Categoria: Politica Politicos

  • turismo bom para a economia mau para os habitantes

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    Estrada de Água D´Alto na longitude da praia com o mesmo nome, 14H00.
    O desnorte nesta ilha é total e selvagem!
    Na falta de policia na rua, vale tudo!
    Somos uma ilha muito pequena para tanto turismo!
    Atinem na defesa desta galinha dos ovos de ouro!
    Pergunto: Em caso de urgência/emergência o auxilio está garantido?
    Pode ser uma imagem de automóvel e estrada
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    Henrique Schanderl, Fernando A. Pimentel and 37 others

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    Henrique Schanderl

    Já por várias vezes falei sobre esta temática.
    Os Micaelenses sentem-se os verdadeiros “outsiders” na sua terra, têm medo de conduzir, tal são a quantidade de turistas que não respeitam as Leis de Trânsito, não conseguem ir a um restaurante com normalidade, são mal vistos e atendidos como anormais, não conseguem ter um passeio relaxante, pois o perigo espreita a cada “esquina”, nas zonas balneares, na maioria dos casos desistem pois não encontram um lugar tranquilo estão quase “sardinhas em lata”, a sua única solução é manter-se por casa ou viajar para outro destino mais calmo.
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    • 14 hours ago
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  • ‘Do your homework’: Retirees turn on each other over gated villages

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    The $12 billion land lease industry, which caters to retirees looking for affordable low-maintenance living, has largely flown under the radar. But across the country, more claims are emerging of questionable practices including fee gouging, excessive rent increases and misleading contracts.

    Source: ‘Do your homework’: Retirees turn on each other over gated villages

  • demasiada menstruação mental que anda para aqui……Polémica com a expressão “pessoas que menstruam”: “Os rapazes trans podem menstruar” 

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    Zélia FIgueiredo, responsável pela Estratégia da Saúde para a comunidade LGBT para o Serviço Nacional de Saúde, defende a manutenção do termo ‘pessoas que menstruam’.

    Source: Polémica com a expressão “pessoas que menstruam”: “Os rapazes trans podem menstruar” – Ciência & Saúde – SÁBADO

  • Quem ganha 900 euros desconta menos 10 euros com ‘novo’ IRS – Política – Correio da Manhã

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    Novas tabelas de retenção vão vigorar a partir de setembro, mas a descida do imposto contará desde janeiro.

    Source: Quem ganha 900 euros desconta menos 10 euros com ‘novo’ IRS – Política – Correio da Manhã

  • gastronomia-santa-maria.

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  • JOVENS A COMPRAR CASA SEM ENTRADA

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    Sabia que os jovens vão poder comprar casa sem dar uma entrada?
    Fonte: Francisco Almeida de Medeiros, advogado e sócio da “José Rodrigues & Associados”, responde hoje a esta questão no Consultório Jurídico do jornal “Açoriano Oriental”.
    “Está em vigor, desde o passado dia 11 de julho, o diploma que estabelece as condições em que o Estado presta garantia pessoal a instituições de crédito para viabilizar o financiamento da totalidade do preço de transação do imóvel na concessão de crédito à habitação própria e permanente. Ou seja, os jovens até aos 35 anos vão poder recorrer à garantia do Estado para obter um financiamento de 100% no crédito à habitação na compra do primeiro imóvel.
    Podem beneficiar desta medida os jovens entre os 18 e os 35 anos (inclusive), com domicílio fiscal em Portugal, que não tenham rendimentos superiores a €.81.199,00 brutos anuais (o que corresponde ao 8.º escalão do IRS) e que estejam a adquirir a primeira habitação própria e permanente.
    Estão abrangidas pela garantia do Estado todos os imóveis para primeira habitação própria e permanente, cujo preço de compra não seja superior os €.450.000,00.
    Os jovens podem comprar o imóvel sem dar uma entrada porque o Estado concede uma garantia até ao limite de 15% do valor do imóvel, isto é, o Estado responsabiliza-se, perante o banco, por 15% do preço do imóvel.
    Tal não significa que o Estado paga 15% do imóvel, mas que o jovem pode pedir mais dinheiro emprestado e que o Estado assume a responsabilidade por uma parte do valor em divida.
    Com esta garantia, o Estado assume a responsabilidade de eventuais pagamentos em falta até ao limite definido dos 15% do valor do imóvel. No entanto, caso não cumpra o pagamento de prestações a que se comprometeu e o Estado venha a ser chamado a pagar a parte que garantiu, o jovem fica sempre com a obrigação de devolver esse valor ao Estado.
    A isenção de IMT e de Imposto de Selo é cumulável com esta medida, desde que o valor do imóvel não exceda os €.316.772,00 e os rendimentos dos compradores da casa não ultrapassem o 8.º escalão do IRS, ou seja, €.81.199,00 brutos anuais.
    A regulamentação específica de aplicação desta medida deverá ocorrer até ao dia 11 de Setembro”.
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  • TIMOR ANIVERSÁRIO DO REFERENDO 1999

