda, a sudoeste, uma couraça para proteger uma fonte de abastecimento de água, o poço do rei, e, quase a oeste, uma alta torre com faces exteriores de seção semicircular ao centro.
    No interior da cerca espalha-se o aglomerado de fundação medieval estruturado pela Rua Fernão o Bravo, com orientação leste/oeste, estabelecendo a comunicação entre as duas portas da muralha, a Porta do Sol, a leste, e a Porta da Vila ou de Santo António, a oeste, que dá acesso ao antigo arrabalde e ao rio. Ali o visitante pode apreciar as edificações do “DomusMunicipalis” (exemplar único no país da arquitetura civil românica e que se acredita tenha tido, primitivamente, as funções de cisterna), da Igreja de Santa Maria (ou de Nossa Senhora do Sardão) e o Pelourinho medieval.

    Para defesa das suas gentes
    Em meados do século X, numa altura em que se tentava repovoar a região de Guimarães com um esforço muito grande nesse sentido sobretudo pelo conde Hermenegildo Gonçalves e sua esposa Mumadona Dias, os domínios de Bragança tinham como senhor um irmão de Hermenegildo: o conde Paio Gonçalves. Posteriormente, o senhorio passou para a posse de um ramo da família Mendes, encontrando-se no domínio de Fernão Mendes de Bragança II, “tenens” da Terra de Chaves e senhor de Bragança, cunhado de D. Afonso Henriques (1143-1185). Considera-se que, nesse período, por razões de defesa, a povoação terá sido transferida para o atual sítio, no outeiro da Benquerença, à margem do rio Fervença, reaproveitando-se os materiais na construção das novas residências e de um castelo para a defesa das gentes.
    As informações mais seguras referem entretanto que, pela importância de sua posição estratégica sobre a Galiza, em 1 de junho de 1187 recebeu carta de foral de Sancho I de Portugal (1185-1211), que ordenou o repovoamento e a edificação do castelo no lugar de Benquerença, dando isenções e privilégios aos moradores. Este soberano deixou em testamento, em março de 1188, uma verba para a construção das muralhas de Bragança, empreitada que durou várias décadas. Os conflitos entre este soberano e Afonso IX de Leão levaram a que esta região fosse invadida pelas forças leonesas (1199) até à reação do soberano português.
    Afonso II de Portugal (1211-1223) confirmou o foral da vila (1219), e o mesmo fez Afonso III de Portugal (1248-1279), a 20 de maio de 1253. Ainda no reinado deste soberano, as Inquirições de 1258 referem a existência na vila de quatro paróquias: Santa Maria e Santiago intra-muros e São João e São Vicente no arrabalde. As terças das igrejas de Santa Maria de Bragança e de Grijó eram para a construção das muralhas de Bragança.
    Sob o reinado de Dinis I de Portugal (1279-1325), entre 1261 e 1325, a pedido dos procuradores de Bragança, o soberano contribuiu para a reconstrução das muralhas.
    O seu sucessor, Afonso IV de Portugal (1325-1357), ao subir ao trono, confiscou os bens de seu meio-irmão, D. Afonso Sanches (1289-1340), que então residia na vila de Albuquerque. Defendendo os seus interesses, D. Afonso Sanches declarou guerra ao soberano e invadiu Portugal pela fronteira de Bragança, matando quem lhe fizesse frente, saqueando bens e destruindo propriedades. A paz foi acordada, com dificuldade, pela viúva de D. Dinis, a Rainha Santa Isabel.
    Posteriormente e já sob o reinado de Fernando I de Portugal (1367-1383), recebeu novas obras. Neste período, por via do forte envolvimento do monarca na disputa sucessória de Castela, no contexto da I Guerra Fernandina (1369-1370), Bragança foi cercada e conquistada pelas forças de Henrique I de Castela, retornando à posse portuguesa apenas mediante a assinatura do Tratado de Alcoutim (1371).
    No contexto da afirmação da nova dinastia – a de Avis – teve lugar uma grande campanha de reforço das defesas da cidade, nomeadamente nas torres que ladeiam a porta principal, de planta pentagonal, na chamada “torre do relógio”, com reforços laterais semi-circulares, e nos cubelos semicirculares da barbacã do castelo, apenas documentadas em planta por Duarte de Armas (c. 1509).
    Em 1401 foi estabelecida a Casa de Bragança pelo casamento de D. Afonso, conde de Barcelos e 1.º duque de Bragança, com D. Beatriz, filha de D. Nuno Álvares Pereira. Em 1409 tiveram início os trabalhos de consolidação das muralhas e a construção de torres, obras que duraram quarenta anos.
    Afonso V de Portugal (1438-1481) fez a doação do castelo ao I duque de Bragança (28 de junho de 1449). A pedido de D. Fernando, II duque de Bragança, o soberano concedeu o título de cidade à vila de Bragança no dia 20 de fevereiro de 1464.

    Museu histórico militar
    O castelo foi classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de junho de 1910. A partir da década de 1930 a Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) iniciou uma extensa intervenção de consolidação e restauro. Foram restauradas e reconstruídas as muralhas, torres e caminhos de ronda, incluíram-se ameias em toda a extensão das muralhas, demoliu-se o quartel oitocentista e vários edifícios contíguos aos muros. E em 1936 foi instalado um museu histórico-militar nas dependências da torre de menagem.
    Os trabalhos prosseguiram nas décadas de 1940, 1950 e 1960. Viriam a ser retomados, na segunda metade da década de 1970, com destaque, no início da década de 1980, para as obras de recuperação da torre de menagem, visando requalificá-la para a reinstalação do museu militar. Em 22 de agosto de 2008 a Câmara Municipal de Bragança, atribuiu a medalha Municipal de Mérito ao Museu Militar de Bragança, na comemoração dos 25 anos daquela instituição.

    A lenda da Torre da Princesa
    No lado norte da cerca existe a chamada Torre da Princesa. A ela está ligada uma lenda que conta que quando Bragança ainda se chamava Benquerença, ali vivia com o seu tio, uma bela princesa. Era pretendida por um nobre mas pobre cavaleiro, que se viu na necessidade de partir em busca de fortuna, prometendo-lhe a princesa esperar pelo seu regresso, para pedir a sua mão a seu tio.
    Durante vários anos a princesa recusou todos os seus pretendentes, até que o seu tio a prometeu a um amigo, tentando força-la ao compromisso. Mas a princesa confessou que o seu coração pertencia a outro homem, e que esperava pelo seu regresso. O tio decidiu usar um estratagema e, uma noite, disfarçado de fantasma, penetrou por uma das portas nos aposentos da princesa. Simulando ser o fantasma do jovem, disse-lhe que se não aceitasse casar-se com o novo pretendente, seria uma alma condenada. Mas apesar de ser noite, um raio de sol entrou pela segunda porta e desmascarou o tio. As portas passaram a ser conhecidas como Porta da Traição e Porta do Sol.

    O acesso à cidadela realiza-se pela Rua do Santo Condestável e pela Rua da Rainha D. Maria I. No Castelo/torre de menagem localiza-se o Museu Militar de Bragança. Para os nossos leitores que pretendam visitar este local único, podem fazê-lo de terça-feira a domingo, das 9h às 12, da parte da manhã, e das 14h às 17, da parte da tarde. O custo dos bilhetes fica pelos dois euros no caso dos adultos e um euro para crianças e jovens até aos 17 anos e cidadãos acima de 65 anos. Há descontos especiais para famílias, grupos e escolas.

    ver https://lusofonias.net/portugalizafilms/brigantiafilms/2128-bragan%C3%A7a-promo-2015.html