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    MEUS POEMAS ALUSIVOS A TIMOR

    V. TIMOR, Díli, Timor, setembro, 20, 1973

    timor cresceu cercado

    lendas que a distância empolgou

    o sonho

    a quietude

    as 1001 noites do oriente exótico

    o sortilégio dos trópicos

    para o europeu

    chegar era já desilusão

    desprevenido

    sobrevoa estéril ilha

    montes e pedras

    agreste paisagem sulcada

    leitos secos

    abruptas escarpas

    terra sem marca de homem

    esparsas cabanas de colmo

    será isto timor?

    o avião desce o vazio em círculos

    em vão os olhos buscam a pista

    por trás de um montículo imprevisto

    se vislumbra o “T

    e a torre de controlo dos folhetos de propaganda

    nunca existiu

    a alfândega é o bar e a sala de espera

    sob o zinco e o colmo

    isto é baucau

    aeroporto internacional

    a vila salazar dos compêndios

    que a história esqueceu

    uma turba estranha se amontoa

    à chegada do cacatua-bote[1]

    o patas-de-aço

    esta a cerimónia sagrada do deus estrangeiro

    descendo dos céus

    dia de festa para os trajes multicoloridos

    o contraste do castanho de sóis pigmentados

    cinco da matina

    e é já o pó e o calor

    o espanto mudo nas bocas incrédulas

    as formalidades aqui com sabor novo

    espera lenta e compassada

    séculos de futuro por viver

    antes que ele venha

    antes não venha

    num barracão zincado uma velha bedford

    de carga com caixa fechada

    vidros de plástico sob o toldo puído

    pomposo dístico colonial

    carreira pública baucau-díli

    picada em terreno plano

    mar ao fundo

    baucau

    cidade menina por entre palmares

    densa vegetação tropical

    connosco se cruzam estranhos homens de lipa[2]

    galo de combate ao colo

    entre torsos e braços nus

    das ruínas do mercado se evocam

    desconhecidos templos romanos

    estrada n.º 1 até díli

    sulcam-se abruptas as encostas

    ao mar sobranceiras

    ali se adivinham cristais multicolores

    em lugar de pontes se atravessam ribeiras

    enormes

    leitos secos

    o tempo as converteu em estradas de ocasião

    pedregoso solo

    cores indefinidas

    castanhos e verdes

    palapas [3] dissimuladas na paisagem

    imagens tristes de pedras e montes

    baías primitivas

    inconquistas

    praias de despojos e conchas

    paraísos insuspeitos

    as gentes de sorrisos vermelhos

    assusto-me

    não é sangue nas bocas gengivadas

    masca, mescla de cal viva e harecan[4]

    placebo psicológico da alimentação que falta

    um sorriso encarnado esconde a fome

    súbito

    por paisagens que só a memória

    sem palavras descreverá

    eis díli

    a capital

    larguíssima avenida semeando o pó nas palapas

    casas de pedra com telhados de zinco

    na ponta leste chinas e timores

    partilham a promiscuidade da pobreza

    díli

    plana e longa

    a vasta baía antevendo imponente

    o ataúro ilha

    um porto incipiente

    a marginal desagua no farol

    construções coloniais pós 1945

    da guerra que ninguém quis

    dos mortos que os japoneses quiseram

    da neutralidade do país mãe calado e violado

    albergam chefes de serviço

    altas patentes militares

    sem guerras para lutar

    sem movimentos libertadores das gentes

    quinze quilómetros de asfalto

    três casas dantes da guerra grande

    aeródromo em terra batida

    um jipe de afugenta búfalo

    a rua comercial atravessa díli senhora

    de leste a oeste

    espinha dorsal

    o centro

    o palácio das repartições

    do governo

    perto um museu

    o seu nome ostenta o vazio

    riquezas sem fim

    seus governadores exportaram

     

    patriotas colonizadores de séculos com nada para mostrar

    um museu morto

    dois sinaleiros nas horas de ponta

    ociosos às portas dos cafés

    à noite transfiguram-se

    os bas-fond

    o texas bar

    da prostituição às slot machines

    o submundo

    a vida underground

    afogar esperanças em álcool

    sonhos há muito perdidos nunca sonhados

    restaurantes poucos

    melhor comida a chinesa

    bares espalhados pela cidade

    militares e álcool para calar distâncias

    um portugal dos pequeninos

    longínquo

    cada vez mais esquecido

    nunca perdido.

    1973 numa cidade sem vida

    morrendo nas cinzas próprias de cada noite

    por entre o silêncio e a voz triste dos tokés[5]

    o calor putrefacto

    por entre o voo alado das baratas gigantes

    carros poucos

    de dia só do estado

    motocicletas pululam por entre viaturas oficialmente pretas e verdes

    esperando mulheres de oficiais

    às portas dos cabeleireiros

    do liceu

    militares a pé, em berliets ou unimogs

    chineses muitos

    díli é isto

    a desolação

    na parte alta da cidade o complexo militar

    barracas insalubres

    sob a sombra dos hospitais

    um civil um militar

    fresco e verdejante vale

    triste esta cidade

    pretensamente euro-africana

    palapas marginando ruas

    nelas vive o timor

    sem água nem luz

    dez ou quinze filhos

    que importa

    a miséria é só uma e a mesma?

    esta “a terra que o sol em nascendo vê primeiro”

    aqui as imagens

    e são já história

    não se repetirão

    aqui não daremos testemunho

    como transfigurar

    colónias pacíficas

    em palcos de guerra.

    433.1. bucólica bobonariana-i, bobonaro, nov 23, 1973

    a colina à esquerda ergue-se

    mansamente, sem pressas

    caminha do mar, reproduz-se altiva

    pico agreste me vigia

    não há vegetação nem sinais de gente

    (terá emigrado daqui a seiva?)

    as rochas puras primitivas, nascituras

    erguidas por ciclópicas mãos do fundo dos mares

    quedaram-se ostensivas, desafio de nuvens eternas

    arbustos pequenos insignificantes como as gentes

    espraia-se na vastidão o olhar (começa em mim)

    só montes, pedras, horizonte

    eu aqui fechado, cercado, ilha de mim próprio

    o vale profundo (talvez abismo, talvez acusação)

    diviso emaranhados nas brumas ciscos amarelos

    (segredam-me são casas de gente)

    ENTÃO PARTO

    sem hesitar cavalgo

    pedras

    ribeiros

    encostas

    subo

    desço

    e nada destrinço

    insensível à rude beleza

    atinjo inóspito cume

    estranhamente plano

    nele plantaram casas

    cinco ou seis

    uma ao centro

    lulic[6] dizem-me

    baixo-me e entro

    teto erguido a pique

    muro de pedra a tocar baixo sobrado

    térreo madeirame trabalhado segue as vigas

    quadros sacros

    sol

    elementos

    animais

    no andar elevadiço

    um lar entesourado em morada última

    assusto-me

    em volta ósseas relíquias

    cheiro imenso a fumigação

    saio

    respiro ar puro

    sacrossanto

    das montanhesas cercanias

    uma laje quadrada

    uma placa tipo tumular

    flores murchas e perdidas

    casas sem muros

    no andar térreo

    animais se abrigam

    por cima pessoas alojadas

    deitadas

    a nascer

    a cozinhar

    a comer

    a dormir

    a morrer

    quando as chuvas tombam

    e o colmo amolece

    quando o sopro do vento vem

    rasgar a mirrada pele

    quando maromác[7] se zanga

    nascem surdos lamentos

    ninguém ouvirá

    olhei e vi gente

    acocorada

    semidespida

    esquelética

    nuas crianças

    algumas de colo

    a mim chegaram

    sorrindo orgulhosas da alva pele

    pedindo as fotografasse

    tartamudeavam malai[8]

    como quem se afirma

    compreendi esse estranho orgulho ilegítimo

    bastardo

    mulheres se alugam para não perecerem

    da fome vil

    quando novas servem de pasto

    a abutres forasteiros

    depois

    escavacadas

    descarnadas

    desdentadas

    mascam infindáveis sementes

    esboçam sorrisos

    para a objetiva acusadora e cúmplice

    não mais suportei este dantesco inferno

    saí

    acenei

    virei costas e voltei ao exílio.

    – NAUSEADO –

    433.2. bucólica bobonariana II. Bobonaro, nov 23, 1973

    (permaneci calado traído por pensamentos galopantes

    onde as mulheres, cadê as crianças?

    que gente esta, donde vem?

    que peso arrasta penosa, mecanicamente?)

    ao longe divisei um ancião

    vergado como uma aduela

    corri para ele, inspirou-me medo

    fez um gesto vago, um arremedo a suster-me

    estaquei na distância

    nem um pássaro riscava a muda quietude do céu

    tremi

    como se de súbito

    me penetrassem

    as respostas todas

    virei costas

    corri, corri

    e aqui estou hoje

    a dar-vos conta

    do que assisti

    eu vi-os

    de olhar gasto e gestos caídos

    vinham com neves eternas nos cabelos

    enxada às costas

    vergados ao peso de séculos

    maltrapilhos

    descalços

    rotos

    bronzeados por sóis perdidos

    na memória dos tempos

    uma grande fome para contar

    e o silêncio sem fim

    de todas as solidões

    falei-lhes

    acenaram sem se deterem

    cadência de autómatos

    sem vontade

    explicaram por gestos

    o que presumi sorriso

    nas gengivas descarnadas informes

    perguntei

    donde vinham

    de que estranha guerra

    sobreviviam

    sem abrandarem a insólita marcha

    puxaram da bia sem idade

    acenderam-na na concha dos dedos recurvos

    suspiraram fundo como jamais ouvira

    era um sopro indefinido

    murmurado

    amargo

    entretanto havíamos chegado

    povoado estranho sem gente

    nem cães ladrando em redor

    casas singulares

    elevações de colmos

    suspensas de estacas mudas

    sem janelas nem portas

    um silêncio velho de morte

    imperioso deixar a alma

    deste ritmo

    parar

    deixar o instante

    deste tempo

    renascer

    eterno

    esta a proposta inicial

    iniciática

    até lá, como?

    434. a lepra. Díli, dez 3, 1974

    eu vi-os

    de olhar gasto e gestos caídos

    vinham com neves eternas nos cabelos

    enxada às costas

    vergados ao peso de séculos

    maltrapilhos

    descalços

    rotos

    bronzeados por sóis perdidos

    na memória dos tempos

    uma grande fome para contar

    e o silêncio sem fim

    de todas as solidões

    falei-lhes

    acenaram sem se deterem

    cadência de autómatos

    sem vontade

    explicaram por gestos

    o que presumi sorriso

    onde só havia gengivas descarnadas

    informes

    perguntei

    donde vinham

    de que estranha guerra

    sobreviviam

    sem abrandarem a insólita marcha

    puxaram da bia sem idade

    acenderam-na na concha dos dedos recurvos

    suspiraram

    fundo

    como jamais ouvira

    era um sopro indefinido

    murmurado

    amargo

    entretanto havíamos chegado

    povoado estranho

    sem gente

    nem cães

    ladrando em redor

    casas estranhas

    elevações de colmos

    suspensas de estacas

    mudas

    sem janelas

    nem portas

    um silêncio velho de morte

    deixar a alma

    deste ritmo

    parar

    deixar o instante

    deste tempo

    renascer

    eterno

    esta a proposta

    inicial

    iniciática

    até lá, como?

    [1] cacatua-bote ou patas-de-aço eram designações dadas pelos timorenses aos aviões

    [2] lipa, saia de tecido colorido, típica, de origem malaia, os timorenses usam-na enrolada à cintura descendo até aos tornozelos.

    [3] casas cónicas, quadradas ou retangulares em colmo

    [4] folha de planta semelhante à do tabaco

    [5] espécie de lagarto sonoro, cuja idade se determinava pelo número de vezes que emitia o som toké.

    [6] lúlic significa sagrado em tétum

    [7] o equivalente a deus em língua tétum

    [8] designação dada aos brancos pelos timorenses


    450. o teto do mundo. díli, dezº 3, 1974

    como romper as palavras?

    o som e o lamento do ai-tassi

    sagrado lenho

    em ti se moldaram

    faces e rugas milenárias

    caminhos de teto do mundo

    nas mãos vazias viaja o passaporte

    para que não sucumbas hoje

    há muitas mortes nos amanhãs

    teus pés ligeiros voam vinte quilómetros

    o cacho solitário que colheste

    bananas com que não matas as fomes

    enganas malai com parco lucro

    escudo lima[1]

    e teu rosto infantil e puro sorria

    vendeste a sobrevivência duma semana

    caminhas curvado e galgas montanhas

    teus os reinos de Railaco e TataMaiLau[2]

    por isso retornas e teu sorriso é jovem

    na cal e harecan misturas o prazer e o engano

    também teu estômago sorri confiante

    também tua a linguagem do corpo

    no regresso de braços dolentes

    firme em teu braço direito

    o teu combate de penas

    pobre mercador de ilusões em galos de luta

    acaricias teu ganha-pão

    teu desporto

    e apostas

    mais

    sempre mais

    são tuas as lágrimas

    a revolta e a derrota

    é teu o sangue e o alimentaste

    guardas o estilete acerado

    não decepou medos

    são tuas as planícies e as ribeiras

    as torrentes inundaram o arrozal

    levaram pontes e caminhos

    e ris do grande engenheiro malai

    como do búfalo do china luís

    navegando rumo à liberdade

    nem pensas na tua

    das árvores pendem camarões doces do rio

    e o pequeno jacaré

    faz o cruzeiro oceânico Ribeira de Seiçal-Díli

    maromác[3] sabe

    maubere é diac [4]e vai passar

    esse o lado outro do abismo.

    ————————————————————————

    [1] o equivalente a cinco escudos em moeda de timor

    [2] picos mais altos de timor, rondando os 3 mil metros de altitude

    [3] maromác o equivalente a deus em língua tétum

    [4] maubere é diac, o timorense é bom, coisa boa

    ————————————————————

  • trilho da ladeira da velha reaberto rib grande

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    REABERTO O TRILHO MUNICIPAL DA LADEIRA DA VELHA
    Após uma ligeira alteração ao percurso, foi reaberto o Trilho Municipal da Ladeira da Velha, situado na freguesia do Porto Formoso.
    Com cerca de 7 km, este é um trilho circular, cujo início pode ser feito mesmo em frente à entrada da Praia dos Moinhos. Ao longo do percurso existem vários miradouros que oferecem vistas panorâmicas sobre a orla marítima, assim como uma torre de observação, junto à zona do “Furado”, que permite desfrutar de uma paisagem única da zona nascente do Concelho.
    Outro atrativo é constituído pelas ruínas das antigas casas de banhos da Ladeira da Velha, assim como o tanque de banhos, junto ao mar, com água férrea e aquecida por fontes termais. É possível ainda encontrar algumas cascatas, com destaque para a Cascata da Ribeira do Limbo, numa das pontas do percurso.
    Permanece encerrada, devido à instabilidade do terreno, a parte do percurso que oferecia uma alternativa fisicamente mais exigente, com a descida da encosta até ao tanque de banhos, junto ao mar.
    A Ribeira Grande possui sete trilhos municipais, com cerca de 40 km no total, distribuídos por várias zonas do Concelho.

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